Translate

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Soneca faz bem, segundo à ciência

 

James Gallagher

  • Role, Repórter de Saúde da BBC

Encontrar um tempo para uma soneca todos os dias é bom para o nosso cérebro e ajuda a mantê-lo maior por mais tempo, dizem pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido.

A equipe mostrou que os cérebros dos indivíduos que cochilam regularmente é 15 centímetros cúbicos maiores — o que é equivalente a retardar o envelhecimento entre três e seis anos.

No entanto, os cientistas recomendam manter o tempo de soneca em menos de meia hora por dia.

"Estamos sugerindo que todos poderiam experimentar algum benefício com a soneca", diz a psicóloga Victoria Garfield. Ela descreveu as descobertas como "bem novas e emocionantes".

O ato de cochilar é algo fundamental para o desenvolvimento quando somos bebês, mas torna-se menos comum à medida que envelhecemos — e ressurge com força após a aposentadoria. Cerca de um quarto das pessoas com mais de 65 anos relatam tirar uma soneca durante o dia.

O cérebro encolhe naturalmente com a idade. Agora, os cientistas querem entender se os cochilos podem ajudar a prevenir doenças como o Alzheimer. Esse é um assunto que ainda carece de mais pesquisas.

A saúde geral do cérebro é importante para nos proteger contra a demência. Essa condição, marcada por falhas de memória e raciocínio, está ligada a perturbações no sono.

Os pesquisadores sugerem que a baixa qualidade do descanso noturno danifica o cérebro ao longo do tempo, causando inflamação e afetando as conexões entre as células nervosas.

“Assim, cochilar regularmente pode proteger contra a neurodegeneração e compensar o sono deficiente”, avalia a pesquisadora Valentina Paz.

As sonecas podem melhorar a saúde, mas o inverso também é verdadeiro — ou seja, não cuidar da saúde pode deixar um indivíduo tão cansado que ele precisa descansar por mais tempo.

A equipe pegou dados de 35 mil pessoas de 40 a 69 anos, que participaram do projeto UK Biobank e simplesmente comparou a genética dos "cochiladores" e dos "despertos".

Os resultados, publicados na revista Sleep Health, mostraram uma diferença de 15 centímetros cúbicos no tamanho do cérebro entre os grupos — o que equivale a uma variação de 2,6 a 6,5 anos de envelhecimento. O volume total médio da massa cinzenta foi de cerca de 1,4 mil centímetros cúbicos no estudo.

O estudo traz descobertas "interessantes" ao mostrar um "aumento pequeno, mas significativo, no volume do cérebro" e "acrescenta dados que indicam a importância do sono para a saúde do cérebro".

Os pesquisadores reforçam que o trabalho não avaliou as implicações de um período longo de sono no meio do dia - mas focou em sessões mais curtas, de 30 minutos.

FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c29zzzy06j6o

Nenhum comentário:

Postar um comentário