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segunda-feira, 31 de março de 2014

Chico Anysio sofria de depressão

O humorista Chico Anysio afirmou que sofre de depressão e disse que, se não fosse o tratamento psiquiátrico, não teria feito nem 20% do que fez em sua vida. 
Em tratamento há 24 anos com um psiquiatra, Chico Anysio afirmou que o tratamento para o seu caso foi vital e que o preconceito contra o doente mental e o psiquiatra é uma burrice: “Ir ao psiquiatra não significa que ele é doido. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A depressão é uma coisa, a loucura é outra, com tratamentos diferentes”. Em um momento de descontração, o ator propôs que se mudasse o nome da especialidade que atende o doente mental por que a palavra psiquiatria ficou marcada como “médico que cuida de doido”.
O preconceito assim como a falta de atendimento ao doente mental, para o comediante, é um crime. “Se eu posso, se eu tenho meios de ajudar e curar uma pessoa e não faço isso, eu sou um criminoso. Isso é um crime. O governo tem esse dever, ele não tá fazendo favor nenhum em colocar os remédios ao alcance dos pobres, é obrigação. Ser pobre não é defeito, é uma infelicidade. Não ter dinheiro para o remédio é um absurdo”, ressaltou.
Sobre a depressão,Chico foi enfático: “a depressão é um demônio, é como um gás letal, ela entra e a pessoa não sente que esta deprimida. Os outros descobrem que ela está e ela tem que ir a um médico”. Para Chico Anysio, “ser psiquiatra é louvável por que a psiquiatria é um dos ramos mais complexos da medicina”.
Para um auditório lotado, Chico Anysio também falou sobre aquele que considera o único arrependimento de sua vida: ter fumado. “Sou do tempo que macho fuma. Os artistas de cinema incentivavam. Todos fumavam naquele tempo. Fumar era chique”, afirmou Chico, que hoje sofre com um enfisema pulmonar. O comediante disse que é muito importante o fato de a psiquiatria poder ajudar o fumante a se livrar do vício. “O meu grande mal não foi a depressão, foi o cigarro. O grande criminoso da minha vida foi o cigarro. A depressão, eu entendi o que era e puder pagar os remédios e o psiquiatra. Eu venci por que ela é vencível, é controlada. É só ir ao psiquiatra e tomar os remédios. Agora, se os psiquiatras também podem ajudar a se livrar do cigarro, então a psiquiatria é a rainha”, afirmou.
A campanha “A Sociedade contra o Preconceito” foi lançada nesta quarta-feira com o depoimento de Chico Anysio. O objetivo do projeto é diminuir o estigma em relação à doença mental, ao doente mental e ao Psiquiatra. Também vão participar dessa atividade, nos próximos dias do XXIX CBP, a atriz Cassia Kiss Magro, o locutor esportivo Luciano do Valle e o escritor Ruy Castro.
FONTE: http://www.cbpabp.org.br/hotsite/chico-anysio-diz-que-tramamento-psiquiatrico-foi-fundamental-para-enfrentar-depressao/

domingo, 30 de março de 2014

Leve desespero - Capital Inicial.


Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria
Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?
Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir
As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia
Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui
Composição: Fé Lemos / Fl / Loro Jones

segunda-feira, 24 de março de 2014

Transtornos mentais no trabalho










Segundo pesquisa realizada pela equipe média da USP (Universidade de São Paulo), especializada em medicina do trabalho, um ambiente de trabalho que oferece pouco apoio social, altos níveis de cobranças e baixo controle sobre as tarefas e recompensas insuficientes são as principais causas de afastamentos de profissionais. No Brasil, as doenças e transtornos mentais são a terceira causa de afastamento do trabalhador.

A amostragem da USP aconselha análise sobre as condições psicossociais no ambiente laboral, e sugere a implementação de projetos preventivos e fiscalização por parte das autoridades e órgãos públicos. Em nosso país, na maioria dos caos, o afastamento causado pelo transtorno mental é superado em número de casos somente por doenças de traumas e doenças osteomusculares.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o transtorno mental poderá se tornar na principal causa de afastamento em todo o mundo. Segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), no ano de 2011, cerca de 211 mil pessoas foram afastadas por causa de doenças mentais. O valor pago para novos benefícios de afastamento tem preocupado o governo.

Por outro lado, além da pressão e da falta de condições laborais, a má remuneração e a falta de recompensa fidedigna à dedicação do trabalhador são fatores que estimulam um quadro de problemas mentais, acompanhados de possíveis ameaças de demissão e de assédio moral. O médico Silva Júnior da USP, conseguiu entrevistar 385 pessoas que solicitaram benefícios em unidades de perícia do INSS no centro de São Paulo, desse grupo, 160 apresentaram transtornos mentais.

A pesquisa considerou questões como “qual o trabalho desempenhado”; “tempo de trabalho”, “condições de trabalho”; e tentou perceber a presença de fatores psicossociais relacionados a um trabalho de ritmo estressante. A condição de saúde dos trabalhadores também foi levada em conta.

A pesquisa detectou que os maiores riscos de afastamento causado por doenças mentais ocorrem mais em mulheres, com alto nível de escolaridade, mais de 11 anos de estudo, e com vícios no fumo e em bebidas alcoólicas. A violência no local de trabalho é outro forte fator gerador de  distúrbios mentais.

Quando as relações interpessoais são negativas e de baixo nível de consideração e confiança, a probabilidade do  ambiente ser estressante e negativo aumenta, local em que as pessoas se esforçam muito e não recebem recompensa e apoio social.
Fontes:
http://envolverde.com.br/saude/transtorno-mental-resulta-em-longos-afastamentos-do-trabalho/
http://www.usp.br/agen/?p=136538
http://www.infoescola.com/psicologia/transtorno-mental-no-trabalho/

sexta-feira, 21 de março de 2014

Somos todos especiais e imperfeitos

Neste Dia Mundial da Síndrome de Down me dei uma missão. Contar aqui no blog a história da minha amiga Joyce, que teve filhos gêmeos e só descobriu que um deles era portador da síndrome depois do nascimento dos meninos. O ultrassom morfológico fetal que avalia a translucência nucal – excesso de líquido na região da nuca que pode indicar a síndrome – não apontou qualquer problema no bebê. Tampouco outros exames mostraram problemas cardíacos no feto.
Há quase 7 anos, ela entrava na sala de parto às pressas após 36 semanas de gestação. Depois de enfrentar um parto estressante, Jó (vou chamá-la pelo apelido aqui, ok?) e o marido, Daniel, receberam de maneira desajeitada do médico duas notícias que foram como se tivessem tirado o chão debaixo dos seus pés: os dois filhos precisariam ficar na UTI neo-natal por alguns dias. Gustavo porque havia a suspeita de ser portador de síndrome de Down e o Pedro por ter nascido em sofrimento fetal, com dificuldades cardio-respiratórias. Momento de susto e dor para a minha amiga, que até então nem tinha pegado seus bebês no colo, acariciado e sentido o cheiro deles. Sim, médicos sofrem de despreparo e falta de tato...
E no meio desse turbilhão de emoções o casal fez um pacto de união, um precisava do outro mais que tudo naquele momento. E decidiram só contar aos amigos quando estivessem mais preparados, informados e maduros em relação a essa nova realidade, que eles não esperavam, mas que teriam que encarar não de frente, mas de dentro.
O início de vida a quatro foi bastante tumultuado e cercado de cuidados com os dois meninos, que passaram nove dias internados na UTI. ‘Voltar para casa sem eles é uma ferida que não sei se vai cicatrizar’, me confessou Joyce há alguns dias quando falávamos sobre este post.
E a vida seguiu... Pedro não ficou com nenhuma sequela após o nascimento e Gustavo recebeu estimulação precoce logo nos primeiros meses de vida. Taí um conselho importante para quem tem filho com síndrome de Down. Quanto mais cedo ele for estimulado, mais possibilidades tem de vencer as limitações que a doença genética lhe impõe. Fonoaudióloga, terapias, fisioterapias, esportes, aulas de pintura e instrumentos musicais, tudo que estiver ao alcance deve ser colocado à disposição de uma criança que nasce com Down. No fim do post elenco instituições que podem ajudar.
Gustavo pratica equoterapia e judô (Fotos: Arquivo pessoal)
Anos depois, Pepe e Guga estão ótimos! Mas não foram anos fáceis não. Muita busca, aprendizado, paciência, mas muitas alegrias. Joyce e Daniel passaram por situações que qualquer casal que decide ter filhos vive. Não são exclusivas para pais de crianças especiais e não são excludentes para pais de crianças ‘normais’, até porque, de perto ninguém é normal.
Tabu
Gustavo leva uma vida muito parecida com a do irmão Pedro. Frequentam a mesma escola, comum e inclusiva, estão na mesma série, mas em turmas diferentes. Para Joyce, é fundamental que os filhos estudem na mesma escola, mesmo que de uns tempos para cá o Gustavo venha tendo um pouco mais de dificuldade no aprendizado do que o Pedro. ‘Precisa explicar com calma e ele aprende igual aos outros’, disse uma amiga do Guga para o professor recentemente.
A escola inclusiva respeita a individualidade e o tempo de cada aluno e dá oportunidade às crianças de experimentarem desde cedo a diversidade. Mas para receber crianças especiais, essas escolas devem estar preparadas também para enfrentar o preconceito: ‘Alguns pais podem ficar com receio de que a presença de um aluno com Down em sala de aula possa desviar a atenção da professora e dificultar o aprendizado das outras crianças. Na verdade, em escolas onde a inclusão é uma realidade verdadeira, a presença de uma criança com dificuldade representa mais um desafio para toda a classe e é visto de maneira positiva e construtiva. Em pouco tempo estes pais compreendem o lado positivo desta situação, quando seus filhos demonstram uma maturidade inesperada ao lidar com o problema.’
Os garotos dividem os amigos e levam uma vida social agitada. Também brigam de vez em quando, claro! Mas é desta forma que qualquer molequinho vive e se sente incluído, parte da familia.
Faz alguns anos o casal recebe e apoia famílias que também têm filhos especiais e depois de terem convivido com tanta gente que enfrentou o susto do nascimento, a famigerada hora da notícia e as buscas do dia a dia, Jó dá aqui uma aula de positividade, que considero uma grande mensagem: ‘Aprendi que tudo na vida depende da maneira como você vê o copo com água pela metade: meio cheio ou meio vazio. E isso não vale apenas para exemplos como o meu. Esta visão positiva ou negativa dos fatos do cotidiano vale para tudo!’
Joyce com os filhos Gustavo e Pedro (Fotos: Shirly Glikas/Arquivo pessoal)
Nesse Dia Mundial da Síndrome de Down, quis contar aqui um pouco da história do Gustavo, mas é impossível contá-la sem falar do seu irmão e companheiro para sempre, Pedro, esse dois danadinhos, quer dizer, ‘um danadinho e outro Downadinho’, como costuma brincar minha amiga com seus gêmeos.
Jó, minha missão aqui foi bem pequenina se comparada com a sua minha amiga! Que sorte do Guga ter nascido na sua família, que o recebeu com tanto amor. Quem dera todas as crianças especiais tivessem esse privilégio...
Ser mãe não é tarefa fácil para nenhuma mulher, mas é fundamental exercê-la dando o nosso melhor todos os dias. Minha homenagem a Joyce Lukower Garbuglio e seu filho Gustavo, minhas inspirações para este post. Querida, muito obrigada pela sinceridade e por compartilhar com todos nós sua história, que é exemplo de maturidade e amor.
FONTE: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/mamae-eu-quero/somos-todos-especiais-e-imperfeitos-174139700.html

terça-feira, 18 de março de 2014

18 DE MAIO: DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

A adoção de um sistema mais humanizado de atendimento psiquiátrico está no foco de atenção do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio.

A data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental ocorrido em 1987, na cidade de Bauru (SP), ocasião em que foi lançado o primeiro manifesto dos trabalhadores em saúde mental por uma sociedade sem manicômios. No documento, os trabalhadores recusam o papel de agente da exclusão e da violência institucionalizada e que desrespeita os direitos da pessoa humana.

Quase 20 anos se passaram até que as mobilizações em torno do tema culminassem com a publicação da lei 10.216/01, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica. A legislação redireciona o modelo assistencial em saúde mental, propondo o enfoque nos direitos humanos.

A implementação da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial está entre os temas de atuação da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, que atua a partir de dois eixos estratégicos: a implementação de políticas públicas para garantir à pessoa com transtorno mental a perspectiva de recuperação pela inserção na família, no trabalho e na sociedade; e o cumprimento da medida de segurança tendo como base a Lei 10.216/01.

Cartilha Direito à Saúde Mental – Como parte dessa mobilização, a PFDC lançou a Cartilha Direito à Saúde Mental. Destinada a usuários do sistema de saúde mental, familiares e toda a comunidade, a publicação reúne – em uma linguagem clara e acessível – perguntas e respostas sobre aspectos como saúde integral, direitos da pessoa com transtorno mental, modos de tratamento, interdição, condições para internação, delitos, uso abusivo de drogas e exames/prontuários.

O objetivo da cartilha é informar os cidadãos acerca do direito à saúde mental, de modo a que possam conhecer e exigir dos poderes públicos o cumprimento de seus deveres. A publicação foi produzida em parceria com o Conselho Federal de Psicologia, o Conselho Federal de Enfermagem, o Conselho Federal de Serviço Social e o Conselho Federal de Medicina, além de membros do Ministério Público Federal e especialistas no tema.

A versão digital da cartilha está disponível na página eletrônica da PFDC e pode ser reproduzida, desde que mencionada a fonte. Acesse: http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/temas-de-atuacao/saude-mental
FONTE: http://direitoasaudemental.blogspot.com.br/2013/05/18-de-maio-dia-nacional-da-luta.html

quarta-feira, 12 de março de 2014

Jovens dos EUA têm mais transtornos mentais, mostra estudo


AGÊNCIA ESTADO
Um novo estudo concluiu que aumentou em cinco vezes o número de estudantes do ensino médio e de faculdades, nos Estados Unidos, que enfrentam transtornos mentais como a ansiedade. A comparação foi feita a partir de jovens da mesma idade da época da Grande Depressão, nos anos 1930.
As conclusões, colhidas em respostas a um popular questionário psicológico usado desde 1938, confirma o que conselheiros em campi por todo o país suspeitavam: há hoje em dia mais estudantes enfrentando estresse, na vida escolar e em outras áreas.
"É outra peça do quebra-cabeças - sim, isso parece ser um problema, e já há mais jovens que se referem à ansiedade e à depressão", notou o professor de psicologia da Universidade do Estado de San Diego Jean Twenge, autor principal do estudo. "A próxima questão é: o que fazer quanto a isso?"
O estudo, divulgado nesta segunda-feira, 11, não aponta uma correlação definitiva para o aumento dos casos. Twenge e outros profissionais de saúde especulam que uma cultura crescentemente focada no externo - em questões como riqueza, aparência e status - contribuiu para o aumento dos problemas de saúde mental.
Pesquisadores de cinco universidades analisaram respostas de 77.576 estudantes de ensino médio e de faculdades, de 1938 a 2007. Os resultados completos serão divulgados em uma futura edição da revista científica Clinical Psychology Review.
No total, uma média de cinco vezes mais estudantes, em 2007, ultrapassaram os limites para um ou mais transtornos mentais, em comparação com 1938. Em algumas categorias esse aumento foi ainda maior: houve aumento de seis vezes na categoria "hipomania" - uma medida de ansiedade e otimismo irrealista - e também na categoria "depressão".
Twenge disse que os números atuais devem ser ainda maiores, pois há entre os pesquisados jovens que tomam antidepressivos e outros medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas estudados.
A pesquisa também registra um aumento no quesito "desvio psicopático", que é um comportamento psicopático em uma forma muito mais leve, definido por problemas com autoridade e um sentimento de que as regras não se aplicam a você. A porcentagem de jovens com altos índices nesta categoria aumentou de 5% em 1938 para 24% em 2007. As informações são da Associated Press.
FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,jovens-dos-eua-tem-mais-transtornos-mentais-mostra-estudo,493746,0.htm

domingo, 9 de março de 2014

Ouro de Tolo - Raul Seixas


Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73
Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome
Por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "E daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social
Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador
Ah!
Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador