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domingo, 23 de outubro de 2011

Id, Ego e Superego.

FORMAS DE FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA PSÍQUICA

Sigmund Freud identificou cada uma das formas de funcionamento da estrutura psíquica com nomes que nos parecem estranhos, pois têm sua origem na língua alemã.
ID: é o modo de funcionamento mais primitivo, aquele do bebê recém-nascido, onde predominam os impulsos e sensações corporais de forma mais desorganizada. Seria no ponto de partida de todo ser humano, a fonte básica de energia de nosso ser, que será organizada a partir de nosso contato como ambiente. O aparecimento da consciência eu/outro, da capacidade de espera, mostra o surgimento do ego (de acordo com as idéias de Freud).

EGO: é a parte de nós que lida com a realidade e negocia com ela as satisfações das necessidades geradas pelo ID. Por exemplo, quando sentimos fome estamos detectando o surgimento de uma necessidade.
Sabemos que para satisfazermos esta necessidade precisamos come algo, porque lembramos de outras vezes em que isto aconteceu (memória já é uma atuação do ego). Podemos decidir se vamos para a cozinha, a uma lanchonete, ou a um restaurante de luxo através da avaliação de quanto dinheiro temos para gastar com esta refeição (estamos buscando na realidade, meios adequados para a satisfação de nossa necessidade).
O ego tem três tarefas básicas: a nossa auto-preservação, nosso auto-controle (não é porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar” tal pessoa) e a nossa adaptação ao meio ambiente. Quando o indivíduo sofre de transtornos mentais, as funções adaptativas do ego geralmente são afetadas, especialmente nos transtornos psicóticos que se caracterizam por um vínculo precário com a realidade externa.

SUPEREGO: é a capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos a adquirir com o passar da infância. Esta seria a parte de nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de nossa espécie. Ter essa noção de certo e errado muitas vezes não chega a nos impedir de realizar determinadas ações, mas nos sinaliza que fizemos algo errado.

Estas três instâncias de nossa mente vivem, assim como o nosso corpo, em busca de um nível de equilíbrio que nos permita ter o máximo possível de experiências boas e o mínimo de experiências ruins. Mas nem sempre isso é fácil. Muitas vezes nos encontramos dentro de situações das quais não gostaríamos de participar, mas não vemos outra saída. Outras vezes, ainda, nos percebemos querendo e não querendo alguma coisa ao mesmo tempo. Nessas situações se estabelecem conflitos dentro de nós.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mecanismos de defesa.

Mecanismo de defesa ou ajustamento designa em psicologia em geral e na teoria psicanalítica em particular as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo a integridade do ego, onde o indivíduo não consiga lidar com situações que por algum motivo considere ameaçadoras. São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos no nível da consciência. As bases dos mecanismos de defesa são as angústias. Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os mecanismos de defesa ficam ativados.
Um conflito cria em nós certa angústia. Essa angústia é o que nos motiva a resolver esse problema. Porém nem sempre o indivíduo é capaz de resolver um problema de forma imediata e direta, pois nossos problemas pessoais não podem ser resolvidos através somente da razão. Isso se dá pelo fato de que os problemas pessoais têm um certo envolvimento emocional que diminui nossa objetividade, e consequentemente somos levados a resolvê-los de forma indireta e tortuosamente, buscando um ajustamento, a fim de adaptar-nos às exigências que nos são impostas pela sociedade em que vivemos.
Fonte: psiqueweb.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lei 10.216/2001.

Em 1989, o Deputado Paulo Delgado lançou o Projeto de Lei nº. 3.657, contemplando os principais pontos da reforma psiquiátrica, sendo aprovada a Lei 10.216, em 06 de abril de 2001, marco legal da Reforma Psiquiátrica, ratificou de forma histórica, as diretrizes básicas do SUS, garantindo aos usuários dos serviços de saúde mental, a universalidade de acesso e direto à assistência, bem como a sua integralidade. Valoriza a descentralização do modelo de atendimento, quando determina a estruturação de serviços mais próximos do convívio social de seus usuários, configurando redes assistenciais mais atentas às desigualdades existentes, ajustando de forma equânime e democrática as suas ações às necessidades da população.

LEI 10.216/2001
LEI 10.216, em 06 de abril de 2001, dispõe sobre a Proteção e os Direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e Redireciona o Modelo Assistencial em Saúde Mental
        Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
        Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
        Parágrafo Único: São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
        I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
        II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
        III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
        IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
        V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
        VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
        VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
        VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
        IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
        Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.
        Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
  § 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
  § 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
  § 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o.
        Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
        Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
        Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
        I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
        II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
        III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
        Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.
        Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente.
        Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
        § 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
        § 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
        Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
        Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.
        Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
        Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.

Prazer em servir.

Vejo que a Enfermagem, como arte e ciência é imprescendível para o cuidar do ser. Desde o início percebo que os estagiários do Curso Técnico em Enfermagem empenham-se pra mostrar um bom trabalho, conciliando a teoria aprendida em sala de aula com a prática do campo de estágio. Atualmente, estou trabalhando com uma ótima equipe do Curso Técnico em Enfermagem do Senac no campo de Estágio de Saúde Mental, na APAE.
É gratificante verificar que nossos alunos tem um alto cabedal teórico aliado a uma cada vez maior prática com os clientes portadores de deficiências e trantornos mentais. Acredito realmente que os verdadeiros profissionais da Enfermagem sentem-se felizes em servir ao próximo.

APAE

APAE: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Originou-se no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, na ocasião da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, procedente dos Estados Unidos, membro do corpo diplomático norte-americano e mãe de uma portadora de Síndrome de Down.

Motivados por aquela cidadã, um grupo, congregando pais, amigos, professores e médicos de excepcionais, fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Brasil.
A primeira reunião do Conselho Deliberativo ocorreu em março de 1955, na sede da Sociedade de Pestalozzi do Brasil. Esta colocou a disposição, parte de um prédio, para que instalassem uma escola para crianças excepcionais, conforme desejo do professor La Fayette Cortes.
De 1954 a 1962, surgiram outras APAEs. Pela primeira vez no Brasil, discutia-se a questão da pessoa portadora de deficiência com um grupo de famílias que trazia para o movimento suas experiências como pais de deficientes e, em alguns casos, também como técnicos na área.
Para uma melhor articulação de suas ideias, sentiram a necessidade de criar um organismo nacional. Criou-se então a Federação de APAEs. Fundada no dia 10 de novembro de 1962 funcionou durante vários anos em São Paulo, no consultório de Stanislau Krynsky. O primeiro presidente da diretoria provisória eleita foi Antonio Clemente Filho.
Em 1964, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, então presidente do Brasil, apoiou a iniciativa para a aquisição de um prédio. Construiu-se então, no terreno onde hoje se localiza a atual sede do Rio de Janeiro. Com a aquisição da sede própria a Federação foi transferida para Brasília. Adotou-se como símbolo a figura de uma flor ladeada por duas mãos em perfil, uma em posição de amparo e a outra de proteção.
A Federação, a exemplo de uma APAE, se caracteriza por ser uma sociedade civil, filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional com duração indeterminada, congregando como filiadas as APAEs e outras entidades congêneres, tendo sede e fórum em Brasília.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Coração e mente.

O que sentes? O que desejas? Amargura, desamparo, inobservância, ingratidão.
O que queres? Teus anseios, teus desejos, tuas memórias.
Não sois máquinas, seres imprecisos, sois homens.
Coração e mente.

Conferências de Saúde Mental.

Em 1986 a 8ª Conferência delibera pela necessidade de um Sistema Único de Saúde proposta que é ratificada na constituição de 1988. A idéia original do SUS era que congregasse todos os recursos para a saúde em um único órgão e que se redefinisse o atendimento com base em 3 princípios: a) a universalização das ações, b) a integralidade das ações, englobando tratamento, prevenção e recuperação; c) a hierarquização das ações, organização dos serviços p/ atendimento primário, secundário e terciário. Esse sistema deveria ser organizado com a participação e o controle da comunidade através dos Conselhos de Saúde.
Em 1987, acontece a I conferência Nacional de Saúde Mental, que tem como tema principal a discussão da cidadania e doença mental e propõe:
a) reversão do modelo hospitalocêntrico e psiquiatrocêntrico, dando prioridade ao sistema extra-hospitalar e multiprofissional;
b) não credenciamento pelo setor público de leitos hospitalares em hospitais psiquiátricos tradicionais, com redução progressiva dos existentes.
c) proibição da construção de novos hospitais psiquiátricos;
d) implantação de recursos assistenciais alternativos como hospitais-dia, lares protegidos, núcleos de atenção, etc.
Em níveis internacionais, a OMS reúne, em 1990 um conjunto de entidades, juristas e parlamentares da América Latina, USA e Espanha para discutir a atenção a saúde mental e o resultado é o que se chamou DECLARAÇÃO DE CARACAS, tendo os seguintes pontos principais:

1.    A atenção psiquiátrica hospitalar convencional não atende aos seus objetivos por:
·   Isolar o paciente do meio social, promovendo a segregação;
·   Afronta aos direitos civis e humanos;
·   Consumo de recursos financeiros
·   Não promove a aprendizagem.

2.    A atenção deve:
·   Salvaguardar a dignidade pessoal e os direitos humanos e civis dos pacientes;
·   Basear-se em critérios racionais e tecnicamente adequados;
·   Propender a manutenção do doente em seu meio comunitário.

3.    As legislações devem assegurar:
·   Respeito aos direitos humanos e civis dos doentes mentais;
·   Promover a organização de serviços comunitários que garantam o seu cumprimento.

4.    Que a capacitação de recursos humanos em saúde mental e em psiquiatria deve ser feita de acordo com um modelo de serviço de saúde comunitária que recomenda a internação psiquiátrica – quando necessária - devem ser feitas em hospitais gerais;
·   O desenvolvimento de programas que promovam a reestruturação da Atenção Psiquiátrica e a defesa e vigilância dos DH dos doentes mentais;

A psiquiatria e a enfermagem psiquiátrica no Brasil

 A psiquiatria e a enfermagem psiquiátrica no Brasil No início do século XIX, o Rio de Janeiro passava por uma reforma urbanística com vistas a tornar-se uma metrópole moderna; conseqiientemente, Vadios, mendigos e loucos - ou seja, pessoas que perturbavam a ordem pública e social - deveriam ser excluídas. Muitos eram internados nos porões da Santa Casa de Misericórdia, onde viviam em situação precária. A partir de denúncias e solicitações de médicos, o provedor da Santa Casa decidiu tomar medidas para a criação de urn hospício.
Em 1841, O imperador D. Pedro II determinou a construção do hospício, que veio a ser inaugurado em 1852. Assim, a primeira instituição psiquiátrica brasileira a ser criada foi o Hospício Pedro II, situado na Praia Vermelha (que naquela época era periferia da cidade), pertencente à Santa Casa. Essa instituição, seguindo o que era preconizado por Pinel para o tratamento moral, isolou o doente mental em urn espaço especialmente organizado para regular e normalizar sua vida. Nele, os guardas (ou "enfermeiros") vigiavam os doentes, enquanto eram vigiados pelas irmãs de caridade que administravam o hospício. Entre esses, urn grupo de 50 orfãs habitava o hospício e auxiliava na assistência aos loucos. Usavam-se meios de persuasão para que os doentes permanecessem calmos e obedientes; caso fosse necessário, meios repressivos (privação de visitas, de alimentos, colete de força) também podiam ser utilizados para garantir a obediência e a manutenção da ordem. Essas medidas eram determinadas pelos médicos, mas, como estes eram muito poucos, os guardas muitas vezes empregavam a força física no contato com os doentes.
A violência do hospício concentrava-se no enfermeiro, encarregado de amar­rar, conter ou de adotar qualquer outra medida autoritária. Com a proclamação da República, muita coisa mudou no hospício.
Dedicado até então a assistência caritativa, voltou-se para a ciência. Desanexado da Santa Casa, foi denominado Hospício Nacional de Alienados, e tendo o novo diretor, o psiquiatra Teixeira Brandão, limitado o amplo poder das irmãs de caridade, estas se retiraram abruptamente. O governo provisório da República mandou buscar então enfermeiras francesas do Hospital de La Salpetriere para substituir as irmãs, tendo também em vista a criação de uma escola para formar enfermeiros em psiquiatria.
A enfermagem francesa não havia aderido ao sistema Nightingale (como se sabe, Florence Nightingale, na Inglaterra, preconizava o ensino teórico siste­matizado, juntamente com a prática em hospital; exigia certo nível de escolari­dade dos alunos e recomendava que as escolas de enfermagem fossem dirigidas por enfermeiras, que decidiriam sobre o saber a ser transmitido as alunas); no entanto, a França era o maior expoente da psiquiatria na época, e o Brasil seguia as orientações francesas.
Nesse contexto, para suprir a mão-de-obra necessária e profissionalizar a mulher, foi criada, em 1890, a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras.
Em 1903, Juliano Moreira (1873-1933) foi nomeado diretor do hospício,já então intitulado Hospital Nacional de Alienados. Foi ele quem fez o corte entre a psiquiatria brasileira de inspiração francesa e a psiquiatria brasileira nos moldes alemães. Figura de destaque a época, tanto se ocupou da humanização do hospi­tal como do desenvolvimento do conhecimento cientifico na área da psiquiatria. Permaneceu no cargo de direção ate 1930. Nesse período, o hospital foi completamente modernizado, a fim de tornar-se o mais próximo possível do hospital geral, como preconizava a psiquiatria alemã. Foram abolidas as medidas de contenção (coletes, camisas-de-força), retiradas as grades e proposta a admissão voluntária dos "insanos". Mas o que mais preo­cupava Moreira era o rigor cientifico na assistência; lutava por laboratórios no hospital,  e empenhava-se em trazer médicos clínicos consagrados para trabalhar no hospital. Recomendava a clinoterapia - repouso no leito - e a balneoterapia - banhos prolongados, para os quais contava, distribuídas em cinco salas, com 18 banheiras fixas e três móveis. Preconizava também a praxiterapia - terapia realizada por meio de atividades -, propondo vários tipos de oficinas, tanto para distrair os pacientes como para proporcionar-Ihes o apren­dizado de urn oficio, como sapataria, marcenaria e cultivo da terra.
Juliano Moreira afirmava que o bom trabalho implicava compreender o alienado como doente; para isso, considerava fundamental selecionar bem os enfermeiros (escolhendo aqueles que tivessem mais "disposições naturais" para esse tipo de atividade), fornecendo-Ihes ensino e trabalho. Em 1905 reinaugurou a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (pois a tentativa de 1890 não havia durado), com uma turma de 23 alunos: 16 homens e sete mulheres. No entanto, não houve crescimento significativo da enfermagem psiquiátrica a partir dessa reinauguração.
Dada à tendência biológica da psiquiatria na época, surgiram muitas formas, no mínimo curiosas, de tratamentos físicos, nos quais a enfermagem tinha urn papel impor­tante. Alguns deles foram:
Malarioterapia: inoculação do germe da malaria - plasmodium - no doente, na crença de que, contraindo a malária, ele melhoraria da doença mental.
Choque hiperglicêmico ou coma insulínico: aplicação de insulina, em doses crescentes, até o paciente atingir o estado de coma; considerava -se necessário urn determinado número de comas - 25 ou 30, em média - para que houvesse efeito terapêutico.
Eletroconvulsoterapia ou eletrochoque: partindo da ideia de que esquizofrenia poderia ser “corrigida”  Ugo Cerletti criou, em 1928, uma maneira de provocar convulsão por baixa corrente transcerebral.
Psicocirurgia: em 1936, foi criada pelo neurologista português Egas Moniz a lobotomia, uma cirurgia que separa a conexão entre o tálamo e o lobo frontal.
Nos anos 30 aparece também à noção de prevenção, e, em 1946, a assistência aos psicopatas chega às penitenciarias, exigindo a inclusão de psiquiatras e psicólogos em seu quadro funcional. Por ultimo em 1995 são legalmente definidos a proteção e os direitos das pessoas com distúrbios mentais.
Fonte: Apostila de Saúde Mental - Senac Saúde.

Reforma Psiquiátrica.

Historicamente a loucura esteve muito tempo livre, seja por caridade cristã, na época medieval, seja por ser entendida como uma livre expressão do homem, na época do Renascimento. Com a revolução industrial, a necessidade de aproveitamento de mão de obra para a produção, apontou a necessidade de excluir do corpo social todo aquele que não pudesse produzir. Internam-se, então, não somente os loucos, mas tb os inválidos de todos os gêneros, os velhos, os nobres decadentes e esbanjadores, estes últimos sobretudo para que não dessem o mal exemplo a uma sociedade trabalhadora. Será apenas na segunda metade do século XVIII que Pinel vira trazer status cientifico ao tratamento da loucura, e aí, absorvendo claramente a ideologia da época, com um tratamento moral, que reeducava para o trabalho. A proliferação e superlotação dos hospícios até a metade do nosso século mostraram que o método de Pinel não era eficaz. Nos anos 50, com o surgimento dos psicofármacos e o conseqüente esvaziamento dos hospícios, tem início uma nova perspectiva para o tratamento dos deficientes mentais.
A partir desta época os hospitais psiquiátricos passam a se organizar com objetivos implícita e explicitamente definidos como:
1.           Terapêutico: transformar as pessoas, retirando-as de um estado de doença ou incapacidade;
2.           Socializador: persuadir os pacientes a internalizarem as normas e os valores dessa micro sociedade.
Na verdade, estes objetivos são cumpridos adequadamente. Quanto ao objetivo principal – o terapêutico, vislumbra-se algumas dificuldades: as causas das doenças mentais ainda não são claras, o que compromete uma abordagem terapêutica realmente eficaz. As várias formas de compreender a loucura, fruto de variados pressupostos teóricos, leva a uma pluralidade no atendimento que torna difícil a comparação de eficácia. A própria clientela desses serviços tem peculiaridades: a doença mental, não cursa necessariamente dor com sofrimento. O doente não sabe que está doente, alguém lhe confere esse status. As internações compulsórias transformam esses indivíduos em não cidadãos, pessoas desqualificadas no seu poder de verbalizar reivindicações por serem social e moralmente ilegítimas.
Retirado da apostila do Senac Saúde - AP - Saúde Mental.

Histórico da saúde mental (parte 2)

Apenas no século XIX surge a psiquiatria (Kraepelin, 1856-1926). Meados do século XX se observa nos hospitais significativa diminuição de internação e maior nº de altas. Esta situação determinou a necessidade de criação de novas instituições e/ou dispositivos de assistenciais, nos quais o doente recebesse tratamento, sem necessariamente desvincular-se do seu ambiente familiar e social.
No Brasil, os primeiros registros de momentos e períodos importantes na área de psiquiatria vinculados a uma assistência organizada e inserida em uma política de saúde mental datam de 1848. No inicio do século XX são criadas as duas primeiras cátedras de psiquiatri e doenças nervosas, a fim de preparar médicos p/ cuidar dos doentes segundo teorias e praticas européias.
Nos anos 30 aparece também a noção de prevenção, e, em 1946, a assistência aos psicopatas chega nas penitenciarias, exigindo a inclusão de psiquiatras e psicólogos em seu quadro funcional. Por ultimo em 1995 são legalmente definidos a proteção e os direitos das pessoas com distúrbios mentais.
A exclusão social e a ausência de cuidados que atingem de forma histórica e continua, aqueles que sofrem de transtornos mentais, apontam para a necessidade de reversão de modelos assistenciais que não contemplam as reais necessidades de uma população. Dados indicam que (Harvard – Murray e Lopez, 1996) das 10 doenças mais incapacitantes em todo o mundo, 5 são de origem psiquiátrica: depressão, transtorno afetivo bipoIar, alcoolismo, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo.

Para refletir.

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Édipo Rei.

Édipo era filho de Laio, rei de Tebas, e de Jocasta, sua esposa: O rei soube por um oráculo que estava fadado a ser assassi­nado por um filho varão. Quando nasceu um menino, o rei entregou-o a um pastor para dei­xá-lo no monte Citeron para morrer. Entre­tanto, condoído, o pastor entregou a criança ao rei de Corinto, Políbio, que não tinha filhos. Quando Édipo chegou à puberdade e um oráculo lhe disse que mataria seu pai e formaria uma união incestuosa com sua mãe, decidiu não regressar a Corinto para junto daquele que supunha ser seu pai. Em seu caminho encon­trou Laio, a quem matou numa contenda. Quando Édipo chegou a Tebas, a Esfinge apre­sentou-lhe um enigma para que resolvesse. Édipo resolveu o enigma, e os tebanos, em prova de gratidão, deram-lhe Jocasta como esposa. Quando finalmente, através de Tirésias, desco­briu a relação existente entre ele e sua esposa, Édipo vazou os olhos, enquanto Jocasta se en­forcava. Édipo saiu de Tebas e passou a levar a vida errante de um vagabundo, acompanha­do de sua filha Antígona, sendo finalmente destruído pelas divindades vingadoras, as Eu­mênides.
Os psicanalistas encaram a situação de Édipo, como sendo uma característica humana geral. Durante a fase final da infância, a criança passa por um processo mental onde há uma mudança nos interesses sexuais. A carga energética troca de alvo, em relação aos pais. Normalmente, o menino fica principalmente ligado à mãe, a menina ao pai. A solução da luta determina o caráter das reações subseqüentes da criança. Durante o período de latência, o complexo de Édipo é normalmente abandonado, em favor de atividades e interesses extraparentais. Com o advento da puberdade, a situação edipiana infantil original é despertada de novo, sendo normalmente dissolvida pela canalização de in­teresses para outras pessoas.

Fernanda Luiza

Rua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração
Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza

Maurício.

Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um
sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que eu vou?
Eu vi você voltar pra mim
Eu vi você voltar pra mim
Eu vi você voltar pra mim...

Pedido

Lembro que minha mãe me dizia que ao ver uma estrela cadente, devia-se fazer um pedido. O que vocês pediriam ?

Mudar

Andar, alimentar, beber, viajar, transgredir, aliviar, deglutir, acalmar.
Mudar: a única certeza da vida.

Metamorfose Ambulante

Raul Seixas

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Como relaxar a mente.

As vezes ou quase sempre a gente se sente cansado depois de um longo dia de trabalho, e quase nunca temos tempo pra gente mesmo, ou não damos tanta atenção para relaxar e descansar a mente, mas segundo especialistas quem trabalha mais de seis horas por dia precisa de um relaxamento depois do trabalho par poder agüentar o outro dia e preparar o corpo para mais uma jornada.
Confira abaixo algumas dicas para relaxar e descansar a mente que você pode fazer em casa, ou em um lugar aberto e descontraído, acompanhado ou sozinho.
Procure sempre andar descalço na grama depois de um dia de trabalho e de preferência faça isso antes de ir trabalhar também. Se onde você morar não tiver um amplo espaço faça isso sobre a cama.
Coma uma fruta ou o que você quiser, acompanhado de um chá ou refresco e deite por cerca de 10 minutos relaxando a mente e deixando as coisas impossíveis de se resolver no mesmo dia para o outro dia.
Se tiver condições tome um banho de sais e minerais por cerca de 5 minutos, ou use apenas algumas gotas de óleos tranqüilizantes para a pele e a mente logo se adapta a esse estilo de vida leve e você verá que seus dias serão melhores. 
Retirado do site: http://www.alienado.net/dicas-para-relaxar-e-descansar-a-mente/

ótimo site sobre deficiências mentais

http://saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=1675

Deficiência e doença mental

Devemos enfatizar que o portador de deficiência mental não tem alterada a percepção de si mesmo e da realidade e é, portanto, capaz de decidir o que é melhor para ele.

Quando a percepção encontra-se alterada, a condição é denominada doença mental, tratando-se de um quadro totalmente diferente da deficiência mental, mesmo apesar do fato de que 20 a 30% dos deficientes mentais apresentem associação com algum tipo de doença mental, como a síndrome do pânico, depressão, esquizofrenia, entre outras.

Doenças mentais, que podem e devem ser tratadas, afetam o desempenho dos indivíduos, pois prejudicam, primariamente, outras áreas do funcionamento, que não a inteligência, como por exemplo, a capacidade de concentração e o humor."

A fonte é o site da Rede Saci, que ajuda pessoas com algum tipo de deficiência e suas famílias a se integrarem na sociedade, http://www.saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=1675

É um site muito interessante, no qual você poderá encontrar mais informações sobre, não só a deficiência intelectual, como outras. 
Retirado do site: http://priscilaconte.blogspot.com/2009/04/diferenca-entre-deficiencia-e-doenca.html

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/77/artigo150228-1.asp

Recomendo a leitura deste site.

Assim ou assado?

Gordo ou magro? Rico ou pobre? Preto ou branco? Assim ou assado? Parece que a humanidade só possui duas notas: 08 ou 80, não existe meio-termo. Não existe o mais ou menos, não existe o aparentemente, não existe o cinza. Ou você está de um lado da navalha ou do outro. Pois bem, digo que existe sim o meio-termo, existe sim o mais ou menos, o aparente, o semi, a metade. Não se sente só o amor ou só o ódio, existe a indiferença. Não existe o COMPLETAMENTE são, ou o COMPLETAMENTE louco, visto que, como diria o velho ditado "de médico e louco todos temos um pouco". Que acabem os rótulos! Viva a diversidade" Viva o semi! Viva a metade! E acima de tudo, viva a sua vida, sem identificações pré-definidas.

As doenças mentais tem cura?

As Doenças Mentais têm cura tanto quanto as doenças da cardiologia, da endocrinologia, da reumatologia, da neurologia e assim por diante. A medicina tem como primeira obrigação definir se a pessoa que a procura É ou ESTÁ doente. Se estiver doente, a possibilidade de cura definitiva é enormemente maior do que nos casos da pessoa ser doente.
Citamos outras especialidades médicas para que se compare os problemas da psiquiatria com, por exemplo, a hipertensão arterial; quando, exatamente, podemos falar em cura da hipertensão arterial? Quando, exatamente, podemos falar em cura da diabetes?... do reumatismo?... da asma?...
, podemos ver que a medicina está cheia de situações onde, felizmente, podemos controlar a pessoa portadora de alguma doença para que viva o mais próximo possível do normal. Em outros casos podemos falar em cura, como por exemplo, na pneumonia (e outras infecções), na cólica de rins, na diarréia... etc. São situações onde a pessoa ESTÁ doente.
Doenças Mentais mais atreladas à maneira da pessoa ser, mais inerentes à sua personalidade, podem ser muito bem controladas pela psiquiatria, enquanto as situações reativas, onde a pessoa apresenta uma alteração repentina em seu psiquismo, podemos falar mais facilmente em cura definitiva.
Retirado do site: http://gballone.sites.uol.com.br/voce/doen.html#3

o que é doença mental?


O que é Doença Mental?
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e mal-estar.
2. – Como posso saber o que é e o que não é normal em psiquiatria?
Quem é louco ou quem é normal é um assunto que tem estimulado discussões infindáveis. Muitas vezes as pessoas afirmam, num desabafo e por razões pejorativas, que “fulano é louco”. Fazem isso não com intenção de atribuir um diagnóstico, como fariam com outra doença, como por exemplo “fulano é diabético”, mas com intenções francamente ofensivas.vezes, de acordo com certas conveniências, as pessoas lançam mão da retórica cansativa sobre a impossibilidade de rotular-se alguém de louco, uma vez que a definição do normal é imprecisa. Mas isso é mentira.
Pelo critério estatístico, normal seria o mais freqüente, numericamente definido, aquilo que é compatível com a maioria. Em medicina, de um modo geral, ao se estabelecer a dosagem normal de glicose no sangue das pessoas, verificou-se a média das dosagens num grupo de indivíduos tomando-a como padrão de normalidade. Da mesma forma como se fez com tantos outros parâmetros antropológicos de normalidades: pulsação, tensão arterial, correspondência peso-altura, duração do ciclo menstrual, acuidade visual, etc.
Este critério estatístico tem um valor complementar e deve servir apenas como um parâmetro de não-normalidade, mas não significa, obrigatoriamente, doença. O termo DOENÇA, por sua vez, implica sempre em prejuízo e morbidade, portanto, precisamos, depois de utilizarmos o critério estatístico, do chamado critério valorativo.
A gravidez de gêmeos, por exemplo, embora não seja estatisticamente normal, jamais poderá ser considerada doença porque lhe falta o critério valorativo.Pelo critério valorativo podemos considerar que, em não havendo prejuízo ao indivíduo, ao seus semelhantes e ao sistema sócio-cultural, toda tentativa de destacar-se dos demais deverá ser sadia e desejável. Interessa, ao critério valorativo, o VALOR que o sistema sócio-cultural atribui à maneira do indivíduo existir. Mas podemos confundir este valor, o qual emana do sistema sócio-cultural, como sendo uma pretensa e exclusiva atribuição tirânica de fiscalização das normas, como sugere o discurso da antipsiquiatria, devemos considerar o sistema sócio-cultural como alguma coisa muito abrangente; os valores abrangem desde as concepções éticas, estéticas, morais, até as concepções científicas e fisiológicas que este mesmo sistema reconhece como válidos.
retirado do site http://gballone.sites.uol.com.br/voce/doen.html

domingo, 16 de outubro de 2011

Excelente site sobre saúde mental e psiquiatria.
No início a doença mental atribuída a maus espíritos, almas perdidas, deuses, magos, demônios. Curandeiros e feiticeiros “curavam” as doenças mentais com mandingas, simpatias. Hipócrates (séc V a.C) falou pela primeira vez em mania, melancolia, histeria e psicose pós-parto enquanto o filósofo romano Empédocles afirmava que fortes emoções como o amor e o ódio poderiam levar o indivíduo a loucura.
Galeno (séc II d.C) estudou o sistema nervoso e concluiu que este era a sede da alma. Criou a teoria da alma racional – dividida em externa e interna. Na Idade Média, os loucos eram vistos como pessoas possuídas por demônios. Então surgiram as cerimônias de exorcismo para eliminar o “mal” destas pessoas.  Na cidade de Valência (Espanha) em 1400, é o provável  primeiro asilo de “loucos”, chamado Santo Papa Benedito XIII.
No século XVII, na Europa, foram criadas as primeiras casas de internação, com a finalidade de abrigar os desviantes: loucos, mendigos, libertinos, doentes, pobres, moribundos”. Não podemos falar em recuperação, estes locais eram apenas depósitos de pessoas.  No século XVIII surgem as primeiras casas de internação específicas para os doentes mentais.  Estes pacientes eram isolados em masmorras, acorrentados e mal alimentados. Na  Inglaterra houve a  criação das instituições Bedlam e St. Luke, iniciativa de William e Samuel Tuke que fundaram o conceito do “retiro” entre os membros da comunidade “quaker”. Estes retiros eram locais aprazíveis, bucólicos, que abrigavam os doentes mentais. Em Florença, Itália, criado em 1789, o Hospital Bonifácio pregou em seu estatuto interno o respeito ao portador do transtorno mental.
Finalmente, surge na França, século XVIII, Philippe Pinel – médico que aderiu aos ideais da Revolução Francesa. Para Pinel o alienado ainda possuía um “pouco” de razão, daí a idéia de que a loucura era uma doença, e assim sendo, passível de tratamento e cura. Pinel era médico e tinha por objetivo criar uma ciência da doença mental. Mais tarde, graças a seus estudos e enorme contribuição de Jean-Baptiste Pussin (considerado o primeiro Enfermeiro Psiquiátrico da história) iniciou-se o processo de real tratamento ao doente mental.

Sejamos felizes, dentro de nossas possibilidades, vivendo um dia após o outro.

Balada do louco (os mutantes)

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz