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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Bandido da luz vermelha




João Acácio ficou órfão com apenas quatro anos, dali por diante, sua vida no crime se iniciou. Chegou ao estado de São Paulo ainda na adolescência, fugindo dos furtos que praticara em Santa Catarina. Foi morar em Santos, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço. Na verdade, levava uma vida pacata no lugar que escolheu para morar, praticando seus crimes em São Paulo e voltando incólume para Santos. Sua preferência era por mansões. Seu estilo próprio de cometer os crimes (sempre nas últimas horas da madrugada, cortando a energia da casa, usando um lenço para cobrir o rosto e carregando uma lanterna com bocal vermelho) chamou a atenção da imprensa, que o apelidou de "Bandido da Luz Vermelha", em referência ao notório criminoso americano Caryl Chessman, que tinha o mesmo apelido.
Gastava o dinheiro obtido nos assaltos com mulheres e boates. A polícia levou seis anos para identificá-lo, conseguindo identificá-lo após ele deixar suas impressões digitais na janela de uma mansão.

João Acácio foi preso em 8 de agosto de 1967, enquanto estava foragido no Paraná, foi acusado por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos, sendo condenado a 351 anos, 9 meses e três dias de prisão. Dizem que cometeu estupro ou que teve relações sexuais com as vítimas de seus crimes, mas não foi acusado desses crimes (há uma lenda de que recebia muitas visitas de mulheres desconhecidas que choravam sua ausência). Após cumprir os 30 anos previstos em lei, foi libertado na noite do dia 26 de agosto de 1997. Já em liberdade, ganhou fama na cidade onde passou a morar (sua terra natal, Joinville, em Santa Catarina) por sua obsessão em vestir roupas vermelhas e, ao ser solicitado a dar um um autógrafo, simplesmente escrever a palavra "Autógrafo".Ficou preso no Manicomio judiciário de Franco da Rocha após ser considerado débil mental sendo sua pena convertida para medida de segurança.

Após apenas quatro meses e vinte dias em liberdade, João Acácio foi assassinado com um tiro de espingarda, no dia 5 de janeiro de 1998, durante uma briga com um pescador na Cidade de Joinville/SC. Inclusive, o seu algoz foi absolvido na justiça, por apresentar em sua defesa que a morte ocorreu em legitima defesa.

Sua vida de crimes inspirou o filme O Bandido da Luz Vermelha de 1968, do cineasta Rogério Sganzerla, em que foi vivido pelo ator Paulo Villaça. Apesar de ser um filme baseado em fato verídico, ele tem pouca relação com a vida de João Acácio ou de seus feitos como criminoso. E seu final (além de inúmeras outras passagens e personagens) é totalmente fictício: na trama, João Acácio (aparentemente) comete suicídio! Também foi tema do programa Linha Direta Justiça, da Rede Globo.
Virou música nas mãos do grupo de rock Ira! em Rubro Zorro, que abre o terceiro disco Psicoacústica (1988). A faixa ainda tem algumas falas do filme de Rogério Sganzerla citado acima. O cantor de horrorcore Patrick Horla também fez uma citação de sua personalidade como base para a canção "O bandido da lupa vermelha".[1]
Foi satirizado pelos humoristas do programa Hermes & Renato da MTV onde até fez um clipe com "Demo Lock MC" (uma sátira de Satanás).
"Luz nas trevas - "A volta do bandido da luz vermelha", sequência inédita do clássico do Cinema Marginal, está entre os selecionados para a competição internacional do 63º Festival de Locarno, na Suíça. O filme tem direção de Ícaro Martins e Helena Ignez, viúva de Rogério Sganzerla (diretor do original "O bandido da luz vermelha"), e é estrelado pelo cantor Ney Matogrosso. O filme foi rodado em 2009 e estreia em 2010.

Fonte: PATRICK HORLA - Vice BR. www.viceland.com. Página visitada em 29 de Abril de 2011.

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