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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Dormir com a TV ligada pode causar depressão


 por Redação Galileu

Um estudo da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, sugere que dormir com luzes acesas – seja da televisão, do smartphone ou do corredor – pode provocar problemas de saúde, como câncer de mama, distúrbios do sono, ganho de peso e até depressão.
A pesquisa, envolvendo 16 hamsters, estabeleceu uma ligação entre exposição à luz e depressão. No experimento, todos os animais passavam 16 horas por dia sob luzes fortes e, durante as oito horas restantes do dia, metade ficava na escuridão total e a outra metade ficava sob luzes luzes fracas, semelhante às emitidas por uma televisão ligada.
Após 8 semanas, os hamsters que estavam em constante exposição à luz tiveram o desempenho significantemente prejudicado em uma série de testes de humor – por exemplo, eles beberam 20% menos açúcar que o resto do grupo e desistiam muito mais cedo em uma atividade de natação.
Além disso, os pesquisadores notaram diferenças no cérebro que indicaram menos comunicação entre as células nervosas, algo também observado em pessoas com depressão grave.
A explicação destas diferenças pode estar ligada à melatonina, que é produzida quando estamos no escuro. Com até mesmo a menor quantidade de luz durante a noite, o corpo libera a quantidade errada de melatonina. O hormônio age como um antioxidante, regulando nosso ciclo biológico e nos ajudando a adormecer, além de controlar a liberação de outros hormônios. 

 FONTE:http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI188684-17770,00-DORMIR+COM+A+TV+LIGADA+PODE+CAUSAR+DEPRESSAO.html

terça-feira, 29 de julho de 2014

10 Escritores Famosos com Doenças Mentais

1 - Philip K. Dick: Em sua adolescência ele teria sido diagnosticado com esquizofrenia, fato que o aterrorizava. Para piorar o abuso com as drogas, especialmente alucinógenos como o LSD piorou o quadro. Diz-se que o romance seminal Valis só existe por causa de suas visões e alucinações. Em sua vida sofreu com vários colapsos nervosos, mas mesmo estes problemas não impediram que se tornasse um dos gênios que a literatura já criou, influenciando muitas gerações com sua biografia de sucessos literários;
2 - Franz Kafka: É geralmente aceito que Kafka sofria de depressão clínica e ansiedade social. Ele também sofria de enxaquecas, constipação, insônia, furúnculos, e outras doenças, todas geralmente provocada por tensões excessivas e luxações.
3 - Fernando Pessoa: Tido muitas vezes como bipolar, há também teorias que o colocam com Transtorno de Personalidade Múltipla, e embora isto seja muito polêmico, seus diversos pseudônimos, e as oportunidades que o poeta assumiu diferentes identidades corroboram com os que pensam desta forma;
4 - Sidney Sheldon: Em sua auto-biografia o autor revelou uma luta de anos contra o Transtorno Bipolar, e que chegou a contemplar o suicídio;
5 - Virginia Woolf: A autora teve sempre como grande problema a depressão. E sua última crise de depressão foi fatal levando-a ao suicídio com os bolsos do casaco cheios de pedras;
6 - Liev Tolstoy: Um dos maiores ícones da literatura russa, e do mundo teria sofrido com a depressão e tendências suicidas causadas por confusão mental, em meio a suas reflexões e pensamentos diante do mundo;
7 - Patricia Cornwell: Outra escritora a sofrer com o Transtorno Bipolar, o que acaba gerando a crença de que seja necessário a ela pessoas para gerenciar seus demais assuntos, principalmente para lhe evitar distrações de seu ofício principal que é a escrita de seus romances policiais;
8 - Sylvia Plath: Poeta americana reconhecida por sua escrita extremamente pessoal, foi diagnosticada com Transtorno Bipolar. Em um romance semi-autobiográfico ela narra experiências pessoais com a auto-mutilação, tentativas de suicídio, depressão, insônia, paranóia, e outras manifestações de seu diagnóstico;
9 - Graham Greene: Sofria de transtorno bipolar, que teve um efeito profundo em sua escrita e vida pessoal. Em uma carta à sua esposa Vivien ele lhe disse que ele tinha "um caráter profundamente antagônico à vida doméstica comum"
10 -Richard Brautigan: Escritor e poeta norte americano depois de ficar preso como desordeiro e cumprir pena de 7 dias Brautigan estava comprometido com o Hospital Estadual de Oregon, em Salem, para avaliação de seu comportamento. No hospital, Brautigan recebeu tratamentos de choque elétrico e foi diagnosticado como esquizofrênico paranóico. 
FONTE: http://listasliterarias.blogspot.com.br/2012/09/10-escritores-famosos-com-doencas.html

domingo, 27 de julho de 2014

Wake Me Up When September Ends




Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends
Like my father's come to pass
Seven years has gone so fast
Wake me up when September ends
Here comes the rain again
Falling from the stars
Drenched in my pain again
Becoming who we are
As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when September ends
Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends
Ring out the bells again
Like we did when spring began
Wake me up when september ends
Here comes the rain again
Falling from the stars
Drenched in my pain again
Becoming who we are
As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when september ends
Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends
Link: http://www.vagalume.com.br/green-day/wake-me-up-when-september-ends-traducao.html#ixzz38he3HE7m

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Atividade física diminui a depressão

Que os exercícios físicos são de grande importância no processo de emagrecimento já é mais do que sabido. O que, muitas vezes, não chega ao conhecimento das pessoas é que as atividades consistem em uma importante forma de combater uma série de problemas, muitos de origem psicológica. Entre eles, a depressão.
"O exercício físico atua como coadjuvante e, também, auxilia na prevenção de novos episódios de depressão", explica a professora de Educação Física Eliane Jany Barbanti, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Esporte e Atividade Física (NUPSEA), do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). Faz parte do Núcleo o "Programa de Atividades Físicas como Complemento ao Tratamento da Depressão".
O esporte é uma das maneiras de tratar essa doença que costuma ser confundida com tristeza (passageira) e age afastando aqueles que sofrem dela do convívio social. "A depressão está presente quando a pessoa se sente retraída diante de situações, problemas da vida. A paciente apresenta perdas, dificuldades no relacionamento, na vida profissional, não consegue os objetivos e tem uma falsa crença de que não será capaz de modificar a situação", explica a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari.
Identificar os sintomas da depressão não é difícil. "Quem sofre desse mal sente falta de ânimo, não tem vontade de fazer nada, fica quieto no canto, foge de momentos de alegria, não sai, não se diverte, enfim, nada tem graça. Fica na dela, desanimada, sem querer muita conversa, se fecha dentro do seu mundo", alerta a psicóloga.
A depressão afeta pessoas de qualquer idade, inclusive crianças, que são pressionadas pelos pais para serem "perfeitas", mas acabam desenvolvendo a doença por não se acharem capazes. Também existem estudos que mostram que as mulheres costumam sofrer mais com esse mal, o que não exclui os homens. "Eles têm mais dificuldade para manifestá-la e de buscar ajuda. O homem, na sociedade machista em que nos encontramos, ainda não pode revelar suas 'fraquezas'. Sofre calado", observa Olga Tessari.
Exercício e socialização
O "Programa de Atividades Físicas como Complemento ao Tratamento de Depressão" teve início no segundo semestre de 2004, com pesquisas e análises de estudos sobre o assunto, e foi implantado no começo de 2005. Nesse período, cerca de 250 pessoas já participaram das atividades. "Já tivemos pesquisas que dizem que exercícios físicos favorecem a recuperação de pacientes tanto na fase aguda quanto crônica da doença. Mas, trabalhamos com quadros clínicos de depressão fraca a moderada", diz Eliane.
Durante o processo inicial, a equipe de Eliane chegou a uma série de conclusões para serem aplicadas na prática. Uma das principais dá conta de que juntar as pessoas para praticarem exercícios físicos é bastante benéfico para a recuperação de quem sofre de depressão.
"Muitas vezes, quem tem depressão apresenta baixa auto-estima. Com a interação, a pessoa percebe que algumas outras gostam de interagir com ela, de conversar, que ela é valorizada e isso é fundamental. O depressivo gosta de ficar fechado e, ao praticar essas atividades, pode conhecer quem passou pelo mesmo problema. Conviver com pessoas pode animá-lo para sair da depressão", afirma Olga.
"Estar em grupo, fazendo exercício, ajuda bastante. As pessoas sentem mais apoio. Só o fato de estarem em grupo já é um auxílio. Não se percebe que é um grupo de depressivos", diz a coordenadora. Ela explica que o motivo é a liberação de endorfina e serotonina, substâncias que agem no humor, fazendo com que as mudanças de humor (um dos maiores indicativos da depressão) não ocorram.
"O exercício físico oxigena melhor o cérebro, colaborando para que se pense melhor. É muito comum que pessoas depressivas também sejam ansiosas e precisem de atividade física pra diminuir a ansiedade, para poder refletir melhor sobre como resolver os problemas que levam à depressão", completa Olga Tessari.
O Programa também mostra que diferentes modalidades de exercícios têm ação sobre determinadas características. "Os mais indicados são os aeróbicos, que liberam endorfinas. Então, no nosso trabalho, fazemos 20 minutos de bicicleta, 20 de caminhada, 20 de exercícios localizados e meia hora de alongamento. Esses que totalizam 40 minutos de atividades aeróbicas servem para ajudar na liberação de endorfinas pelos neurotransmissores; os localizados auxiliam na auto-estima e autoconfiança e o alongamento é uma forma de relaxamento, que atua na parte da ansiedade", orienta Eliane. 
FONTE: http://ajudaemocional.tripod.com/id479.html
Matéria publicada no site Xenicare

domingo, 20 de julho de 2014

Asleep


Sing me to sleep
Sing me to sleep
I'm tired and I
I want to go to bed
Sing me to sleep
Sing me to sleep
And then leave me alone
Don't try to wake me in the morning
'Cause I will be gone
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I will feel so glad to go

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I don't want to wake up
On my own anymore
Sing to me
Sing to me
I don't want to wake up
On my own anymore
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I really want to go

There is another world
There is a better world
Well, there must be
Well, there must be
Bye bye

sábado, 12 de julho de 2014

A gangorra emocional feminina

Joel Renno
quarta-feira 18/06/14

Que as mulheres são mais vulneráveis a vários transtornos mentais e que há diferenças cerebrais anatômicas e funcionais já está definido pela ciência. Alguns transtornos mentais como depressão e ansiedade podem atingir as mulheres de 2 a 3 vezes mais que os homens. Por que tais diferenças existem e como explicar tais diferenças sem que [...]

Que as mulheres são mais vulneráveis a vários transtornos mentais e que há diferenças cerebrais anatômicas e funcionais já está definido pela ciência. Alguns transtornos mentais como depressão e ansiedade podem atingir as mulheres de 2 a 3 vezes mais que os homens.
Por que tais diferenças existem e como explicar tais diferenças sem que o sexo feminino seja novamente tratado com o estigma da inferioridade biológica?
Definitivamente, esse é um grande desafio. Sabemos que algumas mulheres são mais predispostas a transtornos mentais em períodos de oscilações dos níveis hormonais como o pré-menstrual, pós-parto e perimenopausa (de 5 anos antes da menopausa até 1 ano após o início da menopausa). Mulheres também costumam ser mais vítimas, na infância e adolescência, a traumas e abusos físico e sexual que funcionarão como “gatilhos estressores” desencadeadores de episódios depressivos e ansiosos mesmo anos mais tarde.
Embora o corpo caloso (estrutura que divide o cérebro nos hemisférios direito e esquerdo e os integra) seja mais espesso nas mulheres e permite, portanto, uma maior e melhor conexão entre os hemisférios cerebrais femininos (não por acaso as mulheres conseguem desempenhar várias atividades simultâneas como cuidar dos filhos, atender o telefone e ao mesmo tempo preparar um gostoso alimento), na atualidade a frequência e intensidade de estímulos nas mulheres ultrapassa qualquer limite razoável do seu complexo sistema nervoso central. Há exigência de múltiplos papéis para que a mulher contemporânea consiga se impor: executiva de destaque, super mãe, amante sensacional e extremamente prendada nos afazeres domésticos. Essas inúmeras cobranças, muitas ainda oriundas de um universo machista, podem deixar muitas mulheres angustiadas ao extremo e levá-las a crises de ansiedade ou em graus extremos a crises de pânico.
As mulheres costumam, porém, procurar ajuda médica precoce e isso as favorece em situações de tratamento e prevenção.
Os vilões hormonais podem, em outras situações, ser até protetores como no autismo e na esquizofrenia que são, ao contrário, menos frequentes nas mulheres.
É fundamental que a sociedade não rotule as mulheres como descontroladas ou até mais incapazes que os homens só porque elas têm uma frequência maior de vários distúrbios mentais. Sempre digo a todos os meus pacientes que pessoas inteligentes, vencedoras e sensíveis também podem sofrer de transtornos mentais como qualquer mortal e isso jamais pode ser utilizado como motivo para desqualificá-las.
FONTE: http://blogs.estadao.com.br/mentes-femininas/a-gangorra-emocional-feminina/

domingo, 6 de julho de 2014

Marvin - Titãs

Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro
Era um grande coração
Ganhava a vida
Com muito suor
E mesmo assim
Não podia ser pior
Pouco dinheiro
Prá poder pagar
Todas as contas
E despesas do lar...
Mas Deus quis
Vê-lo no chão
Com as mãos
Levantadas pr'o céu
Implorando perdão
Chorei!
Meu pai disse:
"Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse:
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"...
E três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava
Nem os pés na escola
Mamãe lembrava
Disso a toda hora...
E todo dia
Antes do sol sair
Eu trabalhava
Sem me distrair
As vezes acho que
Não vai dar pé
Eu queria fugir
Mas onde eu estiver
Eu sei muito bem
O que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro
Não me deixa esquecer
Ele disse:
"Marvin, a vida é prá valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino
Eu sei de cor"...
-"E então um dia
Uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho
De um ano inteiro
E aos treze anos
De idade eu sentia
Todo o peso do mundo
Em minhas costas
Eu queria jogar
Mas perdi a aposta"...
Trabalhava feito
Um burro nos campos
Só via carne
Se roubasse um frango
Meu pai cuidava
De toda a família
Sem perceber
Segui a mesma trilha
E toda noite minha mãe orava
Deus!
Era em nome da fome
Que eu roubava
Dez anos passaram
Cresceram meus irmãos
E os anjos levaram
Minha mãe pelas mãos
Chorei!
Meu pai disse:
"Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse:
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"
"Marvin, a vida é prá valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor"...

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mutismo Seletivo

A criança que não fala com os outros.. só em casa.


Crianças muito quietas, que na escola falam pouco com os colegas e têm dificuldade para responder às perguntas do professor, costumam ser classificadas de tímidas. As crianças com esse perfil podem, na verdade, sofrer de um distúrbio de fundo emocional: o mutismo seletivo. Em casa essas crianças conversam normalmente com os pais e brincam com os irmãos, entretanto, quando um adulto de fora do círculo familiar ou outra criança estranha lhes dirige a palavra, elas permanecem mudas.

As complicações e dificuldades geradas pelo mutismo seletivo são muitas. Às vezes essas crianças não conseguem nem pedir para ir ao banheiro na escola. Segundo divulgado pela revista Veja (edição de 10 de maio de 2006), até há pouco tempo pensava-se que esse distúrbio atingia uma em cada 1 000 crianças, mas recentemente, um estudo desenvolvido pela American Academy of Child and Adolescent Psychiatry mostrou que essa proporção é de sete para 1 000, o que torna o mutismo seletivo duas vezes mais freqüente do que o autismo.
No Brasil são raros estudos sobre mutismo seletivo, assim como profissionais especializados para o diagnostico precoce e tratamento deste transtorno. Trata-se de uma situação caracterizada pela recusa da criança em falar em determinados locais, principalmente locais públicos ou diante de pessoas que não seja de sua intimidade, como por exemplo, na escola, na presença de pessoas estranhas, no ambiente social.

Por definição, o mutismo seletivo é um transtorno, encontrado em crianças e caracterizado por uma contínua recusa em falar em algumas situações sociais maiores. Os primeiros relatos datam do século IX, porém existem poucas pesquisas sobre seu tratamento e etiologia. O quadro foi descrito em 1877 por Kussmaul como uma afasia voluntária em pessoas que não falavam em algumas situações, mesmo não tendo nenhum problema na comunicação oral.

Em 1934, Tramer usou o termo mutismo eletivo para crianças que somente se comunicavam em determinadas situações e com pessoas específicas, mas não falavam na maior parte das situações sociais. Com o passar do tempo, e com uma maior compreensão do quadro, o mutismo seletivo foi reconhecido como uma desordem da infância.

Os primeiros sintomas de mutismo seletivo são geralmente percebidos entre um a três anos de idade e incluem timidez, relutância para falar em algumas situações e um das pessoas estranhas. Esses sintomas ficam óbvios quando a criança é convocada a responder e/ou interagir em situações sociais, inclusive o pré-escolar, na escola elementar e nos ambientes sociais.
Epidemiologia
A prevalência encontrada é de 0,3 a 0,8 em 1.000 crianças. É mais prevalente em meninas. Pela baixa prevalência pode ser encontrado em menos de 1% da população psiquiátrica. Já o mutismo transitório, que acontece quando a criança entra na escola atinge 7 em cada mil crianças.
Etiologia
Atualmente existem muitas críticas quanto ao uso do termo “mutismo seletivo”, pois passa a falsa idéia que a criança escolhe propositalmente não falar, enquanto, na verdade, não se sente segura para se comunicar em determinados espaços e situações.
O mutismo seletivo tem causa obscura e, até o momento, parece ter origem multifatorial. Acredita-se que a influência dos fatores ambientais e situações interpessoais sejam de grande peso para o desenvolvimento do mutismo seletivo. Ele pode ser deflagrado por uma experiência negativa pela qual a criança passou - uma violência física ou verbal, ou uma grande decepção.
A genética também tem um peso importante: estatísticas mostram que muitas crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com histórico de transtornos emocionais e a patologia é mais encontrada nos filhos de pais tímidos ou distantes.
A influência do comportamento dos pais nos relacionamentos com outras pessoas, bem como suas alterações de humor podem dar à criança impressões problemáticas sobre o relacionamento humano, gerando certa ansiedade fóbica social. A própria personalidade da criança pode favorecer aparecimento do transtorno.
Em alguns casos o mutismo seletivo ocorre após algum trauma, como morte, início escolar, seqüestro, violência. Todos de alguma maneira relacionados à separação do cuidador da criança, sendo considerado um tipo de transtorno fóbico.

Alguns comportamentos podem estar associados ao mutismo seletivo, como por exemplo, dificuldade de olhar olho no olho, expressão facial pouco expressiva, certa imobilidade psicomotora fora do ambiente familiar. Entretanto, o paciente mutista seletivo pode remexer-se nervoso quando em situações sociais mais ansiosas. Alguns pacientes podem retrair-se quando algum adulto tenta se aproximar, ou quando fisicamente tocados podem exibir formas diferentes de linguagem corporal.

Outras características comportamentais podem estar associadas ao mutismo seletivo: timidez excessiva, dependência dos pais, acessos de birra, agressividade, isolamento social, tristeza, excessiva rigidez e perfeccionismo, além da evitação do contato olho no olho já comentado.

As características comportamentais do núcleo familiar mais observadas em casos de mutismo seletivo seriam comportamento de super proteção familiar, conflitos psicológicos não resolvidos, traumas anteriores envolvendo perda por mortes, separação, etc, pouco envolvimento paterno, excessiva dependência dos pais pelo fato de não falar. Entretanto, tais características resultam de poucas pesquisas realizadas e não devem ainda serem tidas como condições absolutas.

Curso e prognóstico

O início ocorre entre 3 e 8 anos e pode ser insidioso ou abrupto após um trauma. A duração é variável podendo se arrastar por meses ou anos. O pior prognóstico é visto em pacientes com início tardio.

Em geral o mutismo seletivo não está associado com a dificuldade de aprendizagem, conseqüentemente, programas da instrução especial devem ser considerados cautelosamente. Por outro lado, no país não há nenhum programa de instrução especial nas escolas públicas disponíveis para estas crianças. Quando indicados, programas individuais precisariam ser projetados individualmente.

A maioria dos programas pode ser implementada dentro dos ambientes de educação regular. Outros podem requerer a coordenação entre a instrução regular e especial, ou a equipe de funcionários da escola, dependendo do nível de habilidade e dos recursos disponíveis dentro do distrito da escola.

Os profissionais pedagógicos e professores necessitam modificar suas estratégias típicas da avaliação ao trabalhar com estas crianças. Pelo fato delas não podem verbalizar, as avaliações não refletirão os verdadeiros níveis do QI, ou do potencial intelectual. Para que essas crianças não sejam colocadas em níveis educacionais impróprios, os avaliadores necessitam ser cautelosos.


Tratamento

Não existem muitas referências e orientações para o tratamento do mutismo seletivo. Talvez pelo fato da criança com mutismo seletivo não perturbar ninguém e passar por quietinha, ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo mundo, seu tratamento tem sido protelado e sua importância tem sido minimizada.

As modificações comportamentais são as medidas mais promissoras. A psicoterapia e terapia da fala também são importantes, já a psicofarmacologia é bastante restrita nesses casos, muitas vezes atuando somente em outros estados emocionais associados, sejam como comorbidade, sejam conseqüências da discriminação, da auto-estima, etc.
Bruna Antunes de Aguiar XimenesGeraldo José Ballone


Para referir: 

Ximenes BAA, Ballone GJ - Mutismo Seletivo, in. PsiqWeb, internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, 2009


Referência Bibliográfica:
- Braga ARM, Kunzler LS, HUA FY - Transtorno de humor bipolar: diversas apresentações de uma mesma doença. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2008, v. 30, n. 1
- Kaplan et al. - Tratado de Psiquiatria, Koogan, RJ, 1999
- Manfro GG et al. Estudo retrospectivo da associação entre transtorno de pânico em adultos e transtorno de ansiedade na infância. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(1):26-9
- Verrísmo M - Ansiedade de separação materna e adaptação psicossocial ao pré-escolar. Psicologia, Saúde & Doenças, 2003.
Disponível em: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=298