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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mitomania (mentira obsessiva-compulsiva)



A mitomania (ou mentira obssessivo-compulsiva) é a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira. Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, porém podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves . Uma menina cujo pai é violento, por exemplo, pode começar a inventar para as colegas como sua relação com o pai é boa e divertida, contando sobre passeios e conversas que nunca existiram. Justamente pelos mitômanos não possuírem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo de que falta em suas vidas. É considerada uma doença grave, necessitando o portador dela de grande atenção por parte dos amigos e familiares.

 Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas, vistas pelos que sofrem do mal como realidade.

Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso do mitômano é muito diferente daquele do mentiroso ou do fraudador, que tem finalidades práticas. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo esta apenas um meio para outros fins. Contam histórias ao mesmo tempo que acreditam nelas. É também uma forma de consolo.
Esse distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente. Muitas vezes as mesmas se apresentam unidas à angústia profunda, TOC, depressão e pós-depressão.
De um lado, o mitômano sempre sabe no fundo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro. Mas ele também sabe que isso deve ser verdadeiro para que lhe garanta um equilíbrio interior suficiente. Em determinado momento, o sujeito prefere acreditar em sua realidade mais que na realidade objectiva exterior. Ele tem necessidade de contar essa história para se sentir tranquilizado e de acordo consigo mesmo.
A mitomania não pode ser considerada como uma mentira compulsiva, e sim como uma doença que se não tratada pode causar transtornos sérios à pessoa que possui. Em geral, essa manifestação deve-se à profunda necessidade de apreço ou atenção.
A maioria dos casos de mitomania, ao serem expostos, tornam-se vergonhosos. Todavia, os mitômanos que buscam ajuda por vontade própria, pedindo a seus familiares e principalmente aos seus amigos, são considerados extremamente raros, pois eles veem que estão sofrendo de um mal e desejam acima de tudo curar-se. O papel dos companheiros se torna extremamente importante na vida do indivíduo que sofre da doença, já que eles que irão indicar os pontos e erros.
Grande parte dos casos de mitomania levam ao suicídio, principalmente se associados a depressão e pós depressão. O indivíduo ao não obter o apoio necessário e ser excluído daquele grupo que frequentava ou participava acaba por vivenciar uma situação sem saída, isto é, o mesmo acaba por ser excluído de seus gostos e vê-se sem aquilo que ama e deseja. Casos comuns demonstram que mitomaníacos envergonhados de si, pelo porte de sua doença, infligem-se o óbito quando abandonados por amante, que não compreendem a sua doença e o abandonam, não acreditando na possibilidade de uma cura ou não restabelecendo os laços afectivos de antes.
Aconselha-se aqueles que rodeiam o mitômano, principalmente se o mesmo obteve uma conversa clara expondo a sua vontade de melhora, a não largarem-no, podendo tal atitude acarretar desejos inconstantes, profunda melancolia, depressão e desejo de suicídio da parte do mitomaníaco. Inicialmente o mesmo apresentará sintomas de solidão e grande desejo de estar acompanhado daqueles que ama. Contudo, ao ver que isso não é possível, acaba optando pelo desejo de morte.
Não se sabe ao certo os motivos pelos quais a mitomania se manifesta. Primeiro, porque acarreta milhares de fatores sócio-psicológicos da pessoa afetada e, segundo, porque enfatiza uma situação social, podendo, então, mostrar-se eventual dependendo das circunstâncias presentes na época em que o indivíduo está vivendo. Na maioria das vezes é por desejo de aceitação daqueles que o rodeiam. é preciso busca incansavel para tratamento.
A cura do indivíduo reside muitas vezes na implementação de um quadro de cuidados que associa o tratamento em meio psiquiátrico do problema subjacente a um acompanhamento psicoterapêutico, que vise a expansão de consciência, o fortalecimento do self, e aumento da auto-estima. Dentre os diversos tipos de psicoterapia, a Psicoterapia Centrada na Pessoa, criada por Carl Ranson Rogers (1902/1987) costuma ter efeitos mais duradouros. É importante nunca negar à pessoa tal acompanhamento, sendo este a chave para a cura, até mais importante que um tratamento psiquiátrico.

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