NOÇÕES DE PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais. Melhor dizendo, a Psicologia estuda o que motiva o comportamento humano – o que o sustenta, o que o finaliza e seus processos mentais, que passam pela sensação, emoção, percepção, aprendizagem, inteligência...
A história da Psicologia, cuja etimologia deriva de Psique (alma) + Logos (razão ou conhecimento), se confunde com a Filosofia até meados do século XIX. Sócrates, Platão e Aristóteles deram o pontapé inicial na instigante investigação da alma humana:
Para Sócrates (469/399 a C.) a principal característica do ser humano era a razão – aspecto que permitiria ao homem deixar de ser um animal irracional.
Platão (427/347 a C.) – discípulo de Sócrates, conclui que o lugar da razão no corpo humano era a cabeça, representando fisicamente a psique, e a medula tria como função a ligação entre mente e corpo.
Para Sócrates (469/
Platão (427/
Já Aristóteles (387/322 a C.) – discípulo de Platão – entendia corpo e mente de forma integrada, e percebia a psiqué como o princípio ativo da vida.
Durante a “era cristã” – quando todo conhecimento era produzido e mantido a sete chaves pela Igreja, Santo Agostinho e São Tomé de Aquino partem dos posicionamentos de Platão e Aristóteles respectivamente.
Em 1649, René Descartes – filósofo francês – publica Paixões da Alma, reafirmando a separação entre corpo e mente. Pensamento que dominou o cenário científico até o século XX. Alguns pesquisadores alegam que essa hipótese assumida por Descartes foi um subterfúgio encontrado para continuar suas pesquisas, desenvolvidas a partir da dissecação de cadáveres, com o apoio da Igreja e protegido contra a Inquisição.
O fato é que no final do século XIX, os acadêmicos da época resolvem distanciar a Psicologia da Filosofia e da Fisiologia, dando origem ao que se chamou de Psicologia Moderna.
O fato é que no final do século XIX, os acadêmicos da época resolvem distanciar a Psicologia da Filosofia e da Fisiologia, dando origem ao que se chamou de Psicologia Moderna.
Os comportamentos observáveis passam a fazer parte da investigação científica em laboratórios com o objetivo de se controlar o comportamento humano. Nesse sentido, os teóricos objetivam suas ações na tentativa construir um corpo teórico consistente, buscando o reconhecimento, enfim, da Psicologia como ciência.
É neste cenário investigativo que surgem três correntes teóricas: o Funcionalismo, o Estruturalismo e o Associacionismo.
O Funcionalismo foi elaborado por William James(1842/1910) que teve a consciência como sua grande preocupação – como funciona e como o homem a utiliza para adaptar-se ao meio.
No Estruturalismo Edward Titchener(1867/1927) também se preocupava com a consciência, mas com seus aspectos estruturais – percebiam a consciência , isto é, seus estados elementares como estruturas do Sistema Nervoso Central.
O Associacionismo foi apresentado por Edward Thorndike(1874/1949). Seu ponto de vista era que o homem aprende por um processo de associação de idéias – da mais simples para a mais complexa.
No início do século XX, surgem mais três correntes principais,que, por sua vez originaram a diversidade de correntes psicológicas, que conhecemos hoje:
Behaviorismo – surgiu nos EUA com John Watson(1878/1958). Foi conhecida pela teoria S-R, ou seja, para cada resposta comportamental existe um estímulo.
Gestaltismo – surgiu na Europa, mais precisamente na Alemanha, com Wertheimer, Köhler e Koffka, entre 1910 e 1912 e nega a fragmentação das ações e processos humanos, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade, resgatando as relações da Psicologia com a Filosofia.
Gestaltismo – surgiu na Europa, mais precisamente na Alemanha, com Wertheimer, Köhler e Koffka, entre 1910 e 1912 e nega a fragmentação das ações e processos humanos, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade, resgatando as relações da Psicologia com a Filosofia.
Psicanálise – teoria elaborada por Sigmund Freud(1856/1939) recupera a importância da afetividade e tem como seu objeto de estudo o inconsciente.
Sigmund Freud identificou cada uma das formas de funcionamento da estrutura psíquica com nomes que nos parecem estranhos, pois têm sua origem na língua alemã.
ID: é o modo de funcionamento mais primitivo, aquele do bebê recém-nascido, onde predominam os impulsos e sensações corporais de forma mais desorganizada. Seria no ponto de partida de todo ser humano, a fonte básica de energia de nosso ser, que será organizada a partir de nosso contato como ambiente. O aparecimento da consciência eu/outro, da capacidade de espera, mostra o surgimento do ego (de acordo com as idéias de Freud).
EGO: é a parte de nós que lida com a realidade e negocia com ela as satisfações das necessidades geradas pelo ID. Por exemplo, quando sentimos fome estamos detectando o surgimento de uma necessidade.
Sabemos que para satisfazermos esta necessidade precisamos come algo, porque lembramos de outras vezes em que isto aconteceu (memória já é uma atuação do ego). Podemos decidir se vamos para a cozinha, a uma lanchonete, ou a um restaurante de luxo através da avaliação de quanto dinheiro temos para gastar com esta refeição (estamos buscando na realidade, meios adequados para a satisfação de nossa necessidade).
O ego tem três tarefas básicas: a nossa auto-preservação, nosso auto-controle (não é porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar” tal pessoa) e a nossa adaptação ao meio ambiente. Quando o indivíduo sofre de transtornos mentais, as funções adaptativas do ego geralmente são afetadas, especialmente nos transtornos psicóticos que se caracterizam por um vínculo precário com a realidade externa.
SUPEREGO: é a capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos a adquirir com o passar da infância. Esta seria a parte de nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de nossa espécie. Ter essa noção de certo e errado muitas vezes não chega a nos impedir de realizar determinadas ações, mas nos sinaliza que fizemos algo errado.
Estas três instâncias de nossa mente vivem, assim como o nosso corpo, em busca de um nível de equilíbrio que nos permita ter o máximo possível de experiências boas e o mínimo de experiências ruins. Mas nem sempre isso é fácil.
Hoje, século XXI os conhecimentos produzidos pela Psicologia e a complexidade e capacidade de transformação do ser humano, acabaram por ampliar em grande medida sua área de atuação.
Assim, a Psicologia hoje, pode contribuir em várias áreas de conhecimento, possibilitando cada área uma gama infinita de descobertas sobre o homem e seu comportamento, ou sobre o homem e suas relações.
O termo Psicopatologia é de origem grega, partindo de psykhé, que siginifica alma, juntando-se com o termo patologia, significando morbidade. Apesar da clareza do termo (doença da alma), como seria possível suspeitar de uma patologia do espírito ou da alma, já que, conceitualmente, o espírito não pode adoecer. Filosoficamente só existiria enfermidade no biológico ou no antropológico e os fenômenos psíquicos só seriam patológicos quando sua existência estivesse condicionada a alterações patológicas do corpo.
A Psicopatologia se estabelece através da observação e sistematização de fenômenos do psiquismo humano e presta a sua indispensável colaboração aos médicos em geral, aos psiquiatras em particular, aos psicólogos, sociólogos e a todo o grupo das ciências humanas.
A Psicopatologia quer sentir, apreender e refletir sobre o que realmente acontece no psiquismo humano e parte do pressuposto de que existe, na normalidade, uma inclinação geral e fisiológica para a realidade.
A psicopatologia é o estudo sistemático do comportamento, da cognição e da experiência anormais; o estudo dos produtos de uma mente com um transtorno mental. Isto inclui as psicopatologias explicativas, nas quais existem supostas explicações, de acordo com conceitos teóricos (p. ex., a partir de uma base psicodinâmica, comportamental ou existencial, e assim por diante), e a psicopatologia descritiva, que consiste da descrição e da categorização precisas de experiências anormais , como informadas pelo paciente e observadas em seu comportamento.
VIII. NOÇÕES DE PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL
Procura conhecer e compreender o ser humano e, através deste conhecimento, tomar consciência das problemáticas psicológicas que os indivíduos vivenciam. A Psicologia Comportamental não propõe um tratamento sintomatológico ou mecanicista, uma vez que esta abordagem baseia-se no modelo biosóciopsicológico, que elimina o conceito tradicional de "doença subjacente" e mesmo o conceito de sintomas através do qual esta "doença" se manifestaria. Ela propõe, isto sim, um tratamento das queixas apresentadas (solidão, stress, depressão, insegurança, etc) e dos mecanismos psicológicos funcionalmente envolvidos com o desenvolvimento e manutenção das problemáticas apresentadas.
O medo, eis o grande inimigo do homem. A insegurança dele conseqüente conduz a total vulnerabilidade, fazendo com que o homem viva de forma contrária ao seu instinto de sobrevivência, falhando em obter aquilo que deseja e levando-o a fazer o que não quer.
A sociedade nos dita regras de "certo e errado" e avalia as pessoas em escalas de "melhor e pior". Assim, "adultos são melhores que crianças", "patrões melhores que empregados", "homens melhores que mulheres", "brancos melhores que negros", e assim por diante, valorizando muito mais o "fazer o que esperam ou o que não esperam de mim". Introjetam-se, então, cobranças e expectativas, desenvolvendo no indivíduo, a tal busca do "eu ideal", que terminam por saber o "que não são capazes", não tendo entretanto, a exata consciência, do "que são capazes", desvalorizando o que há de realmente importante nele: a ternura, o encantamento, a sensibilidade, a alegria, o romantismo, a poesia, o amor e muito mais. Para a Análise Comportamental, desenvolver a percepçäo de si é a chave do problema.Recomeçar, transformar os conceitos de "certo e errado". Só o indivíduo pode ser o juiz final para determinar o que é certo ou errado para ele, de modo que descubra do que é capaz, gostando mais de si mesmo.
O objetivo deste processo terapêutico é, portanto, possibilitar que, a partir do desenvolvimento desta auto-estima, de um maior respeito próprio, novos sentimentos possam ser expressados e percebidos por si e pelo outro.
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