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domingo, 18 de dezembro de 2016

Mania.

Mania - do grego mania (loucura) - é, para a Psiquiatria, o distúrbio mental caracterizado pela alteração de pensamento, com alteração comportamental dirigido, em geral, para uma determinada ideia fixa e com síndrome de quadro psicótico grave e agudo, característico, embora não exclusivo (mania secundária), do Transtorno ou Distúrbio Bipolar e se caracteriza por grande agitação, loquacidade, euforia, insônia, perda do senso crítico, grandiosidade, prodigalidade, exaltação da sexualidade e agressividade. (WIKIPEDIA)
Todas as subdivisões desta categoria se aplicam exclusivamente a um episódio isolado. Um episódio hipomaníaco ou maníaco em indivíduo que já tenha apresentado um ou mais episódios afetivos prévios (depressivo, hipomaníaco, maníaco, ou misto) deve conduzir a um diagnóstico de Transtorno Bipolar.

Hipomania

Transtorno caracterizado pela presença de uma elevação ligeira e persistente do humor, da energia e da atividade associada em geral a um sentimento intenso de bem-estar e de eficácia física e psíquica.
Existe frequentemente um aumento da sociabilidade, do desejo de falar, da familiaridade e da energia sexual e uma redução da necessidade de sono. Esses sintomas não são, entretanto tão graves de modo a entravar o funcionamento profissional ou levar a uma rejeição social. A euforia e a sociabilidade são por vezes substituídas por irritabilidade, atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro.
As perturbações do humor e do comportamento não são acompanhadas de alucinações ou de ideias delirantes.

Mania sem sintomas psicóticos

Presença de uma elevação do humor fora de proporção, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação praticamente incontrolável.
Esta elação se acompanha de um aumento da energia, levando à hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de sono. A atenção não pode ser mantida, e existe frequentemente uma grande distração.
O sujeito apresenta frequentemente um aumento da autoestima com ideias de grandeza e superestimativa de suas capacidades. A perda das inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, inapropriadas ou deslocadas.

Mania com sintomas psicóticos

Presença dos mesmos sintomas do quadro clínico descrito em Mania sem sintomas psicóticos, porém com ideias delirantes (em geral de grandeza), de alucinações (em geral do tipo de voz que fala diretamente ao sujeito) ou de agitação; de atividade motora excessiva e de fuga de ideias de uma gravidade tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação normal.
FONTE: http://www.galenoalvarenga.com.br/transtornos-mentais/transtornos-emocionais-de-humor/manias
http://www.youtube.com/watch?v=lQmh7Bd33zM

Depressão e suicídio



No decorrer de uma podem surgir tendências suicidas e não são raros os doentes que cedem a esse impulso. Por isso, qualquer sinal de ideias suicidas é como um pedido de socorro, e que como tal precisa de ser entendido.
Os estados de depressão grave são, muitas vezes acompanhados por alterações do sono, perda de apetite, perda de peso, desinteresse pelas questões sociais, apatia, sentimentos de desespero, de desamparo, de estar exausto, quer física quer psiquicamente. Neste sentido, os sintomas ou perturbações depressivas poderão ser indicadores significativos de comportamento suicida.
Expressões como: “A minha vida já não tem sentido. Seria preferível eu desaparecer”, pode ser indicador de “ALERTA”. Nos estados de depressão grave, é frequente os doentes chegarem a um ponto tal que acham que nunca mais conseguirão recuperar. Vivem o presente sem um mínimo de esperança, e as perspetivas de futuro encontram-se dominadas por sentimentos negativos.
As intenções de devem ser sempre levadas a sério pelos amigos e familiares. Amigos e familiares, muitas vezes ficam sem saber se hão-de falar abertamente sobre o assunto, ou se é preferível não o abordarem. A sugestão é que conversem sobre o problema! Para quem está deprimido pode ser um alívio conseguir desabafar com alguém.
Quando as pessoas do círculo do doente começam a sentir a impressão de que o contacto com este lhe escapa cada vez mais, deverão levá-lo a um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) tão cedo quanto possível. E nunca é demais recordar que funcionam noite e dia serviços de urgência em hospitais a que poderão recorrer, caso entrem em crises agudas de desespero.
Se se sente deprimido, não tente enfrentar sozinho a situação. Naturalmente que há depressões que se curam espontaneamente. Mas também é provável que surjam de novo após um período de tempo muito imprevisível. Por isso, a atitude mais prudente é a de procurar quanto antes ajuda especializada.
FONTE: http://oficinadepsicologia.com/risco-de-suicidio-na-depressao

sábado, 17 de dezembro de 2016

A Síndrome de Diógenes

A Síndrome de Diógenes (SD) é uma alteração comportamental que geralmente ocorre entre pessoas idosas, caracterizada pelo isolamento social, pela autonegligência (descuido com o autocuidado, com a higiene pessoal e do lar), pelo comportamento paranóico e pelo colecionismo.

Em 1975 esta Síndrome foi descrita e nomeada, uma certa injustiça ao filósofo grego Diógenes de Sínope, também chamado Diógenes "o Cínico" (kynikos, kynon = cachorro). Diógenes acreditava que a virtude não deveria ser uma teoria mas uma ação prática, resultado da própria vivência, assim optou por viver na miséria, habitando um grande barril como lar e carregando à luz do dia uma lanterna acesa em busca de um homem honesto; acreditava que faria bem ao ser humano aprender com o cão:"afinal o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade."
Paradoxalmente, o Cinismo anárquico de Diógenes nada tem em comum com o emprego atual da palavra, assim como a vida despojada de bens de Diógenes nada se assemelha à Síndrome que leva seu nome.
Na Síndrome de Diógenes o colecionismo é a tônica, em detrimento do autocuidado. É possível observar desde casos de pessoas que colecionam todo  tipo de objetos: recolhendo lixo e todo tipo de objetos inúteis (syllogomania), até animais: já presenciamos um caso de uma senhora que chegou mesmo a recolher, para desespero dos vizinhos, um jumento!

EPIDEMIOLOGIA

Apesar de ser predominantemente descrita na terceira idade, pode ocorrer entre adultos jovens também.
A incidência anual é de 5/10.000 entre aqueles acima de 60 anos que residem sozinhos ou com familiares, e pelo menos a metade é portadora de demência ou algum outro transtorno psiquiátrico. 
A síndrome acomete indivíduos pertencentes a todas as classes sociais e parece ser igualmente prevalente entre homens e mulheres.
Os pacientes com maior risco de apresentarem a síndrome são idosos independentes e dominadores, que moram sozinhos, com pouca ou nenhuma interação com a comuni- dade.
Geralmente são pessoas com inteligência normal ou acima da média.
Classicamente as principais doenças encontradas nos portadores de SD foram demência (44%), abuso de etílicos, transtornos afetivos e parafrenia. Entretanto, descrições mais recentes relatam a ocorrência de SD em associação com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de personalidade (especialmente o transtorno de personalidade obsessivo- compulsiva), esquizofrenia, demência, e até mesmo acidente vascular cerebral.

CAUSAS
Há algumas hipóteses:
  1. A SD condição representaria o “estágio final” de um transtorno de personalidade.
  2. Seria uma manifestação de demência do lobo frontal.
  3. Seria o estágio final do subtipo hoarding do TOC

PSICOPATOLOGIA
Os portadores da SD são pessoas solitárias e paranóides com pouca ou sem nenhuma crítica sobre seu comportamento. Não basta ser solitário e estar deprimido para ter SD, as pessoas com esta síndrome têm uma agravante: a desconfiança do mundo à sua volta  propiciaram seu isolamento ao longo do tempo. 
Geralmente a doença, principalmente o sintoma de acumulação de objetos (colecionismo) é agravado após uma situação de perda de contato com o mundo: morte de algum ente, demissão, aposentadoria, situações frustrantes para o indivíduo que o levam a sentir que devem devolver a rejeição que o mundo lhe impõe.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A Síndrome de Diógenes faz diagnóstico diferencial com várias outras doenças: transtorno  obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, esquizofrenia, demência, anorexia nervosa, autismo, síndrome de Prader-Willi e lesão do córtex orbitofrontal esquerdo ou bilateral. 
Cabe ao psiquiatra discernir se a paciente apresenta alguma comorbidade psiquiátrica juntamente com a SD ou se uma das doenças acima sozinha justifica o colecionismo e a autonegligência.

EXAMES COMPLEMENTARES
São necessários além da avaliação psiquiátrica usual (exame psíquico) que o psiquiatra realize:
  • avaliação cognitiva;
  • exame neurológico;
  • exames complementares de rotina (ECG/Teste ergométrico, hemograma, glicemia de jejum, eletrólitos, TSH/T4 Livre, TGO/TGP, gama-GT, uréia/creatinina... )
  • ressonância magnética do encéfalo

TRATAMENTO
O tratamento é um desafio: se há familiares ou suporte social de amigos torna-se mais promissor, vez que nestes casos pode-se mostrar com exemplos ao portador da Síndrome que o mundo não o renega.
Mas além de suporte há outros complicadores, como a personalidade pré-morbida do paciente, principalmente no que se refere a idéias paranóides.
Assim, muitas vezes os casos para receberem uma intervenção médica necessitam primeiramente de uma intervenção judicial: com o Poder Jurídico obrigando a pessoa a tratar-se para que possa manter sua casa em condições sanitárias de modo a não impossibilitar a habitação naquela rua ou naquela região do bairro, ou para resguardar a saúde de animais de estimação.
Há casos em que além da saúde mental comprometida a autonegligência propiciou o surgimento de Desnurição e de doenças infecto-parasitárias, as quais devem ser urgentemente abordadas. Ainda durante o tratamento destas doenças há o risco da pessoa sucumbir a pneumonias e outras infecções comuns entre idosos acamados.
O tratamento psiquiátrico deve contemplar intervenções psicoterápicas e uso de psicofármacos, conforme os sintomas predominantes.
Não há uma estratégia psicoterápica única indicada.

BIBLIOGRAFIA
  1. STUMPF, Bárbara Perdigão  and  ROCHA, Fábio Lopes. Síndrome de Diógenes. J. bras. psiquiatr. [online]. 2010, vol.59, n.2 [cited  2011-03-11], pp. 156-159 . Available from: . ISSN 0047-2085
  2. El Síndrome de Díógenes.
  3. Dógenes de Sínope.
  4. CAIXETA, Leonardo. Diógenes, população de rua, luta antimanicomial e cinismo. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2007, vol.29, n.1 [citado  2011-03-11], pp. 91-91 . Disponível em: . ISSN 1516-4446.
  5. Ramirez, Nuria Cerezo and Gois, José António Palma. O Síndrome de Diógenes. Psilogos. Vol.3, n.32. Disponível em:
FONTE:http://dicionariodesindromes.blogspot.com.br/2011/02/sindrome-de-diogenes.html