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Você sabia que o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens brasileiros entre 15 e 29 anos? O dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) é alarmante e remete a um problema de saúde pública no Brasil. A taxa de suicídios no país afeta cerca de 12 mil vidas por ano, representando quase 6% para cada para cada 100.000 habitantes o que coloca o Brasil logo atrás dos Estados Unidos nesse ranking.
Não é por acaso que, desde 2003, o dia 10 de setembro é celebrado como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, com o Brasil aderindo à campanha Setembro Amarelo há cinco anos.
Perfil das vítimas
Os números revelam uma realidade preocupante quando se analisa o perfil das vítimas brasileiras. A maioria é composta por homens negros, com idades entre 10 e 29 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio entre jovens estão relacionados a transtornos mentais, com a depressão liderando a lista, seguida pelo transtorno bipolar e abuso de drogas.
Além disso, fatores como desemprego, sentimentos de vergonha, desonra, desilusões amorosas e antecedentes de doenças mentais também são identificados como riscos para o suicídio.
"Setembro amarelo não é só uma cor ou uma data, é uma campanha de conscientização, de esclarecimento, e desmistificação sobre o que é o suicídio, e do porquê devemos estar atentos aos sinais de depressão entre os jovens. Falar sobre saúde mental no mundo pós-pandemia é urgente, no mundo virtual, mais ainda", reforçou a psicóloga da Unigranrio, Leila Navarro.
Fatores de risco na adolescência
A
adolescência é um período crucial de desenvolvimento e, como todas as
fases do desenvolvimento humano, apresenta desafios únicos. Ainda que o
adolescente possa ter uma boa saúde mental, mudanças físicas, emocionais
e sociais, bem como a exposição a fatores como a pobreza, abuso ou
violência, pode torná-lo mais vulnerável a problemas de saúde mental.
A
depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre
adolescentes globalmente, e as consequências de não abordar essas
condições afetam a idade adulta, prejudicando a saúde física e mental e
limitando oportunidades futuras.
Dentro do espaço escolar, por exemplo, é possível identificar quando um estudante apresenta sinais silenciosos, que podem estar atrelados aos sintomas de doenças como ansiedade e depressão. Os educadores são capazes de observar indicadores como isolamento, desinteresse e agressividade, o que pode se agravar caso não haja um olhar especializado para isso.
Saúde mental x internet
O uso extensivo de redes sociais e a internet pelos jovens têm potencial impacto na saúde mental. No Brasil, 66% da população, ou 140 milhões de pessoas, são usuários ativos em redes sociais, com a maioria acessando via dispositivos móveis. O tempo médio gasto nas redes sociais é de 3 horas e 34 minutos por dia. Esse novo perfil de internauta é jovem e passa a maior parte do tempo em um mundo virtual, o que pode prejudicar a habilidade de interação pessoal.
Além disso, o uso excessivo da internet e das redes sociais por jovens e adolescentes traz riscos potenciais, incluindo o compartilhamento de conteúdos inadequados, como pornografia, discriminação e ódio, bem como aliciamento moral e sexual, assédio, invasão de privacidade e cyberbullying. "A tecnologia e a utilização da internet é um caminho sem volta no mundo moderno, todavia, para os especialistas, é importante que se ofereçam ferramentas de autoconhecimento para que crianças e jovens estejam preparados para aproveitar a parte boa da revolução tecnológica", completou Gabas.
Para combater essa crescente crise, a OMS insta todos os países, incluindo o Brasil, a acelerarem a implementação do Plano de Ação Integral de Saúde Mental 20132030, que prevê medidas para a reorganização dos ambientes que influenciam a saúde mental e o fortalecimento dos sistemas de atenção, abrangendo lares, comunidades, escolas, locais de trabalho e serviços de saúde. Sugere ainda medidas como preparar pais, familiares e educadores para abordar o tema da saúde mental como parte da saúde integral. O auxílio de profissionais de saúde especializados é algo que pode fazer muita diferença para quem está em situação de vulnerabilidade.
FONTE: https://www.virandobixo.com.br/noticias/NOT,0,0,1863791,saude-mental-dos-jovens-brasileiros-desperta-preocupacao-crescente.aspx
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