Inconsciente Coletivo, segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung,
é a camada mais profunda da psique. Ele é constituído pelos materiais
que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como
imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos. O
inconsciente coletivo também tem sido compreendido como um arcabouço de
arquétipos cujas influências se expandem para além da psique humana.
A existência do inconsciente coletivo não é derivada de experiências individuais, tal como o inconsciente pessoal, trabalhado por Freud,
embora precise de experiências reais para poder se manifestar. Tais
traços funcionais do inconsciente coletivo foram chamados por Jung de arquétipos,
que não seriam observáveis em si, mas apenas através das imagens que
eles proporcionam.
Jung chamou a atenção para o fato de que o
inconsciente coletivo retém informações arquetípicas e impessoais, e
seus conteúdos podem se manifestar nos indivíduos da mesma forma que
também migraram dos indivíduos ao longo do processo de desenvolvimento
da vida.
O psicanalista Erich Fromm apresenta outra posição a respeito. É denominada de "inconsciente social",
que seria a parte específica da experiência dos seres humanos que a
sociedade repressiva não permite que chegue à consciência dos mesmos. Já
o sociólogo e filósofo Nildo Viana
concebe o inconsciente coletivo como o conjunto das necessidades e
potencialidades reprimidas de um conjunto de indivíduos, grupos, classes
ou toda a sociedade.
O inconsciente coletivo complementa o inconsciente pessoal, e muitas vezes se manifesta igualmente na produção de sonhos.
Desta forma, enquanto alguns dos sonhos têm caráter pessoal e podem ser
explicados pela própria experiência individual, outros apresentam
imagens impessoais e estranhas, que não são associáveis a conteúdos da
história do indivíduo.
Esses sonhos são então produtos do inconsciente
coletivo, que nesse caso atua como um depósito de imagens e símbolos, que Jung denomina arquétipos. Dele também se originam os mitos.
No entanto, sendo o inconsciente coletivo algo que foi e está sendo
continuamente elaborado a partir das experiências obtidas pelos seres, o
acesso individual às informações contidas no inconsciente coletivo pode
ser uma forma de explicar o mecanismo de operação de alguns dos
fenômenos psíquicos incomuns que foram considerados desde o princípio da
psicologia junguiana.
Por outro lado, isso corresponde a introduzir
mais do que arquétipos nesta estrutura psíquica universal, que pode
conter igualmente dados fundamentais de operação dos fenômenos naturais,
que se manifestam como leis das descrições químicas e físicas da
natureza,
além, é claro, da biologia. Em síntese, o inconsciente coletivo da
psicologia analítica pode ser um modelo adequado para a compreensão dos
fenômenos mentais.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente_coletivo
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