Em novembro de 2007, uma misteriosa doença começou a afetar as alunas de
um internato em Chalco, México, próximo à Cidade do México. A escola,
dirigida por freiras católicas, é uma das dez na Ásia e na América
Latina comandada por uma instituição de caridade chamada World Villages
for Children (Aldeias Mundiais para Crianças), na Ásia. As garotas, de
12 a 17 anos, apresentaram sintomas estranhos: dificuldade para andar,
febre e náuseas. Depois que as meninas voltaram à escola, depois de 10
dias de férias natalinas,
a doença se espalhou: 600 das 3,6 mil meninas da escola apresentaram
sintomas. Ninguém conseguia explicar o que estava deixando as
adolescentes doentes, e as autoridades da saúde pública foram chamadas.
Após uma série de exames, inspeções nas instalações da escola e
entrevistas com algumas meninas afetadas, os médicos concluíram que o
responsável era um distúrbio psicológico. Oficialmente, seu nome é distúrbio psicogênico em massa, também chamado de histeria coletiva, reação psicossomática ou histeria em massa.
O distúrbio psicogênico em massa é um fenômeno raro, embora já se
tenha ouvido falar dele. A doença geralmente se caracteriza pelo
aparecimento misterioso de uma série de sintomas sem causa aparente e
ocorre com freqüência em comunidades isoladas. A histeria coletiva pode
se espalhar quando existe um medo de exposição a uma doença, associado a
um ambiente estressante e fechado.
O dr. Victor Manuel Torres Meza, diretor de epidemiologia do
Departamento de Saúde do Estado do México, disse ao New York Times que
havia 80 casos documentados do distúrbio psicogênico em massa, em todo o
mundo. No caso das meninas do internato mexicano, elas vivem em um
ambiente altamente estruturado, seguindo uma rotina organizada e
disciplinada. A correspondência e a interação com os pais são escassas -
as meninas vêem suas famílias no máximo três vezes ao ano. Entre as
visitas, são permitidas cartas; entretanto, as alunas não podem dar
telefonemas. Um ambiente com essa combinação de estressores
provavelmente contribuiu para que a doença se espalhasse. A escola
acabou permitindo que os pais levassem suas filhas para casa e as
meninas doentes se recuperaram rapidamente.
Na esperança de descobrir o causador da doença e de obter mais
informações sobre esse ataque específico do distúrbio psicogênico em
massa, 20 médicos e psicólogos começaram a entrevistar as meninas que
ainda estavam doentes ou que tiveram a doença.
FONTE: http://saude.hsw.uol.com.br/histeria-coletiva.htm
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