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terça-feira, 22 de maio de 2012

Borderline

Desde os primeiros registros da história da medicina, a coexistência de intensos humores divergentes dentro de um indivíduo foi reconhecida por escritores como Homero, Hipócrates e Aretaeus, sendo o último descrevendo a presença de raiva de difícil controle, com ideações vingativas, melancolia e mania dentro de uma única pessoa. Após a supressão do conceito medieval, foi reavivado pelo médico suíço Théophile Bonet, em 1684, que usando o termo folie maniaco-mélancolique, notou o humor instável e irregular, com altos e baixos periódicos que raramente seguia um curso regular e suas observações foram seguidas por outros escritores que observaram o mesmo padrão. Kraepelin, em 1921, identificou uma personalidade excitável que se relaciona intimamente com as características descritas no conceito atual borderline.
Adolf Stern escreveu o primeiro trabalho psicanalítico que usava o termo "borderline", em 1938, referindo-se a um grupo de pacientes que aparentemente exibia uma forma branda de esquizofrenia, beirando na fronteira da neurose e psicose.
Na década de 1960 e 1970, houve uma mudança de pensamento a respeito da síndrome borderline , pensando-se numa fronteira dum transtorno afetivo do humor, à margem da doença bipolar do humor, ciclotimia e distimia. No DSM-II, destacavam-se os componentes afetivos e, portanto, denominado de personalidade ciclotímica (personalidade afetiva) Em paralelo a esta evolução do termo "borderline" para se referir a uma categoria distinta do transtorno, alguns psicanalistas como Otto Kernberg estavam o usando para se referir a um amplo espectro de questões, descrevendo um nível intermediário de organização da personalidade, entre processos neuróticos e psicóticos.
Critérios padronizados foram desenvolvidos para distinguir o TPB de transtornos afetivos e outros transtornos do eixo I, sendo que o o TPB tornou-se um diagnóstico de transtorno de personalidade em 1980, com a publicação do DSM-II. O diagnóstico foi formulado principalmente em termos de humor e comportamentos, distinguindo-se da "síndrome esquizofrênica" que foi denominada como transtorno de personalidade esquizóide. O final da terminologia em uso hoje pelo DSM foi decidido pelo DSM-IV Axis II - Grupo de Trabalho da Associação Americana de Psiquiatria.

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