Translate

terça-feira, 24 de abril de 2012

Suzane Louise Von Richthofen


Suzane Louise Von Richthofen (São Paulo, 3 de novembro de 1983) é uma homicida paulistana, condenada pelas mortes dos pais, Manfred Albert Freiherr von Richthofen (parricídio) e Marísia von Richthofen (matricídio).

Biografia


Suzane nasceu numa família de classe média alta da capital de São Paulo, frequentava quase diariamente com seu irmão Andreas Von Richthofen a casa do seu melhor e fiel amigo Douglas Guerreiro Steinbruch no qual ambos mantinham uma forte amizade pois o mesmo era o melhor amigo do seu irmão pois estudavam ambos no Colegio Vertice, e no qual a familia Richthofen mantinham uma fote relação de amizade com a familia do Douglas Guerreiro Steinbruch, uma familia trandicional da alta sociedade Paulistana. Suzane morava em um casarão em um bairro nobre da zona sul paulistana (Brooklin).[1] Filha do engenheiro Manfred Albert freiherr von Richthofen e da psiquiatra Marísia von Richthofen e irmã de Andreas Albert von Richthofen. Seu pai, nascido em Erbach (Alemanha), emigrou para o Brasil após um convite de trabalho, recebido devido a sua capacitação como engenheiro.

Já quando Manfred e sua esposa Marísia estavam estabelecidos na capital paulista, Suzane, estudante de Direito da PUC, começou a fazer caratê e jiu-jitsu na adolescência, e na mesma época seu irmão Andreas começou a fazer aulas de aeromodelismo, por meio do qual Suzane conheceu Daniel Cravinhos. Suzane acompanhava as aulas do irmão, ministradas por Daniel, aos finais de semana e começou a namorá-lo com o consentimento de sua mãe, Marísia.

Contrariando as alegações de Daniel Cravinhos, a jovem disse que usou drogas pela primeira vez no Natal de 1999, acompanhada pelo namorado, que lhe ofereceu maconha.

Daniel Cravinhos vem de uma família de classe baixa da capital paulista. Existem hipóteses de que este era o motivo pelo qual os pais de Suzane não aceitavam o namoro; porém, a versão mais aceita era a de que isto se devia ao envolvimento de Daniel com drogas. Suzane sustenta que passou a consumir drogas por influência dele.

Família von Richthofen


Sobre o parentesco do pai de Suzane com o lendário aviador alemão homônimo, alcunhado de "Barão Vermelho", ainda há versões conflitantes e nenhuma definitiva sobre a veracidade dos supostos vínculos familiares. O jornal alemão "Bild-Zeitung" publicou uma reportagem logo após o assassinato, na qual descendentes reconhecidos do aviador teriam negado que a família teuto-brasileira tivesse ligação com a sua. Todavia, ainda não foram apresentadas provas contundentes sobre nenhuma das duas versões, seja a que sustenta o parentesco, seja a que o nega.

Crime

Segundo a promotoria, Suzane teria sido a mentora de toda a ação criminosa. Teria liderado um teste de barulho causado pelos disparos de uma arma de fogo, dias antes do crime, e com isso o grupo teria descartado a idéia de utilizar uma.

Em 31 de outubro de 2002, Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos foram à casa dos von Richthofen e, utilizando barras de ferro, assassinaram Manfred e Marísia. Os três afirmavam que Suzane não participou do assassinato em si, mas não há consenso sobre sua posição na casa enquanto o crime ocorria, e nem se, findo o ato, ela subiu ao quarto e viu os corpos dos pais (alguns consideram importante notar que, caso Suzane tenha visto os cadáveres, isto diz muito sobre sua personalidade, considerando seu calmo estado de espírito após o assassinato). A casa foi mais tarde revirada e alguns dólares foram levados, para forjar latrocínio (roubo seguido de morte).

Motivação

Suzane afirma que seus pais não aceitavam o namoro e a impediam de ver o rapaz. Além disso, existia um suposto interesse na herança (que Suzane agora nega) e uma suposta manipulação dela exercida por Daniel Cravinhos - que diz ter ocorrido justamente o oposto: fora ela que jurou seus pais de morte antes desse atentado cometido por ela.

Acusação

O promotor Roberto Tardelli esperava que Suzane von Richthofen e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos fossem sentenciados a 50 anos de prisão cada um.[2]

Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Christian Cravinhos, confessaram ter matado os pais dela, a "golpes de pau", na casa em que a família vivia e foram denunciados pelo Ministério Público por crime de duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

De acordo com o promotor, não há como o juiz arbitrar a sentença de 60 anos porque Suzane era menor de 21 quando cometeu o crime. Os três são réus confessos e colaboraram para o andamento do processo.

Uma considerável vitória da promotoria foi impedir o desmembramento do processo, fazendo com que Suzane e os irmãos Cravinhos fossem julgados juntos. Além disso, segundo o promotor, venceria em breve o período de prisão domiciliar, mesmo que o ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça, não tivesse, na época, estabelecido um prazo.

Atuou como 'assistente da acusação' o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, que foi o último a falar pela promotoria. Ele reforçou a linha de acusação do promotor Roberto Tardelli e insistiu na participação dos três, com responsabilidades idênticas no crime.[3]

Defesa

Suzane conseguiu como advogados de defesa seu tutor Denivaldo Barni e Mauro Otávio Nacif. Nacif defende que sua cliente sofreu uma "coação moral irresistível", ou seja, de que ela foi pressionada pelo namorado para participar do crime, sob pena de perdê-lo. O namorado teria ganho muita importância na vida da réu depois de ela ter, supostamente, perdido a virgindade com ele, aos 16 anos.

O Dr. Mauro diz que a questão da virgindade era um tabu na casa de Suzane, que recebeu uma educação rígida graças à ascendência alemã e cuja mãe se casou virgem. Ela estaria tão envolvida com Daniel que, na opção entre Daniel e os pais, optou pelo namorado.

Segundo o advogado, Daniel Cravinhos "escravizava" Suzane e foi o responsável por seu envolvimento com drogas como maconha — que consumia freqüentemente — e ecstasy. Ele diz que Daniel não queria usar preservativos e obrigava Suzane a tomar injeções mensais de anticoncepcionais, o que a desagradava profundamente.

Primeiro julgamento

Ver artigo principal: Caso Richthofen

O julgamento de Suzane e dos outros dois réus foi marcado para o dia 5 de junho de 2006 no primeiro Tribunal do Júri de São Paulo.

A imprensa não obteve permissão de filmar, mas cerca de oitenta pessoas foram sorteadas (numa lista de três mil inscritos) para acompanhar o julgamento.

Suzane von Richthofen chegou ao fórum por volta das 11h30. O julgamento estava previsto para começar às 13 horas.

Estratégia da defesa no julgamento

Os advogados dos irmãos Cravinhos — alegando que não conseguiram se encontrar com seus clientes para melhor preparar a defesa — não compareceram ao júri.

Com a ausência dos advogados dos Cravinhos, o julgamento dos irmãos foi adiado.

Na seqüência, após os advogados de Suzane se retirarem do plenário, — depois de uma discussão com o juiz quanto ao fato de uma testemunha imprescindível não ter comparecido; o júri dela também foi adiado.

Segundo julgamento

Para detalhes do julgamento, ver artigo principal: Caso Richthofen

Com o intuito de evitar novo adiamento, o juiz do caso tomou algumas precauções, como autorizar encontro entre os irmãos Cravinhos e um de seus advogados no fim de junho de 2006, e nomear um defensor público (e até um substituto para este último) para defender os irmãos, caso seus advogados novamente faltem. Possíveis manobras da defesa de Suzane não eram esperadas, já que ela não tinha mais o benefício de prisão domiciliar.

O novo julgamento foi marcado para segunda-feira, 17 de julho de 2006. A sentença foi proferida na madrugada de sábado, 22 de julho.

A linha de defesa dos advogados de Suzane foi alegar que ela era dominada por Daniel Cravinhos, tanto pelo sexo (ela seria virgem no começo do namoro) quanto pelo uso de drogas (ela e o irmão Andreas teriam passado a ser usuários de drogas, em especial de maconha, graças a Daniel). Para seus advogados, Suzane deveria ter sido absolvida pois agiu coagida pelos irmãos, que tinham interesse na herança dos von Richthofen.

A defesa dos irmãos Cravinhos, por sua vez, tentou provar que eles cometeram o crime como uma espécie de favor a Suzane, que supostamente alegava ser vítima de maus-tratos; além disso, os pais de Suzane eram contra seu namoro. Também tentaram mostrar que Cristian Cravinhos era o menos culpado dos três, e atribuiu-se a concepção do plano a Suzane. A defesa também alegou desinteresse material de Daniel, ao namorar com Suzane.

A promotoria, entretanto, acusava a todos de planejar o crime, ressaltando a crueldade e o interesse financeiro de todos os condenados. Pedia pena de 50 anos para todos os réus, mas Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos de prisão e Cristian a 38.

Cumprimento da pena

Atualmente presa em regime fechado, Suzane esperava cumprir pena em regime semiaberto, mas o pedido de habeas corpus, nem ao menos será analisado pelo STF. A decisão foi tomada em 11 de fevereiro de 2010 pelo ministro Ricardo Lewandowski. O pedido de liminar também foi negado em dezembro de 2009, mesmo sob a sustentação da defesa de que Suzane von Richthofen tem "personalidade propensa a ressocialização", segundo especialistas.

Entrevista polêmica do Fantástico

O Fantástico, programa dominical da Rede Globo, passou nove meses conversando com Denivaldo Barni (o advogado-tutor de Suzane) para conseguir uma entrevista exclusiva.

Neste período, houve uma conversa telefônica e dois encontros com Suzane, sem câmeras.

No início de abril de 2006, o advogado confirmou a realização da entrevista, pedindo que nesta reportagem não fossem exibidas cenas de arquivo.

A gravação seria feita em duas etapas: a primeira em 5 de abril de 2006 no apartamento de Barni, no bairro do Morumbi, São Paulo.

Na tarde de 5 de abril, o Fantástico encontrou uma jovem de 22 anos que falava e se vestia como uma criança. Na camiseta cor de rosa, estampa da Minnie. Nos pés, pantufas de coelho. Uma franja cobre os olhos o tempo inteiro. Ela começa a entrevista mostrando fotos de amigos e da família.

Percebe-se ao longo da entrevista que quando questionada sobre o que sente pelo ex-namorado, Suzana olha para Barni: "Muito ódio. Muito, muito, muito. Demais. Ele destruiu a minha família, ele destruiu tudo, tudo, tudo o que eu tinha de mais precioso ele tirou de mim. O que eu tinha de mais precioso…"

Logo no começo da gravação, a câmera registra uma conversa ao pé de ouvido entre Barni e Suzane. O microfone, que já estava ligado, capta o diálogo. Ele orienta Suzane a chorar na entrevista. "Fala que eu não vejo. Chora…".

 "Interpretação" no Fantástico

O programa televisivo passou a idéia de que a entrevista de Suzane fosse uma farsa da Defesa para fazer com que ela fosse vista de uma outra forma pela opinião pública: como uma menina meiga (usando pantufas), imatura, infantilizada e altamente influenciável, o que a teria motivado a fazer o que fez.

Baseada na idéia de que Suzane solta poderia influenciar ou até mesmo atrapalhar o julgamento, ela foi presa novamente, no dia seguinte à exibição da entrevista.

Por outro lado, Barni defende que pediu que sua cliente chorasse para que ela sensibilizasse o irmão Andreas. Segundo Barni, Suzane luta para receber a herança dos pais, mas seu irmão é contra, tendo acionado a Justiça numa "Ação de Exclusão" de Suzane como herdeira - facultada pela legislação brasileira contra aqueles que atentaram contra a vida dos eventuais legadores.

Herança

A herança dos von Richthofen está avaliada em aproximadamente dez milhões de reais[4]. Há controvérsias sobre o interesse dos réus no espólio, e se este os teria motivado a cometer o crime, além dos boatos que falam que isso tudo foi por causa da mãe que os proibiam de namorar. A opinião pública tende a considerar que o crime foi cometido por motivação financeira, tanto de Suzane quanto dos irmãos Cravinhos.

Supostamente, Suzane abriria mão da herança caso Andreas von Richthofen não movesse um processo para sua exclusão, e teria interesse em apenas administrar os bens do irmão, fazendo-lhe um favor. Após o depoimento do rapaz durante o julgamento dos réus, em que ele afirmou não acreditar na intenção de Suzane de desistir dos bens, os advogados da moça tentaram incluir no processo uma petição em que ela desiste da herança, frisando assim seu desinteresse material. O juiz negou este pedido, que foi interpretado pela promotoria como uma manobra oportunista, já que Suzane dificilmente terá acesso aos bens de qualquer forma – seu irmão move atualmente um processo para que a irmã seja declarada indigna, e consequentemente seja excluida da partilha e, devido à grande repercussão do caso, especialistas consideram improvável que ele perca este processo.

Repercussão

Após o caso dos von Richthofen vir a público, o deputado federal Paulo Baltazar (PSB-RJ) elaborou o Projeto de Lei 7418/2002, que exclui automaticamente do direito de herança condenados por crimes contra familiares. O projeto foi aprovado em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em abril de 2006, e segue agora para aprovação no Senado. Na mesma oportunidade foi também aprovado o Projeto de Lei 141/2003, do mesmo autor, que tramitava em conjunto, e que exclui da herança quem matar ou tentar matar o cônjuge, companheiro, ascendente ou até descendente.

Suposto assédio sexual praticado por Promotor de Justiça

A Corregedoria do Ministério Público de São Paulo puniu o promotor de justiça Eliseu Berardo com uma suspensão de 22 dias sem direito a receber salário.

Em janeiro de 2007, com autorização da Justiça, Suzane veio ao prédio do Ministério Público, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Era para falar sobre ameaças que estaria sofrendo e supostas irregularidades na penitenciária feminina da cidade, onde estava presa na época. Mas, segundo Suzane, o encontro com o promotor tomou outros rumos. E ele teria aproveitado a chance para fazer uma declaração de amor. Na versão de Suzane à Justiça, ele não foi direto ao assunto. Primeiro, teria dito que estava apaixonado por uma moça - sem dizer quem era - que havia escrito várias poesias e que sonhava em beijar e abraçar essa moça. Suzane alega que a revelação veio depois: essa moça seria ela própria. Testemunhas dizem que Eliseu Berardo esteve cinco vezes na cadeia entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007. Seriam visitas normais, já que ele é promotor-corregedor dos presídios, com a função de fiscalizar a rotina das cadeias. Mas, segundo funcionários e diretores da penitenciária feminina, antes da chegada de Suzane, ele ia raramente à prisão. Também nunca tinha levado uma presa ao gabinete. Há relatos de que Eliseu Berardo chamava a prisioneira de “Suzi” ou “Su”; tirava fotos ao lado dela e a cumprimentava com beijos no rosto. Ele ainda teria comentado com outro promotor que Suzane Richthofen - na época com 23 anos - era linda.

Fonte: Jornal "Fantástico" - Rede Globo

Bibliografia

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1621005-15605,00.html - Reporta

Nenhum comentário:

Postar um comentário