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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NOÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL E ATIVIDADES LÚDICAS E EDUCACIONAIS



NOÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL E ATIVIDADES LÚDICAS E EDUCACIONAIS
As comunidades terapêuticas surgiram a partir das observações clínicas de Maxwell Jones (1953). Psiquiatra do exército inglês, Jones começou a desenvolver esse modelo para soldados com traumas decorrentes da II Guerra Mundial. Com esse propósito, organizou um serviço de internação baseado em abordagens educativas, encenações dramáticas e discussões, dentro de um ambiente pautado pelas normas de convivência em grupo. Posteriormente, ampliou seu modelo para outras patologias crônicas. Jones considerava que seus pacientes "representavam o 'fracasso' na sociedade; eles advinham primordialmente de famílias desestruturadas e eram desempregados; inevitavelmente, desenvolveram atitudes anti-sociais na tentativa de se defenderem contra aquilo que lhes parecia ser um ambiente hostil"2. Para estes, a construção de padrões de relacionamento nunca adquiridos durante a vida só seria estimulada dentro de um ambiente grupal seguro e terapêutico.
Durante os anos 50, as comunidades terapêuticas ganharam grande notoriedade como uma alternativa para o tratamento psiquiátrico manicomial. As comunidades terapêuticas exclusivamente desenhadas para o tratamento da dependência de álcool e drogas começaram a surgir durante os anos sessenta. O modelo de tratamento preconizado pelos Alcoólicos Anônimos apareceu em 1935. Ele fora criado por Bill Wilson, então dependente de álcool, e pelo médico Robert Smith. Juntos, iniciaram um processo de recuperação baseado na ajuda mútua. Essa união resultou na criação da Alcoholics Foundation (1938) e na publicação do livro Alcoholics Anonymous (1939), um guia para a sobriedade, baseado na prática dos Doze Passos4. A essência dos Alcoólicos Anônimos é o modelo espiritual: o alcoolismo é entendido como uma condição na qual o indivíduo torna-se incapaz de superar-se por si só. A esperança de mudança consiste em entregar a vida a uma força superior e a partir daí, segui-la rumo à recuperação5. Wilson e Smith acreditavam em alguns preceitos fundamentais à recuperação: [1] praticar os Doze Passos, [2] confiar em um poder divino superior, [3] dividir experiências, forças e esperanças, [4] manter-se ativo, [5] um dia após o outro pelo resto de nossas vidas ("só por hoje não bebi"), [6] um aperto de mão, um sorriso e um abraço são sempre possíveis4.
A partir da compreensão de que o cliente pode vivenciar melhor o aspecto educativo através do lúdico, surgiram novas modalidades de atividades lúdicas e educacionais como a:
- MUSICOTERAPIA
É uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar no tratamento de problemas, tanto de ordem física quanto de ordem emocional ou mental. A musicoterapia como disciplina teve início no século 20, após as duas guerras mundiais, quando músicos amadores e profissionais passaram a tocar nos hospitais de vários países da Europa e Estados Unidos, para os soldados veteranos. Logo os médicos e enfermeiros puderam notar melhoras no bem-estar dos pacientes.
O musicoterapeuta pode utilizar apenas um som, recorrer a apenas um ritmo, escolher uma música conhecida e até mesmo fazer com que o paciente a crie sua própria música. Tudo depende da disponibilidade e da vontade do paciente e dos objetivos do musicoterapeuta. A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Através dos tempos, cada um de nós já teve, e ainda tem, a música em sua vida.
A música trabalha os hemisférios cerebrais, promovendo o equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a "afinação" do indivíduo, de maneira coerente com seu diapasão interno. A melodia trabalha o emocional, a harmonia, o racional e a inteligência. A força organizadora do ritmo provoca respostas motoras, que, através da pulsação dá suporte para a improvisação de movimentos, para a expressão corporal.
Sendo inerente ao ser humano, a música é capaz de estimular e despertar emoções, reações, sensações e sentimentos. Qualquer pessoa é susceptível de ser tratada com musicoterapia. Ela tanto pode ajudar crianças com deficiência mental, quanto pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão, estressadas ou tensas. Tem servido também para cuidar de aidéticos e indivíduos com câncer. Não há restrição de idade. Particularmente são indicados no autismo e na esquizofrenia, onde a musicoterapia pode ser a primeira técnica de aproximação.
Um bom exemplo disso tem sido o uso da musicoterapia, no auxílio do tratamento da doença de Alzheimer. Doença de caráter progressivo e degenerativo tem, entre seus primeiros sinais, o esquecimento, a dificuldade de estabelecer diálogos, as mudanças de atitude e a diminuição da concentração e da atenção.
A musicoterapia ajuda a estimular a memória, a atenção e a concentração, o contato com a realidade e o esforço da identidade. Trabalha-se ainda a estimulação sensorial, a auto-estima e a expressão dos sentimentos e emoções.

- LUDOTERAPIA

É a psicoterapia realizada através do lúdico, "do brincar" e tem como objetivo facilitar a expressão da criança. É através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com seus conflitos.
A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica usada no tratamento dos distúrbios de conduta infantis. Pode ser individual ou grupal. 
Baseia-se no fato de que o brincar é um meio natural de auto-expressão da criança.
A primeira análise realizada com uma criança foi a do Pequeno Hans (Sigmund Freud) e teve grande importância por demonstrar que os métodos psicanalíticos podiam ser aplicados também às crianças.
Coube a Melanie Klein desenvolver a técnica de análise de crianças. Ao iniciar seu trabalho na década de 20 desenvolveu um novo instrumento de trabalho que ficou famoso no mundo inteiro através da terminologia ¨A Técnica do Brincar¨.
Por meio dela foi possível alcançar as fixações e experiências mais profundamente recalcadas da criança e exercer uma influência importante em seu desenvolvimento.
Melanie Klein observou que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias.
Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. 
Assim como na análise de adultos, as brincadeiras infantis podem nos levar a conhecer os significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou imaginadas por elas, fornecendo à criança a possibilidade de elaborar tais situações.
A Psicoterapia Infantil, então ajudaria a criança a resolver fixações e a elaborar situações traumáticas do seu desenvolvimento.

- HORTICULTURA E JARDINAGEM
A horticultura é uma atividade ligada a plantação de hortaliças, que podem ser destinadas ao consumo humano sendo uma ótima fonte de terapia para os pacientes psiquiátricos, visto que a sistemática das atividades propostas pela horticultura e jardinagem criam no mesmo um senso de ordem e organização.
Jardinagem  é uma atividade (a arte de criar e de fazer a manutenção de plantas) com o objetivo de embelezar determinados locais, públicos ou privados. O paciente adepto da jardinagem, assim como o paciente adepto da horticultura apresentam excelentes resultados quanto ao prognóstico positivo de seus respectivos tratamentos.
XIII. PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO:
13.1. TRANSTORNOS DE HUMOR
Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada). A alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e a maioria dos outros sintomas são  secundários a estas alterações do humor e da atividade, são facilmente compreensíveis no contexto destas alterações. A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes.
21.1.1 DEPRESSÃO: É uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.
 Causa: Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.
As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
  • Estresse;
  • Estilo de vida;
  • Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.
 
Diagnóstico: Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.
Sintomas: Podem ser tomadas por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem.
Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis.
Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso.
Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.
Sentem-se sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las.
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas.
Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e pelo convívio social. Isto pode fazer com que o indivíduo se isole, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.

Tratamento: O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado à intensidade dos problemas que a doença traz. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente, ou pode haver depressões bem mais graves, prejudicando de forma importante a vida do indivíduo.
De qualquer forma, depressões leves ou mais graves necessitam de tratamento médico, geralmente medicamentoso (com medicações antidepressivas), ou psicoterápico, ou a combinação de ambos, de acordo com a intensidade da doença e a disponibilidade dos tratamentos.
Cuidados de Enfermagem:
         Acompanhamento dos clientes (se necessário) às consultas do médico psiquiatra ou do psicólogo.
         Administrar medicação conforme prescrição médica.
         Proporcionar ambiente tranqüilo e confortável.

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR: Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.
Até bem pouco tempo conhecida como psicose maníaco-depressiva, a doença bipolar do humor é caracterizada por períodos de um quadro depressivo, geralmente de intensidade grave, que se alternam com períodos de quadros opostos à depressão, isto é, a pessoa apresenta-se eufórica, com muitas atividades, às vezes fazendo muitas compras ou efetuando gastos financeiros desnecessários e elevados, com sentimento de onipotência, quase sempre acompanhados de insônia e falando muito, mais que seu habitual.
Esse quadro é conhecido como mania. Tanto o período de depressão quanto o da mania podem durar semanas, meses ou anos. Geralmente a pessoa com essa doença tem, durante a vida, alguns episódios de mania e outros de depressão.
 É importante ficar claro que mania, no sentido médico, é diferente de mania para o leigo, significando para este hábito que a pessoa sempre repete.
A base da causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença.
Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada.
O mais chamativo da doença bipolar do humor são os episódios de mania que podem alternar-se, geralmente ao longo dos anos, com a depressão. Os episódios começam a manifestar-se em geral por volta dos 15 a 25 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. A pessoa apresentando o quadro de mania mostra um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente eufórico e alegre, às vezes com períodos de irritação e explosões de raiva, contrastando com um período de normalidade, antes da doença manifestar-se. Além disto, há uma auto-estima grandiosa (com a pessoa sentindo-se poderosa e capaz de tudo), com necessidade reduzida de dormir (a pessoa dorme pouco e sente-se descansada), apresentando-se muito falante, às vezes dizendo coisas incompreensíveis (pela rapidez com que fala), não se fixando a um mesmo assunto ou a uma mesma tarefa a ser feita.
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico.
A dosagem de lítio no sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.
O tratamento medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Como está a sua saúde mental?

Transtornos somatoformes.


TRANSTORNOS SOMATOFORMES
Os indivíduos com Transtorno de Somatização em geral descrevem suas queixas em termos dramáticos e exagerados, porém com freqüência faltam informações factuais específicas. Essas pessoas freqüentemente oferecem histórias inconsistentes, de modo que uma abordagem mediante lista de verificação na entrevista diagnóstica pode ser menos efetiva do que uma revisão completa dos tratamentos somáticos e hospitalizações, para a documentação de um padrão de queixas somáticas freqüentes. Elas muitas vezes buscam tratamento com vários médicos ao mesmo tempo, o que pode levá-las a combinações de tratamentos complicadas e por vezes prejudiciais. Sintomas proeminentes de ansiedade e humor depressivo são muito comuns, podendo ser a razão para o atendimento em contextos de saúde mental. Pode haver um comportamento anti-social e impulsivo, ameaças e tentativas de suicídio e desajuste conjugal. As vidas desses indivíduos, particularmente daqueles com Transtornos da Personalidade associados, em geral são tão caóticas e complicadas quanto suas histórias médicas.
Esses indivíduos comumente se submetem a numerosos exames médicos, procedimentos diagnósticos e hospitalizações, que os expõem a um maior risco de morbidade associada a tais procedimentos.
A maioria dos indivíduos com o transtorno descreve a presença de náusea e inchação abdominal. Vômitos, diarréia e intolerância a alimentos são menos comuns.
Em mulheres, pode haver irregulares menstruais, ou vômitos. Em homens, pode haver sintomas tais como disfunção erétil ou ejaculatória. Tanto as mulheres quanto os homens podem estar sujeitos à indiferença sexual.
Finalmente, pode haver paralisia ou fraqueza localizada, dificuldades para engolir ou nó na garganta, afonia, retenção urinária, alucinações, perda da sensação de tato ou dor, cegueira, surdez ou convulsões.
Fonte: apostila de saúde mental - Marcelo Pereira.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Opressão

TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS


TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
- Conceito: O aspecto central dos transtornos dissociativos (ou também chamados conversivos) é a perda total ou parcial de uma função mental ou neurológica.
As funções comumente afetadas são a memória, a consciência da própria identidade, sensações corporais, controle dos movimentos corporais. Esses acometimentos estão por definição ligados a algum evento psicologicamente estressante na vida do paciente cuja ligação o paciente costuma negar e conseqüentemente o psiquiatra precisa de auxílio para detectar.
Dada a comprovação da inexistência de um fator físico detectável, sua rápida instalação e a preservação das demais funções mentais e neurológicas, as pessoas diretamente prejudicadas pelo distúrbio do paciente consideram simuladores. Esses casos ainda não foram inteiramente compreendidos o que não significa que sejam simulações. Reconhecemos nossa ignorância e justamente por ela não temos como negar sua existência. Por enquanto admite-se a existência da paralisia neurológica e psiquiátrica, uma de bases definidas, outra de bases indefinidas justamente como foi no passado com a neurologia.
Amnésia dissociativa: Principal aspecto é a perda da memória, usualmente para eventos recentes importantes, graves o suficiente para serem tomados como simples esquecimento. Deve ser comprovada a impossibilidade de uma causa orgânica como medicamentos ou problemas cerebrais. A amnésia costuma acontecer para eventos traumáticos como acidentes ou perdas inesperadas, podendo ser específica para determinados temas, por exemplo: numa determinada boate onde ocorreu um incêndio o paciente não se recorda dos comentários de outras pessoas a respeito do cheiro de fumaça instantes antes do pânico generalizado; também não se lembrar de alguém que tentava orientar a multidão ou outra pessoa que tentou ajudá-la, somente dos doces, das bebidas, das músicas e com quem conversou. Na maioria das vezes o paciente sabe que perdeu parte da memória, alguns aborrecem-se com isso, outros ficam indiferentes e despreocupados. Os adultos jovens, os adolescentes e as mulheres são os mais acometidos por esse problema.
Em certos casos, psicoterapias podem também fazer com que o paciente se conscientize do que presenciou.
Fuga dissociativa: O indivíduo repentinamente perde todas suas recordações, inclusive de sua própria identidade. Inesperadamente essa pessoa muda-se de localidade, de cidade ou de estado, assumindo uma outra identidade, função e vida por vários dias. Durante esse período não se lembra nada de sua vida passada nem tem consciência de que se esqueceu de algo. Durante esse período seu comportamento é compatível com as normas sociais de maneira que ninguém percebe algo errado naquela pessoa, exceto por ser um forasteiro. Vive de forma simples, um pouco recluso, com modéstia. Subitamente recobra toda a memória, excetuando-se o período enquanto viveu a fuga dissociativa. Com o restabelecimento da memória a pessoa recobra sua vida anterior. Raramente esse episódio dura meses: comumente dura dias ou horas.
Despersonalização/Desrealização: É a alteração da sensação a respeito de si próprio, enquanto a despersonalização é a alteração da sensação de realidade do mundo exterior sendo preservada a sensação a respeito de si mesmo. Contudo ambas podem acontecer simultaneamente. A classificação norte-americana não distingue mais a desrealização da despersonalização, encarando-as como o mesmo problema.
Contrariamente ao que o nome pode sugerir, a despersonalização não trata de um distúrbio de perda da personalidade: este problema inclusive não tem nenhuma relação com qualquer aspecto da personalidade normal ou patológica.
O aspecto central da despersonalização é a sensação de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O indivíduo que experimenta a despersonalização tem a impressão de estar num mundo fictício, irreal mas a convicção da realidade não se altera. A desrealização é uma sensação e não uma alteração do pensamento como acontece nas psicoses onde o indivíduo não diferencia realidade da "fantasia". Na despersonalização o indivíduo tem preservado o senso de realidade apesar de ter uma sensação de que o que está vendo não é real. É comum a sensação de ser o observador de si próprio e até sentir o "movimento" de saída de dentro do próprio corpo de onde se observa a si mesmo de um lugar de fora do próprio corpo.
A ocorrência eventual das sensações de despersonalização ou desrealização é comum. Algumas estatísticas falam que aproximadamente 70% da população em geral já experimentou alguma vez esses sintomas, não podendo se constituir num transtorno enquanto ocorrência esporádica. Porém se acontece continuamente ou com freqüência proporcionando significativo sofrimento, passa a ser considerado um transtorno. A severidade pode chegar a um nível de intensidade tal que o paciente deseja morrer a continuar vivendo.
O diagnóstico desse transtorno dissociativo só pode ser feito se outros transtornos foram descartados como as síndromes psicóticas, estados de depressão ou ansiedade, especialmente o pânico. Nessas situações as despersonalizações e desrealizações são comuns constituindo-se num sintoma e não num transtorno à parte.
Não há tratamento eficaz conhecido para esses sintomas isoladamente.
Personalidade Múltipla: Ao contrário do que poderia parecer, este transtorno nada tem a ver com os transtornos de personalidade, está classificado entre os transtornos dissociativos porque existem várias personalidades dentro de uma só pessoa e essas personalidades não são necessariamente patológicas. No transtorno de personalidade não há amnésias, mas uma conduta rotineiramente inadaptada socialmente.
O aspecto essencial da personalidade múltipla é a existência de duas ou mais personalidades distintas dentro de um indivíduo, com apenas uma delas evidenciando-se a cada momento. Cada personalidade é completa, com suas próprias memórias, comportamento e gostos de forma bastante elaborada e complexa. As personalidades são bastante independentes umas das outras sendo possível inclusive terem comportamentos opostos, por exemplo, uma sendo sexualmente promíscua e outra recatada. Em alguns casos há completo bloqueio de memória entre as personalidades, noutros casos há conhecimento podendo gerar rivalidades ou fraternidades. O observador externo que só conheça uma das personalidades não notará nada de anormal com esta pessoa. As personalidades podem ser do sexo oposto, ter idades diferentes e até de outras raças.
O primeiro episódio de mudança de personalidade pode ser precedido de um evento forte como uma tragédia. Com o passar do tempo essa pessoa pode continuar tendo as "viradas" na personalidade sem fatores precipitantes. A mudança de uma personalidade para outra pode ser súbita ou ocorrer numa espécie de período confusional transitório, pode acontecer durante uma sessão de relaxamento ou de psicoterapia.
Nada se sabe a respeito das causas desse transtorno, mas admite-se que é mais freqüente do que se suspeitava antigamente. Atualmente as psicoterapias são as únicas formas de abordagem dos casos. Não há uma medicação eficaz.
Transtorno Dissociativo Motor: Os transtornos motores são os mais comuns do grupo das dissociações. As queixas que esses pacientes costumam apresentar são fraqueza ao realizar um determinado movimento, andar instável ou inseguro, movimentos anormais, tremores, contrações involuntárias. Os sintomas costumam se intensificar quando o paciente é observado. Apesar dessas queixas dificilmente esses pacientes se ferem, ao contrário do que acontece nos casos neurológicos propriamente ditos. Esse distúrbio é aproximadamente cinco vezes mais comum em mulheres do que em homens. Um aspecto que muitas vezes chama a atenção é a relativa acomodação com a situação. Ao contrário de uma pessoa que repentinamente passa a necessitar de uma cadeira-de-rodas, por exemplo, esses pacientes reagem com relativa tranqüilidade e indiferença a sua incapacidade física, não se importando com seu problema.
Transtorno Dissociativo Sensitivo: É equivalente ao transtorno motor sendo a função neurológica afetada, mais freqüentemente a sensorial, o tato, a audição e a visão. Podem manifestar-se com perda parcial ou completa das sensações táteis de determinada área do corpo, principalmente as extremidades (pés e mãos). Nestes casos todas as funções táteis costumam estar acometidas para o toque, para a dor e para a temperatura. Assim o paciente queixa-se de anestesia num lado inteiro do corpo ou nas mãos ou pés. Os órgãos dos sentidos especiais como audição, visão podem ser afetados provocando surdez, visão turva, cegueira, visão em túnel. Tanto ambos os lados podem ser acometidos simultaneamente como de um lado só. Novamente esses pacientes não se ferem por causa de seu transtorno, mas se isso acontecer como fato isolado não se poderá excluir excluir o diagnóstico. Tanto as alterações motoras como as sensoriais costumam ser limitadas a um período de tempo com completa recuperação posterior, mas o mesmo quadro ou outro semelhante pode surgir após a recuperação.
13.4 TRANSTORNOS SOMATOFORMES
Os indivíduos com Transtorno de Somatização em geral descrevem suas queixas em termos dramáticos e exagerados, porém com freqüência faltam informações factuais específicas. Essas pessoas freqüentemente oferecem histórias inconsistentes, de modo que uma abordagem mediante lista de verificação na entrevista diagnóstica pode ser menos efetiva do que uma revisão completa dos tratamentos somáticos e hospitalizações, para a documentação de um padrão de queixas somáticas freqüentes. Elas muitas vezes buscam tratamento com vários médicos ao mesmo tempo, o que pode levá-las a combinações de tratamentos complicadas e por vezes prejudiciais. Sintomas proeminentes de ansiedade e humor depressivo são muito comuns, podendo ser a razão para o atendimento em contextos de saúde mental. Pode haver um comportamento anti-social e impulsivo, ameaças e tentativas de suicídio e desajuste conjugal. As vidas desses indivíduos, particularmente daqueles com Transtornos da Personalidade associados, em geral são tão caóticas e complicadas quanto suas histórias médicas.
Esses indivíduos comumente se submetem a numerosos exames médicos, procedimentos diagnósticos e hospitalizações, que os expõem a um maior risco de morbidade associada a tais procedimentos.
A maioria dos indivíduos com o transtorno descreve a presença de náusea e inchação abdominal. Vômitos, diarréia e intolerância a alimentos são menos comuns.
Em mulheres, pode haver irregulares menstruais, ou vômitos. Em homens, pode haver sintomas tais como disfunção erétil ou ejaculatória. Tanto as mulheres quanto os homens podem estar sujeitos à indiferença sexual.
Finalmente, pode haver paralisia ou fraqueza localizada, dificuldades para engolir ou nó na garganta, afonia, retenção urinária, alucinações, perda da sensação de tato ou dor, cegueira, surdez ou convulsões.
Fonte: Apostila de saúde mental - Marcelo Luiz Pereira.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Principais tipos de transtorno


PRINCIPAIS TIPOS DE TRANSTORNO:
TRANSTORNOS DE HUMOR
Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada). A alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e a maioria dos outros sintomas são  secundários a estas alterações do humor e da atividade, são facilmente compreensíveis no contexto destas alterações. A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes.
DEPRESSÃO: É uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.
 Causa: Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.
As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
  • Estresse;
  • Estilo de vida;
  • Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.
 
Diagnóstico: Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.
Sintomas: Podem ser tomadas por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem.
Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis.
Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso.
Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.
Sentem-se sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las.
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas.
Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e pelo convívio social. Isto pode fazer com que o indivíduo se isole, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.

Tratamento: O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado à intensidade dos problemas que a doença traz. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente, ou pode haver depressões bem mais graves, prejudicando de forma importante a vida do indivíduo.
De qualquer forma, depressões leves ou mais graves necessitam de tratamento médico, geralmente medicamentoso (com medicações antidepressivas), ou psicoterápico, ou a combinação de ambos, de acordo com a intensidade da doença e a disponibilidade dos tratamentos.
Cuidados de Enfermagem:
         Acompanhamento dos clientes (se necessário) às consultas do médico psiquiatra ou do psicólogo.
         Administrar medicação conforme prescrição médica.
         Proporcionar ambiente tranqüilo e confortável.

TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR: Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.
Até bem pouco tempo conhecida como psicose maníaco-depressiva, a doença bipolar do humor é caracterizada por períodos de um quadro depressivo, geralmente de intensidade grave, que se alternam com períodos de quadros opostos à depressão, isto é, a pessoa apresenta-se eufórica, com muitas atividades, às vezes fazendo muitas compras ou efetuando gastos financeiros desnecessários e elevados, com sentimento de onipotência, quase sempre acompanhados de insônia e falando muito, mais que seu habitual.
Esse quadro é conhecido como mania. Tanto o período de depressão quanto o da mania podem durar semanas, meses ou anos. Geralmente a pessoa com essa doença tem, durante a vida, alguns episódios de mania e outros de depressão.
 É importante ficar claro que mania, no sentido médico, é diferente de mania para o leigo, significando para este hábito que a pessoa sempre repete.
A base da causa para a doença bipolar do humor não é inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor. Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença.
Em geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser observada.
O mais chamativo da doença bipolar do humor são os episódios de mania que podem alternar-se, geralmente ao longo dos anos, com a depressão. Os episódios começam a manifestar-se em geral por volta dos 15 a 25 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. A pessoa apresentando o quadro de mania mostra um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente eufórico e alegre, às vezes com períodos de irritação e explosões de raiva, contrastando com um período de normalidade, antes da doença manifestar-se. Além disto, há uma auto-estima grandiosa (com a pessoa sentindo-se poderosa e capaz de tudo), com necessidade reduzida de dormir (a pessoa dorme pouco e sente-se descansada), apresentando-se muito falante, às vezes dizendo coisas incompreensíveis (pela rapidez com que fala), não se fixando a um mesmo assunto ou a uma mesma tarefa a ser feita.
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico.
A dosagem de lítio no sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.
O tratamento medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Sentir-se ansioso é uma experiência comum a qualquer ser humano. Quem já não se sentiu apreensivo, com dor de cabeça, palpitações, respiração rápida, aperto no peito, desconforto abdominal ou inquietação? A ansiedade é uma resposta normal para diversos acontecimentos na vida: para um bebê ameaçado com o afastamento dos pais, para as crianças no primeiro dia de escola, para os adolescentes no primeiro namoro, para os adultos que contemplam a velhice e a morte; e para qualquer um que enfrente uma doença.
A ansiedade é um acompanhante normal do crescimento, das mudanças, de experiências novas e inéditas, do encontro da própria identidade e do sentido da vida de uma pessoa.
A ansiedade atrapalha podendo tornar-se uma doença, quando uma pessoa que tem uma reação inadequada extrema, ou de longa duração a um determinado acontecimento. Neste caso, provavelmente pode estar sofrendo algum tipo de distúrbio de ansiedade. Os mais comuns são:
·        Fobia Específica;
·        Fobia social;
·        Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG);
·        Transtorno de Stress Pós-Traumático;
·        Transtorno Obsessivo-compulsivo;
·        Transtorno do Pânico

 FOBIA ESPECÍFICA: É um medo irracional e excessivo que provoca a evitação consciente de um objeto ou de uma determinada situação, tal como, medo de voar, de altura, de animais, de tomar uma injeção ou ver sangue. As manobras para evitar a situação temida, o medo antecipatório da situação ou a ansiedade extrema causada pela exposição interferem na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho ou em seus relacionamentos sociais, causando importantes limitações na vida da pessoa.
Sintomas: Medo acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou situação fóbica. A exposição ao estímulo fóbico (objeto ou situação) provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar e sensação de "frio" na barriga.
Diagnóstico: O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.
Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Utiliza-se no tratamento tanto a psicoterapia cognitivo-comportamental quanto a psicoterapia de orientação analítica.
FOBIA SOCIAL: É um medo excessivo de humilhação ou embaraço em vários contextos sociais, como falar, comer, escrever, praticar atividades físicas e esportivas em público, assim como urinar em toalete público ou falar ou aproximar-se de um parceiro em um encontro romântico. O resultado disso é uma importante limitação na vida da pessoa por evitar essas situações ou atividades sociais temidas. Também podem ocorrer prejuízos na vida profissional e afetiva do indivíduo.
Sintomas: A pessoa com fobia social sente medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho quando é exposta a pessoas estranhas. Pode haver temor por acabar agindo de forma humilhante e embaraçosa para si próprio.
A exposição à situação social temida causa ansiedade. Ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar, sensação de "frio" na barriga. O indivíduo reconhece que o medo é irracional ou excessivo. As situações sociais e de desempenho temidas são evitadas ou suportadas com intensa ansiedade e sofrimento.
Diagnóstico: O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado no relato dos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.
Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. O tratamento atual baseia-se no emprego de medicações antidepressivas combinadas com psicoterapia, de orientação analítica ou cognitivo-comportamental.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA: O transtorno de ansiedade generalizada é uma preocupação exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa. Pode vir acompanhado por uma variedade de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, perturbações no sono, entre outros. Costuma causar um comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa, podendo gerar um acentuado sofrimento.
Sintomas: A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo.
Diagnóstico: Como os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos podem estar comprometidos, o trabalho inicial do médico está em excluir outras doenças que possam ter sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade generalizada. Para tanto, alguns exames clínicos podem ser necessários, sendo que mais importante do que isso é o relato detalhado de informações do paciente.
Tratamento: O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de medicação por um determinado período. A maioria das pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: O transtorno de estresse pós-traumático acontece quando se vivencia um trauma emocional de grande magnitude. Esses traumas incluem guerras, catástrofes naturais, agressão física, estupro e sérios acidentes.
O transtorno de estresse pós-traumático engloba as seguintes características:
  • Reviver o trauma através de sonhos e de pensamentos;
  • Evitar persistentemente coisas que lembrem o trauma;
  • Enorme excitação persistente.
Sintomas: A pessoa tem recordações com muita aflição, incluindo imagens ou pensamentos do trauma vivenciado. Sonhos amedrontadores também podem ocorrer e o indivíduo pode agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. Um grande sofrimento psicológico se desenvolve quando surgem lembranças de algum aspecto do trauma. Há uma intensa necessidade de se evitar sentimentos, pensamentos, conversas, pessoas ou lugares que ativem recordações do trauma.
Também pode ocorrer uma incapacidade de se recordar algum aspecto importante do trauma, uma dificuldade em conciliar e manter o sono, irritabilidade ou surtos de raiva e baixa concentração.
Em crianças pequenas podem ocorrer jogos repetitivos com expressão de temas ou aspectos do trauma, sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável e encenação específica do trauma.
Diagnóstico: O transtorno de estresse pós-traumático pode se desenvolver algum tempo após o trauma. O intervalo pode ser breve como uma semana, ou longo como trinta anos. Os sintomas podem variar ao longo do tempo e se intensificar durante períodos de estresse. As crianças e os idosos têm mais possibilidade de desenvolver estresse pós-traumático do que as pessoas na meia idade. Por exemplo, cerca de 80% das crianças que sofrem uma queimadura extensa mostra sintomas de transtorno de estresse pós-traumático um a dois anos após o ferimento.
Em vista disso, cabe ao médico uma ampla investigação em relação aos sintomas do paciente para um correto diagnóstico.
Tratamento: A pessoa deve procurar um psiquiatra que irá abordar o evento com técnicas de apoio e encorajamento. A medicação muitas vezes se faz necessária para um alívio inicial e uma melhor abordagem do quadro. Um apoio adicional para a família do paciente geralmente é indicado.

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
É uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis de natureza sexual, agressiva entre outros que são difíceis de se afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados temporariamente por determinados comportamentos.  As obsessões não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real. Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão. Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos e acomete tanto homens como mulheres. Depressão Maior e Fobia Social podem acometer os pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo ao longo da vida.
Sintomas: Freqüentemente as pessoas acometidas por este transtorno escondem de amigos e familiares essas idéias e comportamentos, tanto por vergonha quanto por terem noção do absurdo das exigências auto-impostas. Muitas vezes desconhecem que esses problemas fazem parte de um quadro psiquiátrico tratável e cada vez mais responsivo à medicamentos específicos e à psicoterapia.
As obsessões tendem a aumentar a ansiedade da pessoa ao passo que a execução de compulsões a reduz. Porém, se uma pessoa resiste a realizacão de uma compulsão ou é impedida de fazê-la surge intensa ansiedade.
A pessoa percebe que a obsessão é irracional e a reconhece como um produto de sua mente, experimentando tanto a obsessão quanto a compulsão como algo fora de seu controle e desejo, o que causa muito sofrimento. Pode ser um problema incapacitante porque as obsessões podem consumir tempo (muitas horas do dia) e interferirem significativamente na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho, em atividades sociais ou relacionamentos com amigos e familiares.
Diagnóstico: O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.
Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Em linhas gerais, contudo, utiliza-se a psicoterapia de orientação dinâmica ou cognitivo-comportamental associada com tratamento farmacológico (antidepressivos) em doses bem elevadas.

TRANSTORNO DE PÂNICO: O Transtorno de Pânico se caracteriza pela ocorrência espontânea de ataques de pânico. Os ataques de pânico duram quase sempre menos de uma hora com intensa ansiedade ou medo, junto com sintomas como palpitações, respiração ofegante e até mesmo medo de morrer.
A pessoa pode ter múltiplos ataques durante um único dia até, apenas, alguns ataques durante um ano. Estes ataques podem ocorrer acompanhados por agorafobia, que é o medo de estar sozinho em locais públicos, especialmente, locais de onde uma rápida saída seria difícil em caso de ocorrer um ataque de pânico.
Sintomas: O primeiro ataque de pânico muitas vezes é completamente espontâneo, embora os ataques de pânico, em geral, ocorram após excitação, esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional. O ataque freqüentemente começa com um período de 10 minutos de sintomas que aumentam rapidamente. Pode se sentir extremo medo e uma sensação de morte e catástrofe iminente. As pessoas, em geral, são incapazes de indicar a fonte de seus medos. Pode haver dificuldade de concentração, confusão, aceleração do coração, palpitações, falta de ar, dificuldade para falar e um enorme medo de morrer. O ataque dura de 20 a 30 minutos, raramente mais de uma hora.
Diagnóstico: O médico diagnostica o transtorno de pânico através do relato contado pelo paciente, procurando diferenciar de outras doenças físicas ou psicológicas. Muitas vezes a pessoa procura ajuda quando nota que não está mais conseguindo sair sozinha de casa por medo que ocorra um ataque de pânico.
Tratamento: A pessoa deve procurar um médico que provavelmente irá associar um modelo de psicoterapia com uma medicação. Os sintomas melhoram dramaticamente nas primeiras semanas de tratamento. Atualmente os medicamentos mais empregados são os antidepressivos.
Cuidados de Enfermagem:
         Acompanhamento dos clientes às consultas do médico psiquiatra ou do psicólogo.
         Administrar medicação conforme prescrição médica.
         Proporcionar ambiente tranqüilo e confortável.

TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
- Conceito: O aspecto central dos transtornos dissociativos (ou também chamados conversivos) é a perda total ou parcial de uma função mental ou neurológica.
As funções comumente afetadas são a memória, a consciência da própria identidade, sensações corporais, controle dos movimentos corporais. Esses acometimentos estão por definição ligados a algum evento psicologicamente estressante na vida do paciente cuja ligação o paciente costuma negar e conseqüentemente o psiquiatra precisa de auxílio para detectar.
Dada a comprovação da inexistência de um fator físico detectável, sua rápida instalação e a preservação das demais funções mentais e neurológicas, as pessoas diretamente prejudicadas pelo distúrbio do paciente consideram simuladores. Esses casos ainda não foram inteiramente compreendidos o que não significa que sejam simulações. Reconhecemos nossa ignorância e justamente por ela não temos como negar sua existência. Por enquanto admite-se a existência da paralisia neurológica e psiquiátrica, uma de bases definidas, outra de bases indefinidas justamente como foi no passado com a neurologia.
Amnésia dissociativa: Principal aspecto é a perda da memória, usualmente para eventos recentes importantes, graves o suficiente para serem tomados como simples esquecimento. Deve ser comprovada a impossibilidade de uma causa orgânica como medicamentos ou problemas cerebrais. A amnésia costuma acontecer para eventos traumáticos como acidentes ou perdas inesperadas, podendo ser específica para determinados temas, por exemplo: numa determinada boate onde ocorreu um incêndio o paciente não se recorda dos comentários de outras pessoas a respeito do cheiro de fumaça instantes antes do pânico generalizado; também não se lembrar de alguém que tentava orientar a multidão ou outra pessoa que tentou ajudá-la, somente dos doces, das bebidas, das músicas e com quem conversou. Na maioria das vezes o paciente sabe que perdeu parte da memória, alguns aborrecem-se com isso, outros ficam indiferentes e despreocupados. Os adultos jovens, os adolescentes e as mulheres são os mais acometidos por esse problema.
Em certos casos, psicoterapias podem também fazer com que o paciente se conscientize do que presenciou.
Fuga dissociativa: O indivíduo repentinamente perde todas suas recordações, inclusive de sua própria identidade. Inesperadamente essa pessoa muda-se de localidade, de cidade ou de estado, assumindo uma outra identidade, função e vida por vários dias. Durante esse período não se lembra nada de sua vida passada nem tem consciência de que se esqueceu de algo. Durante esse período seu comportamento é compatível com as normas sociais de maneira que ninguém percebe algo errado naquela pessoa, exceto por ser um forasteiro. Vive de forma simples, um pouco recluso, com modéstia. Subitamente recobra toda a memória, excetuando-se o período enquanto viveu a fuga dissociativa. Com o restabelecimento da memória a pessoa recobra sua vida anterior. Raramente esse episódio dura meses: comumente dura dias ou horas.
Despersonalização/Desrealização: É a alteração da sensação a respeito de si próprio, enquanto a despersonalização é a alteração da sensação de realidade do mundo exterior sendo preservada a sensação a respeito de si mesmo. Contudo ambas podem acontecer simultaneamente. A classificação norte-americana não distingue mais a desrealização da despersonalização, encarando-as como o mesmo problema.
Contrariamente ao que o nome pode sugerir, a despersonalização não trata de um distúrbio de perda da personalidade: este problema inclusive não tem nenhuma relação com qualquer aspecto da personalidade normal ou patológica.
O aspecto central da despersonalização é a sensação de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O indivíduo que experimenta a despersonalização tem a impressão de estar num mundo fictício, irreal mas a convicção da realidade não se altera. A desrealização é uma sensação e não uma alteração do pensamento como acontece nas psicoses onde o indivíduo não diferencia realidade da "fantasia". Na despersonalização o indivíduo tem preservado o senso de realidade apesar de ter uma sensação de que o que está vendo não é real. É comum a sensação de ser o observador de si próprio e até sentir o "movimento" de saída de dentro do próprio corpo de onde se observa a si mesmo de um lugar de fora do próprio corpo.
A ocorrência eventual das sensações de despersonalização ou desrealização é comum. Algumas estatísticas falam que aproximadamente 70% da população em geral já experimentou alguma vez esses sintomas, não podendo se constituir num transtorno enquanto ocorrência esporádica. Porém se acontece continuamente ou com freqüência proporcionando significativo sofrimento, passa a ser considerado um transtorno. A severidade pode chegar a um nível de intensidade tal que o paciente deseja morrer a continuar vivendo.
O diagnóstico desse transtorno dissociativo só pode ser feito se outros transtornos foram descartados como as síndromes psicóticas, estados de depressão ou ansiedade, especialmente o pânico. Nessas situações as despersonalizações e desrealizações são comuns constituindo-se num sintoma e não num transtorno à parte.
Não há tratamento eficaz conhecido para esses sintomas isoladamente.
Personalidade Múltipla: Ao contrário do que poderia parecer, este transtorno nada tem a ver com os transtornos de personalidade, está classificado entre os transtornos dissociativos porque existem várias personalidades dentro de uma só pessoa e essas personalidades não são necessariamente patológicas. No transtorno de personalidade não há amnésias, mas uma conduta rotineiramente inadaptada socialmente.
O aspecto essencial da personalidade múltipla é a existência de duas ou mais personalidades distintas dentro de um indivíduo, com apenas uma delas evidenciando-se a cada momento. Cada personalidade é completa, com suas próprias memórias, comportamento e gostos de forma bastante elaborada e complexa. As personalidades são bastante independentes umas das outras sendo possível inclusive terem comportamentos opostos, por exemplo, uma sendo sexualmente promíscua e outra recatada. Em alguns casos há completo bloqueio de memória entre as personalidades, noutros casos há conhecimento podendo gerar rivalidades ou fraternidades. O observador externo que só conheça uma das personalidades não notará nada de anormal com esta pessoa. As personalidades podem ser do sexo oposto, ter idades diferentes e até de outras raças.
O primeiro episódio de mudança de personalidade pode ser precedido de um evento forte como uma tragédia. Com o passar do tempo essa pessoa pode continuar tendo as "viradas" na personalidade sem fatores precipitantes. A mudança de uma personalidade para outra pode ser súbita ou ocorrer numa espécie de período confusional transitório, pode acontecer durante uma sessão de relaxamento ou de psicoterapia.
Nada se sabe a respeito das causas desse transtorno, mas admite-se que é mais freqüente do que se suspeitava antigamente. Atualmente as psicoterapias são as únicas formas de abordagem dos casos. Não há uma medicação eficaz.
Transtorno Dissociativo Motor: Os transtornos motores são os mais comuns do grupo das dissociações. As queixas que esses pacientes costumam apresentar são fraqueza ao realizar um determinado movimento, andar instável ou inseguro, movimentos anormais, tremores, contrações involuntárias. Os sintomas costumam se intensificar quando o paciente é observado. Apesar dessas queixas dificilmente esses pacientes se ferem, ao contrário do que acontece nos casos neurológicos propriamente ditos. Esse distúrbio é aproximadamente cinco vezes mais comum em mulheres do que em homens. Um aspecto que muitas vezes chama a atenção é a relativa acomodação com a situação. Ao contrário de uma pessoa que repentinamente passa a necessitar de uma cadeira-de-rodas, por exemplo, esses pacientes reagem com relativa tranqüilidade e indiferença a sua incapacidade física, não se importando com seu problema.
Transtorno Dissociativo Sensitivo: É equivalente ao transtorno motor sendo a função neurológica afetada, mais freqüentemente a sensorial, o tato, a audição e a visão. Podem manifestar-se com perda parcial ou completa das sensações táteis de determinada área do corpo, principalmente as extremidades (pés e mãos). Nestes casos todas as funções táteis costumam estar acometidas para o toque, para a dor e para a temperatura. Assim o paciente queixa-se de anestesia num lado inteiro do corpo ou nas mãos ou pés. Os órgãos dos sentidos especiais como audição, visão podem ser afetados provocando surdez, visão turva, cegueira, visão em túnel. Tanto ambos os lados podem ser acometidos simultaneamente como de um lado só. Novamente esses pacientes não se ferem por causa de seu transtorno, mas se isso acontecer como fato isolado não se poderá excluir excluir o diagnóstico. Tanto as alterações motoras como as sensoriais costumam ser limitadas a um período de tempo com completa recuperação posterior, mas o mesmo quadro ou outro semelhante pode surgir após a recuperação.