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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Política de saúde mental



O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do
“movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas
práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, eqüidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos
trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias
de cuidado.
Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira
tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da
violência asilar. Fundado, ao final dos anos 70, na crise do modelo de assistência centrado no
hospital psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos movimentos sociais
pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do
que a sanção de novas leis e normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas
governamentais e nos serviços de saúde.
A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto de atores,
instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos
federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos
profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos
movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendida
como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano
da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da Reforma
Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios.

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