O nome PANDAS é o acrônimo de P (pediátrico), A (autoimune), N
(neuropsiquiátrico), D (doença), A (associada) e S (Streptococcus). O
termo é utilizado para descrever um grupo de crianças e adolescentes que
possuem Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e/ou transtorno de tiques, que há agravamento do quadro após infecção por Streptococcus.
A hipótese de PANDAS surgiu de observações de casos clínicos de
crianças exageradamente dramáticas, que apresentam também TOC ou tiques
nervosos, em associação com infecção. Há evidências que apoiam a relação
entre infecção por Streptococcus e o início de algumas manifestações
clínicas do TOC e tiques, mas a sua etiologia ainda não foi elucidada.
Acredita-se que esta desordem possa ser uma doença autoimune, que
leva a uma combinação de tiques, obsessões, compulsões e outros
sintomas.
As manifestações clínicas envolvem, além de TOC e tiques, sintomas
ligados à exacerbação, tais como instabilidade emocional, enurese,
ansiedade e perturbações da escrita. Comumente, este transtorno surge
após uma amigdalite. Por apresentar similaridades com a síndrome de
Tourette, alguns pesquisadores acreditam que haja certa relação entre
ambas.
O diagnóstico de PANDAS é feito com base nos seguintes pontos:
- Presença de tiques e TOC;
- Surgimento de manifestações neuropsiquiátricas no período pré-púbere;
- Início abrupto dos sintomas, com intensificação do quadro intercalado com períodos de remissão parcial ou completa;
- Associação temporal entre o surgimento ou intensificação dos sintomas e infecção estreptocócica prévia;
- Movimentos adventícios durante a intensificação dos sintomas, como, por exemplo, hiperatividade motora ou movimentos coreiformes.
O tratamento é composto por terapia
cognitiva-comportamental, fármacos utilizados no tratamento do TOC, tais
como inibidores seletivos da recaptação de serotonina, bem como terapia
convencional para tratar os tiques. Pesquisas apontam que o uso de
antibióticos pode ser útil para diminuir infecção e prevenir a
exacerbação dos sintomas. Também existe a possibilidade de realização
de tratamento profilático com antibióticos; todavia, gera muitas
controvérsias na comunidade científica, pois isso pode levar a um
excesso de uso de antibióticos para tratar tiques ou TOC na ausência de
infecção ativa.
Fontes:
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