Não existe nada que seja mais a Cara do Brasil do que
o povo brasileiro. Para justificar esta afirmação irei falar de um
homem em especial, um sergipano, natural de Japaratuba. O nome dele é
Arthur Bispo do Rosário. Não se sabe bem ao certo a data do seu
nascimento. O mais provável é que tenha sido entre os anos de 1909 a
1911. Ele morreu no Rio de Janeiro em 1989.
Mas por que Arthur Bispo é a cara do Brasil? Ele foi uma pessoa como
outra qualquer, trabalhou para viver e sobreviver. Seu grande
diferencial é que Bispo conversou com Deus, pelo menos é o que ele saiu
gritando pelas ruas após um surto, mais tarde diagnosticado de
esquizofrenia paranoica.
Foi nas igrejas da cidade e ao mosteiro e
afirmou ser o enviado de Deus para o fim dos dias. Lógico que esta
afirmativa iria repercutir negativamente na sua vida, aos trinta anos
foi levado a um hospício onde ficou internado durante cinquenta anos,
não consecutivos, saindo de lá para encontrar com Deus.
Bispo viveu a sua vida entre a loucura e a arte, trazendo para o mundo
uma nova visão.
Foram feitos muitos estudos sobre esse homem. Até hoje
médicos, psiquiatras e estudiosos ainda não sabem se a arte deu vida à
loucura ou se a loucura deu origem à arte.
Atualmente reconhecido como
um artista plástico de renome internacional, Arthur viveu na Colônia Juliano Moreira
no completo anonimato durante muito tempo até ter sido descoberto pelo
cineasta Hugo Denizart, que dirigiu um documentário sobre o local.
As obras de Bispo do Rosário representam os tempos atuais com tanta
verdade que chega a assustar. Seu trabalho simboliza o fim do mundo e
tudo era produzido com materiais reciclados, restos da sociedade, ou
ainda coisas que ele pedia aos familiares dos outros internos da
instituição.
Praticava algo muito comum para nós hoje em dia, a
reciclagem, algo surpreendente nos anos 70 e 80. Era como se fosse uma
previsão do que iria ocorrer num futuro próximo. Suas obras eram feitas
numa cela, que ele mesmo pedia para ficar quando Deus começava a falar
com ele.
Uma das peças que mais surpreendem é o manto da apresentação.
Não apenas pela imponência da obra, pois era para ser usado no grande
dia, mais pela arte e os bordados típicos da região onde ele nasceu.
Arthur Bispo do Rosário, sergipano, esquizofrênico, artista plástico,
revolucionário, simplesmente é a Cara do Brasil, pois foi um homem que
entre momentos alternados de loucura à lucidez, seguiu a sua vida atrás
de seus objetivos, se tornou famoso e sempre será lembrado.
Foram
escritos livros sobre ele como os títulos Arte e Loucura: Arthur Bispo
do Rosário, de Jorge Anthônio e Silva ou o documentário Arthur Bispo do Rosário: Prisioneiro da Passagem, de Hugo Denizart, ou ainda o filme O Senhor do Labirinto, dirigido por Geraldo Motta, fora outros títulos e teses de psiquiatria, do quais virou o assunto central.
FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/arthur-bispo-ros-rio-cara-brasil-155100371.html
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