Translate

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ELETROCHOQUE

O Eletrochoque  (ECT) foi introduzida, em 1938, por Cerletti e Beni. E apesar das controvérsias de cunho ideológico, continua sendo considerada  um recurso terapêutico extremamente eficaz.
Sua indicação é precisa nos quadros:
  • Depressivos graves, com risco de suicídio iminente
  • Ou que não respondam às abordagens farmacológicas disponíveis.
  • Crise maníaca grave
  • Esquizofrenia refratária a tratamento farmacológico.
Nos pacientes idosos, a ECT tem perfil de segurança clínica superior, quando comparada a algumas alternativas farmacológicas, pois as taxas de resistência à medicação e de intolerância são elevadas nesta faixa etária.
Previamente à realização do procedimento, o paciente deverá realizar
  • Exames de sangue
  • Eletrocardiograma
  • Tomografia Computadorizada de Crânio
  • RX de Tórax
  • Fundo de olho
  • Avaliação dentária
Antidepressivos Tricíclicos, IMAOs e Carbonato de Lítio devem ser suspensos uma semana antes do início do procedimento.
As outras medicações em uso devem ser discutidas, quanto a sua continuidade, ou não, durante o período de tratamento com ECT.
O paciente será submetido a uma indução anestesia no momento da realização da ECT, e por isso deve estar em jejum.
Pode ocorrer certa cefaléia, enjôo, ou tonturas, no dia da aplicação. A alteração de memória é o efeito colateral mais freqüente, durante o período de tratamento, mas em geral, cessadas as aplicações a alteração de memória desaparece. Casos mais complicados permaneceram com amnésia lacunar por seis meses.
Em suma, a ECT é extremamente segura, quando indicada por médico com experiência em ECT, se todos os procedimentos prévios são tomados, se realizada em local adequado, com paciente monitorizado, com equipamento moderno, e com equipe experiente, que deve estar composta de um anestesista, um psiquiatra e uma enfermeira.
Perguntas e Respostas
P: Minha irmã tem depressão bipolar há 9 anos. Ela estava em crise e se submeteu a 10 sessões de ECT, não vimos nenhum resultado, ela continua com pensamentos suicídas. Já tomou dezenas de medicamentos diferentes, hoje está tomando Efexor, Fluoxetina, Topiramato e Rivotril. É normal o ECT não ter feito efeito? Ela deveria fazer mais sessões?
R: Olá Juliana, a ECT costuma ter uma eficácia no tratamento da depressão, seja unipolar ou bipolar, aqui em São Paulo. preconizamos de 8 a 12 sessões, mas podendo esticar para 15 se o paciente não teve resposta e não tem efeitos colaterais. Dra. Alina Landi
P: Fiz várias sessões de Sonoterapia, fiquei internada 1 mês depois mais um e assim por diante, mas tenho transtorno bipolar conforme diagnóstico medico, gostaria de saber se minha memória algum dia vai voltar ao normal?
R: A experiência mostra que as falhas de memória que podem surgir depois de Eletroconvulsoterapia desaparecem completamente no prazo máximo de 6 meses.
P: Foi diagnosticado um caso de Esquizofrenia na minha família, um jovem de 18 anos apresenta um grave delírio, fixação absoluta sobre determinado tema, além de outros sintomas que levaram ao diagnóstico. Esse paciente encontra-se extremamente agitado, com crises de agressividade onde se agride fisicamente, batendo em si mesmo, além de ameaçar diversas vezes se suicidar, se o suposto problema não for resolvido. Mas o problema é "imaginário" e conseqüentemente sem solução. A família encontra-se muito assustada com a possibilidade de interná-lo, mas ele está tomando doses altíssimas de tranqüilizantes, justamente com os antipsicóticos, e mesmo assim não dorme pelo período esperado e o primeiro pensamento ao acordar é o suposto problema. Diante desse breve quadro exposto gostaria de saber se há uma possível indicação de ECT e se esse tipo de tratamento costuma dar bons resultados em pacientes esquizofrênicos?? Além disso, ocorrendo a internação e o paciente ficará sedado todo o tempo?? Ele costuma lembrar do período em que fica internado em clínicas junto com outros doentes?? Obrigada.
R: Boa tarde Fernanda, A ECT não tem uma indicação precisa nos casos de Esquizofrenia, e em geral só é tentada em casos refratários ao tratamento com antipsicóticos atípicos, e/ou Clozapina. O que precisamos saber é se ele está sendo medicado adequadamente ,e se está de fato tomando os medicamentos. Infelizmente, o paciente esquizofrênico não tem critical de doença e nem da necessidade do tratamento, e por isso quem está de posse de critical é que deve fazer o que é necessário, e o quanto antes, pois quanto mais tempo em estado delirante, pior o prognóstico da doença. A intervenção precoce é o mais importante para este tipo de doença. Espero ter ajudado e estou à disposição Abs, Dra. Alina.
P: Fiz ao todo 12 ECT. Devido à depressão que tenho há 2 anos e meio, a primeira série de seis, melhorou bastante meu estado. Após um mês fiz a segunda sem nenhum resultado e o que é pior os efeitos colaterais, principalmente amnésia agravou meu quadro. Já fiz uso de 5 medicamentos entre ISRS e Tricíclicos. Ha 5 dias mudei para Anafranil. Pergunto, você já indicou ECT para casos refratários à medicação como o meu?
R: Não só eu mas muitos médicos no mundo todo, cada vez mais.
P: Tinha uma amiga que sofre de depressão há anos! Já tomou vários medicamentos, faz sessões com psicóloga, mas a cura está difícil! Sua mãe ouviu dizer que Sonoterapia seria bom para isso. Gostaria de saber se é verdade, e se for, gostaria que me indicassem por gentileza algum lugar que faça essa terapia!
R: Às vezes se usa essa expressão "Sonoterapia" como um eufemismo para Eletrochoque (ECT), pois a pessoa dorme, não sente nada e quando acorda já fez a aplicação. Como dormiu meia hora acha que fez Sonoterapia. Precisa ver se ela já fez os outros tratamentos de maneira adequada. Além disso hoje em dia o TMS (Estimulação Magnética Transcraniana) pode ser feito no lugar do ECT, é muito mais prático e barato.
P: Gostaria de saber se existe alguma maneira de saber se o tratamento está alcançando o resultado desejado ou não. Se é apenas uma questão de perseverança com a atual orientação que estou recebendo, ou se seria uma boa idéia procurar novas opções para encontrar resultados mais rápidos. Tenho 29 anos. Tentei suicídio há cerca de três meses, passei por um tratamento de ECT, continuo com acompanhamento de dois Psiquiatras (um para o tratamento clínico, e um para a Psicoterapia). Considero-me uma pessoa extremamente ansiosa, e o stress com o trabalho vem piorando minhas crises de depressão. Sempre fui uma pessoa bastante insegura, mas com a morte do meu pai no ano retrasado, que inclusive era médico e cuidava de mim em todos os aspectos da minha vida, tenho me sentido cada vez mais "sem apoio" para a solução positiva destas minhas idéias suicidas. Apesar do acompanhamento psicológico, não acho que vou conseguir evitar outras tentativas, o que me assusta profundamente.
Fiz uma visita no mês passado a um PA , com uma descompensação diabética, e sei que meu pouco caso em relação ao tratamento deve-se também à depressão. Todos os Profissionais com quem estou atualmente mantendo tratamentos médicos foram muito bem recomendados, sendo até dois deles da equipe do PA. Com estas credenciais, deve ficar meio claro que estou gastando muito dinheiro com todos esses tratamentos, pois estou arcando com todos os custos. Não tenho condições de seguir neste ritmo de despesas, por isso gostaria de saber se pelo menos está valendo a pena.
Sei que esta não é a melhor forma de conseguir a informação que necessito para estas decisões, mas não estou em condições de sair caçando novas opções terapêuticas. Sinto que o método psicanalítico adotado pelo meu atual terapeuta está me deixando ainda mais insegura e duvidosa em relação ao futuro, mas como esta é minha primeira experiência deste tipo, não sei se este é apenas um passo que deve ser superado ao longo do tratamento, ou se não deveria ser este o resultado das sessões.
R: As sua perguntas são ótimas, a minha resposta nem tanto ... Bom, como avaliar se os tratamento estão dando certo no seu caso é muito difícil, porque pelo que senti lendo seu e-mail não se trata de uma Depressão Clínica, endógena, daquelas "químicas" mesmo, que você começa a tratar hoje e sabe que daqui a no máximo 6 semanas estará boa. Parece que existem fatores emocionais importantes, e isso é bem mais complicado e longo para tratar. Não sei que remédios vc está tomando, de qualquer forma, um remédio leva de 3 a 6 semanas para agir. Com relação à terapia, já que é longa, vc tem todo o direito de conversar com seu terapeuta e fazer um planejamento de tempo e financeiro. Jogo aberto e bem claro. Mas ela não deveria estar te trazendo insegurança, como vc escreve. Bem, não seu se ajudei muito, espero que sim. Mais concreto do que isso, só conhecendo vc pessoalmente.
P: Em caso negativo, tal técnica deixa seqüelas no paciente ou efeitos colaterais irreversíveis, como perda de lucidez, memória, inspiração, sensatez, etc.
R: Hoje em dia, quando o ECT é feito sob supervisão de um clínico e um anestesista, quando muito se vê um déficit de memória que normaliza como tempo.
P: ... internada em hospital Psiquiátrico. Nunca esteve tão mal. Antes tinha medo de morrer, ouvia e via pessoas que a ameaçavam de morte, cismava com as pessoas, mas tomava remédio e melhorava. Agora não. Neste último mês mudou de médico duas vezes, de drogas, e só piorou. Tentou várias vezes o suicídio. Noutros momentos temia morrer. Internada, querem tratá-la com Eletroconvulsoterapia. Desejo saber se há outro recurso e se existe algum artigo sobre essa terapia, que uma pessoa leiga possa compreender.
R: Quando nenhum dos (muitos) Neurolépticos funcionam na Psicose o ECT pode sim ser uma ótima alternativa.
P: Quando. um paciente é portador de Depressão grave e TOC qual procedimento é mais eficaz nos casos refratários, ECT ou Psicocirurgia?
R: Eu diria que o mais sensato, depois de se tentar todas as famílias de  medicamentos, devidamente associados e potencializados, seria primeiro o ECT e depois a Psicocirurgia.
P: Ao me deparar com a informação de que o ECT em casos de depressão maior com risco altíssimo de suicídio é a única solução, já que os anti-depressivos só começam a atuar depois de duas semanas, resolvi fazer uma pesquisa com profissionais que são totalmente contra ao ECT se existe algum outro tratamento ou uma possibilidade que aja da mesma forma do que o mesmo. Não me contentei com a explicação de que mesmo dando um relaxante muscular e colocando correntes elétricas entre 70 e 150 volts, o paciente não sofrerá pois perderá a consciência. Será que não existe outro método sem choque ?
R: ECT não é o único método mesmo para os casos  gravíssimos. Existe também a TMS (Estimulação Magnética Transcraniana). Parece mesmo incrível, mas a pessoa realmente não  sofre, eu não aplico mas já assisti a muitas  aplicações e é assim mesmo. Não pode existir profissional "absolutamente contra" uma  técnica consagrada em todos os países do mundo, mesmo  que raramente usada. Ciência não é religião nem futebol. Não  funciona na base de torcida nem de paixões contra ou a  favor. O que interessa é usar todas as técnicas disponíveis  para melhorar a vida do paciente. 
P: Quais são os colaterais do ECT ?
R: Os colaterais conhecidos são Cefaléia e leve déficit de memória que podem durar até seis meses. O ECT está voltando a ser um tratamento importante em todo o mundo, justamente pela eficácia e pela baixa incidência de colaterais.
P: Gostaria de ler informações sobre ECT.
R: As maiores indicações são Esquizofrenia forma catatônica e Depressão resistente a outros tratamentos. Feito com anestesia geral em Hospital ou Clínicas é um grande tratamento e está sendo usado cada vez mais em todo o primeiro mundo. Pode deixar como seqüelas uma leve Cefaléia e pequenos problemas de memória. Ambas as seqüelas desaparecem depois de algum tempo.

Um comentário: