Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo.
A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa
Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de
forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida
na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por
afogamento.
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento.
Andrew Morrison afirma que, em adultos, um nível razoável de
narcisismo saudável permite que um indivíduo equilibre a percepção de
suas necessidades em relação às de outrem.
Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.
Em psicanálise
o narcisismo representa um modo particular de relação com a
sexualidade, sendo um conceito crucial para a formação da teoria
psicanalítica tal qual conhecemos hoje. Em 1914 Freud lançou o livro Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo, neste livro Freud subdivide o narcisismo em duas fases:
- Narcisismo primário- é a fase auto-erótica, o primeiro modo de satisfação da libido, onde as pulsões buscam satisfação no próprio corpo. Nesse período ainda não existe uma unidade do ego, nem uma diferenciação real do mundo.
- Narcisismo secundário - ocorre em dois momentos: o investimento objetal e o retorno desse investimento para o ego. Quando o bebê já consegue diferenciar seu próprio corpo do mundo externo ele identifica quais as suas necessidades e quem pode satisfazê-las, então concentra em um objeto suas pulsões parciais, geralmente na mãe.
O narcisismo não é apenas uma condição patológica, mas também um
protetor do psiquísmo. Um narcisismo “que promove a constituição de uma
imagem de si unificada, perfeita, cumprida e inteira”. (Houser, 2006,
pág. 33). Ultrapassa o auto-erotismo para fornecer a integração de uma
figura positiva e diferenciada do outro.
Exprimir uma certa forma de narcisismo não tem nada de grave num
adolescente. Trata-se na maior parte das vezes de uma etapa no
desenvolvimento da personalidade antes de enfrentar as responsabilidades
da vida adulta. No entanto, se o comportamento narcisístico não
desaparece, e pelo contrário se exaspera, é melhor recorrer a um
psicólogo.
Os termos "narcisismo" e "narcisista" são freqüentemente utilizados
como pejorativos, denotando vaidade ou egoísmo. Quando aplicado a um
grupo social, o conceito tem relação com o conceito de elitismo.
Referências
- ↑ Freud, Sigmund, Narcisismo: Uma Introdução, 1914
- ↑ Morrison, Andrew. Shame: The Underside of Narcissism, The Analytic Press, 1997. ISBN 0-88163-280-5
- ↑ http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/introducao-ao-conceito-de-narcisismo
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