"Em algumas idades, uma birra pode ser vista como normal. Duas nem por isso.
Três é já um distúrbio psiquiátrico. Três já é um distúrbio psiquiátrico. Pelo
menos segundo a quinta e última edição do 'Manual de Diagnóstico e Estatística
das Doenças Mentais' (mais conhecido por DSM5), aprovada esta semana e que está
a criar polémica em todo o mundo", escreve o Expresso na edição deste
sábado.
"A nova edição - que resulta do debate entre 1500 especialistas e das
descobertas feitas desde a última versão, há 13 anos - aumenta o número de
doenças mentais para 297 (mais 18 do que até agora) e, com isso, o universo de
'doentes' a precisar de tratamento. Muitos especialistas, no entanto, consideram
que se foi longe de mais, classificando-se como patológicos comportamentos que
podem não sê-lo", refere aquele semanário.
"Apesar de elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria, o DSM é
referência em todo o mundo. O reconhecimento de uma nova doença ou uma alteração
dos critérios de diagnóstico tem impacto na prática diária de milhares de
consultórios, clínicas ou hospitais europeus. Portugal - onde o consumo de
psicofármacos não tem parado de crescer - não é exceção", refere o Expresso.
"São vários os casos de novas doenças ou distúrbios mentais oficialmente
reconhecidos a partir de agora. Por exemplo, se costuma comer excessivamente
pelo menos uma vez por semana, saiba que isso pode ser mais do que gula. De
acordo com o DSM5, poderá sofrer de uma Compulsão Alimentar Periódica, um
distúrbio integrado na mesma categoria que a anorexia ou a bulimia nervosa.
'Assim, quase todos os portugueses têm uma doença mental', ironiza o psiquiatra
José Gameiro", nota o semanário.
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