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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Saúde mental dos jovens brasileiros desperta preocupação crescente

  | Da Redação -


 Você sabia que o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens brasileiros entre 15 e 29 anos? O dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) é alarmante e remete a um problema de saúde pública no Brasil. A taxa de suicídios no país afeta cerca de 12 mil vidas por ano, representando quase 6% para cada para cada 100.000 habitantes o que coloca o Brasil logo atrás dos Estados Unidos nesse ranking.  

Não é por acaso que, desde 2003, o dia 10 de setembro é celebrado como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, com o Brasil aderindo à campanha Setembro Amarelo há cinco anos.

 
Perfil das vítimas 

Os números revelam uma realidade preocupante quando se analisa o perfil das vítimas brasileiras. A maioria é composta por homens negros, com idades entre 10 e 29 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio entre jovens estão relacionados a transtornos mentais, com a depressão liderando a lista, seguida pelo transtorno bipolar e abuso de drogas.  

Além disso, fatores como desemprego, sentimentos de vergonha, desonra, desilusões amorosas e antecedentes de doenças mentais também são identificados como riscos para o suicídio.   

"Setembro amarelo não é só uma cor ou uma data, é uma campanha de conscientização, de esclarecimento, e desmistificação sobre o que é o suicídio, e do porquê devemos estar atentos aos sinais de depressão entre os jovens. Falar sobre saúde mental no mundo pós-pandemia é urgente, no mundo virtual, mais ainda", reforçou a psicóloga da Unigranrio, Leila Navarro.  


Fatores de risco na adolescência 

A adolescência é um período crucial de desenvolvimento e, como todas as fases do desenvolvimento humano, apresenta desafios únicos. Ainda que o adolescente possa ter uma boa saúde mental, mudanças físicas, emocionais e sociais, bem como a exposição a fatores como a pobreza, abuso ou violência, pode torná-lo mais vulnerável a problemas de saúde mental.  
A depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes globalmente, e as consequências de não abordar essas condições afetam a idade adulta, prejudicando a saúde física e mental e limitando oportunidades futuras.  

Dentro do espaço escolar, por exemplo, é possível identificar quando um estudante apresenta sinais silenciosos, que podem estar atrelados aos sintomas de doenças como ansiedade e depressão. Os educadores são capazes de observar indicadores como isolamento, desinteresse e agressividade, o que pode se agravar caso não haja um olhar especializado para isso.  

Saúde mental x internet  

O uso extensivo de redes sociais e a internet pelos jovens têm potencial impacto na saúde mental. No Brasil, 66% da população, ou 140 milhões de pessoas, são usuários ativos em redes sociais, com a maioria acessando via dispositivos móveis. O tempo médio gasto nas redes sociais é de 3 horas e 34 minutos por dia. Esse novo perfil de internauta é jovem e passa a maior parte do tempo em um mundo virtual, o que pode prejudicar a habilidade de interação pessoal.  

Além disso, o uso excessivo da internet e das redes sociais por jovens e adolescentes traz riscos potenciais, incluindo o compartilhamento de conteúdos inadequados, como pornografia, discriminação e ódio, bem como aliciamento moral e sexual, assédio, invasão de privacidade e cyberbullying. "A tecnologia e a utilização da internet é um caminho sem volta no mundo moderno, todavia, para os especialistas, é importante que se ofereçam ferramentas de autoconhecimento para que crianças e jovens estejam preparados para aproveitar a parte boa da revolução tecnológica", completou Gabas.  

Para combater essa crescente crise, a OMS insta todos os países, incluindo o Brasil, a acelerarem a implementação do Plano de Ação Integral de Saúde Mental 20132030, que prevê medidas para a reorganização dos ambientes que influenciam a saúde mental e o fortalecimento dos sistemas de atenção, abrangendo lares, comunidades, escolas, locais de trabalho e serviços de saúde. Sugere ainda medidas como preparar pais, familiares e educadores para abordar o tema da saúde mental como parte da saúde integral. O auxílio de profissionais de saúde especializados é algo que pode fazer muita diferença para quem está em situação de vulnerabilidade. 

FONTE: https://www.virandobixo.com.br/noticias/NOT,0,0,1863791,saude-mental-dos-jovens-brasileiros-desperta-preocupacao-crescente.aspx

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Pesquisa revela que os idosos estão bebendo mais

 

 

 


Um em cada quatro brasileiros (23,7%) com 60 anos ou mais consome álcool. Além disso, 6,7% (aproximadamente 2 milhões de idosos) relatam consumir diversas doses de uma só vez, formando um padrão de consumo abusivo e extremamente prejudicial conhecido como binge drinking. E 3,8% (mais de 1 milhão) costumam beber, em uma semana típica, entre 7 a 14 doses por semana, quantidades que podem colocar em risco sua saúde.

As informações são de um estudo conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicado nas revistsa científicas Substance Use & Misuse e BMJ Open. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), os números mostram que o consumo de bebidas pelos idosos no Brasil pode ser considerado um problema de saúde pública. E esse cenário não é exclusivo do Brasil.

Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde pública também estão cada vez mais alarmadas com o consumo de álcool dos idosos. O número anual de mortes relacionadas com o álcool de 2020 a 2021 ultrapassou 178 mil, de acordo com dados divulgados recentemente pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Isso representa mais mortes do que todas as overdoses por drogas combinadas.

Uma análise do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo mostra que as pessoas com mais de 65 anos representavam 38% desse total. De 1999 a 2020, o aumento de 237% nas mortes relacionadas com o álcool entre aqueles com mais de 55 anos foi superior ao de qualquer grupo etário, exceto entre os de 25 a 34 anos.

 Em grande parte, os americanos não conseguem reconhecer os perigos do álcool, afirma George Koob, diretor do instituto que conduziu o estudo. — O álcool é um lubrificante social quando usado dentro das diretrizes, mas não creio que eles percebam que à medida que a dose aumenta, ele se torna uma toxina. E é ainda menos provável que a população mais velha reconheça isso — o especialista argumenta.

A taxa de pessoas com mais de 65 anos que declara ter consumido álcool no último ano (cerca de 56%) e no último mês (cerca de 43%) são mais baixas do que para todos os outros grupos de adultos. No entanto, os consumidores mais velhos são muito mais propensos a beber com frequência, 20 dias ou mais por mês, do que os mais jovens.

Além disso, uma análise feita em 2018 concluiu que o consumo excessivo de álcool (definido como quatro ou mais bebidas em uma única ocasião para as mulheres, cinco ou mais para os homens) aumentou quase 40% entre os americanos mais velhos nos últimos 10 a 15 anos.

Por que esse aumento está acontecendo?

A pandemia claramente desempenhou um papel importante no aumento de casos de consumo excessivo de álcool. Segundo estatísticas do CDC, houve crescimento no número de mortes atribuídas diretamente ao consumo de álcool, de atendimentos de emergência associados ao álcool e das vendas de álcool per capita entre 2019 e 2020, à medida que a Covid-19 se espalhava mundialmente e restrições eram estabelecidas.

— Muitos fatores de estresse nos impactaram bastante, principalmente o isolamento e as preocupações de adoecer. A mudança nos dados indicam a tendência das pessoas de beber mais para lidar com esse estresse — Koob constata.

Os pesquisadores também citam um fenômeno chamado efeito de coorte, isto é, variações nos resultados do estudo em grupos específicos. De acordo com Keith Humphreys, psicólogo e pesquisador de dependência em Stanford, os boomers (pessoas nascidas entre as décadas de 1940 e 1960) são uma geração que "usa mais substâncias", em comparação com aqueles que vieram antes e depois deles, e parecem não abandonar seu comportamento juvenil.

De 1997 a 2014, o consumo de álcool aumentou em média 0,7% ao ano entre os homens com mais de 60 anos, enquanto o consumo excessivo permaneceu estável. Entre as mulheres mais velhas, o consumo de álcool aumentou 1,6% anualmente, e o consumo excessivo aumentou 3,7%.

— Ao contrário dos estereótipos, as pessoas instruídas da classe média alta têm taxas mais elevadas de consumo de álcool. Nas últimas décadas, à medida que as mulheres foram ficando mais instruídas, elas ingressaram em locais de trabalho onde beber era normativo, e elas também tinham mais renda disponível. As mulheres que se aposentam agora têm maior probabilidade de beber do que as suas mães e avós — o psicólogo explica.

No entanto, o consumo de álcool representa um impacto ainda maior para os idosos, especialmente para as mulheres, que ficam intoxicadas mais rapidamente do que os homens porque são menores e têm menos enzimas intestinais que metabolizam o álcool.

Os idosos podem argumentar que estão apenas bebendo como sempre fizeram, mas as quantidades equivalentes de álcool têm consequências muito mais desastrosas para os mais velhos, cujos corpos não conseguem processá-lo tão rapidamente, alerta David Oslin, psiquiatra da Universidade da Pensilvânia e do Centro Médico para Veteranos de Guerra, na Filadélfia.

— O excesso causa redução do tempo de resposta do pensamento e da capacidade cognitiva à medida que o paciente envelhece — esclarece.

Já muito associado a doenças hepáticas, o álcool também agrava doenças cardiovasculares e renais, se você bebe há muitos anos, além de causar um aumento na incidência de certos tipos de câncer, o psiquiatra adverte. Segundo ele, beber contribui para quedas, uma das principais causas de lesões à medida que as pessoas envelhecem, e perturba o sono.

Os idosos também tomam muitos medicamentos prescritos e o álcool interage com muitos deles. Essas interações são comuns com analgésicos e soníferos, como os benzodiazepínicos, às vezes causando sedação excessiva. Em outros casos, o álcool pode reduzir a eficácia de um medicamento.

Caminhos para a solução

Uma proposta para combater o uso indevido de álcool entre os idosos é aumentar o imposto federal sobre o álcool, pela primeira vez em décadas.

— O consumo de álcool é sensível ao preço e é bastante barato neste momento em relação à renda — ressalta Humphreys.

Resistir ao lobby da indústria e encarecer o álcool, tal como impostos mais elevados tornaram os cigarros mais caros, poderia reduzir o consumo.

Os tratamentos para o uso excessivo de álcool, incluindo psicoterapia e medicamentos, não são menos eficazes para pacientes mais velhos, esclarece Oslin.

— Na verdade, a idade pode garantir uma resposta positiva. Além disso, o tratamento não significa necessariamente que você tenha que se abster. Trabalhamos com as pessoas para moderar o consumo de álcool — argumenta.

Mas a lei federal de 2008, que exige que as seguradoras de saúde proporcionem paridade – ou seja, a mesma cobertura médica é oferecida para curar problemas físicos e tratar da saúde mental– não se aplica ao Medicare, o plano de saúde oferecido pelo governo dos EUA a pacientes com mais de 65 anos. Vários grupos políticos e de defesa dos direitos de idosos estão trabalhando para eliminar tais disparidades.

Dean Nordman nunca procurou tratamento para o seu alcoolismo, mas após a cirurgia de emergência, os seus filhos o transferiram para um lar de idosos, onde os antidepressivos e a falta de acesso ao álcool melhoraram o seu humor e a sua sociabilidade. Ele morreu no asilo, em 2017.

Doug Nordman, a quem seu pai apresentou a cerveja aos 13 anos, bebia muito e chegava ao ponto do desmaio quando era estudante universitário. Depois dessa fase, passou a beber socialmente.

Mas ao ver seu pai recusar ajuda, “percebi que isso era ridículo”, ele relembra. O álcool poderia agravar a progressão do declínio cognitivo e ele tinha histórico familiar. Ele continua sóbrio desde aquele telefonema, há 13 anos.

FONTE: https://www.folhape.com.br/noticias/por-que-idosos-estao-bebendo-mais/327133/

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Álcool: a importância da prevenção

 


Você sabia que os transtornos mentais e comportamentais relacionados ao uso de álcool e outras drogas estão entre os motivos que mais afastam as pessoas do trabalho? Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência de álcool e a fármaco-dependência estão presentes em uma relação de tendências mundial de transtornos psicossociais no trabalho.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como “droga” toda substância não produzida pelo organismo que é capaz de alterar o seu modo de funcionamento. Sendo assim, álcool, maconha, cocaína, crack e até mesmo medicamentos são considerados drogas – a diferença é que os medicamentos, quando administrados corretamente, trazem benefícios à saúde.

Embora substâncias como álcool e medicamentos em geral estejam ao alcance de maneira fácil, isso não significa que não sejam drogas e que não representem risco. Segundo a OMS, por exemplo, não existe volume de álcool seguro a ser consumido. Isso porque o álcool, considerado a droga que provoca mais danos à saúde e que pode levar à morte, é tóxico ao organismo e pode provocar, inclusive, doenças mentais.

Além disso, existem outros dados preocupantes sobre o assunto. Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) divulgada em 2019 indicava que 2,3 milhões de pessoas bebiam de maneira exagerada ou fora de hora, o que implica em dependência do álcool. Na mesma pesquisa,  ficou registrado que 0,5% das pessoas NÃO faziam bom uso de remédios que servem para diminuir a dor ou deixar as pessoas mais tranquilas (calmantes e/ou tranquilizantes).

Os perigos do abuso de substâncias

Uma das principais características de substâncias como álcool e outras drogas é que elas provocam dependência, ou seja, a pessoa passa a consumir uma quantidade cada vez maior para se satisfazer. Como consequência,as mudanças de comportamento acarretadas pelo uso afetam a vida pessoal e o trabalho.

Veja alguns exemplos destas consequências:

  • brigas em casa (abalando a estrutura familiar);
  • falta de paciência ou de cuidados com os filhos; 
  • maior risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis;
  • maior risco de acidentes em casa e/ou no trabalho (porque o julgamento do que é arriscado fica prejudicado);
  • maior ocorrência de atrasos e faltas no trabalho;
  • perda da produtividade no trabalho.

Estas consequências têm relação com os efeitos das substâncias do organismo, que podem incluir:

  • Pressão alta (hipertensão)
  • Doenças cardíacas
  • Taquicardia
  • Doenças respiratórias
  • Perda de memória
  • Perda dos reflexos (movimentos lentos)
  • Dificuldade na fala
  • Irritação e isolamento
  • Falta de atenção
  • Fraqueza
  • Ansiedade
  • Insônia
  • Perda de apetite
  • Dor de cabeça
  • Tremores
  • Sudorese (excesso de suor)
  • Olheiras
  • Lesões cerebrais
  • Náuseas e vômitos
  • Convulsões
  • Overdose
  • Alucinações
  • Coma
  • Morte

Agora que você entendeu o contexto e os perigos do consumo excessivo de substâncias, é hora de falar sobre como prevenir e tratar o abuso de álcool e outras drogas.

Como prevenir e tratar esta condição?

Prevenir é melhor que remediar. Esta máxima, sempre citada quando o assunto é saúde, também se aplica quando falamos sobre o consumo de substâncias. Confira abaixo 5 recomendações relevantes para prevenir e tratar o abuso de álcool e outras drogas.

  1. Seja exemplo para aqueles que vivem com você. Ao evitar o uso de álcool e outras substâncias, você ajuda a prevenir esse tipo de comportamento entre pessoas da sua família.
  2. Caso perceba alguma das mudanças de comportamento ou sintomas aqui descritos, observe a relação com o consumo dessas substâncias e peça ou ofereça ajuda!
  3. Esteja ciente de que a dependência química é uma doença e, a exemplo de qualquer outra, merece respeito e tratamento adequado.
  4. Aceite que, muitas vezes, para que o tratamento gere resultados, é preciso envolver o apoio da família, terapeutas, grupos de apoio e até centros de reabilitação.
  5. Converse abertamente com os menores sobre os riscos do consumo de álcool ou outras drogas. A prevenção deve começar ainda na infância e continuar na adolescência e vida adulta.

É isto mesmo: a infância, quando a criança está com idade entre sete e oito anos, é o momento ideal para iniciar a prevenção do uso de álcool e outras drogas. Isso porque é neste período da vida que os filhos estão mais abertos a escutarem as orientações dos pais e aprenderem com eles.

FONTE:https://www.sesirs.org.br/blog-do-sesi/alcool-e-outras-drogas-importancia-da-prevencao-nas-empresas