Desde os primeiros registros da história da medicina, a coexistência
de intensos humores divergentes dentro de um indivíduo foi reconhecida
por escritores como Homero, Hipócrates e Aretaeus,
sendo o último descrevendo a presença de raiva de difícil controle, com
ideações vingativas, melancolia e mania dentro de uma única pessoa. Após a supressão do conceito medieval, foi reavivado pelo médico suíço Théophile Bonet, em 1684, que usando o termo folie maniaco-mélancolique,
notou o humor instável e irregular, com altos e baixos periódicos que
raramente seguia um curso regular e suas observações foram seguidas por
outros escritores que observaram o mesmo padrão. Kraepelin,
em 1921, identificou uma personalidade excitável que se relaciona
intimamente com as características descritas no conceito atual
borderline.
Adolf Stern escreveu o primeiro trabalho psicanalítico que usava o termo "borderline", em 1938, referindo-se a um grupo de pacientes que aparentemente exibia uma forma branda de esquizofrenia, beirando na fronteira da neurose e psicose.
Na década de 1960 e 1970, houve uma mudança de pensamento a respeito
da síndrome borderline , pensando-se numa fronteira dum transtorno
afetivo do humor, à margem da doença bipolar do humor, ciclotimia e distimia. No DSM-II, destacavam-se os componentes afetivos e, portanto, denominado de personalidade ciclotímica (personalidade afetiva)
Em paralelo a esta evolução do termo "borderline" para se referir a uma
categoria distinta do transtorno, alguns psicanalistas como Otto Kernberg
estavam o usando para se referir a um amplo espectro de questões,
descrevendo um nível intermediário de organização da personalidade, entre processos neuróticos e psicóticos.
Critérios padronizados foram desenvolvidos
para distinguir o TPB de transtornos afetivos e outros transtornos do
eixo I, sendo que o o TPB tornou-se um diagnóstico de transtorno de
personalidade em 1980, com a publicação do DSM-II.
O diagnóstico foi formulado principalmente em termos de humor e
comportamentos, distinguindo-se da "síndrome esquizofrênica" que foi
denominada como transtorno de personalidade esquizóide.
O final da terminologia em uso hoje pelo DSM foi decidido pelo DSM-IV
Axis II - Grupo de Trabalho da Associação Americana de Psiquiatria.
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