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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Coronavírus e a epidemia de ansiedade - Por Jô Alvim, Psicóloga

 


A pandemia mundial de coronavírus, além do risco de contágio, tem afetado nossa saúde mental. Há uma epidemia de ansiedade. E não pra menos. O aumento diário do número de óbitos pelo mundo, somado a falta de um tratamento eficaz contra a Covid-19, piora o quadro.

Estamos vivenciando um período crítico e atípico. Alteramos nossa rotina, mudamos nossos hábitos, alguns deles, inclusive, muito significativos, como as manifestações de carinho em forma de beijos e abraços, tão comuns em nossa cultura.

A incerteza quanto ao futuro, apesar de todos os cuidados, as informações reais somadas às Fake News, que chegam rapidamente através das redes sociais, nos confunde, desencadeando reações emocionais como estresse, medo, ansiedade, síndrome do pânico, etc. Parece difícil ficar ileso a esses sentimentos em meio a tanto excesso, e desencontro, de informação.

A ansiedade, uma reação natural do nosso organismo, surge em situações que nos ameaçam. Quando bem manejada dizemos que é positiva porque nos auxilia a nos prepararmos para enfrentarmos a situação que a desencadeou. Sendo assim, tem a função de nos proteger.

No entanto, quando a ansiedade apresenta-se com maior intensidade e duração, interfere negativamente no nosso dia a dia. Com isso, temos a necessidade de controlar tudo a nossa volta, como uma defesa contra eventuais ameaças. E, como a ansiedade está atrelada ao modo como interpretamos o mundo, neste momento de incerteza, de tensão, nos tornamos mais inseguros, pois não conseguimos relaxar adequadamente, piorando nossa qualidade de vida.

Mas qual saída se a orientação é ficar em casa?

A impossibilidade, para alguns, de trabalhar ou mesmo de realizar atividades fora de casa, eleva a tensão. Neste turbilhão, cada um reage de uma forma, inclusive, como defesa, minimizando o fato. Alguns buscam conforto emocional através da comida, da bebida, ou do uso excessivo da Internet que em nada alivia, gerando um círculo vicioso. 

Por isso, é importante expressarmos nossos sentimentos, dar significado a eles, para não somatizarmos.

O que fazer para melhorar este cenário? A conduta, nestes casos, além de prestar atenção aos fatores de risco e prevenção, é estimular a tomada de consciência e monitorar os pensamentos negativos que só nos conduz a desfechos nada favoráveis, piorando a ansiedade. Tentar controlar tudo a nossa volta é uma ilusão e isso vale para aqueles que buscam a toda hora informações.

O que está acontecendo no mundo é preocupante sim, mas não podemos deixar que isso prejudique nossa saúde mental. É preciso modificar padrões de pensamentos e possibilitar a busca de novas alternativas para o nosso equilíbrio emocional, mesmo estamos dentro de casa. Não encare o isolamento apenas como ruim.

É um momento de estreitar os laços familiares, de nos reorganizarmos internamente, de refletirmos sobre nossas prioridades, nossos projetos pessoais e do quanto devemos ser sábios no exercício de viver, tão esquecido em meio à correia diária. É um momento de nos reinventarmos.

Créditos: Joselene Alvim- psicóloga 

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/blog/psicoblog/post/2020/03/20/coronavirus-e-a-epidemia-de-ansiedade.ghtml

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