A Síndrome de Capgras (ou Delírio de Capgras) é um raro distúrbio no qual uma pessoa sofre de uma crença ilusória de que um conhecido, normalmente um cônjuge
ou outro membro familiar próximo, foi substituído por um impostor
idêntico. A síndrome de Capgras é classificada numa categoria de crenças
ilusórias envolvendo erros de identificação a respeito de pessoas,
lugares ou objetos. Pode ocorrer de forma aguda, passageira ou grave.
A ilusão é mais comum em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, embora possa ocorrer em variadas condições, como dano cerebral e demência.
Embora seja comumente chamada de síndrome por poder ocorrer com ou
paralelamente a várias outras desordens e doenças, alguns pesquisadores
argumentam que deveria ser considerada mais um sintoma de algo do que
uma síndrome em si mesma.
História
É nomeada após Joseph Capgras, o psiquiatra francês que primeiro a descreveu em 1923 (artigo por Capgras e Reboul-Lachaux),que usaram o termo "l'illusion des sosies" (a ilusão dos sósias)
ao descrever o caso de uma francesa que reclamava de que vários sósias
tomaram o lugar de seus conhecidos. O termo "ilusão" é sutilmente
diferente de delírio na psiquiatria, de forma que "Delírio de Capgras"
tem sido usado mais adequadamente.
Manifestação
Este caso vem de um relato de 1991 feito por Passer e Warnock:
A senhora D., dona de casa, casada, 74 anos, recém-saída de sua primeira entrada psiquiátrica em um hospital local, apresentou-se a nós para uma segunda opinião. Na época de sua admissão, ela recebeu o diagnóstico de uma psicose incomum devido à sua crença de que seu marido fora substituído por um outro homem. Ela se recusou a dormir com o impostor, trancou seu quarto e porta à noite, pediu uma arma ao seu filho e lutou contra a polícia que tentou hospitalizá-la. Por vezes ela acreditava que seu marido era seu pai, há muito falecido. Ela reconhecia outros membros da família e confundia apenas seu marido. |
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Causas
Algumas das primeiras pistas para possíveis causas do delírio de
Capgras foram sugeridas pelo estudo de pacientes com dano cerebral que
desenvolveram prosopagnosia,
ou seja, incapacidade de reconhecer rostos. Porém, um estudo de 1984
por Bauer mostrou que mesmo sem reconhecimento consciente, os pacientes
emitiam sinais (respostas galvânicas através da pele)
ao serem confrontados com rostos familiares, sugerindo que haja uma
maneira consciente e uma não-consciente de reconhecimento facial.
Em um artigo de 1990 do British Journal of Psychiatry, os psicólogos
Hadyn Ellis e Andy Young levantartam a hipótese de que pacientes com o
delírio de Capgras possam ter uma 'imagem-espelhada' da propagnosia, ou
seja, que suas capacidades conscientes de reconhecimento operem
corretamente, mas que tenham danificada a sua habilidade emocional de
reconhecer pessoas.
Isso levaria à sensação de reconhecer alguém, mas
sentir que "algo não está certo" com essa pessoa (que está "faltando
alguma coisa").
As emoções que sentimos ficam codificadas nas imagens que vemos e
nesta síndrome a imagem se separa da emoção, gerando assim um
desconhecimento de alguém próximo.
FONTE:http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Capgras
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