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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FATORES QUE INFLUENCIAM NO SOFRIMENTO MENTAL E SUAS DIMENSÕES


FATORES QUE INFLUENCIAM NO SOFRIMENTO MENTAL E SUAS DIMENSÕES

TRANSTORNO OU DOENÇA MENTAL: É um desequilíbrio psíquico que pode se manifestar através de diversos sinais e sintomas e que dificultam o desenvolvimento da vida habitual da pessoa. “quando a pessoa não consegue mais lidar com os seus conflitos ou satisfazer suas necessidades básicas socialmente, quando fracassa no contato com os outros, pode ocorrer transtorno mental”. Os transtornos mentais são ADQUIRIDOS.
6. DEFICIÊNCIA MENTAL: É um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, coexistindo com limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, participação familiar e comunitária, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, de lazer e de trabalho. É congênito.
Critérios de saúde mental:
1.      Atitudes positivas em relação a si próprio;
2.      crescimento, desenvolvimento e auto-realização;
3.      integração e resposta emocional
4.      autonomia e auto-determinação
5.      percepção apurada da realidade
6.      domínio ambiental e competência social
Critérios de doença mental:
1.      Hipótese biológica: propõe disfunção anatômica e fisiológicas;
2.      Hipótese cognitiva: propõe as inexatidões ou déficits de desenvolvimento
3.      Hipótese psicodinâmica: sugere conflitos intrapsiquicos e déficits de desenvolvimento
XI. FATORES QUE INFLUENCIAM NO SOFRIMENTO MENTAL E SUAS DIMENSÕES
De uma forma simplificada, podemos dizer que três grupos de fatores influenciam o surgimento da doença mental: os físicos ou biológicos, os ambientais e os emocionais.
·        FATORES FÍSICOS OU BIOLÓGICOS: podemos defini-los como sendo as alterações ocorridas no corpo como um todo, em determinado órgão ou no sistema nervoso central que possam levar a um transtorno metal. Dentre os fatores físicos ou biológicos que podem ser a base ou deflagrar um transtorno metal, existem alguns mais evidentes, que avaliaremos a seguir:
a)     Fatores genéticos ou hereditários: quando falamos de fatores genéticos em psiquiatria, estamos falando de tendências, predisposições que o indivíduo possui de desenvolver determinados desequilíbrios químicos no organismo que possam leva-lo a apresentar determinados transtornos mentais.
b)    Fatores Pré-natais: as condições de gestação, dentre os fatores emocionais, econômicos e sociais, o consumo de álcool, drogas, cigarros e de alguns tipos de medicamentos podem prejudicar a formação do bebê, gerando problemas futuros que poderão comprometer sua capacidade adaptativa no crescimento e desenvolvimento, podendo facilitar o surgimento da doença mental.
c)     Fatores Peri-natais: peri-natal é tudo aquilo que acontece “durante” o nascimento do bebê. Em algumas situações o bebê pode sofrer danos neurológicos devido a traumatismo ou falta de oxigênio do tecido cerebral. Nesses casos dependendo da gravidade dos danos, a criança poderá desenvolver problemas neurológicos (como por exemplo, a epilepsia ou diversos tipos de atraso de desenvolvimento) que podem formar a base para futuros transtornos psiquiátricos.
d)     Fatores Ligados a doenças orgânicas: o transtorno metal pode também aparecer como conseqüência de determinada doença orgânica, tal como infecções, traumatismos, vasculopatias, intoxicações, abuso de substâncias e qualquer agente nocivo que afete o sistema nervoso central.

·              FATORES AMBIENTAIS: os fatores ambientais exercem forte influência sobre nossas atitudes e escolhas diárias, tanto externa quanto internamente, isto é, como nos sentimos e enxergamos a nós mesmos. As reações a cada estímulo ambiental se darão de acordo com a estrutura psíquica de cada pessoa, e essa estrutura psíquica está intimamente ligada às experiências que a pessoa teve durante a vida.
Para melhor compreensão, podemos dizer que os fatores ambientais podem ser: sociais, culturais e econômicos.
a)     Sociais: são todas as interações que temos um com o outro, nossas relações pessoais, profissionais e com outros grupos. Já ouvimos falar da importância de pessoas significativas em nossa infância e de como ficam marcadas em nós as suas formas de pensar e agir, assim como as reações que passamos a ter influenciam o comportamento de outras pessoas.
b)    Culturais: podemos lembrar de todo o sistema de regras no qual estamos envolvidos. Este sistema varia de país para país, de estado para estado, de grupo para grupo, e também de acordo com a época. Ou seja, noção de certo e errado, de bom ou mau varia muito dependendo do local e época em que estamos. Os mitos, as crenças, os rituais que nos cercam, nos dão as noções de bem e mal que são aceitas pelos grupos aos quais pertencemos, seja ele o nosso país, o nosso grupo religioso, a escola ou mesmo a nossa família.
c)     Econômicos: nesse tópico tanto podemos nos referir à nossa possibilidade mais direta de aquisição de bens, ou seja, “nosso bolso”, quanto às atuais condições sociais, onde a miséria, aliada à baixa escolaridade, pode levar ao aumento da criminalidade e esta ao aumento de tensão em nosso dia-a-dia.

·        FATORES EMOCIONAIS OU PSICOLÓGICOS: deixamos por último os aspectos emocionais, pois ao abordar este fator, estamos falando de formação de identidade, que se inicia justamente com a conjugação dos aspectos físicos e ambientais.
Cada pessoa vem a este mundo como ser único, diferente de todos os outros. Cada um de nós apresenta, mesmo ao nascer, uma forma de interagir com o mundo que influencia o comportamento de quem está à nossa volta e é influenciado por ele. Não é incomum as mulheres que possuem mais de um filho afirmarem que foram bebês totalmente diferentes: um dormia mais, outro chorava o tempo todo, ou estava sempre doente.
Também devemos lembrar que, quando nascemos, já trazemos conosco uma “história de vida”. Se fomos desejados ou não, se somos o primeiro filho ou o quarto, se nossa estadia na barriga foi tranqüila ou cheia de altos e baixos, se a mamãe fez uso de algum medicamento ou droga que tenha nos deixado mais agitados ou mais quietos, se tivemos ou não dificuldades maiores de parto, se fomos bem atendidos e fomos logo para perto da mamãe, ou se tivemos que ficar mais tempo longe (indo para uma  UTI neonatal, por exemplo), se a mamãe ficou bem após o nascimento (disponível para ficar com a gente) ou teve, por exemplo uma depressão puerperal.
Ao nascer, o bebê ainda não tem consciência de si mesmo ou do mundo à sua volta. Não consegue diferenciar suas sensações internas do mundo externo. Apenas consegue perceber sensações boas (prazerosas) ou más (desprazerosas).
A fralda molhada dá desprazer e ele chora. O colo da mamãe dá prazer e segurança e ele dorme. Quando o bebê não tem suas necessidades atendidas, ele não possui ainda a capacidade de suportar a sensação ruim para aguardara a boa. O bebê não diz para si mesmo: “Ah! Agora eu estou com fome, mas a mamãe não pode me dar de mamar  porque está tomando banho. Tudo bem! Quando ela sair do banheiro eu choro de novo”. Não! para o bebê recém-nascido, a fome é um desprazer tão intenso que, se não aliviada adquire tons de ameaça de destruição (mais ou menos como nos sentiríamos diante do fim do mundo). Nesses momentos o bebê experimenta profunda sensação de desamparo.
Cada vez que o bebê chora e é confortado, se forma um dos alicerces fundamentais para o restante da vida do bebê (e dificilmente a mãe se dá conta do papel fundamental desses momentos), pois, aos poucos, a criança vai construindo a noção de confiança, que é o ponto de partida para sentimentos como segurança, otimismo e fé na vida adulta. Além disso a formação do vínculo afetivo com a mãe ou pessoa substituta faz com que o bebê ganhe condições para amadurecer e voltar-se para conhecer e experimentar o mundo.

XII. NOÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL E ATIVIDADES LÚDICAS E EDUCACIONAIS
As comunidades terapêuticas surgiram a partir das observações clínicas de Maxwell Jones (1953). Psiquiatra do exército inglês, Jones começou a desenvolver esse modelo para soldados com traumas decorrentes da II Guerra Mundial. Com esse propósito, organizou um serviço de internação baseado em abordagens educativas, encenações dramáticas e discussões, dentro de um ambiente pautado pelas normas de convivência em grupo. Posteriormente, ampliou seu modelo para outras patologias crônicas. Jones considerava que seus pacientes "representavam o 'fracasso' na sociedade; eles advinham primordialmente de famílias desestruturadas e eram desempregados; inevitavelmente, desenvolveram atitudes anti-sociais na tentativa de se defenderem contra aquilo que lhes parecia ser um ambiente hostil"2. Para estes, a construção de padrões de relacionamento nunca adquiridos durante a vida só seria estimulada dentro de um ambiente grupal seguro e terapêutico.
Durante os anos 50, as comunidades terapêuticas ganharam grande notoriedade como uma alternativa para o tratamento psiquiátrico manicomial. As comunidades terapêuticas exclusivamente desenhadas para o tratamento da dependência de álcool e drogas começaram a surgir durante os anos sessenta. O modelo de tratamento preconizado pelos Alcoólicos Anônimos apareceu em 1935. Ele fora criado por Bill Wilson, então dependente de álcool, e pelo médico Robert Smith. Juntos, iniciaram um processo de recuperação baseado na ajuda mútua. Essa união resultou na criação da Alcoholics Foundation (1938) e na publicação do livro Alcoholics Anonymous (1939), um guia para a sobriedade, baseado na prática dos Doze Passos4. A essência dos Alcoólicos Anônimos é o modelo espiritual: o alcoolismo é entendido como uma condição na qual o indivíduo torna-se incapaz de superar-se por si só. A esperança de mudança consiste em entregar a vida a uma força superior e a partir daí, segui-la rumo à recuperação5. Wilson e Smith acreditavam em alguns preceitos fundamentais à recuperação: [1] praticar os Doze Passos, [2] confiar em um poder divino superior, [3] dividir experiências, forças e esperanças, [4] manter-se ativo, [5] um dia após o outro pelo resto de nossas vidas ("só por hoje não bebi"), [6] um aperto de mão, um sorriso e um abraço são sempre possíveis4.
A partir da compreensão de que o cliente pode vivenciar melhor o aspecto educativo através do lúdico, surgiram novas modalidades de atividades lúdicas e educacionais como a:
- MUSICOTERAPIA
É uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar no tratamento de problemas, tanto de ordem física quanto de ordem emocional ou mental. A musicoterapia como disciplina teve início no século 20, após as duas guerras mundiais, quando músicos amadores e profissionais passaram a tocar nos hospitais de vários países da Europa e Estados Unidos, para os soldados veteranos. Logo os médicos e enfermeiros puderam notar melhoras no bem-estar dos pacientes.
O musicoterapeuta pode utilizar apenas um som, recorrer a apenas um ritmo, escolher uma música conhecida e até mesmo fazer com que o paciente a crie sua própria música. Tudo depende da disponibilidade e da vontade do paciente e dos objetivos do musicoterapeuta. A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Através dos tempos, cada um de nós já teve, e ainda tem, a música em sua vida.
A música trabalha os hemisférios cerebrais, promovendo o equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a "afinação" do indivíduo, de maneira coerente com seu diapasão interno. A melodia trabalha o emocional, a harmonia, o racional e a inteligência. A força organizadora do ritmo provoca respostas motoras, que, através da pulsação dá suporte para a improvisação de movimentos, para a expressão corporal.
Sendo inerente ao ser humano, a música é capaz de estimular e despertar emoções, reações, sensações e sentimentos. Qualquer pessoa é susceptível de ser tratada com musicoterapia. Ela tanto pode ajudar crianças com deficiência mental, quanto pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão, estressadas ou tensas. Tem servido também para cuidar de aidéticos e indivíduos com câncer. Não há restrição de idade. Particularmente são indicados no autismo e na esquizofrenia, onde a musicoterapia pode ser a primeira técnica de aproximação.
Um bom exemplo disso tem sido o uso da musicoterapia, no auxílio do tratamento da doença de Alzheimer. Doença de caráter progressivo e degenerativo tem, entre seus primeiros sinais, o esquecimento, a dificuldade de estabelecer diálogos, as mudanças de atitude e a diminuição da concentração e da atenção.
A musicoterapia ajuda a estimular a memória, a atenção e a concentração, o contato com a realidade e o esforço da identidade. Trabalha-se ainda a estimulação sensorial, a auto-estima e a expressão dos sentimentos e emoções.

- LUDOTERAPIA

É a psicoterapia realizada através do lúdico, "do brincar" e tem como objetivo facilitar a expressão da criança. É através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com seus conflitos.
A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica usada no tratamento dos distúrbios de conduta infantis. Pode ser individual ou grupal. 
Baseia-se no fato de que o brincar é um meio natural de auto-expressão da criança.
A primeira análise realizada com uma criança foi a do Pequeno Hans (Sigmund Freud) e teve grande importância por demonstrar que os métodos psicanalíticos podiam ser aplicados também às crianças.
Coube a Melanie Klein desenvolver a técnica de análise de crianças. Ao iniciar seu trabalho na década de 20 desenvolveu um novo instrumento de trabalho que ficou famoso no mundo inteiro através da terminologia ¨A Técnica do Brincar¨.
Por meio dela foi possível alcançar as fixações e experiências mais profundamente recalcadas da criança e exercer uma influência importante em seu desenvolvimento.
Melanie Klein observou que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias.
Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. 
Assim como na análise de adultos, as brincadeiras infantis podem nos levar a conhecer os significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou imaginadas por elas, fornecendo à criança a possibilidade de elaborar tais situações.
A Psicoterapia Infantil, então ajudaria a criança a resolver fixações e a elaborar situações traumáticas do seu desenvolvimento.

- HORTICULTURA E JARDINAGEM
A horticultura é uma atividade ligada a plantação de hortaliças, que podem ser destinadas ao consumo humano sendo uma ótima fonte de terapia para os pacientes psiquiátricos, visto que a sistemática das atividades propostas pela horticultura e jardinagem criam no mesmo um senso de ordem e organização.
Jardinagem  é uma atividade (a arte de criar e de fazer a manutenção de plantas) com o objetivo de embelezar determinados locais, públicos ou privados. O paciente adepto da jardinagem, assim como o paciente adepto da horticultura apresentam excelentes resultados quanto ao prognóstico positivo de seus respectivos tratamentos.
 

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