Fundamental13/12/2013 | 16h04
Períodos de 120 dias estipulado pela lei brasileira e 84, pela estadunidense, podem não ser suficientes para garantir o bem-estar materno
Estudo indica que, quando mais cedo a mãe volta a trabalhar após o parto, maior o risco de ela sofrer com a depressão pós-parto
Foto:
Emily Cahal / Stock.xchng
Quanto mais longa a licença-maternidade, menor as chances de a mãe
desenvolver depressão pós-parto. É o que aponta um estudo da
Universidade de Maryland.
— Aqui nos Estados Unidos, a maioria das mulheres volta ao trabalho
no máximo três meses após dar a luz. Mas nossa pesquisa demonstra que
mulheres que ficam em casa durante menos de seis meses após o nascimento
do filho têm um risco maior de sofrer com a depressão pós-parto —
afirma a professora de Saúde Pública Rada Dagher, que liderou a
pesquisa.
De acordo com os cientistas, o primeiro ano após o parto apresenta um
risco maior de depressão entre as mulheres. Neste período, uma de cada
dez mães experiencia a depressão pós-parto, que apresenta sintomas
similares àqueles da depressão clínica.
O estudo é o primeiro a investigar a relação entre a licença
maternidade e a depressão pós-parto durante o primeiro ano de vida do
bebê, e foi realizado através da Escala de Depressão Pós-Parto de
Edimburgo, uma ferramenta vastamente utilizada e validada pela
comunidade científica para se analisar quadros depressivos deste tipo.
Para chegar ao resultado apresentado, os pesquisadores acompanharam
um grupo de cerca de 800 mulheres no estado norte-americano do Minnesota
ao longo do primeiro ano da maternidade, reunindo dados sobre sintomas
de depressão e saúde física e mental ao longo deste período. Dentro dos
primeiros seis meses após o parto, mulheres que estavam em
licença-maternidade apresentaram significativamente menos sinais de
depressão pós-parto que aquelas que voltaram a trabalhar antes do
primeiro semestre depois da gestação.
— Isso demonstra que o atual tempo estipulado para a
licença-maternidade nos Estados Unidos, de 12 semanas, pode não ser o
suficiente para mães que experienciam situações de risco e depressão
pós-parto — conclui Dagher.
A legislação brasileira, por sua vez, prevê licença-maternidade
remunerada de 120 dias — quase um mês a mais que a estabelecida no país
norte-americano.
FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/12/licenca-maternidade-reduz-o-risco-de-depressao-pos-parto-afirma-pesquisa-4363874.html
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