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terça-feira, 13 de março de 2012

Depressão

A depressão é um problema médico caracterizado por continuada alteração no humor e falta de interesse em atividades prazerosas. O estado depressivo se diferencia do comportamento "triste" ou melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição duradoura de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos.
Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial em, algum momento da vida, sofreu de depressão. A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. A ocorrência em mulheres é o dobro da ocorrência em homens.

As causas da depressão são inúmeras e controversas. Acredita-se que a genética, alimentação, stress, drogas e outros fatores estão relacionados com o surgimento da doença.

 História

Hipócrates criou a teoria dos 4 humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) em que a equilíbrio ou desequilíbrio era responsável pela saúde (eucrasia) ou enfermidade e dor (discrasia) de um indivíduo. Hipócrates acreditava que influência de Saturno levava o baço a secretar mais bílis negra, alterando o humor do indivíduo escurecendo seu humor, levando ao estado de melancolia. A palavra melancolia vem de melancolis (melanos=negro e colis=bíle).
Galeno redescreveu a melancolia. Aurelianus falou da agressividade associada à depressão e associou o suicídio a depressão.

Diagnóstico

Os sintomas, geralmente associados ao quadro depressivo, incluem fadiga ou dores no corpo, insônia, mudanças no apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade, medos irracionais e sentimentos de baixa auto-estima, culpa ou fracasso. Alguns sintomas de depressão:
  • Cansaço e perda de energia
  • Sentimento de tristeza persistente
  • Diminuição do interesse /prazer em atividades que antes eram prazerosas
  • Perda de auto-confiança e auto estima
  • Dificuldade de concentração e de tomar decisões
  • Sentimentos de culpa, desesperança, desamparação, solidão, ansiedade ou inutilidade
  • Alterações no sono; Dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual
  • Dormir em excesso
  • Pesadelos
  • Isolamento: evitar outras pessoas. até mesmo amigos íntimos ou familiares
  • Perda de apetite com diminuição do peso
  • Perda do desejo sexual
  • Pensamentos de suicídio e morte
  • Inquietação e irritabilidade
  • Auto-agressão
  • Mudanças na percepção do tempo
  • Acessos de choro
  • Desatenção à própria higiene
  • Possíveis mudanças comportamentais como agressão ou irritabilidade
  • Medo ou sensação de ser ou estar sendo abandonado
Algumas pessoas apresentam apenas alguns dos sintomas, outros apresentam inúmeros sintomas, com intensidade variada.
Pessoas deprimidas têm frequentemente pensamentos mórbidos e a taxa de suicídio entre depressivos é 30 vezes maior do que a média da população em geral. A depressão é considerada em várias partes do mundo como uma das doenças com mais alta taxa de mortalidade.

Tipos de depressão

A depressão é muitas vezes classificada como distimia quando os sintomas permanecem por períodos muito longos de tempo (pelo menos seis meses) de forma "leve", enquanto que nas ocorrências graves da depressão os sintomas atingem proporções incontroláveis, impossibilitando as actividades normais do indivíduo e obrigando a internação devido ao alto risco de suicídio.
Do ponto de vista didáctico, a Depressão Nervosa pode ser dividida em 6 tipos principais:

  • Depressão Maior
Os pacientes com este tipo de depressão apresentam pelo menos 5 dos sintomas listados a seguir, por um período não inferior a duas semanas:
    1. Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia (em adolescentes e crianças há um predomínio da irritabilidade).
    2. Falta de prazer nas atividades diárias.
    3. Perda do apetite e/ou diminuição do peso.
    4. Distúrbios do sono – desde insônia até sono excessivo – durante quase todo o dia.
    5. Sensação de agitação ou languidez intensa
    6. Fadiga constante
    7. Sentimento de culpa constante
    8. Dificuldade de concentração
    9. Idéias recorrentes de suicídio ou morte

Além dos critérios acima, devem ser observados outros pontos importantes: os sintomas citados anteriormente não devem estar associados a episódios maníacos (como na doença bipolar); devem comprometer actividades importantes (como o trabalho ou os relacionamentos pessoais); não devem ser causados por drogas, álcool ou qualquer outra substância; e devem ser diferenciados de sentimentos comuns de tristeza. Geralmente, os episódios de depressão duram cerca de vinte semanas.
Os sintomas da depressão nas crianças podem ser diferentes dos dos adultos, incluindo tristeza persistente, incapacidade de se divertir com suas atividades favoritas, irritabilidade acentuada, queixas frequentes de problemas como dores de cabeça e cólicas abdominais, mau desempenho escolar, desânimo, concentração ruim ou alterações nos padrões de sono e de alimentação.

A depressão crónica leve, ou Distimia, caracteriza-se por vários sintomas também presentes na Depressão Maior, mas eles são menos intensos e duram muito mais tempo – pelo menos 2 anos. Os sintomas são descritos como uma “leve tristeza” que se extende na maioria das actividades. Em geral, não se observa distúrbios no apetite ou no desejo sexual, mania, agitação ou comportamento sendentário. Pensamentos suicidas não são comuns. Talvez devido à duração dos sintomas, os pacientes com depressão crónica não apresentam grandes alterações no humor ou nas actividades diárias, apesar de se sentirem mais desanimados e desesperançosos, e serem mais pessimistas. Os pacientes crónicos podem sofrer episódios de Depressão Maior (estes casos são conhecidos como depressão dupla).

  • Depressão Atípica
As pessoas com esta variedade geralmente comem demais, dormem muito, sentem-se muito enfadadas e apresentam um sentimento forte de rejeição.

  • Distúrbio Afetivo Sasonal (DAS)
Este distúrbio caracteriza-se por episódios anuais de depressão durante o outono ou o inverno, que podem desaparecer na primavera ou no verão – quando então tendem a apresentar uma fase maníaca. Outros sintomas incluem fadiga, tendência a comer muito doce e dormir demais no inverno, mas uma minoria come menos do que o costume e sofre de insônia.

  • Tensão Pré-menstrual (TPM)
Há depressão acentuada, irritabilidade e tensão antes da menstruação. Afeta entre 3% e 8% das mulheres em idade fértil. O diagnóstico baseia-se na presença de pelo menos 5 dos sintomas descritos no tópico Depressão Maior na maioria dos ciclos menstruais, havendo uma pioria dos sintomas cerca de uma semana antes da chegada do fluxo mentrual, melhorando logo após a passagem da menstruação.

  • Pesar
Os sintomas de pesar e da depressão possuem muito em comum. Na verdade, pode ser difícil diferenciá-los. O Pesar, contudo, é considerado uma reposta emocional saudável e importante quando se lida com perdas. Normalmente é limitado. Nas pessoas sem outros distúrbios emocionais, o sentimento de aflição dura entre três e seis meses. A pessoa passa por uma sucessão de emoções que incluem choque e negação, solidão, desespero, alienação social e raiva. O período de recuperação consome outros 3-6 meses. Após esse tempo, se o sentimento de pesar ainda é muito intenso, ele pode afetar a saúde da pessoa ou predispô-la ao desenvolvimento de uma depressão propriamente dita.

 Causas da depressão

Sabe-se hoje que a depressão é associada a um desnível de certas substâncias químicas no cérebro e os principais medicamentos antidepressivos têm por função principal agir no restabelecimento dos níveis normais destas substâncias, principalmente a serotonina.

  • Fatores Psico-sociais
As pessoas que já experimentaram períodos de depressão relatam um acontecimento estressante como o fator precipitante da doença. A perda recente de uma pessoa amada é o fato mais citado, mas todas as grandes perdas (e mesmo as pequenas) causam um certo pesar. Acontecimentos traumáticos, como a perda súbita de um ente querido, ou mesmo eventos naturais como enchentes, podem causar uma depressão imediata, sendo necessário um longo período de recuperação. A maioria das pessoas supera este estado sem se tornar cronicamente deprimida. Alguns fatores genéticos ou biológicos podem explicar a maior vulnerabilidade de certas pessoas. A existência ou a ausência de uma forte malha social ou familiar também influenciam – positiva ou negativamente – na recuperação.

  • Fatores Biológicos
Alterações nos níveis de neurotransmissores (principalmente serotonina, acetilcolina, dopamina, epinefrina e norepinefrina) relacionam-se à susceptibilidade para depressão. Alguns hormônios também podem ter um papel importante – ainda que isto não esteja muito claro. Ainda, atrofias em certas áreas do cérebro (particularmente no lobo pré-frontal) responsáveis pelo controle das emoções e produção de serotonina são responsáveis por distúrbios depressivos importantes.

  • Outras possíveis causas de depressão
Medicamentos como betabloqueadores, corticosteróides, anti-histamínicos, analgésicos e anti-parkinsonianos podem causar depressão, bem como a retirada de qualquer medicação utilizada a longo prazo.
Fonte: Apostila senac saúde (2010)

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