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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Freud


Narcisistas são pessoas 'horríveis, mas felizes'.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Conheça a grave doença adquirida pelo uso incorreto da mandioca.


A mandioca é uma fonte vital de calorias em várias regiões do mundo, em particular na África e na América Latina.
À rigor, há dois tipos de mandioca, a mandioca mansa, também chamada de mandioca de mesa (conhecida também no Brasil pelos nomes de macaxeira e aipim), e a mandioca brava, conhecida como mandioca de indústria. As duas são extremamente parecidas, mas a mandioca brava é altamente tóxica - e requer um procedimento industrial ou um ritual de preparação tedioso e complexo para torná-la um alimento seguro. Ela libera cianeto de hidrogênio.
Nos centros urbanos, a mandioca comercializada como alimento é sempre a mansa. Mas em zonas rurais, a mandioca mais comum pode ser a brava, e, por isso, se não for preparada adequadamente, pode causar sérios problemas de saúde.
Um deles é uma condição chamada konzo, com sintomas que incluem paralisia súbita das pernas.
Em 1981, em Nampula, Moçambique, um jovem médico sueco chamado Hans Rosling não sabia disso. Como resultado, passou por uma situação profundamente intrigante.
Mais e mais pessoas batiam à porta de sua clínica com paralisia nas pernas. Poderia ser um surto de poliomielite? Não. Os sintomas não estavam descritos em nenhum livro.
Com o início da guerra civil em Moçambique, poderiam ser armas químicas?

Foi uma colega de Rosling, a epidemiologista Julie Cliff, que acabou descobrindo o que estava acontecendo.
As refeições de mandioca que eles ingeriam haviam sido processadas de forma incompleta. Já com fome e desnutridos, não podiam esperar tempo suficiente para tornar a mandioca segura. E, como resultado, desenvolveram o konzo.
Plantas tóxicas estão por toda parte. Às vezes, processos simples de cozimento são suficientes para torná-las comestíveis. Mas como alguém aprende a elaborada preparação necessária para a mandioca?
Para Joseph Henrich, professor de biologia evolucionária humana na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, esse conhecimento é cultural, e nossas culturas evoluem por meio de um processo de tentativa e erro análogo à evolução em espécies biológicas.
Funciona assim, segundo Henrich: em algum momento, alguém descobre como tornar a mandioca menos tóxica. Com o passar do tempo, outras descobertas são feitas. Esses rituais complexos podem, assim, evoluir, cada um ligeiramente de forma mais eficaz que o anterior.
Na América do Sul, onde humanos comem mandioca há milhares de anos, as tribos aprenderam os muitos passos necessários para desintoxicá-la completamente: raspar, ralar, lavar, ferver o líquido, deixar a massa repousar por dois dias e depois assar.
Na África, a mandioca foi introduzida apenas no século 17. Não veio com um manual de instruções. O envenenamento por cianeto ainda é um problema ocasional; as pessoas recorrem a técnicas porque o aprendizado cultural ainda está incompleto.
FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49640684

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Parabéns Egolegal - 08 anos

Obrigado à todos(as) vocês que prestigiam meu blog. São 08 anos de muita dedicação. Meus sinceros agradecimentos.

sábado, 12 de outubro de 2019

A estranha doença do Coringa

 Verônica Palomo 
10/10/19 

 Resultado de imagem para coringa joaquin phoenix


Os roteiristas do filme descrevem a risada do vilão como algo sombrio e doloroso, e é o que transmite magistralmente o ator, que, segundo contou nas entrevistas promocionais, inspirou-se em vídeos de pessoas que sofriam de ataques de riso incontroláveis. Phoenix conta que observou especificamente uma paciente que, enquanto convulsionava com o riso, segurava o próprio pescoço em sinal de dor, como se estivesse se afogando. Sim, soa angustiante, mas essa é justamente a intenção do filme: mostrar o sofrimento que há por trás da célebre e compulsiva gargalhada, mas também que há um motivo para que essa explosão ocorra.
O que acontece exatamente com Arthur Fleck?
Segundo nos explica Francisco Javier López, coordenador do grupo de estudo de Epilepsia da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN),  que tuudo indica que o Coringa sofre de epilepsia gelástica.

Tumores no hipotálamo, a causa principal

A epilepsia gelástica é uma doença cuja sintomatologia (esses ataques de riso incontroláveis e sem motivo aparente) poderia se encaixar perfeitamente no caso do Coringa, já que costuma afetar pessoas mais jovens, ao contrário do que ocorre nos casos de paralisia pseudobulbar. 
O neurologista Javier Lopez afirma que “muitas vezes não se encontra a causa, mas em uma proporção importante de casos ela se deve à existência de uma série de tumores, chamados hamartonas hipotalâmicos (são formações benignas situadas no hipotálamo), que produzem este tipo de sintomas, embora às vezes também se deva a outro tipo de afetações, como displasias ou alterações no córtex cerebral”. Em todo caso, a maior percentagem dos casos de epilepsia gelástica se deve aos hamartomas, e a pessoa geralmente nasce com esses tumores.
Alguns autores falam da possibilidade de que tenham efeitos excitantes, gerando uma atividade elétrica anormal que se propaga para áreas vizinhas do sistema límbico, que é a parte emocional do cérebro, e para o tronco encefálico, que se encarrega de realizar as tarefas do sistema nervoso mais básicas para a sobrevivência, aquelas em que quase não se pode influir voluntariamente, porque foram automatizadas.
Um estudo da Universidade de Friburgo, na Alemanha, indique que mais de metade dos pacientes dessa doença sofrem redução do quociente intelectual na idade adulta, e que mais de metade apresente problemas de memória, atenção, organização ou a capacidade de reconhecer e ordenar imagens. Todas elas são alterações que dependem muito do tamanho do tumor e do número de crise epiléticas sofridas, assim como de receberem ou não tratamento, pois a doença pode afetar psicologicamente quando não há tratamento farmacológico.

Um tratamento para salvar o Coringa

“Estes tumores estão localizados muito profundamente e, às vezes, comprimem zonas cerebrais que não podem ser operadas, mas em geral a epilepsia gelástica é tratada como outra crise de epilepsia qualquer, com fármacos antiepilépticos. Só se não for possível controlar essas convulsões se faria uma avaliação pré-cirúrgica para avaliar se esse tumor pode ou não ser operado”, conta o coordenador do grupo de estudo de Epilepsia da SEN.
“Talvez não se possa controlar em todas as crises que o paciente sofre, mas geralmente o doente costuma avisar às pessoas com quem se relaciona, tenta que as pessoas de seu ambiente social ou do trabalho saibam o que lhe ocorre. Recordo o caso de um paciente que era advogado e antes de entrar em audiência já advertia a sua senhoria de que cabia a possibilidade de que, no meio da sessão, fosse ou não oportuno, soltasse uma gargalhada”, diz López. É uma boa medida, já que a estigmatização do doente mental é o que lhe causa o maior dano. 
FONTE: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/08/cultura/1570554578_775152.html