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domingo, 29 de setembro de 2013
Gostava tanto de você
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
sábado, 28 de setembro de 2013
TRANSTORNOS MENTAIS EM IDOSOS
A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas. É importante fazer essa consideração pois algumas alterações nesses aspectos não caracterizam necessariamente uma doença. Em contrapartida, há alguns transtornos que são mais comuns em idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos, fobias e transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos apresentam risco de suicídio e risco de desenvolver sintomas psiquiátricos induzidos por medicamentos.
Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou mesmo revertidos. Conseqüentemente, uma avaliação médica se faz necessária para o esclarecimento do quadro apresentado pelo idoso.
Diversos fatores psicossociais de risco também predispõem os idosos a transtornos mentais.
Esses fatores de risco incluem:
Perda de papéis sociais | |
Perda da autonomia | |
Morte de amigos e parentes | |
Saúde em declínio | |
Isolamento social | |
Restrições financeiras | |
Redução do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar de uma forma lógica, com prejuízo na memória). |
Transtornos psiquiátricos mais comuns em idosos
Demência | |
Demência tipo Alzheimer | |
Demência vascular | |
Esquizofrenia | |
Transtornos depressivos | |
Transtorno bipolar (do humor) | |
Transtorno delirante | |
Transtornos de ansiedade | |
Transtornos somatoformes | |
Transtornos por uso de álcool e outras substâncias |
Demência
Demência é um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e irreversível. As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente perdidas. Com o aumento da idade a demência torna-se mais freqüente. Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas com mais de 80 anos.
Os fatores de risco conhecidos para a demência são: Idade avançada História de demência na família Sexo feminino
Os sintomas incluem alterações na memória, na linguagem, na capacidade de orientar-se. Há perturbações comportamentais como agitação, inquietação, andar a esmo, raiva, violência, gritos, desinibição sexual e social, impulsividade, alterações do sono, pensamento ilógico e alucinações.
As causas de demência incluem lesões e tumores cerebrais, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), álcool, medicamentos, infecções, doenças pulmonares crônicas e doenças inflamatórias. Na maioria das vezes as demências são causadas por doenças degenerativas primárias do sistema nervoso central (SNC) e por doença vascular. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com sintomas de demência apresentam condições tratáveis como doenças sistêmicas (doenças cardíacas, renais, endócrinas), deficiências vitamínicas, uso de medicamentos e outras doenças psiquiátricas (depressão).
As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o quadro clínico, entretanto as mais comuns são demência tipo Alzheimer e demência vascular.
Demência tipo Alzheimer
De todos os pacientes com demência, 50 a 60% têm demência tipo Alzheimer, o tipo mais comum de demência. É mais freqüente em mulheres que em homens. É caracterizada por um início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas. A memória é a função cognitiva mais afetada, mas a linguagem e noção de orientação do indivíduo também são afetadas. Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e evocar novas informações.
As alterações do comportamento envolvem depressão, obsessão (pensamento, sentimento, idéia ou sensação intrusiva e persistente) e desconfianças, surtos de raiva com risco de atos violentos. A desorientação leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de casa em uma condição de total confusão. Aparecem também alterações neurológicas como problemas na marcha, na fala, no desempenhar uma função motora e na compreensão do que lhe é falado.
O diagnóstico é de exclusão, isto é, só pode ser feito quando não se encontra nenhuma outra causa. A rigor, tal diagnóstico só é realizado pós-morten, através de biópsia cerebral, na qual aparecem alguns sinais característicos e exclusivos da doença. A história do paciente e exame clínico, além das técnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis no diagnóstico clínico.
O diagnóstico é feito com base na história do paciente e do exame clínico. As técnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis.
O tratamento é paliativo e as medicações podem ser úteis para o manejo da agitação e das perturbações comportamentais. Não há prevenção ou cura conhecidas.
Demência vascular
É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as mesmas características da demência tipo Alzheimer mas com um início abrupto e um curso gradualmente deteriorante. Pode ser prevenida através da redução de fatores de risco como hipertensão, diabete, tabagismo e arritmias. O diagnóstico pode ser confirmado por técnicas de imagem cerebral e fluxo sangüíneo cerebral.
Esquizofrenia (esquizofrenia e outras psicoses)
Essa doença começa no final da adolescência ou idade adulta jovem e persiste por toda a vida. Cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia não apresentam sintomas ativos aos 65 anos; 80% mostram graus variados de comprometimento. A doença torna-se menos acentuada à medida que o paciente envelhece.
Os sintomas incluem retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico, alucinações e afeto rígido. Os idosos com esquizofrenia respondem bem ao tratamento com drogas antipsicóticas que devem ser administradas pelo médico com cautela.
Transtornos depressivos
A idade avançada não é um fator de risco para o desenvolvimento de depressão, mas ser viúvo ou viúva e ter uma doença crônica estão associados com vulnerabilidade aos transtornos depressivos. A depressão que inicia nessa faixa etária é caracterizada por vários episódios repetidos.
Os sintomas incluem redução da energia e concentração, problemas com o sono especialmente despertar precoce pela manhã e múltiplos despertares, diminuição do apetite, perda de peso e queixas somáticas (como dores pelo corpo). Um aspecto importante no quadro de pessoas idosas é a ênfase aumentada sobre as queixas somáticas.
Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de síndrome demencial da depressão que pode ser confundida com a verdadeira demência. Além disso, a depressão pode estar associada com uma doença física e com uso de medicamentos.
Transtorno bipolar (transtornos do humor)
Os sintomas da mania em idosos são semelhantes àqueles de adultos mais jovens e incluem euforia, humor expansivo e irritável, necessidade de sono diminuída, fácil distração, impulsividade e, freqüentemente, consumo excessivo de álcool. Pode haver um comportamento hostil e desconfiado. Quando um primeiro episódio de comportamento maníaco ocorre após os 65 anos, deve-se alertar para uma causa orgânica associada. O tratamento deve ser feito com medicação cuidadosamente controlada pelo médico.
Transtorno delirante
A idade de início ocorre por volta da meia-idade mas pode ocorrer em idosos. Os sintomas são alterações do pensamento mais comumente de natureza persecutória (os pacientes crêem que estão sendo espionados, seguidos, envenenados ou de algum modo assediados). Podem tornar-se violentos contra seus supostos perseguidores, trancarem-se em seus aposentos e viverem em reclusão. A natureza dos pensamentos pode ser em relação ao corpo, como acreditar ter uma doença fatal (hipocondria).
Ocorre sob estresse físico ou psicológico em indivíduos vulneráveis e pode ser precipitado pela morte do cônjuge, perda do emprego, aposentadoria, isolamento social, circunstâncias financeiras adversas, doenças médicas que debilitam ou por cirurgia, comprometimento visual e surdez.
As alterações do pensamento podem acompanhar outras doenças psiquiátricas que devem ser descartadas como demência tipo Alzheimer, transtornos por uso de álcool, esquizofrenia, transtornos depressivos e transtorno bipolar. Além disso, podem ser secundárias ao uso de medicamentos ou sinais precoces de um tumor cerebral.
Transtornos de ansiedade
Incluem transtornos de pânico, fobias, TOC, ansiedade generalizada, de estresse agudo e de estresse pós-traumático. Desses, os mais comuns são as fobias.
Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período intermediário da idade adulta, mas alguns aparecem pela primeira vez após os 60 anos.
As características são as mesmas das descritas em transtornos de ansiedade em outras faixas etárias.
Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autônomo pode explicar o desenvolvimento de ansiedade após um estressor importante. O transtorno de estresse pós-traumático freqüentemente é mais severo nos idosos que em indivíduos mais jovens em vista da debilidade física concomitante nos idosos.
As obsessões (pensamento, sentimento, idéia ou sensação intrusiva e persistente) e compulsões (comportamento consciente e repetitivo como contar, verificar ou evitar ou um pensamento que serve para anular uma obsessão) podem aparecer pela primeira vez em idosos, embora geralmente seja possível encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais organizadas, perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se excessivos em seu desejo por organização, rituais e necessidade excessiva de manter rotinas. Podem ter compulsões para verificar as coisas repetidamente, tornando-se geralmente inflexíveis e rígidos.
Transtornos somatoformes
São um grupo de transtornos que incluem sintomas físicos (por exemplo dores, náuseas e tonturas) para os quais não pode ser encontrada uma explicação médica adequada e que são suficientemente sérios para causarem um sofrimento emocional ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para funcionar em papéis sociais e ocupacionais. Nesses transtornos, os fatores psicológicos são grandes contribuidores para o início, a severidade e a duração dos sintomas. Não são resultado de simulação consciente.
A hipocondria é comum em pacientes com mais de 60 anos, embora o seja mais freqüente entre 40 e 50 anos. Exames físicos repetidos são úteis para garantirem aos pacientes que eles não têm uma doença fatal. A queixa é real, a dor é verdadeira e percebida como tal pelo paciente. Ao tratamento, deve-se dar um enfoque psicológico ou farmacológico.
Transtornos por uso de álcool e outras substâncias
Os pacientes idosos podem iniciar um quadro de dependência à uma droga ou um remédio, devido à automedicação. Por exemplo, um senhor que torna um hábito beber uma dose de álcool todos os dias para relaxar, ou então uma senhora que ao passar por uma situação de maior ansiedade, como a perda ou morte de algum conhecido ou familiar, inicia o uso de medicamentos sedativos a fim de não se sentir tão mal.
A dependência de álcool, geralmente, apresenta uma história de consumo excessivo que começou na idade adulta e frequentemente está associada a uma doença médica, principalmente doença hepática. Além disso, a dependência ao álcool está claramente associada a uma maior incidência de quadros demenciais.
A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e narcóticos é comum. Os pacientes idosos podem abusar de ansiolíticos para o alívio da ansiedade crônica ou para garantirem uma noite de sono. A apresentação clínica é variada e inclui quedas, confusão mental, fraca higiene pessoal, depressão e desnutrição.
Uma particularidade de tais dependências nesses pacientes é que tanto os medicamentos sedativos quanto o álcool estão relacionados com maior número de quedas e fraturas, o que reduz significativamente a expectativa de vida do idoso após o incidente.
Leia Mais: TRANSTORNOS MENTAIS EM IDOSOS - ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?423#ixzz2gBAzUQwv
(c) Copyright 2001-2013 - ABC da Saúde Informações Médicas Ltda
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013
CIBERFOBIA
CAROLINA MANDL
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um mundo cada vez mais informatizado, é difícil
imaginar alguém que se negue a usar o computador mesmo tendo um PC em sua
casa.
Mas há um grupo de pessoas que quer distância de qualquer mouse. São aquelas que têm a ciberfobia, um medo quase incontrolável dos computadores.
Segundo os especialistas consultados pela Folha, não há números que mostrem quantos indivíduos são acometidos por essa fobia. Mas relatos de psicólogos e de professores de informática mostram que essa síndrome não é mera ficção.
Federica Mazzoni, 51, por exemplo, admite que já teve muito medo dos computadores até que, há dois anos, arrumou um emprego pela internet. Claro que não foi ela -com todo o seu pavor cibernético- quem colocou o currículo on-line, mas seu filho.
Depois de fazer provas e entrevistas, foi selecionada. Quando as tarefas que deveria fazer foram apresentadas a ela, tomou um susto: deveria organizar listas de presentes de um supermercado por um sistema on-line que inclui um palmtop e um scanner. Tudo muito bem explicado em um manual de mais de cem páginas.
Ela disse sim, mesmo sem saber como ligar um computador. "Aceitei a vaga porque precisava muito do emprego." Como Mazzoni tinha três semanas para domar o medo, contratou uma amiga para ensiná-la a usar um PC.
Quando chegou à empresa, nem o medo nem a inabilidade com o micro tinham ido embora. "Ficava com vergonha que as pessoas me vissem usando o computador porque não conseguia nem controlar o mouse. Eu suava."
Hoje já consegue desempenhar suas atividades sem problemas, mas ainda não se sente à vontade. Tanto que, nas suas próximas férias, vai contratar um professor particular. "Ainda não me sinto à vontade. Não uso o computador em casa. Também não tenho coragem de arriscar. Faço tudo sempre igual com medo de apagar as coisas ou de não saber onde elas foram guardadas."
Causas e sintomas
Para quem tem medo de computador, os sintomas são os mesmos que aqueles manifestados em outras fobias: sudorese, descarga de adrenalina, angústia, ansiedade e tremor.
Segundo Renato Sabbatini, diretor do Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp, em alguns casos é preciso receitar até medicamentos para controlar a ansiedade.
Mas como explicar que alguém tenha pavor de um computador? Afinal, ele não morde, não fala e é controlado por humanos.
De acordo com Sabbatini, o medo do computador está relacionado à neofobia. "As pessoas resistem às coisas novas. Por isso o receio da tecnologia. Isso não acontece com as crianças porque quase tudo no mundo é desconhecido para elas", afirma ele.
Outro motivo pode estar ligado à vaidade. "Não é medo da máquina em si, mas de mostrar a própria incapacidade de usar a máquina", diz Rosa Farah, do Núcleo de Pesquisas de Psicologia em Informática da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Para tratar o medo, os especialistas dizem que o primeiro passo é admitir que ele existe. Depois, pode-se tanto procurar cursos especiais para quem tem ciberfobia quanto um tratamento. "Cada um escolhe um jeito de se cuidar. Não se pode deixar o medo atrapalhar a vida profissional", diz Farah. Isso, Mazzoni tirou de letra.
Mas há um grupo de pessoas que quer distância de qualquer mouse. São aquelas que têm a ciberfobia, um medo quase incontrolável dos computadores.
Segundo os especialistas consultados pela Folha, não há números que mostrem quantos indivíduos são acometidos por essa fobia. Mas relatos de psicólogos e de professores de informática mostram que essa síndrome não é mera ficção.
Federica Mazzoni, 51, por exemplo, admite que já teve muito medo dos computadores até que, há dois anos, arrumou um emprego pela internet. Claro que não foi ela -com todo o seu pavor cibernético- quem colocou o currículo on-line, mas seu filho.
Depois de fazer provas e entrevistas, foi selecionada. Quando as tarefas que deveria fazer foram apresentadas a ela, tomou um susto: deveria organizar listas de presentes de um supermercado por um sistema on-line que inclui um palmtop e um scanner. Tudo muito bem explicado em um manual de mais de cem páginas.
Ela disse sim, mesmo sem saber como ligar um computador. "Aceitei a vaga porque precisava muito do emprego." Como Mazzoni tinha três semanas para domar o medo, contratou uma amiga para ensiná-la a usar um PC.
Quando chegou à empresa, nem o medo nem a inabilidade com o micro tinham ido embora. "Ficava com vergonha que as pessoas me vissem usando o computador porque não conseguia nem controlar o mouse. Eu suava."
Hoje já consegue desempenhar suas atividades sem problemas, mas ainda não se sente à vontade. Tanto que, nas suas próximas férias, vai contratar um professor particular. "Ainda não me sinto à vontade. Não uso o computador em casa. Também não tenho coragem de arriscar. Faço tudo sempre igual com medo de apagar as coisas ou de não saber onde elas foram guardadas."
Causas e sintomas
Para quem tem medo de computador, os sintomas são os mesmos que aqueles manifestados em outras fobias: sudorese, descarga de adrenalina, angústia, ansiedade e tremor.
Segundo Renato Sabbatini, diretor do Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp, em alguns casos é preciso receitar até medicamentos para controlar a ansiedade.
Mas como explicar que alguém tenha pavor de um computador? Afinal, ele não morde, não fala e é controlado por humanos.
De acordo com Sabbatini, o medo do computador está relacionado à neofobia. "As pessoas resistem às coisas novas. Por isso o receio da tecnologia. Isso não acontece com as crianças porque quase tudo no mundo é desconhecido para elas", afirma ele.
Outro motivo pode estar ligado à vaidade. "Não é medo da máquina em si, mas de mostrar a própria incapacidade de usar a máquina", diz Rosa Farah, do Núcleo de Pesquisas de Psicologia em Informática da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Para tratar o medo, os especialistas dizem que o primeiro passo é admitir que ele existe. Depois, pode-se tanto procurar cursos especiais para quem tem ciberfobia quanto um tratamento. "Cada um escolhe um jeito de se cuidar. Não se pode deixar o medo atrapalhar a vida profissional", diz Farah. Isso, Mazzoni tirou de letra.
FONTE: http://www.renato.sabbatini.com/FolhaSP-ciberfobia.htm
domingo, 22 de setembro de 2013
Psiquiatra se fantasia de palhaço para combater o crack
BRUNO PAES MANSO - O Estado de S.Paulo
O sol começava a sair de trás das nuvens, por volta das 10h de anteontem,
quando o psiquiatra Flavio Falcone, de 33 anos, formado pela Universidade de São
Paulo (USP), abriu a porta do banheiro da Unidade De Braços Abertos, na Rua
Helvetia, no coração da Cracolândia, centro de São Paulo. Com um nariz de bola
vermelha e o rosto maquiado, usando uma cartola branca, terno de tecido grosso e
uma gravata feita com gaze, ele já havia incorporado o palhaço Fanfarrone.
Pela décima vez nos últimos dois meses, Falcone repetia o ritual das últimas sextas-feiras. Fantasiado, aborda os usuários de crack nas ruas lotadas da Cracolândia para ganhar a confiança deles e convencê-los a iniciar um tratamento que possa livrá-los de uma das drogas mais consumidas no País. Um em cada três (35%) consumidores de drogas ilícitas nas capitais do País usa crack, conforme pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz, divulgada na quinta-feira.
"O palhaço ajuda a estabelecer uma relação horizontal, de igual para igual, com o povo daqui. De médico, imediatamente se cria uma hierarquia que eu prefiro desconstruir", diz. Depois dos primeiros passeios, um pandeiro também passou a fazer parte dos acessórios da peregrinação. Quando os usuários viam o palhaço, muitos o rodeavam e começavam a cantar com ele.
Logo nos primeiros passos, Fanfarrone é abordado por uma mulher de cerca de 30 anos, magra, cabelos castanhos, envelhecida pela droga, que vem conversar sobre astrologia. Ela pergunta o signo do palhaço, que responde ser de escorpião. A moça conta a história do marido do mesmo signo, que consome crack com ela. "Eu fumo para ficar na brisa, para ouvir música, para fazer amor. Ele fuma e fica violento, fala bobagens, me bate. Quando escorpião dá para ser ruim, sai de baixo", diz a moça.
Uma liderança da cena local começa a acompanhar Fanfarrone, depois de comunicada de que haveria fotos e que o repórter iria junto. Pardal, de 50 anos, foi com um chapéu verde-amarelo, segurando um acessório de penas coloridas. Usa óculos sem lentes para "passar uma imagem de respeito", que ele tira durante os bate-bocas com outros frequentadores.
Pardal estava agitado na manhã de sexta, sob o efeito da pedra. Contou que a Escola de Samba Tom Maior havia sido criada em sua casa, na zona sul, e depois se emocionou ao falar do filho que foi preso aos 15 anos e só agora havia saído da prisão. Assumiu com o palhaço o compromisso de participar de um grupo de música para o bairro, projeto ainda a ser apresentado ao poder público.
Fanfarrone segue pela Helvetia em direção à Rua Dino Bueno, onde fica "o fluxo", termo usado para definir o movimento de venda e consumo intenso da pedra. Ganha um boneco de pelúcia de presente de uma moça, que pede que ele guarde o bichinho com cuidado. Metros adiante, Fanfarrone perde o boneco, levado de seu bolso por um homem.
A rua está agitada às 10h30. Barraquinhas de roupas velhas ficam na calçada, num comércio de objetos sem valor para fazer dinheiro para manter o consumo da pedra. Em outro, são vendidos carrinhos de plástico quebrados e muitos restos de equipamentos eletrônicos. Um jovem branco, de cabelos claros e compridos, tenta vender uma bela jaqueta preta, no meio do fluxo, para obter recursos e comprar mais pedra.
Aos 14 anos Falcone sonhou que estava tratando de dependentes químicos. Foi quando decidiu ser psiquiatra. Sempre teve facilidade com os estudos e ingressou na USP. Junto com a Medicina, passou a fazer aulas de palhaço e conseguiu se livrar da depressão que o perseguia. "O palhaço lida com as sombras. Ele revela o lado ridículo de situações que, às vezes, levamos muito a sério. Eu sempre fui uma pessoa tímida. Passei a rir de mim mesmo, o que foi mais eficiente do que qualquer terapia. Parece que, hoje, renasci e vivo em outra encarnação", diz.
A sombra dos frequentadores da Cracolândia, para o palhaço, é o potencial muitas vezes desperdiçado daquelas pessoas. Fanfarrone continua andando no meio da confusão, com gente de olhos arregalados por todos os lados, cachimbos de aço sendo acesos, discussões e dedos em riste, quando, de repente, um cego de roupa social aparece, tentando passar no meio do fluxo com a ajuda da bengala. Tudo pode parecer muito triste, mas Fanfarrone acredita no poder terapêutico de transformar em riso a miséria humana.
Nos primeiros dois meses de atividade, ele calcula ter conseguido "construir vínculos" com 30 pessoas. Um deles era HIV positivo. Depois de saber que tinha a doença, decidiu "morrer na Cracolândia". Fanfarrone disse que hoje pessoas com aids podem sobreviver por anos, desde que medicadas. Ao saber disso, o jovem começou a se tratar. Mas permanece na Cracolândia.
Fanfarrone evita arriscar um palpite sobre quanto tempo a região ainda vai conviver com a cidade. Mas arrisca uma definição sobre o local: "a Cracolândia é a sombra da cidade de São Paulo".
FONTE:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,de-palhaco-medico-combate-o-crack,1077416,0.htm
Felipe Rau/Estadão
Médico se aproxima dos
usuários
Pela décima vez nos últimos dois meses, Falcone repetia o ritual das últimas sextas-feiras. Fantasiado, aborda os usuários de crack nas ruas lotadas da Cracolândia para ganhar a confiança deles e convencê-los a iniciar um tratamento que possa livrá-los de uma das drogas mais consumidas no País. Um em cada três (35%) consumidores de drogas ilícitas nas capitais do País usa crack, conforme pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz, divulgada na quinta-feira.
"O palhaço ajuda a estabelecer uma relação horizontal, de igual para igual, com o povo daqui. De médico, imediatamente se cria uma hierarquia que eu prefiro desconstruir", diz. Depois dos primeiros passeios, um pandeiro também passou a fazer parte dos acessórios da peregrinação. Quando os usuários viam o palhaço, muitos o rodeavam e começavam a cantar com ele.
Logo nos primeiros passos, Fanfarrone é abordado por uma mulher de cerca de 30 anos, magra, cabelos castanhos, envelhecida pela droga, que vem conversar sobre astrologia. Ela pergunta o signo do palhaço, que responde ser de escorpião. A moça conta a história do marido do mesmo signo, que consome crack com ela. "Eu fumo para ficar na brisa, para ouvir música, para fazer amor. Ele fuma e fica violento, fala bobagens, me bate. Quando escorpião dá para ser ruim, sai de baixo", diz a moça.
Uma liderança da cena local começa a acompanhar Fanfarrone, depois de comunicada de que haveria fotos e que o repórter iria junto. Pardal, de 50 anos, foi com um chapéu verde-amarelo, segurando um acessório de penas coloridas. Usa óculos sem lentes para "passar uma imagem de respeito", que ele tira durante os bate-bocas com outros frequentadores.
Pardal estava agitado na manhã de sexta, sob o efeito da pedra. Contou que a Escola de Samba Tom Maior havia sido criada em sua casa, na zona sul, e depois se emocionou ao falar do filho que foi preso aos 15 anos e só agora havia saído da prisão. Assumiu com o palhaço o compromisso de participar de um grupo de música para o bairro, projeto ainda a ser apresentado ao poder público.
Fanfarrone segue pela Helvetia em direção à Rua Dino Bueno, onde fica "o fluxo", termo usado para definir o movimento de venda e consumo intenso da pedra. Ganha um boneco de pelúcia de presente de uma moça, que pede que ele guarde o bichinho com cuidado. Metros adiante, Fanfarrone perde o boneco, levado de seu bolso por um homem.
A rua está agitada às 10h30. Barraquinhas de roupas velhas ficam na calçada, num comércio de objetos sem valor para fazer dinheiro para manter o consumo da pedra. Em outro, são vendidos carrinhos de plástico quebrados e muitos restos de equipamentos eletrônicos. Um jovem branco, de cabelos claros e compridos, tenta vender uma bela jaqueta preta, no meio do fluxo, para obter recursos e comprar mais pedra.
Aos 14 anos Falcone sonhou que estava tratando de dependentes químicos. Foi quando decidiu ser psiquiatra. Sempre teve facilidade com os estudos e ingressou na USP. Junto com a Medicina, passou a fazer aulas de palhaço e conseguiu se livrar da depressão que o perseguia. "O palhaço lida com as sombras. Ele revela o lado ridículo de situações que, às vezes, levamos muito a sério. Eu sempre fui uma pessoa tímida. Passei a rir de mim mesmo, o que foi mais eficiente do que qualquer terapia. Parece que, hoje, renasci e vivo em outra encarnação", diz.
A sombra dos frequentadores da Cracolândia, para o palhaço, é o potencial muitas vezes desperdiçado daquelas pessoas. Fanfarrone continua andando no meio da confusão, com gente de olhos arregalados por todos os lados, cachimbos de aço sendo acesos, discussões e dedos em riste, quando, de repente, um cego de roupa social aparece, tentando passar no meio do fluxo com a ajuda da bengala. Tudo pode parecer muito triste, mas Fanfarrone acredita no poder terapêutico de transformar em riso a miséria humana.
Nos primeiros dois meses de atividade, ele calcula ter conseguido "construir vínculos" com 30 pessoas. Um deles era HIV positivo. Depois de saber que tinha a doença, decidiu "morrer na Cracolândia". Fanfarrone disse que hoje pessoas com aids podem sobreviver por anos, desde que medicadas. Ao saber disso, o jovem começou a se tratar. Mas permanece na Cracolândia.
Fanfarrone evita arriscar um palpite sobre quanto tempo a região ainda vai conviver com a cidade. Mas arrisca uma definição sobre o local: "a Cracolândia é a sombra da cidade de São Paulo".
FONTE:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,de-palhaco-medico-combate-o-crack,1077416,0.htm
Dia de luta da pessoa com deficiência: história e avanços
O Brasil definiu a data de 21 de setembro para comemorar o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, e a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu três de dezembro para a mesma finalidade, só que em âmbito internacional. Mas por que foram definidas especificamente essas datas? Para melhor entendimento é preciso fazer um breve histórico sobre essas pessoas e os seus direitos.
A pessoa com deficiência surgiu com o ser humano. Porém, os primeiros registros de sua existência ocorreram no Egito, com o surgimento da escrita, há mais de 4,5 mil anos. A deficiência não é uma doença, mas uma seqüela derivada de algum fato que a pessoa experimentou durante sua gestação (congênita), nascimento ou durante sua vida, podendo ser física (paraplegia, tetraplegia, paralisia, amputação, nanismo etc), visual (cegueira, baixa visão), auditiva, intelectual (paralisia cerebral, síndromes, sensorial) ou múltipla (associação de várias deficiências), além de outras espécies de deficiência oriundas destes gêneros.
A ONU, em 2006, instituiu a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, com adesão do Brasil em 30 de março de 2007. As regras da Convenção aderiram à Constituição Federal de 1988, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, com força de emenda constitucional, e figurou no ordenamento jurídico brasileiro com o Decreto nº 6.949/2009.
Os conceitos dessa Convenção fomentaram o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite, instituído no ano passado. Entre as conquistas se destacam a terminologia padrão e universal de “Pessoa com Deficiência”, em substituição a qualquer outra forma de tratamento. Dessa forma, as barreiras deixam de ser na pessoa e passam a ser no ambiente, na relação interpessoal, na discriminação. E os direitos e prerrogativas da mesma passam a ser avaliados, definidos e determinados por código internacional de funcionalidades (CIF), e não mais por código internacional de doenças (CID), como ocorre atualmente
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, em trâmite no Congresso Nacional há mais de 10 anos, representa um marco na vida da Pessoa com Deficiência e da Pessoa com Mobilidade Reduzida, pois institui direitos e consolida outras prerrogativas ou expectativa de direitos, bem como elimina distorções e injustiças, a exemplo de lacunas e vacâncias nas normas legais existentes, nacionais ou internacionais, embora os conceitos inerentes à mesma estejam em franca evolução e sedimentação.
Destaque-se ainda a criminalização de condutas discriminatórias ou exclusivas, o que se traduz em medidas protetivas, além da majoração dos percentuais de cotas destinadas à pessoa com deficiência na Lei de Cotas nº 8.213/91, como forma de ampliar a empregabilidade inclusiva. Portanto, a existência da pessoa com deficiência é antiga no planeta, mas os seus direitos são tema recente que enfrenta paradigmas negativos e culturas milenares incompatíveis com os tempos e conceitos atuais. Isto exigirá dos atores dos cenários nacional e internacional, governamental ou não, notável determinação, persistência e dedicação incomuns para construírem novos valores sociais inclusivos, na perspectiva de atender as necessidades precípuas do expressivo contingente mundial de pessoas com algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida, permanente ou transitória, assim considerados o idoso, obeso, gestante, pessoa com criança de colo, pós-operado e acidentado durante o período de recuperação, a criança, etc.
Nessa dimensão, vale ressaltar a máxima de que “quem não é pessoa com deficiência poderá vir a ser ou irá envelhecer e terá sua mobilidade reduzida. Portanto, as ações em favor da PCD beneficiarão todas as pessoas do planeta”
(Tênio do Prado, presidente – Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB Goiás; membro – Instituto Goiano de Direito Previdenciário – IGDP)
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Crianças com autismo têm melhor desempenho em teste de matemática
De acordo com um novo estudo, crianças com autismo e QI médio se
saíram consistentemente melhor em testes de matemática do que crianças
não autistas na mesma faixa de QI.
A superioridade em habilidades matemáticas entre as crianças com
autismo foi relacionada a padrões de ativação em uma determinada área do
cérebro, normalmente associada com o reconhecimento de rostos e
objetos visuais.
“Parece haver um padrão único de organização do cérebro que
fundamenta a habilidade superior de crianças com autismo na resolução de
problemas matemáticos”, explica o autor principal do estudo, Vinod
Menon, professor de psiquiatria e ciências comportamentais na
Universidade de Stanford, Estados Unidos.
O estudo incluiu 18 crianças com autismo, com idades entre 7 a 12
anos, e um grupo-controle de 18 crianças sem autismo. Todos os
participantes demonstraram habilidades verbais e de leitura normais em
testes padronizados, mas as crianças com autismo superaram seus pares
sem autismo em testes-padrões de matemática.
Os pesquisadores também monitoraram a atividade cerebral das
crianças, usando ressonância magnética, enquanto elas trabalhavam nos
problemas de matemática. Os exames cerebrais nas crianças com autismo
revelaram um padrão incomum de atividade em uma área do cérebro
especializada no processamento de rostos e outros objetos visuais.
“As pesquisas anteriores se centravam quase exclusivamente nos pontos
negativos das crianças com autismo”, diz Menon, membro do Instituto de
Pesquisa de Saúde Infantil no Hospital Infantil Lucile Packard. “Nosso
estudo apoia a ideia de que o desenvolvimento do cérebro em uma pessoa
com autismo pode ocasionar não apenas déficits, mas também levar à
melhoria de algumas capacidades cognitivas notáveis. Acreditamos que
esta notícia pode ser reconfortante para os pais”.
Menon conta que as crianças com autismo, por vezes, exibem talentos
ou habilidades excepcionais. Por exemplo, algumas conseguem dizer
instantaneamente o dia da semana de qualquer data do calendário dentro
de um determinado intervalo de anos, enquanto outras possuem habilidades
matemáticas impressionantes.
“Saber as datas do calendário, provavelmente, não vai ajudá-lo a ter
sucesso acadêmico ou profissional”, comenta Menon. “Mas ser capaz de
resolver problemas numéricos e desenvolver boas habilidades matemáticas
pode fazer uma grande diferença na vida de uma criança com autismo”.
Cerca de uma em cada 88 crianças tem alguma forma de autismo, de
acordo com os Centros dos EUA de Controle e Prevenção de Doenças. O
Brasil ainda não possui uma pesquisa centralizada para identificar a
taxa de incidência do autismo na população. Segundo dados da ONU,
existem aproximadamente 70 milhões de autistas em todo o mundo. [Medical Xpress]
FONTE: http://hypescience.com/criancas-com-autismo-tem-melhor-desempenho-em-teste-de-matematica/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Doenças mentais são mais comuns em pessoas com trabalhos ligados à arte e criatividade
A discussão é antiga: será que em pessoas criativas e com dons
artísticos há maior incidência de doenças mentais como bipolaridade,
depressão e abuso de drogas? Logo de cara já dá para pensar em vários
exemplos: Amy Winehouse, Sylvia Plath (foto), Kurt Cobain …
Pois pesquisadores do Karolinska Institutet,
na Suécia, analisaram o histórico de quase 1,2 milhão de pacientes e
seus familiares e confirmaram essa hipótese. No ano passado, a equipe
já havia mostrado que há uma porcentagem maior de artistas e cientistas
em famílias onde o transtorno bipolar e a esquizofrenia estão presentes
do que na população em geral.
Agora, eles expandiram o estudo para abranger outros diagnósticos
psiquiátricos, como depressão, ansiedade, abuso de álcool, uso de
drogas, autismo, TDAH, anorexia nervosa e suicídio, e incluíram pessoas
em atendimento ambulatorial em vez de pacientes exclusivamente
hospitalares.
Os resultados confirmaram os do estudo anterior: o transtorno bipolar
novamente se mostrou mais comum entre pessoas com profissões artísticas
ou científicas, como bailarinos, pesquisadores, fotógrafos e
escritores, do que na população geral. Mas, tirando o transtorno
bipolar, os indivíduos com profissões criativas não mostraram maior
propensão a sofrer de transtornos psiquiátricos em relação aos outros.
“No entanto, ser um escritor está especificamente associado com maior probabilidade de se ter esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, transtornos de ansiedade e abuso de drogas”,
diz o estudo. E tem mais: eles foram quase 50% mais propensos a cometer
suicídio do que as outras pessoas. Estão aí Sylvia Plath, Virginia
Woolf e Ernest Hemingway como exemplo.
Será que são as doenças que levam a pessoa para essas profissões ou o
contrário? Em todo caso, de acordo com Simon Kyaga, um dos autores do
estudo, tal associação entre a criatividade e a doença mental dá motivos
para se reconsiderar a forma como ela é tratada. “Na psiquiatria e
medicina em geral, tem havido uma tradição de se ver o problema como
algo em preto-e-branco e há o esforço para tratar o paciente removendo
tudo o que for considerado mórbido”, diz ele no Medical Xpress.
“Mas, se alguém acredita que certos fenômenos associados a ele são
benéficos para o paciente, isso abre o caminho para uma nova abordagem
no tratamento. Nesse caso, médico e paciente devem chegar a um acordo
sobre o que deve ser tratado, e a que custo”, completa.
FONTE: http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/doencas-mentais-sao-mais-comuns-em-pessoas-com-trabalhos-ligados-a-arte-e-criatividade/?utm_source=+redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=+redesabril_super
domingo, 8 de setembro de 2013
Bipolaridade: entenda possível causa da separação de Catherine Zeta Jones
O drama de Catherine, de 43 anos, é o mesmo de milhares de outras pessoas em todo o mundo que, invariavelmente, desconhecem a causa da esmagadora oscilação de humor que caracteriza a doença. "Se minha revelação sobre meu transtorno bipolar encorajar uma pessoa a procurar ajuda, então isso já valeu a pena", explicou a estrela, e completou: "Não há necessidade de se sofrer silenciosamente e não é uma vergonha procurar ajuda."
Um mapeamento mundial sobre o transtorno, publicado em março de 2011 na revista Archives of General Psychiatry, mostrou que mais da metade dos doentes - 57% - não recebe tratamento. As informações são do site da Associação Brasileira de Psiquiatria e o estudo aponta que 2,4% das pessoas sofre com este problema em todo o mundo.
A pesquisa mostrou ainda que, entre os brasileiros bipolares, apenas 42,7% procuraram a ajuda de um especialista para entender e tratar o distúrbio. A análise foi feita com mais de 60 mil pessoas em 11 países, incluindo Brasil, EUA e China.
A publicação indica que o transtorno bipolar pode ser mais incapacitante do que o mal de Alzheimer e até mesmo de alguns tipos de câncer, uma vez que, em comparação aos outros doentes, os bipolares podem sofrer anos com os prejuízos da doença sem ao menos conhecê-la.
Simples mau humor x doença: como diferenciar?
Entre os sintomas mais evidentes do transtorno bipolar estão oscilações de humor, depressão, agressividade, irritabilidade ou o contrário - euforia, empolgação e impulsividade excessivas. Mas se este tipo de sentimento acontece com todo mundo, como diferenciar os sintomas entre acontecimentos corriqueiros de uma doença mais grave?
Entre os sintomas mais evidentes do transtorno bipolar estão oscilações de humor, depressão, agressividade, irritabilidade ou o contrário - euforia, empolgação e impulsividade excessivas. Mas se este tipo de sentimento acontece com todo mundo, como diferenciar os sintomas entre acontecimentos corriqueiros de uma doença mais grave?
De acordo com a especialista Doris Hupfeld Moreno, psiquiatra assistente e pesquisadora do Programa Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Ipq-HCFMUSP), "quem não tem sintomas grave, sente que a vida flui". Em outras palavras isso significa que, para uma pessoa normal, nenhum destes sintomas é tão acentuado a ponto de trazer prejuízos graves à vida pessoal ou profissional.
Ela enfatiza que a variação de humor muito frequente deve ser vista com atenção: "Oscilação de humor não é algo normal. É preciso buscar a causa, seja ela uma tensão pré-menstrual, uma depressão ou algo mais grave", explica.
A psicóloga e terapeuta de casal e família Miriam Barros explica que o bipolar costuma exibir comportamentos que destoam da sua personalidade. "É aquela pessoa mais retraída que, do dia pra noite, passa a ser altamente sociável; que começa a ter impulsos de consumo e se endividar; alguém mais apático que passa a demonstrar euforia inexplicável ou energia exagerada, acompanhada de ideias grandiosas."
Ela acrescenta que as pessoas que convivem com um bipolar podem identificar os sintomas mais facilmente do que o próprio: "É aquele indivíduo que você nunca sabe como vai encontrar, não sabe se ela vai sorrir pra você, dar uma 'patada', ou se vai estar profundamente desanimado."
Segundo Mirian, a doença é predominantemente genética e normalmente aparece na fase da adolescência, desencadeada por episódios traumáticos ou estressantes como perdas, separações ou decepções.
A doutora indica atenção redobrada às pessoas que têm na família casos de distúrbios mentais. Ela enfatiza que a ajuda dos parentes e amigos é muito importante para auxiliar o bipolar na detecção da doença e encorajá-lo a buscar ajuda.
Negar a doença só complica o quadro
As especialistas são unânimes em afirmar que o diagnóstico do transtorno bipolar é algo complexo e, muitas vezes, é prejudicado pelo próprio paciente, que se nega a acreditar que tem algum tipo de problema. De acordo com Doris, o que complica mais ainda são os picos de euforia: "Geralmente, as pessoas só procuram um médico quando sentem sintomas de depressão. Já quando têm crises de euforia, acham que é algo normal e que são capazes de tudo."
As especialistas são unânimes em afirmar que o diagnóstico do transtorno bipolar é algo complexo e, muitas vezes, é prejudicado pelo próprio paciente, que se nega a acreditar que tem algum tipo de problema. De acordo com Doris, o que complica mais ainda são os picos de euforia: "Geralmente, as pessoas só procuram um médico quando sentem sintomas de depressão. Já quando têm crises de euforia, acham que é algo normal e que são capazes de tudo."
Geralmente, as pessoas só procuram um médico quando sentem sintomas de depressão. Já quando têm crises de euforia, acham que é algo normal e que são capazes de tudo
Doris Hupfeld Moreno
Segundo a psiquiatra, nestas condições a pessoa fica com a mente acelerada e fisicamente mais energizada, pensa demais, tem muitas ideias, não consegue relaxar e gasta o máximo de energia que pode. Além disso, nota-se uma maior impulsividade, que pode se refletir no abuso de álcool e drogas e no aumento da libido.
Para ela, este é outro fator complicador, pois algumas pessoas chegam a acreditar que são dependentes químicas ou viciadas em sexo, quando a raiz do problema é outra. "Hoje sabemos que isso traz um impacto negativo sobre o cérebro e, quanto antes a pessoa se tratar, mais ela o protegerá de um possível envelhecimento precoce", explica.
Doris afirma que a ausência de tratamento pode prejudicar os relacionamentos e também a vida profissional: "Mesmo uma pessoa com transtorno bipolar leve tem irritabilidade e acaba causando intrigas. Isso pode minar a capacidade de ser um bom pai ou um bom parceiro, e também irá trazer problemas no trabalho, pois, por mais que essa pessoa se especialize e encha o currículo, sem medicação ela terá dificuldade de usar 100% do seu potencial."
Tratamento adequado, vida normal
A psicóloga Miriam enfatiza que, por ser uma doença que desencadeia reações químicas, não há como restringir o tratamento somente à psicoterapia. "O psiquiatra irá receitar a medicação ideal para o paciente. Geralmente, são utilizados estabilizadores de humor, combinados às sessões de terapia."
A psicóloga Miriam enfatiza que, por ser uma doença que desencadeia reações químicas, não há como restringir o tratamento somente à psicoterapia. "O psiquiatra irá receitar a medicação ideal para o paciente. Geralmente, são utilizados estabilizadores de humor, combinados às sessões de terapia."
Por ser uma doença crônica, o acompanhamento deve ser constante, e a doutora explica que o paciente também deve prestar atenção aos hábitos do dia a dia e viver em busca de uma vida menos estressante, tentando driblar as tensões: "Atividades como ioga e meditação são boas alternativas para ajudar a pessoa a encontrar seu equilíbrio e evitar o estresse, que é o que desencadeia as crises. Também é preciso dormir a quantidade de horas certa e se alimentar bem. Enfim, fazer coisas pensando em não exigir muito do corpo", observa.
As especialistas ressaltam a importância da ajuda de um profissional, que vai diagnosticar o paciente da maneira adequada e dará andamento ao tratamento, permitindo que o bipolar leve uma vida normal. "Os sintomas são muito diversos, mas um especialista consegue distinguir isso e ensinar os pacientes a lidar com os sintomas. Quando isso acontece, é muito bonito, porque a pessoa aprende a diferenciar os sentimentos", finaliza a doutora.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Pesquisadores encontram "elo perdido" na luta contra mal de Alzheimer
O combate ao mal de Alzheimer deu nesta quarta-feira (4) um passo
importante. Pesquisadores da escola de medicina de Yale, nos Estados
Unidos, encontraram uma proteína que julgam ser o "elo perdido" na
cadeia de eventos que leva ao desenvolvimento da doença.
Durante a
pesquisa, cientistas conseguiram restaurar a memória de ratos de
laboratório que tinham danos cerebrais causados pela doença apenas
bloqueando a proteína em questão com um remédio que já é fabricado.
"O
mais animador é que, entre todas as ligações nessa cadeia, essa
[proteína] é a que mais facilmente pode ser atingida por medicamentos",
comemorou o professor de neurologia Stephen Strittmatter.
O
artigo publicado nesta quarta na publicação Neuron revela que a proteína
dentro da membrana celular conhecida como mGluR5 é o "elo perdido"
encontrado pelos pesquisadores.
FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/pesquisadores-encontram--elo-perdido--na-luta-contra-mal-de-alzheimer-193408287.html
China registra dados de portadores de distúrbios mentais em banco de dados
Os portadores de graves doenças mentais serão registrados em um banco
de dados nacional para receberem melhor tratamento médico e preveni-los
de ferir outros.
A Comissão Nacional da Saúde e do Planejamento Familiar emitiu
nesta segunda-feira um documento sobre a administração de pacientes
portadores de esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo, transtorno
ilusório, paranoia esquizofrenia, os quais estão entre as seis
categorias de transtornos graves na primeira Lei sobre Saúde Mental do
país que entrou em vigor em maio.
Doentes e os que ferem outros devem ser registrados no sistema
nacional de administração de informação de doenças mentais, disse o
documento.
Segundo o documento, informações pessoais sobre o doente devem
ser protegidas rigorosamente para garantir a privacidade, e a divulgação
das informações para outras instituições é proibida, exceto em
circunstâncias especiais estipuladas pela lei.
Hospitais devem receber relatórios sobre portadores de graves doenças mentais depois de diagnóstico médico, diz o documento.
O hospital deve registrar o doente no sistema nacional, ou
entregar um relatório escrito à agência de nível distrital para
prevenção e tratamento de doenças mentais, dentro de dez dias depois da
alta do paciente, disse.
A agência de nível distrital deve informar a instituição médica
perto da casa do doente, para que médicos possam realizar visitas
regulares e orientar o tratamento e a reabilitação, disse.
A China tinha mais de 100 milhões de portadores de doenças
mentais em 2009, incluindo 16 milhões sofrendo de graves doenças,
segundo dados mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças
da China. Fim
por Xinhua
FONTE: http://portuguese.cri.cn/1721/2013/09/02/1s171861.htm
domingo, 1 de setembro de 2013
Somos Quem Podemos Ser - Engenheiros do Hawaii
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Pobreza prejudica desempenho mental, indica estudo
Favela da cidade de Nkaneng, na África do Sul, em imagem de 9 de julho
Um estudo publicado pela revista "Science" na quinta-feira (29) indica que a pobreza pode ser um fator que prejudica o desempenho mental. Segundo a análise dos autores, liderados por Ananda Mani, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, a falta de recursos "drena" as reservas mentais.
Pesquisas anteriores já haviam identificado relações entre a pobreza e prejuízo à cognição, mas o novo artigo – que teve colaboração das universidades Harvard e Princeton, nos EUA, e de British Columbia, no Canadá – sugere uma relação causal entre a falta de dinheiro e uma diminuição das faculdades cognitivas, que envolvem funções como atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem.
Em uma parte do estudo, os cientistas avaliaram o desempenho de 101 pessoas em atividades simples em um computador, enquanto elas precisavam pensar sobre quatro cenários de problemas financeiros hipotéticos, como o conserto de um carro, após terem ido a um shopping center de Nova Jersey, entre 2010 e 2011.
Quando o preço do conserto era menor (R$ 356), os voluntários de renda mais baixa (R$ 47.500 anuais, ou quase R$ 4 mil mensais) tiveram um desempenho melhor do que quando o suposto reparo era mais caro (R$ 3.562). Ao mesmo tempo, os participantes com renda alta (R$ 165.250 anuais, ou R$ 13.770 mensais) tiveram um bom desempenho nas duas situações.
Além disso, quando os cenários fictícios eram fáceis, ou seja, os problemas financeiros não pareciam tão graves, tanto os pobres quanto os ricos se saíram bem nos testes.
Em média, uma pessoa preocupada com problemas financeiros teve uma queda na função cognitiva semelhante à perda de até 13 pontos no QI (quoeficiente de inteligência), o equivalente à perda de uma noite inteira de sono, destaca o estudo.
"Estamos argumentando que a falta de recursos financeiros em si pode levar a um prejuízo da função cognitiva. A própria condição de não ter o suficiente pode realmente ser uma causa de pobreza", diz o professor assistente de psicologia Jiaying Zhao, da Universidade de British Columbia.
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