A inclusão de pessoas com deficiência mental no mercado de trabalho deixou de ser discutida apenas pelas entidades assistenciais. O assunto vem se tornado freqüente e, aos poucos, fazendo parte de discussões de programas de políticas públicas do governo, empresas e entidades de qualificação profissional.
De acordo com
Carla Mauch, diretora do Instituto Paradigma que trabalha com deficientes,
o campo de qualificação profissional já está
oferecendo oportunidades para pessoas com deficiência mental.
Exemplo disso, é o Programa 1º Emprego do governo que
dá prioridade, em seus cursos de qualificação
profissional para o mercado de trabalho, à pessoas com deficiências.
“Já
existem algumas iniciativas, mas precisamos fazer todo um trabalho
de conscientização porque como ainda há uma
visão de que pessoas com deficiência mental são
incapazes, acabamos desvalorizando e deixando de conhecer os saberes
delas e, com isso, não há desenvolvimento”,
acredita.
A entidade não
oferece programas de qualificação profissional para
pessoas com deficiência mental, mas faz parcerias com empresas
e entidades de formação profissional que recebem esses
jovens. O instituto também trabalha num projeto de educação
corporativa em empresas para formação de gestores
de recursos humanos. O objetivo é aproximar das empresas,
discutir qualificação profissional e inclusão
de tecnologias apropriadas para essas pessoas trabalharem.
“Além
disso, fazemos uma sensibilização pois temos a perspectiva
de que a empresa não tenha um olhar assistencialista ao contratá-los”,
conta.
A Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, mantém
um programa em parceria com empresas em que estas fornecem demandas
de trabalho para que o público alvo aprenda na prática.
“Fazemos
isso porque as pessoas com deficiência mental precisam de
coisas mais concretas para aprender. Existe uma grande dificuldade
de elas transporem seus conhecimentos teóricos para a prática”,
conta a coordenadora do programa de capacitação e
orientação para o trabalho da APAE-SP, Elisabeth Teixeira.
O programa da
entidade aceita apenas trabalhos que possam agregar conhecimentos
a essas pessoas. ”O material de trabalho deve ser instrumento
de capacitação por isso a tarefa deve trazer benefícios
a eles. Os deficientes mentais ainda são os excluídos
dos excluídos, portanto atividades que consigam proporcionar
aprendizado nos ajudam a provar que o deficiente mental pode sim
trabalhar e ser incluído”.
FONTE: http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/eficientes/noticias/ge310605.htm
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