Paula Adamo Idoeta - @paulaidoeta
Da BBC News Brasil em São Paulo
Pressão extrema, ansiedade,
sobrecarga de trabalho e medo pela exposição acima do normal à covid-19
se tornaram parte da realidade diária de muitos profissionais da saúde
nas salas de emergência e UTIs de hospitais lidando com o novo
coronavírus. E os efeitos já começam a ser sentidos na saúde mental
deles — a ponto de alguns poderem ficar temporária ou permanentemente
incapacitados para seu trabalho em situações de emergência.
É isso
o que centenas de terapeutas e psiquiatras voluntários têm
diagnosticado em sessões gratuitas e virtuais que vêm sendo oferecidas a
profissionais da saúde na linha de frente da pandemia — entre os
pacientes estão médicos, equipes de enfermagem, fisioterapeutas e
nutricionistas hospitalares, por exemplo.
O programa Telepan Saúde,
idealizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais e pela Associação Brasileira de Neuropsiquiatria (ABNP), já
ofereceu mais de 250 consultas online, em todo o Brasil.
"Estamos
observando desde quadros leves de medo, ansiedade, insônia crônica e
apreensão, que são a maioria até agora, até quadros moderados e graves
de extrema angústia e incapacitação laboral. Alguns desses profissionais
estão nos relatando a violência da sociedade contra eles: sendo
expulsos de ônibus e ouvindo que eles não deveriam estar ali, porque vão
infectar as pessoas", diz à BBC News Brasil o psiquiatra Helian Nunes,
professor da UFMG, vice-presidente da ABNP e um dos idealizadores do
projeto de teleatendimento a profissionais de saúde.
Pressão extrema, ansiedade,
sobrecarga de trabalho e medo pela exposição acima do normal à covid-19
se tornaram parte da realidade diária de muitos profissionais da saúde
nas salas de emergência e UTIs de hospitais lidando com o novo
coronavírus. E os efeitos já começam a ser sentidos na saúde mental
deles — a ponto de alguns poderem ficar temporária ou permanentemente
incapacitados para seu trabalho em situações de emergência.
É isso
o que centenas de terapeutas e psiquiatras voluntários têm
diagnosticado em sessões gratuitas e virtuais que vêm sendo oferecidas a
profissionais da saúde na linha de frente da pandemia — entre os
pacientes estão médicos, equipes de enfermagem, fisioterapeutas e
nutricionistas hospitalares, por exemplo.
O programa Telepan Saúde,
idealizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais e pela Associação Brasileira de Neuropsiquiatria (ABNP), já
ofereceu mais de 250 consultas online, em todo o Brasil.
"Estamos
observando desde quadros leves de medo, ansiedade, insônia crônica e
apreensão, que são a maioria até agora, até quadros moderados e graves
de extrema angústia e incapacitação laboral. Alguns desses profissionais
estão nos relatando a violência da sociedade contra eles: sendo
expulsos de ônibus e ouvindo que eles não deveriam estar ali, porque vão
infectar as pessoas", diz à BBC News Brasil o psiquiatra Helian Nunes,
professor da UFMG, vice-presidente da ABNP e um dos idealizadores do
projeto de teleatendimento a profissionais de saúde.
"É um certo
estigma que vai sendo criado contra os profissionais da saúde. A gente
tem que fazer um esforço muito grande para inibir isso. Por que quem vai
cuidar da gente são essas pessoas, e a gente tem que ajudá-las."
Uma parcela menor provavelmente ficará incapacitada para seu
trabalho. "Alguns vão se aposentar ou ter que ser remanejados para
outras áreas. Tem gente que não vai mais conseguir colocar um pé em uma
CTI (centro de terapia intensiva) ou em uma sala de urgência", explica.
"E
não é porque (esses profissionais) sejam mais fracos, ou estejam
fazendo corpo mole. Nada disso. É uma confluência de fatores, e o
indivíduo tem um limite. Para cuidar de um ser humano precisa de um ser
humano, e ele precisa estar bem. Tem muita gente sendo cobrada ao
extremo do ponto de vista físico e emocional, tendo que assumir
situações muito delicadas, de decisões clínicas e ao mesmo tempo viver a
constante exposição ao vírus. Isso não é simples, não. Talvez boa parte
dos nossos profissionais não tenha um treinamento tão específico para
isso. É tudo novo."
FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52449013
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