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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dorothea Lynde Dix



Dorothea Lynde Dix, nascida em 1802, deu início à reforma mais difundida em favor dos doentes mentais do século XIX, tanto na América quanto na Europa. 
Seu pai era um pregador alcoólatra, e sua mãe não gozava de boa saúde mental. Desde muito cedo ela lecionava em uma escola, incentivada por seu noivo, Edward Bangs.
Embora tenha decidido não se casar com ele, Edward continuou a incentivá-la, tanto como professora quanto em suas obras sociais.
Sua primeira experiência com a reforma na área da saúde dos doentes mentais surgiu como resultado de uma oportunidade de dirigir uma aula de escola dominical em um presídio em Cambridge, Massachusetts, onde ela encontrou pessoas com doenças mentais presas em celas não aquecidas porque “os loucos não sentem calor ou frio”. 
Suas reformas primeiramente tiveram êxito em Massachusetts, com a ajuda de seu amigo Edward e do governador, que a conhecia pessoalmente. Dali ela viajou por todos os Estados Unidos, apresentando uma pesquisa detalhada aos legisladores que geralmente executavam algum tipo de reforma. ]
Uma das conclusões de sua pesquisa, que exerceu impacto sobre a assistência médica aos doentes mentais tanto na América quanto na Europa, foi que a simples melhoria das condições de vida dos doentes mentais poderia trazer grande alívio às suas doenças. 
Dorothea exerceu um papel importante na fundação de trinta e dois hospitais psiquiátricos, cinqüenta escolas para deficientes mentais, uma escola para cegos, e diversas instalações de treinamento de enfermeiros.

Hospital psiquiátrico

Hospitais psiquiátricos (também denominados hospícios, manicômios (português brasileiro) ou manicómios (português europeu)) são hospitais especializados no tratamento de doenças mentais e/ou de "transtornos mentais" (termo médico-especializado).
Como nome comum, é o antigo hospital, hotel ou mosteiro.

Com a Reforma Psiquiátrica em termos mundiais, vem sendo gradativamente substituídos por pequenos hospitais e/ou enfermarias especializadas no tratamento de psiquiatrias, sejam em hospitais gerais, no caso de doentes graves ou em crise ou em pequenos hospitais, autorizados por lei específica, comuns nos Estados Unidos, Europa e China
 Os doentes com quadros leves a moderados são acompanhados em ambulatórios hospitalares e de acordo com a atual política de saúde, devidamente regulamentada por lei, devem viver em e na própria sociedade, para promover a reinserção social, como no Brasil existia pela constituição brasileira de 1946, derrubada pela constituição brasileira de 1988.

Existem vários tipos de locais para internação psiquiátrica: "clínicas hospitalares", que tiveram sua existência devidamente regulamentada no Brasil, antes da constituição federal de 1988, ou seja de 1946 à 1988, enfermarias hospitalares, em hospitais gerais e manicômio judiciário para doentes que exibem periculosidade ou criminosos com diagnóstico de doença mental.

Diversos movimentos e estudiosos pontuaram a história da psiquiatria. O gesto mais notável foi do psiquiatra francês Philippe Pinel. O movimento antimanicomial no Brasil e a anti-psiquiatria foram fundamentais na criação do conceito atual de "hospital psiquiátrico ou Centro Clínico de Psiquiatria e Psicologia", aceito mundialmente de forma moderna, usado no Brasil de 1946 a 1988. 
Eles advogaram principalmente pela abolição das hospitalizações de forma clássica, dos idos de 1848 a 1950, aproximadamente, ou seja a de longo termo e pelo fim dos grandes e tradicionais hospitais, de difícil controle, para esse tipo de doença.

A história dos hospitais psiquiátricos como instituição de tratamento é ligada ao pensamento social e científico acerca dos doentes mentais em cada época.
De 1848 até o início do século XX instrumentos como camisas-de-força e quartos-fortes ou "prisões-acolchoadas", choques elétricos, operações no cérebro, e outras verdadeiras torturas eram utilizados para controlar os pacientes, no que se dizia ser a psiquiatria dita científica, principalmente os mais agressivos. Atualmente há tratamentos farmacológicos e psicológicos - terapêuticos, baseados nas teorias de Freud e seu discípulo Carl G. Jung, que reduzem significativamente a necessidade da contenção física e a internação por longos períodos, dai a necessidade dos extintos "centros clínicos hospitalares" nos chamados tecnicamente de "Hospital-Dia(termo médico moderno, já que o Brasil se modernizava com Getúlio Vargas, em 1945)"(extintos, pela moderna constituição de 1988, no Brasil). 
Dai os movimentos de massa das pessoas com essas necessidades, tentando o resgate histórico, para que tais clínicas especializadas sejam novamente ativadas, no lugar de um retrocesso histórico que houve, numa verdadeira cruzada de resgate de valores históricos, para benefício do povo brasileiro solapado pela constituição de 1988.

Bethlem Royal Hospital

O Bethlem Royal Hospital foi o primeiro hospital psiquiátrico, fundado em 1247 em Londres. Era famoso pela forma desumana como tratava os doentes e permitia que visitantes "pagantes" assistissem a "espetáculos" protagonizados pelos internos, como um verdadeiro circo de horrores.

Tratamento humanizado

 
Philippe Pinel é referido como sendo o primeiro na área da medicina psiquiátrica a utilizar métodos humanizados no tratamento dos doentes, enquanto foi superintendente do asilo Bicêtre em Paris, tendo sido influenciado pelo enfermeiro Jean Baptiste Pussin, que foi o primeiro a questionar a ausência de humanidade que acabava em incrementar o ódio e a rebelião, como acontecia, com a fuga e a perseguição policial dos internos em um verdadeiro massacre holocaustral; defendia a atenção médica com a utilização de drogas medicinais terapêuticas, aos portadores de sofrimentos psíquicos; sendo utilizando, de princípio, como primeiro medicamento conhecido, o vinho misturado a bebidas alcoólicas destiladas; a destilada para acalmar e o vinho, para a redução dos efeitos dos destilados, no organismo dos pacientes, e dessa forma, poder aos poucos, remover as amarras dos internos.
 Na mesma época, William Tuke, na Inglaterra, introduzia uma nova forma de tratar os doentes mentais; através de métodos terapêuticos, pela conversa; e troca de informações e experiências existenciais, como "novo método, terapêutico psiquiátrico, semelhante ao trabalho que os padres da igreja católica apostólica romana já faziam; nos confessionários, à quase já dois mil anos". Nos também, chamados por eles por esses pioneiros no tratamento terapêutico, de confessionários. E a paralela evolução científica, da prática, desenvolvida pela Psicanálise.

Bibliografia

Benedict Morel


Morel foi o primeiro a utilizar o termo démence precoce (latim, dementia praecox ou demência precoce) que se referia ao que hoje é conhecido como esquizofrenia. Em 1857 publicou Traité des dégénérescences physiques, intellectuelles et morales de l'espèce humaine et des causes qui produisent ces variétés maladives, no qual argumenta que algumas doenças são causadas por degeneração.
Médico educado na França, que em seu tratado coloca que diversos estigmas físicos e psíquicos degenerativos explicariam as deformidades detectadas pelo mesmo em loucos e delinqüentes. Referida degeneração, por sua vez, daria lugar a distintas enfermidades mentais: epilepsia, debilidade, loucura e, inclusive, ao comportamento delitivo. Loucura, crime e degeneração estariam significativamente associados.
FONTE:http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A9n%C3%A9dict_Morel

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Emil Kraepelin



Emil Kraepelin (5 de Fevereiro de 18567 de Outubro de 1926) foi um psiquiatra alemão e é comumente citado como o criador da moderna psiquiatria, psicofarmacologia e genética psiquiátrica. Kraepelin referia que as doenças psiquiátricas são principalmente causadas por desordens genéticas e biológicas. Suas teorias psiquiátricas dominaram o campo da psiquiatria no início do século XX e na sua essência, até os dias de hoje. 
Kraepelin contrariava a abordagem de Sigmund Freud que tratava e considerava as doenças psiquiátricas como causadas por fatores psicológicos. Sua descrição clínica da Demência precoce (hoje Esquizofrenia) influenciou gerações de psiquiatras e verem no transtorno uma mera expressão de doença orgânica do cérebro, até surgirem formas de compreensão psicodinâmica consistentes, como na obra "O Eu Dividido" (The Divided Self, 1960) de Ronald Laing.

Pesquisa

Em 1886, pouco depois de ter concluído seu treinamento, foi nomeado professor na Universidade de Tarty no que é atualmente a Estônia, e foi diretor de uma clínica universitária com 80 leitos. Lá prosseguiu seus estudos e registrou diversas histórias clínicas detalhadas e "foi levado a considerar a importância do curso da doença na classificação das doenças mentais".
 Dez anos depois, anunciou que havia descoberto um novo modo de se entender a doença mental. Referia-se ao entendimento tradicional como "sintomático" e sua visão era "clínica". Este se tornou o paradigma inicial da sua classificação de centenas de doenças mentais classificadas no século XIX, agrupando-as como síndromes (padrões comuns de sintomas) e não pela semelhança dos principais sintomas, como faziam seus predecessores. Precisamente porque demonstrou a inadequação dos métodos antigos que Kraeplin desenvolveu o novo sistema diagnóstico!
O trabalho de Kraeplin é importante pois classificou em duas formas distintas de psicoses o que antes era considerado um conceito unitário: Psicose maníaco-depressiva e Dementia praecox (Demência precoce, hoje esquizofrenia).
Através de sua extensa pesquisa e utilizando como critérios o curso clínico e prognóstico, Kraeplin desenvolveu o conceito de Dementia praecox, que definiu como "desenvolvimento sub-agudo de uma condição peculiar de fraqueza mental que ocorre na juventude".
Kraeplin também demonstrou padrões específicos na genética destas perturbações e padrões específicos e característicos do seu curso e prognóstico. Isto é, existem mais esquizofrênicos entre parentes de esquizofrênicos do que na população geral, enquanto a psicose maníaco-depressiva é mais comum nos familiares de doentes maníaco-depressivos.
Kraeplin também descreveu padrões de curso e prognóstico dessas perturbações. Ele acreditava que a esquizofrenia tinha curso deteriorante no qual a função mental continuamente (às vezes erraticamente) declina, enquanto a psicose maníaco-depressiva tem curso intermitente, com períodos livres de sintomas nos intervalos que separam os episódios.
Kraeplin postulou que existe uma patologia específica do cérebro sobrejacente a cada uma das principais doenças psiquiátricas. Foi colega de Alois Alzheimer e co-descobridor do Mal de Alzheimer.
As teorias de Kraeplin sobre a etiologia e diagnóstico de perturbações psiquiátricas são a base dos maiores sistemas diagnósticos utilizados hoje, especificamente o DSM IV da Associação Americana de Psiquiatria e o CID 10 da Organização Mundial de Saúde.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Emil_Kraepelin

Philippe Pinel



Philippe Pinel (Saint André, 20 de Abril de 1745Paris 25 de Outubro de 1826) foi um médico francês, considerado por muitos o pai da psiquiatria.
Notabilizou-se por ter considerado que os seres humanos que sofriam de perturbações mentais eram doentes e que ao contrário do que acontecia na época, deviam ser tratados como doentes e não de forma violenta. Foi o primeiro médico a tentar descrever e classificar algumas perturbações mentais.
A obra mais importante escrita por Pinel foi "Traité médico-philosophique sur l’aliénation mentale ou la manie".
Gui Benoit e Georges Daumézon escreveram que Pinel, então responsável pelo serviço de alienados do hospício de Bicêtre (…), desde o começo teve como preocupações fundamentais:
1) distinguir a confusão existente entre os furiosos e os tristes;
2) transformar a atitude brutal e repressiva em uma atitude compreensiva que ele denominou tratamento moral;
3) introduzir no tratamento principios que reduziam a importância da lesão anatômica".
4) Distinguir entre o verdadeiro e a teoria que seja feito tudo o que esta sobre o impar do imoral e o par do repujante.
 
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Philippe_Pinel

domingo, 28 de outubro de 2012

O que é a Saúde mental?

Em geral, entende-se ter saúde mental como o oposto de doença mental ou a ausência de psicopatologia, ou seja, um estado de saúde normal.

No entanto, a ausência de sintomas psiquiátricos é apenas a parte visível de uma normalidade objectiva mas não revela outros aspectos importantes da saúde mental, como resiliência, capacidade mental, etc.

Assim, para ter saúde mental não basta a ausência de sintomas psiquiátricos, mas é necessária a presença de capacidades e recursos para enfrentar as dificuldades da vida, não adoecendo, e viver em bem estar psíquico, ou seja, ter robustez mental.

Algumas capacidades indicadoras de saúde mental e que podem ser melhoradas são: a de adaptação ao trabalho, a de estabelecer relações afectivas estáveis e duradouras, a resiliência, a inteligência emocional, a maturidade, a autonomia, capacidade para estar só, etc.

A pessoa com saúde mental sente-se bem, feliz, com alegria. Estes sentimentos subjetivos advêm do bem-estar conseguido, por exemplo, com o autocontrole, auto-eficácia, amar e ser amado e não o obtido através do uso de drogas, comportamentos de risco ou satisfação imediata de necessidades primitivas.

Também temos de distinguir que o fato de vivenciarmos emoções negativas não significa ausência de saúde mental. No caso de perda, luto, tragédia, etc., a capacidade de reconhecer e lidar com as próprias emoções negativas e as dos outros é um sinal de saúde mental.

Se tivermos como exemplo as capacidades intelectuais das pessoas, dizemos que é doente quem tem déficit intelectual, mas um não doente pode ter vários níveis intelectuais, nomeadamente, médio, superior e muito superior.

A pessoa com um elevado nível de saúde mental tem capacidades que a tornam adequada, estável, capaz, equilibrada, mesmo em situações adversas.

Portanto, podemos ter mais ou menos saúde mental, mesmo sem estarmos doentes. Tal como uma pessoa pode não ter uma doença cardíaca, mas tem uma capacidade de resistência ao exercício físico maior ou menor. Do mesmo modo que, através de medidas de saúde, alimentação, prática regular de exercício físico, a pessoa pode melhorar a sua saúde cardiovascular e condição física, também é possível intervir no sentido de se aumentar o estado de saúde mental.

A exigência de robustez mental é maior conforme determinadas profissões ou desempenhos. São exemplo disso, a aviação comercial e, no extremo, a aviação espacial, mas também outras áreas, como a educação e a saúde são exemplo da importante necessidade de saúde mental.

Para se atingir um bom estado de saúde mental a pessoa deverá aumentar o seu nível de auto-conhecimento, aumentar a capacidade para lidar com as diferentes emoções e elaborar os conflitos internos. Para tal, pode necessitar de intervenção psicológica especializada.

Para além disso, uma vida equilibrada, com baixos níveis de stress, relacionamentos familiares e sociais estáveis, prática de actividade física, respeito pelos ritmos sono/vigília, respeito pelos limites físicos e psíquicos individuais, equilíbrio entre as actividades profissionais e os tempos de lazer, constituem alguns factores que podem contribuir para uma melhor saúde mental.

O estado de saúde mental depende também do estado biológico global e cerebral, sendo muito importante o uso de fármacos para o alcançar ou manter, apesar de outras medidas de saúde mental.

As intervenções terapêuticas psiquiátricas e psicológicas, neste sentido, não se limitam ao patológico, mas promovem os mecanismos de defesa e adaptação mais saudáveis quando a pessoa está em risco, conflito, indefesa ou simplesmente quer melhorar a sua qualidade de vida.

Os fármacos constituíram um grande avanço e contribuíram significativamente para a melhoria da saúde mental, mas não constituem a única resposta. Muitas outras intervenções são importantes. Por exemplo, no âmbito da prevenção do aparecimento da doença mental e na recuperação psicossocial das pessoas afectadas pela doença mental.

A saúde mental, apesar de avaliada pela psiquiatria e psicologia, diz respeito a muitas outras áreas do conhecimento humano e social, como a filosofia, a sociologia, o direito, a política, etc.

A pobreza, a negligência, o abuso, a violência familiar, são exemplos de situações que podem provocar a perda de saúde mental. Deste modo, para se promover a saúde mental, em termos sociais, é necessário intervir nestas condições preventivamente, através de uma intervenção multidisciplinar.

Em termos individuais, para tratar a doença mental, pode bastar o uso de fármacos, mas para alcançarmos o objectivo de promover um melhor estado de saúde mental, há necessidade de um investimento terapêutico relativo aos aspectos psicológicos.

Na realidade pensamos que um modelo de promoção da saúde mental é o que, também no tratamento, se traduz numa avaliação e objectivos mais produtivos.

Na prática clínica, ao longo de anos, temos comprovado empiricamente que o sucesso da intervenção clínica é maior e mais duradouro quando o objectivo é dotar a pessoa de maiores recursos psicológicos para enfrentar as situações internas e externas.

Este modelo de saúde mental implica também que, mesmo as pessoas que não tenham sintomatologia psiquiátrica ou doença mental beneficiem de intervenções ou ajuda que promova as suas capacidades mentais. Portanto também os “normais”, isto é, sem sintomas, podem melhorar a sua saúde mental e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida.
 
FONTE: http://www.clinicadesaudementaldoporto.pt/002.aspx?dqa=0:0:0:49:0:0:-1:0:0&ct=48

ESQUADROS - Adriana Calcanhoto.


Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...
Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

sábado, 27 de outubro de 2012

Síndrome de Vater

Síndrome de Vater

Maria José Santinho 

O que é?
A síndrome de Vater ou  associação de VACTERL é um conjunto de anomalias e defeitos de nascimento. Esta é uma síndrome extremamente rara do desenvolvimento embrionário, que afecta várias estruturas e órgãos. Na designação VACTERL, cada letra está associada às estruturas embrionárias mais envolvidas na síndrome:
V – defeito das vértebras (coluna vertebral)
A – anomalias do ânus (atrésia anal)
C – anomalias cardiovasculares
T – fistula cárdeo-esofágica
E – atresia de esófago
R – anomalia renal e/ou radial
L – anomalias nos membros

Quando foi descoberta?
A síndrome de Vater foi descrita pela primeira vez por Quan e Smith (1972) associada a malformações cardíacas, artéria umbilical única e deficiência de crescimento pré-natal.

Quais as causas que originam esta síndrome?
A lesão ocorre entre as 4 e 6 semanas de gravidez, afectando a folha mesodérmica.  Alguns autores consideram que as causas podem estar relacionadas com o fato de que as mães tenham tomado algum tipo de hormonas sexuais durante o primeiro trimestre da gravidez.  Tem sido verificado com mais frequência entre crianças de mães diabéticas.  A síndrome de Vater, no entanto, é provavelmente causada por múltiplos factores. Alguns autores defendem que nenhum problema genético ou cromossómico tem sido identificado com a Síndrome de Vater.

Qual o número de ocorrências da doença?
A associação VACTERL tem uma incidência estimada de 16 casos por 100.000 nascimentos. Raramente ocorre mais de uma vez numa família e é mais frequente em indivíduos do sexo masculino.

Existe tratamento para esta patologia?
Não há tratamento definitivo, porém o tratamento de suporte é o mais utilizado, dependendo da extensão e gravidade das lesões. As lesões são corrigidas cirurgicamente, sendo que a maioria dos doentes não tem atraso mental, o que facilita a recuperação após a intervenção e a posterior reabilitação. A VACTERL é considerada uma doença que se pode tornar grave com altas taxas de mortalidade.

O que se pode esperar de uma criança que tem problemas associados à síndrome de Vater?
Crianças que têm problemas associados à VACTERL podem ter atraso de crescimento e desenvolvimento nos primeiros anos. A maioria das crianças tem inteligência normal. As necessidades específicas de cada criança que tem problemas associados variam. Uma criança pode ter problemas nos rins, coração e coluna vertebral. Outra criança pode ter um polegar ausente ou mal formado e uma fístula traqueal esofágica.

Diagnóstico
A associação VACTERL é descrita como uma combinação de pelo menos dois ou mais dos seguintes distúrbios: defeitos vertebrais (V), atresia anal (A), anomalias cardiovasculares (C), anomalias traqueoesofágico (TE), displasia renal (R) e anomalias de extremidade (L, do inglês “limb”).

Estas crianças devem frequentar o sistema normal de ensino?
Sim. O Decreto-Lei nº3/2008 de 7 de Janeiro prevê a inclusão destas crianças no sistema tradicional de ensino. Partindo de uma análise baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), estas crianças podem e devem usufruir de medidas educativas que permitam fomentar o maior sucesso possível a nível da sua aprendizagem, como sendo, Apoio Pedagógico Personalizado, Adequações no Processo de Avaliação, Currículo Específico Individual e recurso a Tecnologias de Apoio.

FONTE: http://www.aeaug.pt/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=231%3Asindrome-de-vater-artcurto&catid=70&Itemid=145&lang=pt

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Síndrome de Ulisses



De acordo com o psiquiatra Joseba Achotegui, Professor Titular da Universidade de Barcelona e Diretor do SAPPIR (Servicio de Atención Psicopatológica y Psicosocial a Inmigrantes y Refugiados), o termo é uma analogia ao herói grego, personagem central da obra de Homero, Odisséia, em razão das dificuldades vividas por Ulisses em território além, sendo, no caso, diagnosticada ao imigrante, legal ou ilegal, que tenta a sorte, o sucesso e/ou a felicidade em outros países, mas que, infelizmente, lhe é dado como “alimento” unicamente uma realidade que em nada se parece com a fantasia que criou na cabeça antes de sair de sua terra natal.
 
Esticando um pouco mais a pesquisa, podemos nos deparar com a informação de que o imigrante sofre com outros problemas sérios: o alcoolismo, uso de drogas pesadas, o acometimento de doenças sexualmente transmissíveis e problemas dermatológicos, por exemplo, em função da situação degradante e desumana em que vive, mal tendo dinheiro para pagar dívidas contraídas pela subsistência (sobrevivência) e para o sustento do vício. 
Sem falar que muitos amanhecem e anoitecem sozinhos na ilegalidade e, portanto, sequer vão ao hospital ou ao posto de saúde quando sofrem de uma patologia qualquer, por medo de serem apanhados na clandestinidade. Esse imigrante acaba por se desfazer cedo do sonho de prosperar em terra alheia e não lhe resta outra alternativa senão aceitar a alcunha de escória.
        
 
_________________________________
[2]. GAMBOA, Santiago. A síndrome de Ulisses. São Paulo: Planeta, 2006.

FONTE:  http://www.cronopios.com.br/site/critica.asp?id=2754

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sindrome de Tourette



Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que persistem por mais de um ano e geralmente se instalam na infância.
Na maioria das vezes, os tiques são de tipos diferentes e variam no decorrer de uma semana ou de um mês para outro. Em geral, eles ocorrem em ondas, com frequência e intensidade variáveis, pioram com o estresse, são independentes dos problemas emocionais e podem estar associados a sintomas obsessivo-compulsivos (TOC) e ao distúrbio de atenção e hiperatividade (TDAH). É possível que existam fatores hereditários comuns a essas três condições. A causa do transtorno ainda é desconhecida.

Sintomas
Em 80% dos casos, os tiques motores são a manifestação inicial da síndrome. Eles incluem piscar, franzir a testa, contrair os músculos da face, balançar a cabeça, contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos musculares, além de movimentos mais complexos que parecem propositais, como tocar ou bater nos objetos próximos.
São típicos dos tiques vocais os ruídos não articulados, tais como tossir, fungar ou limpar a garganta, e outros em que ocorre emissão parcial ou completa de palavras.
Em menos de 50% dos casos, estão presentes o uso involuntário de palavras (coprolalia) e gestos (copropraxia) obscenos, a formulação de insultos, a repetição de um som, palavra ou frase dita por outra pessoa (ecolalia).

Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome de Tourette é essencialmente clínico e deve obedecer aos seguintes critérios: 1) tiques motores múltiplos e um ou mais tiques vocais devem manifestar-se durante algum tempo, mas não necessariamente ao mesmo tempo; 2) os tiques devem ocorrer diversas vezes por dia (geralmente em salva), quase todos os dias ou intermitentemente por um período de pelo menos três meses consecutivos; 3) o quadro deve começar antes dos 18 anos de idade.

Tratamento
A síndrome de Tourette é uma desordem que não tem cura, mas pode ser controlada. Estudos clínicos têm demonstrado a utilidade de uma forma de terapia comportamental cognitiva, conhecida como tratamento de reversão de hábitos. Ela se baseia no treinamento dos pacientes para que monitorem as sensações premonitórias e os tiques, com a finalidade de responder a eles com uma reação voluntária fisicamente incompatível com o tique.
Medicamentos antipsicóticos têm se mostrado úteis na redução da intensidade dos tiques, quando sua repetição se reverte em prejuízo para a autoestima e aceitação social. Em alguns casos de tiques bem localizados, podem ser tentadas aplicações locais de toxina botulínica (botox). Alguns autores defendem que, excepcionalmente, pode ser indicado o tratamento cirúrgico com estimulação cerebral profunda, aplicada em certas áreas do cérebro.

Recomendações
* Não adie a consulta ao médico, se notar que seu filho apresenta alguma forma de movimentos involuntários. Especialmente nas fases iniciais da vida, os portadores precisam de tratamento e não de repreensão.

FONTE: http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-tourette-2/

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O terror noturno ou pânico noturno

O terror noturno ou pânico noturno (pavor nocturnus) é um distúrbio do sono, caracterizado por gritos durante o sono acompanhado do semblante de terror como se a pessoa estivesse vendo algo terrorífico durante o sono. Geralmente começa com manifestações comportamentais de intenso medo (ainda durante o sono) culminando em um despertar abrupto com um grito de pânico e respiração rápida.
 O terror noturno habitualmente inicia durante a primeira parte do sono e dura cerca de 1 a 10 minutos. Assim como após sonhos normais é difícil recordar mais do que alguns poucos fragmentos do que se estava sonhando e caso a pessoa volte a dormir logo depois esse despertar pode ser esquecido junto com os sonhos quando ela voltar a dormir.

Prevalência

É mais comum na infância, entre 10% a 15% das crianças tem pelo menos um episódio de terror noturno por ano. Diminuindo para 5% a 10% em adolescentes e 1% a 5% dos adultos não havendo diferença significativa entre homens e mulheres. Eventos estressantes e a sensação de insegurança (desamparo aprendido) aumentam a frequência dos episódios.

Características

Pesadelos são sonhos com forte conteúdo emocional angustiante, que não necessariamente levam a despertar e ocorrem com muito mais frequência na população, sendo mais facilmente associados a seus eventos estressantes e frequentemente diminuindo de frequência sem necessidade de tratamento. O "terror noturno" por outro lado é um severo distúrbio do sono, consistindo de ataques de terror agudo emergindo do sono profundo após o primeiro REM (entre 15 minutos a 2 horas após começar a dormir).
 É acompanhado por violentos movimentos corporais, agitação extrema, gritos, gemidos, falta de ar, suor, confusão, e em alguns casos, fuga da cama ou do quarto, comportamento destrutivo e agressão dirigida a objetos ou contra eles mesmos ou outras pessoas. No momento de pânico ferimentos, fraturas e lesões podem ocorrer caso não sejam tomadas precauções.
O intervalo em que a pessoa fica acordada pode ser apagado junto com o pesadelo naturalmente. Sendo assim, é comum que a pessoa não lembre nada no dia seguinte, especialmente crianças pois seu cérebro ainda não está completamente amadurecido. 
Isso ocorre pois enquanto dormimos a transição de memória de longo prazo se focaliza apenas nas informações mais importantes que ocorreram antes da pessoa ir dormir e descarta o resto como desnecessária. É possível lembrar esse intervalo caso a pessoa faça o esforço adequado para memorizar esse evento e desencadear essas memórias com anotações ou ao ouvir a história de um familiar.
Terror noturno pode coincidir com sonambulismo, em cujo caso andar e correr ocorre em conjunção com gritos, saltos e agitação violenta.
Durante o ataque de terror noturno, existe uma superativação do sistema nervoso autônomo simpático, incluindo dilatação das pupilas, sudorese, aumento nas taxas respirátórias e cardíaca, e aumento na pressão arterial. A taxa do coração (taquicardia) pode aumentar até 160 a 170 batimentos por minuto (o normal geralmente é de 60 a 100 no adulto), os quais são maiores que aqueles ocorrendo durante os episódios de estresse mais severos.

Diagnóstico

Os seguintes os critérios são usados para diagnosticar o distúrbio do terror noturno:
  • Episódios repetitivos de despertar abrupto do sono, geralmente durante o primeiro terço do sono e com um grito de pânico;
  • Medo intenso e sinais de excitação autonômica;
  • Baixa responsividade relativa aos esforços para confortar a pessoa durante o episódio;
  • O paciente lembra-se de um sonho pouco detalhado e existe uma amnésia (esquecimento) do episódio;
  • O episódio causa sofrimento ou prejuízo na vida social, trabalho ou outras áreas importantes da vida;
  • O distúrbio não é devido aos efeitos diretos de uma droga de abuso ou medicação, ou condição médica geral.

Causas

As causas do terror noturno ainda são desconhecidas. Ansiedade extrema, estresse e conflitos, conscientes ou subconcientes, são fatores facilitadores. Em crianças, a precipitação de eventos traumáticos, febre e distúrbio emocional pode exibir um papel fundamentalmente causador.
Algumas teorias biológicas do terror noturno apontam para uma imaturidade do sistema nervoso como possível causa, mas ela não foi comprovada.
Durante períodos estressantes, os episódios podem ocorrer episódios semanalmente, e algumas vezes, várias vezes na semana. O distúrbio pode levar anos para desaparecer e mesmo fazendo tratamento é difícil desaparecerem completamente. É mais frequente em pacientes ansiosos e depressivos.

TRATAMENTO 

Deve-se incentivar a regularidade e os horários de dormir/despertar, evitando privação de sono. Quanto maior a regularidade dos horários de dormir menor a frequência deste e outros distúrbios do sono. Alimentos gordurosos, carnes, café, laticínios e outros alimentos de difícil digestão devem ser evitados a noite. No caso em que o paciente está tomando qualquer droga pré-disponente, ela deve ser suspensa gradualmente. Psicoterapia a longo prazo frequentemente é necessária. Técnicas de hipnose e biofeedback também podem ajudar.
O tratamento também deve ter como objetivo proteger o paciente de possíveis danos contra ele mesmo e contra os outros. O quarto deve ficar desobstruído, grades na cama devem ser acochoadas, as janelas firmemente fechadas e é importante que a pessoa tenha fácil acesso a iluminação. 
Após o susto inicial a pessoa pode ser acolhida e ouvir palavras de apoio e segurança até que a sensação de terror diminua, crianças podem ser carregadas no colo e ouvir uma canção de ninar.
Certas drogas psicoativas tais como os antidepressivos ISRS e benzodiazepinas (diazepam) podem ser usados para o controle a curto prazo do terror noturno, mas o sua eficácia é limitada, produz sonolência diurna e causa dependência química e psicológica.

Referências

  1. PINTO JR, L.R. Os distúrbios do sono em neurologia: Comportamentos anormais Parassônias. Editorial Moreira, 2001, p. 594-597. Disponível em: http://www.sono.org.br/pdf> Acesso em: 31 fev. 2008
  2. RUBENS REIMÃO, ANTONIO B. LEFÈVRE, ARON J. DIAMENT (1983) PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS DO SONO NA INFÂNCIA. Pediatria (São Paulo), 1983 - pediatriasaopaulo.usp.br
  3. Rosen G, Ferber R, Mahowald MW. Evaluation of parasomnias in children. Child Adolesc Psychiatr Clin N Am 1996;5:601-16.
  4. Laberge L, Tremblay RE, Vitaro F, Montplaisir J. Development of parasomnias from childhood to early adolescence. Pediatrics 2000;106:67-74.
  5. [1]
  6. Silvia Helena Cardoso, Psicobióloga, mestre e doutora em Ciências.Diretora fundadora e editora-chefe da revista Cérebro & Mente. Universidade Estadual de Campinas
  7. CHELLAPPA, S.L.; ARAÚJO, J.F. Confiabilidade e reprodutibilidade do Questionário de Hábitos do Sono em pacientes depressivos ambulatoriais. Rev. Psiq. Clín v. 34, n. 5, p. 210- 214, 2007.
  8. MADALENA, J.C. O Sono - Normal - Patológico – Terapêutico. São Paulo: Byk- procienx,1979.
  9. a b NUNES, Magda Lahorgue. Distúrbios do sono. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2002, vol.78, suppl.1 [citado 2011-03-26], pp. S63-S72 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572002000700010&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0021-7557. doi: 10.1590/S0021-75572002000700010.
  10. Rosen G, Mahowald MW, Ferber R. (1995) Sleepwalking, confusional arousals, and sleep terrors in the child. In: Ferber R & Kryger M, editores. Principles and practice of sleep medicine in the child. Philadelphia: WB Saunders; 1995. p.99-106.

domingo, 21 de outubro de 2012

“O QUE É SER NORMAL?”


Por Mariuza Pregnolato


Por que
ficamos, às vezes, atormentados com a dúvida “Será que eu sou normal?”
Porque grande parte dos problemas que atormentam as nossas vidas são internos, isto é, são dúvidas da vida privada das pessoas e elas não tem como saber que outras pessoas também podem, em algum momento da vida, vivê-los igualmente. Por parecerem perigosos, ou vergonhosos, ou graves demais, ou bobos demais, etc.. elas alimentam a idéia de que há algo errado com elas, sentindo-se sozinhas naquele sofrimento que parece controlá-las.

O que é ser normal?
O conceito de normalidade é muito difícil de ser estabelecido porque envolve contingências sócio-culturais, normativas e legais, geográficas, quantitativas, familiares, podendo também estar impregnado de tabus, etc. Por exemplo, em nossa sociedade considera-se anormal ser excessivamente agressivo, mas um indivíduo que cresceu num ambiente de muita brutalidade – se ele for ‘normal’, isto é, saudável – terá que desenvolver bastante sua agressividade por uma questão de sobrevivência e, por conseguinte, tornar-se-á mais agressivo que a média das pessoas de nosso convívio. 
Se esse indivíduo for analisado contextualmente, não poderá ser considerado anormal, pois sua adaptação ocorreu em sintonia com o que aprendeu em seu meio. Portanto, naquele contexto, ele é normal. A sociedade mais ampla, porém, tenderá a temê-lo e a rotulá-lo de anormalmente agressivo. Talvez o exemplo que ilustre melhor essa questão seja o fato de que, durante a segunda guerra mundial, era normal ser nazista na Alemanha.

Num mundo com tantas tribos, em que existe espaço para cada um ser o que é, ainda é possível haver dúvida sobre o que é ser normal?
Apesar da aparente aceitação da diversidade no comportamento das pessoas, há atitudes que são consideradas desviantes e ativam o preconceito existente em alguns grupos de pessoas. Por exemplo, um rapaz com o corpo e rosto cobertos de tatuagem pode ser um gênio financeiro e ser recusado num processo de seleção a um cargo a que ele estaria plenamente apto a ocupar numa instituição financeira tradicional. Embora seja aceito espontaneamente por sua ‘comunidade de tatuados’, é apenas tolerado na sociedade em geral e recusado numa comunidade mais tradicional. Mesmo que ele seja alguém bastante adequado em todas as outras áreas de sua vida, os grupos preconceituosos tenderão a associar sua aparência a aspectos negativos como delinqüência, criminalidade, insubordinação, etc..

O terapeuta pode ajudar a desfazer o conflito de uma pessoa que se acha anormal?
Com certeza! Ele é capaz de ajudar a pessoa a escolher o caminho ou atitude que irão lhe oferecer a melhor possibilidade de fazer o que gosta sem ser punido por isso e sem afetar negativamente a sociedade. No exemplo acima, se o grande sonho desse rapaz for trabalhar numa grande instituição financeira que tem um caráter visivelmente conservador, ele precisará considerar que tatuar todo o seu corpo provavelmente o impedirá de realizar esse sonho. Não adianta ele gritar, a plenos pulmões, que é livre para fazer o que quiser com seu corpo e rosto, se vai frustrar-se com as limitações que esse procedimento lhe trouxer no futuro.
No momento em que está tomada por suas emoções e desejos, é comum que a pessoa aja impulsivamente, adotando atitudes que podem trazer duras conseqüências no futuro. É com esse tipo de reflexão que o terapeuta pode ajudar a pessoa a proteger-se de sofrimentos futuros, já que o ser humano tende, em geral, a enxergar somente a gratificação mais imediata. 
O imediatismo pode transformar-se em auto-sabotagem e esse mecanismo precisa ser compreendido e substituído por outro mais eficiente. Caso ele já esteja sofrendo a conseqüência de um ato impensado, o trabalho terapêutico o ajudará a lidar com as frustrações decorrentes de seus atos e a enxergar e abrir novos caminhos que sejam condizentes com a sua condição atual.

Normalidade passa pelo critério de auto-aceitação?
Também, mas passa, principalmente, pelo critério da reflexão e análise profunda, em que todo o contexto precisa ser considerado amplamente, para que se decida se um determinado indivíduo ou situação pode ser considerado anormal em relação às várias contingências que o geraram e o mantém. 

Quem se perturba mais com dúvidas sobre a questão da normalidade: homens ou mulheres?
Ambos. As mulheres costumam apresentar maior facilidade para buscar ajuda diante de situações difíceis, daí porque tende a parecer que elas têm mais problemas e dúvidas. Na verdade, nossa sociedade ainda é machista, de modo que, ao mesmo tempo em que privilegia o homem em algumas questões, por outro lado ainda cobra dele uma postura de forte, capaz, racional, resolvido, etc., o que inibe sua disposição para mostrar suas fragilidades e dúvidas. Para não parecer um “fracote”, ele abre mão de buscar ajuda para suas fraquezas, fingindo e tentando aparentar uma fortaleza que, na maioria das vezes, não possui.

O medo de não ser normal impede as pessoas de iniciarem seu processo terapêutico?
Isso ocorre, mas o mais comum é que essa dúvida seja mais um motivo para levá-las à terapia do que para impedi-las É tão grande o alívio que se obtém ao descobrir que o drama interno que está sendo vivido não é tão grave assim, que as pessoas, em geral, lamentam não ter dado esse passo antes. Na terapia, elas aprendem a relativizar a importância dos fatores que as fazem sofrer e a resolver questões que, anteriormente, pareciam insolúveis. 

Por que uma pessoa que se sente normal faria terapia se ainda há preconceito em procurar um psicólogo?
Penso que o fato de existirem tantas pessoas bem-sucedidas, bem resolvidas e inteligentes que fazem terapia e a valorizam, tem feito com que muito preconceito tenha caído no vazio. No entanto, fazer terapia é um passo que deve ser dado por cada um individualmente, quando sentir que está pronto para buscar ajuda. Isso irá ocorrer no momento em que a pessoa decidir que deseja tomar a sua vida nas próprias mãos, ao invés de continuar prestando contas a opiniões de terceiros. 
O terapeuta nunca irá interferir na vida da pessoa de modo direto, nem nunca decidirá nada por ele. Será um coadjuvante do seu desenvolvimento pessoal e o analisando tornar-se-á uma pessoa mais inteira, mais livre das armadilhas sociais, mais autônomo e dono de sua própria vida.

Meus problemas parecem tão insignificantes, que tenho vergonha de admitir que sofro tanto por coisas tão bobas. Isso é normal?
Questões aparentemente insignificantes ou pueris são, às vezes, responsáveis por altas doses e longos períodos de sofrimento. Às vezes a pessoa acha que seu problema é tão pequeno, que não tem coragem de contá-lo a ninguém. O que é preciso que se compreenda é que nada é bobinho ou insignificante, se for capaz de trazer sofrimento. Por essa razão, sempre merecerá ser tratado. Da mesma forma, a pessoa que não se sente normal, e sofre com isso, deve buscar ajuda para compreender o que está ocorrendo e poder voltar a se sentir feliz.

FONTE: http://www.mariuzapregnolato.com.br/?cont=faq_sobre_o_que_e_ser_normal

Minha Alma (A Paz Que Eu Nao Quero) O Rappa


 A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)
As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar,
Prá tentar ser feliz?"
As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo!
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo, domingo!
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido...
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitindo.

O que são os transtornos de personalidade?


Os transtornos de personalidade afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo, o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio e/ou aos conviventes. 
Essas características, no entanto apesar de necessárias não são suficientes para identificação dos transtornos de personalidade, pois são muito vagas. A maneira mais clara como a classificação deste problema vem sendo tratada é através da subdivisão em tipos de personalidade patológica. 
 Ao nosso ver, esta forma é bastante adequada, pois se verifica na prática manifestações diversas e até opostas para o mesmo problema. O leitor entenderá melhor a necessidade da subdivisão dos transtornos de personalidade lendo os textos abaixo.

Generalidades
Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade. O traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros. 
Um exemplo: lavar as mãos é um hábito, a higiene é um traço, pois implica em manter-se limpo regularmente escovando os dentes, tomando banho, trocando as roupas, etc. Pode-se dizer que a higiene é um traço da personalidade de uma pessoa depois que os hábitos de limpeza se arraigaram. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade. 
O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido.
Por convenção, o diagnóstico só deve ser dado a adultos, ou no final da adolescência, pois a personalidade só está completa nessa época, na maioria das vezes. Os diagnósticos de distúrbios de conduta na adolescência e pré-adolescência são outros.

Transtorno de Personalidade Anti-Social

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Essas pessoas não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas, freqüentemente têm problemas legais e criminais por isso. Mesmo assim não se ajustam. Freqüentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais
Insensibilidade aos sentimentos alheios
  • Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente.
  • Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los.
  • Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas.
  • Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições.
  • Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis.

Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. 
Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas para tentar encobri-la justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. 
 Seu comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem claramente uma identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.
Aspectos essenciais
  • Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la.
  • Comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente.
  • Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem).
  • Sentimento de raiva freqüente e falta de controle desses sentimentos chegando a lutas corporais.
  • Comportamento suicida ou auto-mutilante.
  • Sentimentos persistentes de vazio e tédio.
  • Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional.

Transtorno de Personalidade Paranóide

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos razoáveis para pensar assim. A expressividade afetiva é restrita e modulada, sendo considerado por muitos como um indivíduo frio. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos freqüentes entre os paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ao contrário ofende-se intensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito.

Aspectos essenciais
  • Excessiva sensibilidade em ser desprezado.
  • Tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças cometidas.
  • Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas. Tendência a distorcer e interpretar maléficamente os atos dos outros.
  • Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real.
  • Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal.
  • Tendência a se autovalorizar excessivamente.
  • Preocupações com fofocas, intrigas e conspirações infundadas a partir dos acontecimentos circundantes.

Transtorno de Personalidade Dependente

Como se caracteriza ?
Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Estas pessoas precisam de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si mesmas. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados, não superam seus limites.
Aspectos essenciais
  • É incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas.
  • Permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida como onde morar, que profissão exercer.
  • Submete suas próprias necessidades aos outros.
  • Evita fazer exigências ainda que em seu direito.
  • Sente-se desamparado quando sozinho, por medos infundados.
  • Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo.
  • Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação.

Transtorno de Personalidade Esquizóide

Como se caracteriza ?
Primariamente pela dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o isolamento e o distanciamento sociais. A fraca expressividade emocional significa que estas pessoas não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva (namoro). Esses casos não devem ser confundidos com distimia.
Aspectos essenciais
  • Poucas ou nenhuma atividade produzem prazer.
  • Frieza emocional, afetividade distante.
  • Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva para como os outros.
  • Indiferença a elogios ou críticas.
  • Pouco interesse em ter relações sexuais.
  • Preferência quase invariável por atividades solitárias.
  • Tendência a voltar para sua vida introspectiva e fantasias pessoais.
  • Falta de amigos íntimos e do interesse de fazer tais amizades.
  • Insensibilidade a normas sociais predominantes como uma atitude respeitosa para com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa querida recentemente.

Trantorno de Personalidade Ansiosa (evitação)

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais. Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais
  • *É facilmente ferido por críticas e desaprovações.
  • Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos.
  • Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido.
  • Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso.
  • Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente.
  • Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.

Transtorno de Personalidade Histriônica

Como se caracteriza ?
Caracteriza-se pela tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e lábil (que muda facilmente de atitude e de emoções).
Aspectos essenciais
  • Busca freqüentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa.
  • Comportamento e aparência sedutores sexualmente, de forma inadequada.
  • Abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas.
  • Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro convulsivo em situações de pouco importância.
  • Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções.
  • Suas emoções apesar de intensamente expressadas são superficiais e mudam facilmente.
  • É imediatista, tem baixa tolerância a adiamentos e atrasos.
  • Estilo de conversa superficial e vago, tendo dificuldades de detalhar o que pensa.

Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica)

Como se caracteriza ?
Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal, intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho, achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa indecisa e cheia de dúvidas.

Aspectos essenciais
  • O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque muitas vezes detém-se nos detalhes enquanto atrasa o essencial.
  • Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado.
  • Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer.
  • Expressividade afetiva fria.
  • Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia).
  • Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade.
  • Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental)
  • Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo.
  • Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas sociais.
Última Atualização:15-10-2004
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 09 Liv 02 Arch Gen Psychiatry, 2001 58(6): 590-596
The Prevalence of Personality Disorders in a Community Sample
Torgersen Svenn 
FONTE: http://www.psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm