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sábado, 31 de março de 2012

Saúde do idoso.


1. Relações familiares e laços afetivos

A maior parte da população idosa vive em núcleos familiares, partilhando da companhia de esposa (no caso dos homens idosos), filhos (idosos e idosas) e muitas vezes netos, sendo, em grande parte, responsável pelos cuidados com eles.

Participam ativa e economicamente na vida da família, sendo boa parte das vezes o chefe ou um dos principais provedores e ajudando a família, ainda que dela também dependam, sobretudo para atividades fora de casa.

Consideram as tarefas que realizam de muita responsabilidade e sentem-se satisfeitos com o grau de responsabilidade que elas lhes exigem. No entanto, suas opiniões são menos solicitadas que a dos não idosos, muito embora a freqüência com que opinam nas decisões familiares seja considerada satisfatória pela maioria.

Em geral, sentem-se à vontade com a família, sobretudo por considerá-la unida e harmônica. Metade recebe visita da família e de amigos semanalmente, enquanto a saída para visita a parentes e amigos é um pouco menos constante. A falta de regularidade de visitas de parentes ou mesmo a ausência delas é idêntica entre idosos e não idosos, e pode ser considerada baixa.

De modo geral, encontram os amigos em casa ou seus arredores (vizinhança), na igreja ou outros templos religiosos e ao saírem para outras finalidade,s como a ida a compras ou à médicos.

  • Cerca de metade dos idosos brasileiros vive com filhos(as) (54%) e esposo(a) (51%), sendo que 71% dos homens vivem com companheira, e entre as mulheres só 36%.
  • Aproximadamente um terço dos idosos vivem com netos(as) (30%) e 16% são responsáveis por sua criação.
  • Mesmo não morando com netos, é forte a participação dos idosos no cuidado destes, seja passando com eles o dia inteiro (5%), parte do dia (13%), ou os finais de semana (6%). Mais as mulheres que os homens ajudam no cuidado com os netos (47%, contra 27%), especialmente as que estão na faixa etária de 60 a 69 anos (55%). Nesta idade, uma em cada 4 mulheres cria seus netos.
  • As relações intergeracionais se estendem por todas as faixas etárias: 23% residem com crianças de até 10 anos, 25% com adolescentes e jovens de 10 a 20 anos, 27% com pessoas de 20 a 30 anos a 25% com pessoas de 30 a 40 anos.
  • Vivem sozinhos 15% dos idosos, proporção cinco vezes maior quer entre os não idosos (3%).
  • A grande maioria dos idosos (88%) contribui para a renda familiar, muitas vezes como o principal provedor da família. A contribuição na renda familiar é quase unânime entre os homens idosos (95%) e entre as mulheres, cresce à medida que aumenta a faixa etária (de 78% entre as que têm entre 60 e 69 anos a 92% entre as com 80 anos ou mais).
  • A autonomia dos idosos, considerados como chefes das famílias onde habitam, se revela entre 71% dos idosos e 21% consideram como chefe o marido ou esposa. Apenas 7% atribuem a chefia da família a algum filho e 3% ao genro ou nora, tendência maior entre as mulheres.
  • Quase quatro em cada 10 idosos (38%) tem no(a) esposo(a) a pessoa mais próxima e que lhe mais dá atenção, 27% tem um filho(a) como cuidador e 14% reconhecem algum não morador do domicílio como a pessoa que mais lhe dá atenção. Já os(as) netos(as) têm participação pouco efetiva no cuidados com os idosos (4%).
  • Ter o cônjuge como pessoa mais próxima é mais freqüente entre os homens (58%) que entre as mulheres, estas apenas 24% tem no esposo a pessoa que lhe dá mais atenção. Por outro lado, os(as) filhos(as) dão mais atenção às mulheres idosas (36%, contra 15% entre os homens) e tendem a ter maior participação quanto mais velhos ficam os pais.
  • Ter como cuidador uma pessoa que não resida na casa ocorre principalmente entre as mulheres e tende a aumentar, conforme aumenta a idade (de 12% a 22%).
  • A maior parte dos idosos (77%) se sente a vontade em relação à sua família, o que se deve principalmente ao tipo de relação que mantém (77%), pautada na união e harmonia (58), liberdade (16%), afeto (14%) e respeito (11%).
  • Uma parcela de 22%, no entanto, não se sente totalmente à vontade com suas famílias, apontando razões opostas para esta sensação, ou seja, sentem que a família é desarmônica (10%), com muitos desentendimentos (5%) ou ausência de contato (2%); outros avaliam que não têm liberdade (6%), ou são tratados com desrespeito (1%) ou sem afeto (1%).
  • Indagados sobre coisas que fazem sozinhos ou precisam de ajuda, observa-se que as tarefas para as quais os idosos mais precisam de ajuda são consertos e reparos domésticos (45%), limpeza e lavagem de roupa (43%, ambas), e cozinhar (33%), tarefas que fazem parte da rotina e da distribuição do trabalho doméstico doméstica – para as quais outros moradores, portanto, também recebem ajuda.
  • Para tarefas que envolvem sair de casa, tais como fazer ou carregar compras, resolver problemas fora de casa ou ir ao médico, 39%, 24% e 28% dos idosos, respectivamente, costumam receber a ajuda de alguém para fazê-las.
  • Para tarefas de caráter mais pessoal a necessidade de ajuda por parte dos idosos é mínima: apenas 9% precisam de ajuda para tomar remédios, 6% para locomover-se e 3% para vestir-se; 2% necessitam de ajuda para se alimentar, fazer higiene pessoal, ir ao sanitário ou levantar-se da cama ou cadeiras.
  • Um terço dos entrevistados (32%) precisa de ajuda financeira para manter-se, mas este é também a ajuda que os idosos mais oferecem, uma vez que 29% ajudam na manutenção financeira de outras pessoas.
  • Ajudar na limpeza doméstica e acompanhar pessoas ao médico, são tarefas em que os idosos mais auxiliam a outros (12%, ambas), além de 11% que ajudam no preparo de comidas, 8% ajudam a lavar roupas e 7% a fazer consertos e reparos domésticos, assim como a fazer ou carregar compras e ainda 6% costumam ajudar outras pessoas indo resolver problemas fora de casa.
  • Nas tarefas de caráter mais pessoal os idosos ajudam mais do que são ajudados, como dar remédios a outros residentes do domicílio (10%), ajudar na locomoção (6%), ajudar a vestir, alimentar e levantar alguém de camas ou cadeiras (5% cada), fazer higiene pessoal e levar ao sanitário (4%).
  • Entre os idosos dois terços consideram de muita responsabilidade as atividades que desenvolvem (66%), 8% nem muita nem pouca, 21% acham que suas atividades são de pouca responsabilidade e 5% não acham que têm responsabilidade. De modo geral, a maioria (83%) está satisfeita com o grau de responsabilidade que têm com as atividades que pratica.
  • A participação nas decisões familiares é freqüente a três quartos da população adulta não idosa, com 44% sendo consultados sempre e 31% de vez em quando. Entre os idosos, a consulta da família às suas opiniões é ligeiramente menos freqüente, com 39% consultados sempre e 30% de vez em quando. 18% não participam das decisões da família, incidência duas vezes maior que entre não idosos (9%).
  • De modo geral, tanto idosos quanto não idosos consideram boa a freqüência com que são consultados nas decisões familiares (75%, ambos). 16% entre os não idosos e 12% entre os idosos estão insatisfeitos com essa freqüência.
  • Metade da população adulta brasileira recebe visita da família ao menos uma vez por semana (49%, ambos). Entre os idosos 18% são visitados todos os dias, enquanto 15% dos não idosos recebem visitas diárias. A falta de regularidade de visitas ou mesmo a ausência delas são idênticas entre idosos e não idosos (17%).
  • A saída para visita a parentes é mais constante entre não idosos que entre os idosos – pouco mais de um terço (36%) visitam parentes ao menos uma vez por semana, enquanto 24% dos idosos possuem esta mesma freqüência. Por outro lado, um terço dos idosos (33%) não tem freqüência regular ou não visitam parentes, enquanto 22% dos não idosos agem desta forma.
  • Metade dos idosos recebe visitas semanais de amigos, enquanto entre os não idosos chega a aproximadamente dois terços (62%) – 17% dos idosos recebem visita de amigos diariamente e um terço (33%) ao menos 1 vez por semana, enquanto entre os não idosos 1 em cada 4 são visitados por amigos diariamente e 37% ao menos uma vez por semana.
  • A freqüência de saída para visita a amigos também varia entre idosos e não idosos. Cerca de um terço dos idosos (30%) tem o hábito de ir à casa de amigos ao menos uma vez por semana, enquanto metade dos não idosos fazem visita a amigos com essa freqüência. Da mesma forma, 45% dos idosos não costumam visitar amigos ou não tem freqüência regular para fazê-lo, enquanto só 23% dos não idosos não cultivam essa prática.
  • Cerca de metade dos idosos (55%) costuma encontrar os amigos em casa, visitando ou sendo visitados, ou em seus arredores, na rua, na calçada, perto de casa (41%). Mais de um terço (37%) tem nas igrejas ou templos religiosos o local de sua socialização (sobretudo as idosas), outros 19% os encontram casualmente quando vão às compras. Ir ao médico ou postos de saúde, praças, bares, clubes ou bailes, grupos de convivência e bingos são outros pontos de encontro, ou ainda, mesmo que não os procure, os idosos encontram amigos em meios de transporte e filas.

2. Instituições de longa permanência
Uma pequena parte da população brasileira tem vínculos com pessoas que estão em instituições de longa permanência, muito embora cerca de metade já tenha visitado alguma e saiba que existem instituições tanto públicas quanto particulares.

A possibilidade de poder vir a morar em uma instituição, se necessário, é algo já pensado e possível para quase dois terços dos idosos, se não houver outra opção.

A praticidade e funcionalidade das instituições, como não ter que se preocupar com os afazeres e horários são os aspectos mais positivos vistos nas instituições, porém essa mesma perda do controle sobre sua rotina é um dos aspectos que mais desagrada.

Por outro lado, a presença constante de companhia, não se sentir um incômodo para a família e ter profissionais adequados para cuidá-los são outros atrativos das instituições, mas “o problema é que as boas são muito caras”.

O que mais pesa negativamente na imagem que os idosos fazem das instituições de longa permanência é a presença de pessoas com problemas mentais, serem tratados como crianças e a sensação de que, ao entrarem, nunca mais sairão – perspectiva que se agrava associada à possibilidade de rompimento dos vínculos afetivos, a perda do contato com a família e com os amigos, visitas pouco freqüentes e a impossibilidade de passarem o dia fora quando quiserem.

A imagem de descuido causada por más condições de higiene e mal trato não são muito associadas às instituições, mas os idosos acreditam que as instituições ficariam com seu dinheiro.

  • Apenas 11% da população brasileira têm parente ou amigo que vive em casas de longa permanência. Entre os idosos, este índice sobe para 15%.
  • Embora o vínculo com pessoas que asiladas seja baixo, 46% dos idosos já visitou alguma instituição deste tipo.
  • Mais da metade da população brasileira adulta (57%) sabe que existem tanto instituições públicas como particulares para receber idosos, 20% acham que só existem instituições públicas e 11%, só particulares.
  • Quando aventada a possibilidade de, se preciso, morar em uma instituição para idosos, 39% dos idosos aderem com certeza e 22% talvez, enquanto entre os não idosos 46% afirmam que, se necessário, com certeza morariam e 24% talvez. Assim, entre os idosos 61% poderiam vir a morar em uma instituição de longa permanência, caso fosse necessário.
  • No entanto, a aceitação à possibilidade de morar em uma instituição de longa permanência é vista antes como decorrência da ausência de outra alternativa, pela eventual ausência de familiares e o risco de ficar na rua.
  • Para não incomodar os outros são razões que, para 16% dos idosos, justificam a possibilidade de morar numa instituição. Razões associadas à dependência, ou por não ter quem cuide ou para não depender de ninguém, são as causas de 12%.
  • Um índice menor remete a possibilidade de que morar em uma instituição pode oferecer maior bem estar, por ter tratamento adequado (8%, idosos e 10%, entre não idosos) e companhia (9%, ambos os públicos).
  • Por outro lado, as relações familiares são as razões mais mencionadas para não morar em uma instituição de longa permanência, devido ao fato de terem uma família e esta não permitir, a falta que sentiriam da família e para não ficarem esquecidos (23% entre os idosos e 15%, entre não idosos).
  • A imagem negativa das instituições, associada à idéia de tratamento inadequado, a um ambiente associado a tristeza ou à falta de higiene e a falta de companhia, ou ainda a convivência com estranhos, são outros fatores que afastam a disposição dos idosos de morarem em uma delas.
  • Para melhor conhecer o imaginário dos idosos sobre as instituições de longa permanência, algumas frases do senso comum, de caráter positivo e negativo, foram avaliadas medindo o grau de concordância dos entrevistados com as mesmas.
  • Frases de caráter positivo receberam maior concordância, ressaltando a praticidade e funcionalidade das instituições tais como “os idosos não têm que se preocupar com comida e afazeres domésticos” (79%) e “tem quem controle o horário dos remédios” (76%).
  • A mudança no hábito de vida, marcada pelo fato de “ter horário pra tudo e não poder ter sua própria rotina” é verdade para 71%, 68% concordam que “lá nunca estão sozinhos, tem companhia o tempo todo” e que “nas instituições o idoso deixa de ser um incômodo para a família”.. Dois terços dos idosos (66%) também concordam que nas instituições “têm profissionais adequados para tratar dos idosos”. Mas “o problema das instituições é que as boas são muito caras”.
  • Idéias de caráter negativo como as de que nas instituições para idosos “há muitas pessoas com problemas mentais” recebem a concordância de 63% e pouco mais da metade concorda que “nas instituições tratam o idosos como crianças” e que “depois que o idoso entra numa instituição nunca mais sai” (56%, ambas), além do fato de que “o problema das instituições é que elas ficam com o dinheiro do idoso” (54%).
  • Frases que ressaltam aspectos relacionados à perda de vínculos afetivos como “o idoso perde o contato com a família e os amigos”, “o regime de visitas nas instituições para idosos é pouco freqüente” e “o idoso não pode passear ou passar o dia fora” recebem a concordância de pouco mais que metade dos idosos.
  • As frases que mereceram menor concordância foram “as instituições para idosos não têm boas condições de higiene (41%), “nas instituições para idosos a família pode vir a hora que quiser” (37%) e “nas instituições os idosos são mal tratados” (30%).
3 Percepções da morte
A maioria da população brasileira declara não ter medo da morte, ainda mais os idosos, sobretudo por considerarem que está no campo das coisas inevitáveis, sobre as quais não se tem domínio, ou simplesmente por entendê-la como parte da vida. Alguns justificam também ser essa a vontade de Deus ou a apenas a passagem para uma próxima vida.

O medo da morte, entre os que admitem possuí-lo, está mais relacionado ao apego à família, ao sentimento de que ainda há muita coisa para ser vivida, ou mesmo ao medo do desconhecido.

O medo de dar trabalho aos outros chega a ser maior que o de sofrer e sentir dor, embora muito próximos, e principalmente para os idosos, o medo do abandono se explicita por meio da concordância com a frase “não tenho medo da morte, mas não gostaria de estar sozinho quando a morte chegar”.

Para cerca de metade dos idosos, o que assusta é a morte de conhecidos, que os faz sentir cada vez mais sozinhos. Já a visão do mistério e da desesperança, embora menos comuns, afetam ao menos um terço dos idosos.
  • A maior parte dos entrevistados não tem medo da morte, atitude que se destaca entre os idosos (81%, contra 74% entre os não idosos). Apenas 18% dos idosos têm medo da morte.
  • As principais razões apontadas para não se temer a morte se devem à falta de domínio sobre ela, apontada por 55% dos idosos e 54% dos não idosos, ou seja, ela é inevitável, faz parte da vida. Outras justificativas para não temer a morte que se baseiam na vontade e determinação de Deus e passagem para a próxima vida, citada por 21% dos idosos e 19% entre não idosos.
  • Os que admitem o medo da morte (18% entre idosos e 24% não idosos), a temem principalmente por deixarem suas famílias (menos entre os idosos, 5%, contra 11% entre os não idosos), ou porque sentem que ainda têm muita coisa para viver (opinião de 3% dos idosos, contra 7%, entre não idosos), enquanto o medo do desconhecido trazido pela morte é igualmente citado entre idosos e não idosos (6%).
  • Entre 11 frases de senso comum sobre a morte, a que obteve maior concordância (85%) foi “A morte não me assusta, pois faz parte da vida”, mais aceita entre os idosos (90%, contra 84% entre os não idosos).
  • Outra idéia fortemente presente é “o que mais preocupa com a morte são as pessoas que irei deixar”, embora um pouco menos incidente entre os idosos (78%), que entre os não idosos (83%).
  • A frase “não tenho medo da morte, mas de viver dando trabalho para os outros” reflete a opinião de 89% dos idosos e 80% da população não idosa, enquanto a frase “não estou preparado para a morte, pois ainda quero realizar muitas coisas”, é mais comum aos não idosos (80%, contra 66% entre os idosos).
  • Não é da morte que têm medo, mas sim de sofrer ou sentir dor” é uma afirmação com a qual 87% dos idosos e 75% dos não idosos estão de acordo.
  • Uma visão espiritualista, como a de que “a morte é só uma passagem para outra vida” é compartilhada por 80% dos idosos e 71% dos não idosos, enquanto “a morte não me assusta, mas tenho pena de deixar a vida” obtém concordância de 63% e 64%, respectivamente. Já a associação da morte ao abandono, ou a necessidade do testemunho, expressa pela frase “não tenho medo da morte, mas não gostaria de estar sozinho quando a morte chegar” é opinião mais incisiva entre os idosos (75%, contra 59% dos não idosos).
  • Cerca de metade dos idosos (53%) concordam que “a morte dos outros assusta, porque estou ficando cada vez mais sozinho”; opinião não mensurada entre os não idosos.
Apenas a minoria (38%) concorda que “a morte assusta, porque não sabe o que vem depois”, opinião também mais presente entre os idosos (42%). Para um terço dos idosos (33%), no entanto, “a morte é tudo o que espero”, opinião compartilhada por apenas 10% dos não idosos.

A Saúde Mental do Idoso

A Saúde Mental do Idoso.

q  Os números segundo a OMS:

Expectativa de vida da população mundial é de 66 anos e passará a ser de 73 anos em 2025;
Atualmente 120 países têm uma esperança de vida média da população de mais 60 anos. E em 2025, em 26 países a esperança de vida deverá ser de 80 anos;
Estão no topo da lista dos países com população de maior longevidade a Islândia, a Itália, o Japão e a Suécia.
No Brasil, a esperança de vida é de 67 anos e em 2025, a expectativa  é que se possa chegar aos 74 anos.
Dentre os fatores que influenciam no aumento crescente da população de idosos, destacam-se:
Redução da natalidade:
Redução da morbidez e da mortalidade:

q  Conceitos:

Conceito de gerantologia: ciência que estuda o envelhecimento. Estuda as mudanças que acompanham o processo de envelhecimento do ponto de vista físico, psicológico e sociológico. Tem como nota principal o bem estar integral do idoso com a participação de uma equipe multidisciplinar.

Conceito de geriatria: refere-se ao campo da medicina que se ocupa das enfermidades do organismo do idoso alude à necessidade de estabelecer níveis de prevenção, tratamento e reabilitação da patologia própria dessa faixa etária.

q  Quem é o idoso?

Aspectos físicos:
Modificações externas;
Modificações internas;

Aspectos sociais:
Crise de identidade;
Mudanças de papéis;
Aposentadoria;
Perdas diversas;
Diminuição dos contatos sociais.

Aspectos psicológicos:

q  A Realidade
A violência contra o idoso.
Maus tratos físicos e falta de carinho;
Abusos na condição de aposentado;
Dificuldades na assistência à saúde;
Violência na família;
Falta de adequação arquitetônica da moradia;
Falta de estimulação.

q  Dificuldades da família com o idoso
Falta de comunicação;
Problemas orgânicos (visão, audição e locomoção);
Depressão;
Distúrbios do sono;
Excesso de medicação;
Paranóia;
Problemas com a memória e confusão

q  Legislação
 Lei nº 11433 do dia 28 de Dezembro de 2006 estabelece o Dia Nacional do Idoso, celebrado no dia 1º de Outubro de cada ano;
Lei nº 8.842 do dia 4 de Janeiro de 1994, criação do Conselho Nacional do Idoso;
Estatuto do Idoso;
Portaria nº 2.528 de 19 de Outubro de 2006 aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

q  Patologias, Fase terminal e Morte
Doença de Alzheimer;
Depressão;
Pseudodemências;
Doença de Parkinson;
Fase termina;
Morte.


q  O Abrigo São José
Instituição destinada a acomodar e cuidar de idosos;
Rotinas;
Atividades;
Cuidadores;
A família;
Assistência de Enfermagem;
A equipe multidisciplinar;
A saúde mental.

q  Assistência de Enfermagem
A moradia do idoso;
A saúde mental do idoso;
A importância da família;
Exercícios físicos;
A importância da estimulação física, psíquica.

Cuida da tua saúde mental.

TOC

O chamado Transtorno Obsessivo-Compulsivo ("TOC") (na literatura em inglês Obsessive-Compulsive Disorder – "OCD") é uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis que podem possuir conteúdo sexual, trágico, entre outros que são difíceis de afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados temporariamente por determinados comportamentos. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais freqüente na população.[1] De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano 2020 o Transtorno Obsessivo-Compulsivo estará entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença.[2] Além da interferência nas atividades, os Sintomas Obsessivo- Compulsivos (SOC) causam incômodo e angústia aos pacientes e seus familiares.
Apesar de ter sido descrito há mais de um século,[3] e dos vários estudos publicados até o momento, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo ainda é considerado um "enigma". Questões como a descoberta de possíveis fatores etiológicos, diversidade de sintomas e como respondem aos tratamentos continuam sendo um desafio para os pesquisadores.[4]
Estudos indicam que uma das dificuldades para encontrar essas respostas deve-se ao caráter heterogêneo do transtorno. Vários estudos têm apontado para a importância da identificação de subgrupos mais homogêneos de pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Esta abordagem visa buscar fenótipos mais específicos que possam dar pistas para a identificação dos mecanismos etiológicos da doença, incluindo genes de vulnerabilidade e, por fim, o estabelecimento de abordagens terapêuticas mais eficazes.[5]
Alguns subtipos de Transtorno Obsessivo-Compulsivo têm sido propostos. Dentre eles, dois subtipos bastante estudados correspondem aos pacientes com início precoce dos Sintomas Obsessivo- Compulsivos.[4] e o subtipo de Transtorno Obsessivo-Compulsivo associado à presença de tiques e/ou síndrome de Tourette (ST)[6][7] Esses dois subgrupos de pacientes apresentam características clínicas, neurobiológicas, de neuroimagem, genéticas e de resposta aos tratamentos distintos e que os diferenciam de outros pacientes. É importante ressaltar também que esses dois subtipos apresentam características semelhantes, o que dificulta a interpretação de sua natureza, ou seja, torna-se difícil diferenciar se as características encontradas são devido ao início precoce dos Sintomas Obsessivo- Compulsivos ou à presença de tiques.
Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão. Outros exemplos de compulsão são o ato de lavar as mãos ou tomar banho repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma torneira aberta ou a porta de casa sem trancar. Deve-se deixar claro porém que para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos, devem ocorrer em uma frequencia bem acima do necessário diante de qualquer padrão de avaliação.
Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos e acomete tanto homens como mulheres. Depressão Maior e Fobia Social podem acometer os pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo ao longo da vida.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo

      Até bem pouco tempo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) era considerado um transtorno raro, pois usualmente eram identificadas apenas as suas formas mais graves, enquanto que os sintomas quando mais leves, eram considerados "manias", "fraquezas" ou "falta de vontade" que se o paciente o desejasse poderia livrar-se delas. Não era reconhecido nem o seu caráter involuntário, a aflição associada e nem a relação funcional existente entre obsessões e compulsões, características que tem sido salientadas nas classificações mais recentes.
     O TOC é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões recorrentes, suficientemente severas para ocupar boa parte do tempo do paciente, causando desconforto ou comprometimento geral importantes. O que são obsessões e o que são compulsões?
     Obsessões são pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva, persistente e estereotipada, seguidas ou não de rituais destinados a neutralizá-las. São experimentadas como intrusivas ou invasivas, inapropriadas ou estranhas pelo paciente em algum momento ao longo do transtorno.Normalmente são acompanhadas de ansiedade ou desconforto acentuados. O indivíduo tenta resistir a elas, ignorá-las ou suprimí-las com ações ou com outros pensamentos, reconhecendo-as, no entanto, como produtos de sua mente e não como originadas de fora. Não se considera obsessões medos exagerados relacionados com problemas reais(DSMIV).
As obsessões mais comuns envolvem os seguintes temas:
- Agressão: preocupação em ferir os outros ou a si mesmo; insultar; impulsos de agredir;
- Contaminação: sujeira, germes, contaminação, pó, doenças;
- Conteúdo sexual: fazer sexo com pessoas ou em situações impróprias; pensamentos obscenos;
- Armazenagem e poupança: colecionar, guardar objetos inúteis;
- Religião: escrupulosidade, blasfêmias, pecado, certo/errado;
- Simetria: exatidão ou alinhamento;
- Somáticas: preocupação excessiva com doenças;
- Diversas(s): sons, palavras, números.
      Compulsões são comportamentos repetitivos (lavar as mãos, tomar banhos repetidas vezes, verificar janelas, portas, botões do fogão, torneiras, gás, alinhar coisas, repetir atos ou gestos), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto associado à obsessão, prevenir algum evento ou situação temidos e em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são claramente excessivos (DSMIV).
As compulsões mais comuns envolvem:
- Limpeza/lavagem:(mãos, corpo, banho, toalhas, limpeza da casa, não tocar);
- Verificação ou controle: fechaduras, portas, janelas, gás, torneiras, chuveiros, etc.
- Repetições: (sair/entrar; palavras, números, parágrafos, páginas, gestos, leitura, escrita)
- Contagens: objetos, janelas, portas, carros, etc.
- Ordem/arranjos/seqüências, simetria ou alinhamento
- Acumular/colecionar: empilhar jornais velhos, colecionar objetos inúteis)
- Compulsões diversas: outros rituais mentais, fazer listas, tocar, bater de leve ou tocar em objetos, olhar.
As compulsões muitas vezes são atos mentais e portanto encobertos, como repetir números, palavras, rezas, difíceis de serem percebidos. Mas são verdadeiras compulsões pois são realizados em resposta a obsessões ou destinam-se a prevenir eventos catastróficos, ou a aflição associada.

     Além das obsessões e compulsões o paciente portador de TOC apresenta inúmeras evitações como não tocar em objetos, móveis, roupas, dinheiro, bolsas. carteiras; não usar banheiros públicos, não sentar em bancos de praça, não tocar no corrimão de escadarias, trincos de porta, considerados sujos ou contaminados, que podem causar profundas interferências em suas rotinas de vida e de sua família.
     A apresentação clínica do TOC pode ser de várias formas. As mais comuns são:
a) Obsessões relacionadas com sujeira e ou contaminação seguidas de compulsões de lavagens e evitação de objetos, situações ou pessoas considerados contaminados;
b) Compulsões de verificação e contagem;
c) Obsessões puras, sem compulsões;
d) Lentificação obsessiva.
Fonte: http://www.psiqweb.com.br/

sexta-feira, 30 de março de 2012

O Teste de Rorschach

Teste de Rorschach

Hermann Rorschach nasceu em Zurique, Suíça, em 08 de novembro de 1884. Rorschach possuía uma incrível facilidade no aprendizado de línguas, além de reunir a formação científica à cultura humanista, interessava-se por literatura e artes, porém formou-se em medicina. Em 1912 apresenta sua tese em medicina, tendo como tema: "As alucinações reflexas e fenômenos associados. No ano de 1911 inicia seus estudos e pesquisas com manchas de tinta; contudo sua preocupação era mais ampla que o simples estudo da imaginação e fantasia, desejando obter um método de investigação da personalidade, situando a interpretação das manchas de tinta no campo da percepção e apercepção.
          Em 1914, faz especialização em psiquiatria na Universidade de Zurique. Influenciado pela escola psicanalítica, Rorschach, juntamente com Zulliger, Ben-Eschenburger, Oberholzer, Biswanger e outros colegas, fundou a Sociedade de psicanálise de Zurique. Como médico psiquiatra, trabalhou em diversos hospitais . O trabalho desenvolvido por Symon Hens, em 1917, foi que mais influenciou Rorschach. Hens usou 8 cartões com manchas de tintas não coloridas, investigando o conteúdo das respostas dadas por crianças, adultos normais e psicóticos. A partir de então, no ano seguinte, Hermann Rorschach cria 15 pranchas, sendo algumas em preto, outras em preto e vermelho, e ainda outras coloridas. Passa a experimentá-las em seus pacientes no Hospital de Herisau, também em enfermeiras, estudantes de Medicina, crianças e outras pessoas. Rorschach envia suas pranchas para uma editora, para que pudessem ser impressas em série, porém, por exigência do editor, suas pranchas são reduzidas a 10.
          Em junho de 1921, contando com o auxílio e empenho do amigo Morgenthaler, publica o livro "Psicodiagnóstico", contendo as conclusões de seus estudos e experimentos com as pranchas por ele elaboradas.
          Hermann Rorschach vem a falecer brusca e abruptamente aos 38 anos de peritonite aguda, logo após a redação de seu trabalho. Sua morte prematura interrompeu seus estudos com relação a técnica "Psicodiagnóstico". O Método de Rorschach permaneceu restrito a um pequeno círculo de amigos e seguidores, na Suíça. Apenas cerca de dez anos após sua morte, o Psicodiagnóstico começou a se expandir e a ser efetivamente reconhecido na Europa e Estados Unidos. Em 1939 foi criado o Rorschach Institute e, quatro anos depois foi realizado o 1º Congresso de Rorschach. Em 1949 foi fundada a Sociedade internacional de Rorschach.
O Teste de Rorschach
           O Teste de Rorschach, elaborado por Hermann Rorschach em 1921, consiste de 10 lâminas com borrões de tinta que obedecem a características específicas quanto à proporção, angularidade, luminosidade, equilíbrio espacial, cores e pregnância formal. Estas características facilitam a rápida associação, intencional ou involuntária, com imagens mentais que, por sua vez, fazem parte de um complexo de representações que envolvem idéias ou afetos, mobilizando a memória de trabalho.
           A aplicação do Teste de Rorschach é feito individualmente, não havendo aplicação em grupo. Na aplicação, as lâminas são apresentadas uma de cada vez, sendo solicitado ao examinando que diga com o que acredita serem parecidos os borrões de tinta. Diante deste convite à contemplação e associação aos borrões impressos nas pranchas, hipóteses de respostas são ativadas, colocando à prova as funções psíquicas de percepção, atenção, julgamento crítico, simbolização e linguagem. Concomitantemente à execução destas funções psíquicas na avaliação das hipóteses frente às manchas, os processos psíquicos afetivo-emocionais, motores-conativos e os cognitivos concorrem para a formulação final da resposta. As respostas ao Rorschach, portanto, revelam o status da representação da realidade em cada indivíduo, trazendo dados a respeito do desenvolvimento psíquico, das funções e sistemas cerebrais, dos recursos intelectuais envolvidos na construção das diferentes imagens, das articulações intrapsíquicas e da natureza das relações interpessoais.
           Como o Teste de Rorschach avalia a dinâmica de personalidade particular a cada pessoa, não se deseja, a partir de seus dados, atribuir um diagnóstico psiquiátrico. Pretende-se, no entanto, contextualizar os distúrbios psíquicos, compreender o valor e o significado de um sintoma clínico e orientar para o tratamento mais adequado.
          O Teste de Rorschach pode ser aplicado: - em qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e que tenha suficiente acuidade visual), de qualquer faixa etária e qualquer nível sócio-econômico-cultural. Como o propósito do exame é verificar a estrutura e a dinâmica da personalidade de cada examinando em particular, indicando não só as dificuldades, mas também os recursos positivos, não existem respostas certas ou erradas, pois as pessoas são diferentes e emitem respostas diferentes. Neste sentido, qualquer tentativa do examinando de conduzir suas respostas de acordo com manuais ou orientações externas está fadada ao fracasso, invalidando a aplicação da Teste. Trata-se de um instrumento muito sensível às nuances da personalidade refletindo, claramente, os esforços de manipulação, dissimulação ou controle da situação de aplicação.
     - em vários campos, tais como na pesquisa, na clínica, em avaliações neuropsicológicas, em orientações vocacionais, nas áreas organizacional, jurídica ou educacional. Convém ressaltar que o Teste de Rorschach é um instrumento de personalidade que permite avaliar uma gama ampla e profunda quer das características pessoais, quer da economia emocional do examinando. Desta forma, uma vez que o psicólogo tenha propriedade das indicações, contra-indicações e dos processos psíquicos mobilizados durante o exame, sua aplicabilidade depende das circunstâncias externas e da criatividade e profissionalismo do especialista em Rorschach. Neste sentido, há um "sem fim" de campos dentro dos quais o Teste de Rorschach pode alcançar sua aplicabilidade.
        - Na pesquisa, o Rorschach revela uma impressionante precisão e sensibilidade à elaboração das estratégias de investigação. Na prática comum, na área clínica, o Teste de Rorschach tem se mostrado muito fecundo para a avaliação do paciente em casos em que urge um pronto e preciso referencial técnico, como podem ser, por exemplo, os casos de questões ligadas à necessidade de indicação medicamentosa ou de algum específico aconselhamento familiar. Muitas vezes, a Teste é utilizado apenas como norteador da técnica mais apropriada de atendimento.
          - Em neuropsicologia, o Rorschach permite a elucidação de questões práticas ligadas aos processos psíquicos superiores e suas relações com os sistemas cerebrais, ampliando ou justificando a melhor opção quanto aos demais testes neuropsicológicos.
          - Na orientação vocacional, revela as motivações inconscientes em conflito, esclarecendo a natureza das dificuldades que estão implicadas na escolha profissional.
          - Na antropologia, é utilizada como instrumento para a visualização e compreensão das formas de visão da realidade em diferentes culturas.
          - Na área organizacional, o Teste de Rorschach tem sido muito usada para seleção de pessoal, recolocação, desenvolvimento de competência e habilidades e orientação profissional.
          - Na área jurídica, esta Teste tem se tornado cada vez mais um instrumento de auxílio nas decisões dos juízes, na orientação dos advogados, no trabalho pericial ou naquele do assistente técnico, quer nas Varas da Infância e Juventude, da Família e Sucessões, na Criminal ou na Cível.
          - No âmbito educacional, o Teste de Rorschach aponta para a qualidade dos processos evolutivos da integração da criança com a realidade, sublinhando as principais defesas e dificuldades, fornecendo as diretrizes a serem tomadas pelos educadores. Cumpre lembrar novamente que é impossível traçar todas as possibilidades de utilização deste instrumento de diagnóstico da personalidade da mesma maneira que se mostram ilimitados os caminhos que a natureza humana encontra para sua expressão.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A “TRISTEZA DO PÓS-PARTO” ou MATERNITY BLUES



A “TRISTEZA DO PÓS-PARTO” ou MATERNITY BLUES

É considerada mais leve e freqüente das alterações do humor no puerpério, ocorrendo em 26% a 85% das mulheres, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados.
Segundo Camacho et al (2006), a disforia no pós-parto (maternity blues) inclui sintomas depressivos leves e pode ser identificada em 50% a 85% das puérperas, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados.
A puerperal blues costuma acometer as mulheres nos primeiros dias após o nascimento do bebê, atingindo um pico no quarto ou quinto dia após o parto e remitindo de maneira espontânea, no máximo, em duas semanas.(Camacho et al, 2006).

SINAIS E SINTOMAS

Crises de choro fácil são comuns, mas nem sempre estão associados a humor depressivo, labilidade emocional é também freqüentemente descrita, com alternância de sentimentos de alegria, irritabilidade, tristeza ao longo de um mesmo dia e comportamento hostil para com familiares e acompanhantes.
Sintomas de ansiedade e alterações cognitivas, como dificuldade de atenção, concentração e memorização, podem estar associados ao choro e à tristeza.
Os sintomas de clação do humor presentes podem ser intensos, próximos de um quadro hipomaníaco.
Esses sintomas iniciam-se no primeiro dia após o parto, desaparecendo ao redor do décimo dia, sem causar prejuízo no desempenho do papel materno e no desenvolvimento de laços afetivos entre a mãe e o bebê. Ocorrem com maior intensidade ao redor do quinto dia depois do parto e está relacionados ás alterações hormonais que ocorrem nesse período, sendo, provavelmente, uma resposta anormal ás variações normais de hormonais da tireóide, do eixo hipotálamo-ptuitário-adrenal e da cascata serotoninérgica. Sua persistência pode indicar o início de um transtorno do humor mais grave. Entre os fatores de risco associados, figuram história de disforia durante a gravidez, episódio depressivo anterior, neuroticismo e depressão pré-menstrual, indicando maior vulnerabilidade a sintomas afetivos. O transtorno depressivo puerperal apresenta o mesmo quadro clínico característico da depressão em outros momentos da vida da mulher, com especialidades relativas à maternidade em si e ao desempenho do papel de mãe. Sentimentos negativos, desinteresse pelo bebê e culpabilidade por não conseguir cuidar dele são freqüentes e podem resultar em um desenvolvimento insatisfatório da interação mãe-bebê. O afastamento ou separação da criança, pela necessidade de que seja cuidada por outrem, pode dificultar ainda mais o estabelecimento de vínculos afetivos e fortalecer a sensação de inadequação materna. FONTE:(www.psiqweb.med.br) (Andrade,L.H.S.G.;Viana,M.C.:Silveira C. M. Epidemiologia dos Transtornos Psiquiátricos na Mulher)

PSICOSE PUERPERAL


Embora os transtornos mentais causem pouco mais de 1% da mortalidade, são responsáveis por mais de 12% da incapacidade decorrente de doenças. Esse porcentual aumenta para 23% em países desenvolvidos. Das dez principais causas de incapacitação, cinco delas são transtornos psiquiátricos.
Na idade adulta emergem grandes diferenças entre homem e mulheres em relação aos transtornos mentais. A mulher apresenta vulnerabilidade marcante a sintomas ansiosos e depressivos, especialmente associados ao período reprodutivo. A depressão é, comprovadamente, a doença que mais causa incapacitação em mulheres, tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento.
Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado diferenças de gênero na incidência, prevalência e curso de transtornos mentais e do comportamento. Mulheres apresentam maiores taxas de prevalência de transtornos de ansiedade e do humor que homens, enquanto estes apresentam maior prevalência de transtornos associativos ao uso de substâncias psicoativas, incluindo álcool, transtornos de personalidade anti-social e esquizotípica, transtornos do controle de impulsos e de déficit de atenção e hiperatividade na infância e na vida adulta.
Nos transtornos cuja prevalência é semelhante em homens e mulheres, são observadas diferenças na idade de início, perfil sintomatológico e resposta ao tratamento. Têm, ainda, sido identificados diferentes padrões de comorbidade psiquiátrica e psiquiátrico-física em mulheres e homens.
Sendo assim, tanto em amostras clínicas como em estudos populacionais, a co-ocorrência de dois ou mais transtornos psiquiátricos, chamada comorbidade, é comum. Mulheres apresentam maior comorbidade entre depressão e transtornos de ansiedade. (Andrade,L.H.S.G.;Viana,M.C.:Silveira C .M. Epidemiologia dos Transtornos Psiquiátricos na Mulher)
 A incidência de Transtornos Mentais Associados ao Puerpério é elevada, chegando a percentual de 10 a 15% nas mulheres que amamentam. As alterações psíquicas mais comuns são de três tipos: a tristeza Materna (Maternity Blues), a Psicose Puerperal e a Depressão Pós-Parto.

O ciclo da vida.

Preserve a sua saúde.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Reflexões Sobre a Transição Paradigmática em Saúde Mental

Os autores sugerem a substituição do modelo em vigor por um outro que se oriente para uma perspectiva que busque preservar a liberdade do paciente e o caráter relacional da expressividade humana.
Há uma problemática atingindo todas as camadas sociais, que se traduz em desconforto para os usuários do sistema de saúde, revoltas, aumento do número de óbitos por falta de assistência e aos profissionais de área, que se vêem impotentes diante da demanda.
A mudança de paradigma na assistência à saúde mental faz-se necessária e traz em seu bojo a convicção da necessidade de formulação de outros modelos conceituais, além da reformulação das próprias instituições, principalmente aquelas que lidam com o doente mental e implicam a implementação de uma nova política de saúde. Esta perceptiva deve oferecer alternativas de ação compatíveis com a realidade concreta das instituições e do país.

Compreendendo o Conceito Paradigma


Mas o que vem a ser paradigma?

É toda uma estrutura conceitual e operacional de que dispõe uma determinada comunidade cientifica no exercício de sua atividade. São os elementos básicos, fundamentais compartilhados por membros de uma ciência ou por profissionais que no exercício de suas práticas adotam princípios comuns.
Os paradigmas estão diretamente ligados a determinadas visões de mundo da comunidade científica, e determinam ações e estratégias terapêuticas e de prevenção. Durante um período de tempo detectam problemas e sugerem soluções modelares para uma comunidade.
Em outras palavras, paradigma refere-se a modelo, padrão e vivências compartilhadas, configurando-se em um esquema exemplar de descrições e compreensão da realidade.
O paradigma entra em crise quando há fracasso na solução dos problemas por ele propostos, abalando a crença em suas próprias regras e padrões conceituais. O fracasso nas regras existentes é o prelúdio para a busca de novas alternativas.

Saúde Mental e a Necessidade de Novos Paradigmas


Durante anos a Psiquiatria lutou sem limites para ser admitida como especialidade médica.
Se por um lado houve um avanço enorme, principalmente na tecnologia aplicada aos exames diagnósticos, como a tomografia computadorizada e cirurgias a laser, por outro lado, este modelo revelou-se obscuro e ambíguo na abordagem dos problemas emocionais e de conduta, não consolidando sua teoria, nem apresentando significativas soluções.
Embora atualmente, o paradigma que predomina na área da saúde mental é ainda o do modelo médico, as referências e conceitos que permeiam a assistência psiquiátrica está emitindo sinais de esgotamento, pois todo progresso teórico e tecnológico tem se revertido num paradoxo, de cirurgias e medicamentos altamente sofisticados e altíssimo custo, à assistência precária e insuficiente para a grande maioria da população, consubstanciada por uma prática repressiva, cronificada e estigmatizada, que não atende às necessidade do doente.
O baixo índice de resolutividade, o encarceramento improdutivo dos esquizofrênicos crônicos, a reprodução das doenças mentais, a pressão da demanda em nível da população, todos esses fatores reforçam e confirmam a necessidade da emergência de novos paradigmas, com novos modelos de assistência.     

Contribuição à Reflexão Rumo a um Novo Paradigma


Diante do que foi exposto, verifica-se a necessidade da adoção de estratégias de desinstitucionalização e novos paradigmas grupais e institucionais, como oficinas terapêuticas, que busquem regatar a cidadania do doente mental.
E fundamental que o hospital psiquiátrico, a equipe técnica, a clientela e a interdisciplinaridade, articulem-se para a construção de um novo paradigma. Esse novo paradigma deve ter uma atitude de cidadania e uma nova estratégia terapêutica, onde segundo Silveira, “as sensações, emoções e pensamentos são levados a reconhecer-se, a associar-se”.
Questiona-se a relação médico-paciente, onde predomina uma visão estritamente organicista da loucura e não questiona, naturalmente, a relação sujeito-objeto de conhecimento. Essa é certamente uma relação de poder.
Para Foucault a psico-cirurgia e a psiquiatria farmacológica modernas podem visar à redução do poder do médico aos sintomas mínimos da doença, ao contrário de sua produção ou exacerbação – como nos tratamentos de Charcot -, mas não contestam esse poder que lhes é conferido pelo “conhecimento objetivo”.
A psicanálise entende que os sintomas expressam o sentido da doença e procura intensifica-los em uma relação eqüitativa médico-paciente. Ao médico cabe apenas escutar o paciente e servir de apoio para a transferência dos conflitos inconscientes do paciente, e dessa forma, torna-los conscientes nessa relação e que por fim o paciente possa assumir o destino de sua vida.
A psicanálise contrapõe-se à psiquiatria clássica porque entende que o paciente deve assumir os conflitos expressos em seus sintomas, ao invés de simplesmente elimina-los através de fármacos e intervenções fármacos.
Foucault vislumbra no movimento antipsiquiatria a contestação do par sujeito-objeto no conhecimento da loucura e pergunta-se: Se a loucura pode ser tratada não em nome de um saber, mas no reconhecimento da alteridade do louco ou de sua experiência. 
Já a psiquiatria existencial, fundada na analítica heideggeriana do Dasein, rompe com as categorias da metafísica clássica, que parecer ser a direção fundamental da transição paradigmática no tratamento da loucura ou das desordens mentais. A analítica revela o homem como ser no mundo, e a loucura nesse sentido, só pode ser entendida a uma só vez como um desarranjo da existência do homem e uma forma característica de existir: ela tem sempre um sentido porque representa uma forma de projeção do homem no mundo.
Merleua-Ponty, expressou a necessidade de uma reforma das categorias da metafísica clássica para a compreensão das relações entre o somático e o psíquico. Concebendo a projeção do corpo na relação de sentido como o mundo (recusando, portanto, a concepção mecanicista de corpo), torna a existência acessível à doença tanto a partir dos sentidos vividos, quanto a partir do desarranjo do próprio corpo nessa relação.
Não se pode fechar as portas para outras ciências nessa busca por uma nova estrutura no tratamento dos doentes mentais.