Você pode não estar clinicamente
deprimido, mas o estresse do dia a dia pode facilmente acabar com sua
sensação de bem-estar e contentamento.
A boa notícia é que não
faltam estratégias baseadas em evidências para ajudá-lo a sair do
marasmo: o campo científico da chamada psicologia positiva, que acaba de
completar 20 anos, oferece inúmeras técnicas para melhorar seu humor. Mas
como encontrar tempo para incorporá-las à nossa rotina? Sandi Mann,
professora da Universidade de Central Lancashire, no Reino Unido, sugere
uma solução. Com base em sua experiência como psicóloga clínica, ela
propõe um exercício que pode ajudar.
Descrito no livro Ten Minutes to Happiness ("Dez minutos
para a felicidade", em tradução livre), o programa que ela montou tem a
forma de um diário, a ser completado em seis etapas: 1. Que experiências, por mais mundanas que sejam, te deram prazer? 2. Que elogios e retornos você recebeu? 3. Quais foram os momentos de sorte? 4. Quais foram suas conquistas, por menores que sejam? 5. O que fez você se sentir grato? 6. Como você expressou gentileza? Grande
parte do programa é baseada na vasta quantidade de pesquisas
científicas que mostram que dedicar um pouco de tempo para avaliar como
foi o seu dia, sob as perspectivas acima, pode mudar gradativamente sua
forma de pensar, de modo que você encontre mais felicidade em sua vida. Quando nos sentimos para baixo, pode ser fácil
ignorar o que está dando certo - e manter esse diário coloca os aspectos
positivos em primeiro plano.Mann destaca que os benefícios podem
ser observados não só à medida que você lista os acontecimentos; mas
reler as anotações anteriores pode ajudar a lidar com situações difíceis
no futuro também. Graças à nossa memória "associativa", o mau
humor - causado por um evento negativo - pode levar você a se lembrar
preferencialmente de outras fontes de estresse e infelicidade. Sempre
que isso acontecer, folhear as páginas do diário pode ajudar a sair
desse ciclo vicioso. O sexto ponto se baseia em pesquisas recentes
sobre o poder da gentileza. Vários estudos descobriram que atitudes
altruístas não apenas aumentam o bem-estar das pessoas ao seu redor,
como também melhoram sistematicamente seu próprio humor. Gastar um pouco de dinheiro para ajudar um estranho,
por exemplo, deixa você mais feliz do que usar a mesma verba para se
dar um presente, segundo uma pesquisa realizada em mais de 130 países.Focar
em gestos desse tipo garante que você aproveite ao máximo esse
sentimento reconfortante e, ao mesmo tempo, seja incentivado a procurar
novas oportunidades no dia seguinte. Uma revisão de 10 minutos do
seu dia não é capaz de fazer milagres, é claro - e Mann enfatiza que
qualquer pessoa que suspeite que possa sofrer de depressão deve
consultar um médico e procurar ajuda profissional. Mas, para
aqueles que geralmente se sentem desanimados e estressados, sem sintomas
clínicos graves, esse exercício pode ser um aliado para entrar no eixo
novamente. Se você achou a abordagem de Mann instigante, também
pode se interessar por sua pesquisa contraintuitiva sobre o tédio. Em
uma série de experimentos, ela descobriu que curtos períodos de tédio
podem trazer grandes benefícios.Estudantes que foram instruídos a
copiar a lista telefônica, por exemplo, acabaram apresentando soluções
mais criativas para desafios em uma fase posterior do que aqueles que
foram poupados do tédio. Mann suspeita que a atividade enfadonha
encoraje a mente dos alunos a divagar e sonhar acordada, estimulando um
pensamento mais flexível para tarefas criativas. "Se você se
deparar com um problema, basta dar um tempo - ficar entediado - e pode
ser que a solução criativa surja em sua mente", disse Mann à BBC. Isso
é particularmente importante nos dias de hoje, em que estamos sempre
tentados a dar uma checada nas redes sociais para ocupar a mente. "Uma maneira por meio da qual podemos abraçar (isso) em nossas vidas é parar de evitar o tédio", acrescentou. Com
o tempo, você pode até descobrir que sua tolerância aumentou, de modo
que os períodos de espera, outrora agonizantes, se tornam uma
oportunidade para relaxar e refletir. "Paradoxalmente, a melhor maneira de lidar com o tédio é dar mais espaço para ele em nossas vidas." FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-46242086
Desde 2014, o Brasil vem enfrentando momentos de muita turbulência, e a grave crise política
que se instalou por aqui, permeada pela desilusão em relação aos
políticos e pelo exacerbado confronto entre as pessoas - estimulado,
inclusive, pelo discurso de alguns candidatos em suas campanhas
eleitorais - só fez piorar este cenário.
O fato é que, na véspera do primeiro turno da eleição deste ano,
os sentimentos negativos dominaram de vez a vida dos cidadãos, o que
foi confirmado em pesquisa, não sendo fruto apenas de observações feitas
nas redes sociais ou em conversas por aplicativos. Em
levantamento realizado no dia 2 de outubro com 3.240 eleitores de 225
municípios, o Datafolha, além da intenção de voto, fez a seguinte
pergunta: "Quando pensa no Brasil de hoje, você sente...?" As opções de resposta eram: seguro ou inseguro, feliz ou triste,
animado ou desanimado, tranquilo ou com raiva, confiante ou com medo do
futuro e com mais esperança do que medo ou com mais medo do que
esperança. O resultado mostrou que existe uma nuvem bem carregada
pairando sobre a cabeça da população: 88% se declararam inseguros, 79%
tristes, 78% desanimados, 68% com raiva, 62% com medo do futuro e 59%
com mais medo do que esperança. No geral, o pessimismo foi mais relatado
por mulheres, pelos mais jovens e pelos mais instruídos.
Apesar
de não ter relação com as eleições, a edição de 2018 do Relatório
Mundial da Felicidade também merece destaque. Produzido por
pesquisadores independentes e organizado pela Rede de Soluções para o
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), ele revelou que o
Brasil caiu seis posições no ranking dos países mais felizes, ocupando
agora o 28ª lugar dentre os 156 analisados - o líder é a Finlândia e o
lanterna, o Burundi. Trechos do documento citam que, por aqui,
assim como em outros locais da América Latina, a percepção de corrupção
generalizada, as dificuldades econômicas e os índices de violência
contribuem para a perda na satisfação em relação à própria qualidade de
vida. Levando em conta tudo isso, além da cada vez mais crescente
polarização, as discussões acaloradas e a tensão por todos os lados, a
questão que fica é: como lidar com os sentimentos negativos?
Como lidar com os sentimentos negativos?
De acordo com a psicóloga Denise Pará Diniz,
coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o primeiro passo, por
mais óbvio que seja, é buscar o equilíbrio. "Estamos diante de um
processo de mudança, que por si só já é um fator estressor. Dessa
forma, o que precisamos fazer é encontrar o meio termo, e é
cientificamente comprovado que temos capacidade e ferramentas para
controlar nossos sentimentos e emoções", afirma. A especialista
salienta que é importante entender que, em toda situação, existe uma
escolha: vivenciá-la com saúde ou com estresse. "A liberdade de escolha
pelo gerenciamento dos pensamentos e das emoções depende apenas de nós e
pode resultar em comportamentos saudáveis e produtivos." Na
avaliação do psicólogo e diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental -
Equilíbrio (Casme), Yuri Busin, o brasileiro está passando por um grande
movimento de transferência de raiva. "Ao invés de debater e
buscar em conjunto um novo caminho ou formas de evoluir, o que tem
acontecido é a pessoa despejar seus medos, frustrações e ira nos outros,
resultando em amizades desfeitas, parentes se distanciando, casais se
desentendendo... O que todos necessitam agora, mais do que nunca, é
compreender a fundo seus sentimentos e aprender a debater sem brigas e
ataques." Outra questão apontada pelo profissional para lidar com
tanta negatividade é evitar as chamadas bolhas sociais - ou seja, só se
relacionar com quem pensa igual ou parecido e com quem se tem mais
afinidades -, por mais tentadoras e seguras que elas possam parecer. Para
ele, bloquear e excluir vozes dissonantes quase sempre gera mais
abismo, isolamento e uma visão distorcida do mundo, além de provocar uma
falsa sensação de verdade absoluta e roubar a possibilidade de aprender
com o outro. "Afastar, bloquear ou 'eliminar' alguém do convívio,
suspendendo o diálogo e a negociação, realmente não são as melhores
maneiras de lidar e acabar com a raiva e o ódio", concorda o
psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo (USP) Christian Ingo Lenz Dunker. Segundo
ele, o caminho inicial para isso é conhecer a fundo o conflito
existente e, a partir daí, fazer uma análise complementar para
identificar se ele pode ser tramitado a produzir algum tipo de
transformação positiva, seja pessoal ou no mundo.
Dunker informa ainda que é preciso convidar as
pessoas a não se levarem tão a sério. "Por um lado, temos de ser mais
consequentes com o que pensamos, dizemos, em quem votamos, com os nossos
afetos, mas, por outro, necessitamos de menos seriedade em relação a
nós mesmos e de menos convicções de que sabemos tudo", complementa.E
isto se encaixa bem com o que ainda está por vir, já que,
independentemente do resultado da eleição, alguém sairá das urnas
derrotado. "Infelizmente, o que está ruim pode piorar. Para
evitar que isso aconteça, o lado vencedor, seja qual for, deve adotar
uma posição de humildade em relação ao outro, e, o perdedor, aceitar o
resultado. Teremos de ter cuidado com os discursos triunfalistas da
vitória e com os ressentidos da derrota. Só assim não entraremos em uma
fase de destruição, violência e mais negatividade", acrescenta o
psicanalista. As maneiras de evitar as emoções e os sentimentos
ruins em momentos tumultuados passam ainda por questões como trabalhar a
flexibilidade e o autocontrole, não se achar o dono da verdade ou se
encher de culpa, não incentivar brigas ou fazer provocações, não
alimentar aquilo que te faz mal, ter calma, mudar o foco, respeitar e
aceitar quem tem ideias contrárias, ter empatia, ficar atento à maneira
como se comunica com os demais, não agir de cabeça quente e se afastar
antes que as coisas saiam do controle. Para quem tem dificuldade
de lidar com tudo isso sozinho, a terapia é a ferramenta mais indicada. O
importante neste caso é encontrar um profissional e um método com os
quais você se identifique e estar realmente disposto a se abrir e a
mudar. Junto a isso, adotar um estilo de vida mais saudável e
positivo, que inclui atividade física, exercícios de respiração e
relaxamento, meditação, leitura e passeios agradáveis e ajuda
espiritual, é mais uma maneira de buscar a paz interior, acalmar a mente
e, consequentemente, diminuir os pensamentos negativos.
Os efeitos da negatividade
Claro
que, em períodos de muita tensão, como o que o Brasil vive atualmente, é
normal não se sentir feliz o tempo todo. O problema é quando isso se
torna algo exagerado, a ponto de comprometer as relações pessoas,
sociais e profissionais. Alguns dos efeitos nocivos são: aumento
dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, dores musculares e de
cabeça, problemas gastrointestinais e na pele, queda de cabelo, insônia,
irritabilidade e infecções recorrentes. Além disso, os quadros
de depressão e ansiedade podem se agravar ou até mesmo se instalar,
assim como a busca por comportamentos violentos e disfuncionais, por
exemplo, o consumo excessivo de álcool e drogas. FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45772358
Os ansiolíticos são remédios utilizados para o tratamento de ansiedade. Têm o objetivo de reduzir a ansiedade e a tensão de pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno ansioso.
Atuam no organismo do paciente afetando diretamente as áreas do
cérebro responsáveis por controlar a ansiedade e o estado de alerta. Seu
efeito provoca uma sensação de relaxamento.
São chamados, também, de tranquilizantes e calmantes. Em alguns casos, são recomendados para o tratamento de insônia, devido à sonolência que podem provocar.
Os principais ansiolíticos utilizados são os benzodiazepínicos,
que agem diretamente nos neurotransmissores responsáveis por
proporcionar o efeito sedativo e tranquilizante das atividades do
sistema nervoso central (SNC).
Essa droga foi descoberta na década de 50, mas foi somente nos anos
subsequentes que o seu uso cresceu. Podemos dizer que na década atual
houve um crescimento preocupante.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o
país líder em casos de Transtorno de Ansiedade, no qual 9,3% da
população sofre com esta doença. Ainda sobre doenças que afetam a saúde
mental, a depressão afeta 5,3% dos brasileiros.
RIO- A Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a transexualidade da categoria de "distúrbios mentais" na
Classificação Internacional de Doenças (CID). A atualização é um marco e
acontece mais de 40 anos depois de a homossexualidade também ser
retirada da lista, na década de 1990. Essa é a primeira grande revisão
da CID em quase três décadas.
A
transexualidade, no entanto, não saiu totalmente da CID-11, ela foi
movida para a categoria "condição relativa à saúde sexual". A OMS admite
que mantê-la na Classificação Internacional de Doenças pode reforçar
estigmas, mas diz que a medida ainda é necessária.
"O raciocínio é que, embora as evidências agora estejam claras de que
não se trata de um transtorno mental, e de fato classificá-lo pode
causar enorme estigma para as pessoas transgênero, ainda há necessidades
significativas de cuidados de saúde que podem ser melhor atendidas se a
condição for codificada na CID", diz a OMS.
A CID é uma ferramenta que padroniza a identificação e o
monitoramento de problemas de saúde em todo o mundo. A partir de sua
criação, foi possível estabelecer um padrão no diagnóstico de doenças em
todo o mundo a partir de um código estabelecido a cada doença.
A atualização da lista da CID, de acordo com a organização, reflete
avanços na medicina e na ciência. Segundo a OMS, as revisões são feitas
quando a "evidência médica não apoia as suposições culturais". Foi o que
aconteceu com a "homossexualidade", classificada na CID em 1948, e
acontece agora com a transexualidade.
A decisão foi celebrada pelo movimento LGBT. A militar Bruna
Benevides, afastada de seu cargo na Marinha sob justificativa de ser
incapaz devido a um quadro de "transexualismo", comemorou a medida e
afirmou que a mudança na classificação é um passo importante para
garantir os direitos da população trans.
— É uma decisão importantíssima, porque nos dá autonomia de sermos
quem somos. Espero que cada vez mais as pessoas entendam que não há nada
de errado em ser transexual, e é apenas mais uma possibilidade de ser e
existir, e é legítima. Espero que as pessoas trans possam conquistar
cada vez mais os espaços que continuam lhes sendo negado — afirma.
A revisão da CID incluiu ainda o vício em videogames como
"transtornos relacionados ao uso de substâncias ou comportamentos
viciantes", ao lado de drogas como a cocaína.
—A pessoa joga tanto que outros interesses e atividades são
ignorados, incluindo dormir e comer — argumenta Shekhar Saxena, diretor
do departamento de saúde mental e abuso de substâncias da OMS.
Quantas vezes você pega o celular
para checar mensagens por dia?
Aplicativos de
mensagens instantâneas se disseminaram rapidamente no Brasil e no mundo,
em nome da velocidade, custos mais baixos e praticidade na comunicação -
mas o outro lado da moeda na crescente dependência social desses apps é
a ansiedade produzida pela sensação de estar ligado, e em dívida, o
tempo todo, alertam especialistas.
"O que está acontecendo
basicamente é que as pessoas ficam de plantão o dia inteiro, e claro que
isso é maléfico. Elas não descansam, não têm um momento de parar. Isso
gera estresse, que pode desencadear quadros como depressão e ansiedade",
adverte o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente eleito da
Associação Psiquiátrica da América Latina (Apal).
Segundo um estudo feito pelo Datafolha em 2017, o WhatsApp é o
aplicativo de mensagem preferido por 89% dos brasileiros. A empresa, que
pertence ao Facebook, tem 120 milhões de usuários no Brasil.
Vício portátil
A
possibilidade de ter conversas em tempo real pela internet já era
conhecida de frequentadores de grupos de chat, usuários do MSN
Messenger, ou viciados em Blackberry nos idos dos anos 2000.
"O MSN
funcionava no computador, então você tinha que estar parado em um lugar.
Se você fosse um viciado em tecnologia, ficava em casa preso no
computador. Com o smartphone não, você passa a carregar esse vício para
onde você vai. Fica logado 24 horas", diz a psicóloga Andréa Jotta, do
Laboratório de Estudos de Psicologia e Tecnologias da Informação e
Comunicação (Janus) da PUC-SP.
Uma "conversa" pressupõe uma resposta imediata,
"pá-pum". E os comunicadores instantâneos de fato permitem que as
interações se sucedam quase como se os interlocutores estivessem face a
face. Permitem até saber se uma resposta está em construção, com as
reticências que aparecem quando outra pessoa está escrevendo, ou já foi
lida, com as setinhas azuis que acendem no indicador de leitura.
O
problema é que os comunicadores são "instantâneos" para quem os manda,
mas não necessariamente para quem os recebe, diz Jotta.
"As
pessoas não estão disponíveis para você 100% do tempo. Mesmo que o
aplicativo indique que esteja online, não necessariamente ela pode
responder. E não dá para achar que aquela 'não resposta' é direcionada a
você."
Mas é justamente o que acontece muitas vezes, com relatos
de reações de insegurança, ciúme, ansiedade, "porque alguém leu a
mensagem mas demorou para responder" - o que, dependendo da relação,
pode gerar uma interpretação excessiva de lacunas de silêncio; ou da
hesitação ao escrever e reescrever uma resposta, como se fossem gestos a
se atribuírem significados.
Tanto a expectativa de que o
interlocutor responda instantaneamente quanto a vontade de responder
rapidamente a todas as mensagens que chegam alimentam a ansiedade, diz
Jotta - ainda mais quando avisos sonoros estão ativos e o celular fica
apitando, pedindo atenção.
Quem é ansioso para responder
rapidamente fica com aquele pensamento ocupando a mente até conseguir. E
quem é desorganizado e dado ao acúmulo de tarefas se sente ainda mais
sobrecarregado. "Ficam na demanda constante, eu tenho que dar conta, eu
tenho que dar conta", diz a psicóloga.
Uso consciente
Grupo
multidisciplinar criado para pesquisar a dependência da tecnologia, o
Instituto Delete atende pessoas que sofrem do uso abusivo de tecnologias
como redes sociais, telefones celulares e aplicativos de mensagens,
recebendo pacientes todas as sextas-feiras, no campus da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na Praia Vermelha, em Botafogo.
De
acordo com o coordenador do Instituto, Eduardo Guedes, o uso abusivo de
aplicativos de mensagens é bastante comum, mas os casos mais
preocupantes são os que configuram uma dependência, e estão associados a
transtornos relacionados, como ansiedade, depressão, pânico ou
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
"A
tecnologia surgiu para encurtar distâncias, otimizar o tempo e nutrir
relações humanas. O perigo é quando você começa a substituir a vida real
em prol das sensações de prazer geradas pela tecnologia", diz. "A gente
estimula o uso consciente, para colocar a tecnologia no lugar e no
propósito que ela deve ter."
As queixas são variadas, diz Guedes.
Há pessoas que relatam desconforto com grupos de família, dizendo que
têm vontade de sair deles, mas não conseguem e, ao mesmo tempo, não
sabem como se comportar ali; casos de TOC em que usuários ficam checando
compulsivamente se outra pessoa está online; e de pessoas que relatam
depender do app para sentirem acompanhadas, e por isso mandam mensagens
mesmo quando estão dirigindo, apesar do grande risco que isso acarreta.
Entre
as técnicas básicas para o uso comedido e consciente dos comunicadores,
Guedes recomenda silenciar notificações de mensagens, parar de usar os
aplicativos duas horas antes de ir dormir e, se possível, desabilitar os
avisos de recebimento e de leitura - "porque tem gente que não sabe
lidar com isso."
Sem limites entre lazer e trabalho
A
dependência que os brasileiros têm do WhatsApp no dia a dia ficou
evidente nos episódios em que o aplicativo foi temporariamente bloqueado
pela Justiça, levando a revolta entre usuários e expondo o quanto o
aplicativo é usado tanto para comunicações corriqueiras do dia a dia
quanto no trabalho e em serviços, como parte do ganha-pão de muitos
brasileiros.
Mas a mistura de trabalho e lazer e a falta de
limite de horários para uso colaboram que gerar um estado de atenção e
de prontidão constantes, diz Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto
de Tecnologia e Sociedade (ITS) e professor de Direito da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
"Você confunde esferas da sua
vida que costumavam ser separadas. Antes, você falava com seus colegas
no horário de trabalho, e com amigos e família nas horas de lazer. Os
aplicativos de mensagem misturam tudo e tornam o momento de atenção
perene", considera.
Se uma
mensagem de trabalho chega às 23h da noite, interfere na vida privada
das pessoas e faz com que de repente se vejam ligadas, como se
estivessem sempre de prontidão, diz a psicóloga Aline Restano.
"Estabelecer
limites entre trabalho e lazer está cada vez mais difícil", diz
Restano, pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas
(GEAT), grupo de psicólogos e psiquiatras do Rio Grande do Sul que
estuda dependência de tecnologia.
Para ela, a mania de se criar
grupos reunindo pessoas das origens mais variadas - de amigos e
familiares a pais de crianças da escola, grupos da pelada ou do pedal,
grupos de colegas de trabalho - contribuiu para que o entusiasmo inicial
com o aplicativo fosse vencido por um cansaço com seus excessos.
"No
início havia um prazer de receber mensagens, mas hoje em dia os
usuários costumam ter tantos grupos e o volume é tão grande que isso
gera uma irritabilidade, com tantas pendências sempre para responder",
diz a psicóloga.
'Falta tempo para ficar a sós'
Restano
diz que o uso prejudicial de comunicadores instantâneos está
aumentando, e que recebe relatos de conflitos familiares de pessoas que
começam a deixar de fazer programas sociais para ficar em casa se
comunicando no celular.
Ela afirma que indivíduos mais ansiosos
tendem a exacerbar essa característica no uso dos aplicativos de
mensagem, achando que têm que responder imediatamente.
"Na
cultura atual, há uma tolerância muito baixa à frustação. As pessoas
estão acostumadas a ter acesso a tudo muito rápido, a informações, a
respostas, e isso só reforça a ansiedade. Gente com temperamento mais
saudável tende a se relacionar com o WhatsApp e outras mídias de forma
mais saudável."
Para a psicóloga, o principal malefício de se
estar o tempo todo acessível é a "impossibilidade de se ficar sozinho
com os próprios pensamentos."
"A capacidade de estar só é muito
importante para o nosso desenvolvimento emocional. É quando pensamos dos
nossos sonhos, projetos, desejos, medos loucuras", considera. "Hoje
estamos o tempo todo nos distraindo, pegando o celular, conferindo o
WhatsApp ou outras redes. Não sabemos ainda que efeito isso pode gerar
no nosso futuro, de não conseguir lidar com a nossa própria companhia."
Em 18 de maio completa-se 30 anos da
comemoração do Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O Movimento da
Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da década de 70, em pleno
processo de redemocratização do país, e em 1987 teve dois marcos
importantes para a escolha do dia que simboliza essa luta, com o
Encontro dos trabalhadores da saúde mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.
Com o lema “por uma sociedade sem manicômios”, diferentes categorias
profissionais, associações de usuários e familiares, instituições
acadêmicas, representações políticas e outros segmentos da sociedade
questionam o modelo clássico de assistência centrado em internações em
hospitais psiquiátricos, denunciam as graves violações aos direitos das
pessoas com transtornos mentais e propõe a reorganização do modelo de
atenção em saúde mental no Brasil a partir de serviços abertos,
comunitários e territorializados, buscando a garantia da cidadania de
usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da
sociedade.
Assim como o processo do Movimento da Reforma Sanitária, que resultou
na garantia constitucional da saúde como direito de todos e dever do
estado através da criação do Sistema Único de Saúde, o Movimento da
Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei 10.216 de 06 de abril de 2001,
nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das
pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência.
Este marco legal estabelece a responsabilidade do Estado no
desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil, através do
fechamento de hospitais psiquiátricos, abertura de novos serviços
comunitários e participação social no acompanhamento de sua
implementação.
Ao longo dos anos, a política brasileira de saúde mental, álcool e
outras drogas vem se concretizando como política de estado através de
alguns marcos:
Instituição da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS através da Portaria nº 3.088/2011,
para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no SUS.
496 Serviços Residenciais Terapêuticos cadastrados, para ex moradores de hospitais psiquiátricos;
1.163 leitos de saúde mental em hospital geral cadastrados;
Cadastro de mais de 4 mil beneficiários no Programa De Volta Para Casa,
que tem como objetivo contribuir com a inserção social e com a garantia
de exercício de direitos de ex moradores de hospitais psiquiátricos
Organização de boas práticas no campo da prevenção, com adaptação e
oferta de 3 programas de prevenção do uso prejudicial de álcool e
outras drogas: ELOS – Construindo Coletivos, voltado para crianças (de 6
a 10 anos matriculadas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental,
#TAMOJUNTO, ofertado para jovens (de 13 e 14 anos matriculados no ensino
fundamental II) e FAMÍLIAS FORTES, voltado para famílias (com jovens de
10 a 14 anos), beneficiando cerca de 59.608 pessoas em 6 estados das 5
regiões do país (Acre, Amazonas, São Paulo, Santa Catarina, Paraná
Paraíba, Distrito Federal), até o ano de 2016. Em uma nova estratégia de
disseminação no país, neste ano de 2017, os programas têm sido
ofertados para novos estados brasileiros, caminhando para a consolidação
de uma política pública.
A instituição da RAPS
consolida diferentes estratégias e serviços de saúde mental
historicamente construídos a partir de experiências locais de municípios
e estados brasileiros. Apresenta diretrizes gerais que corroboram com o
modelo de atenção comunitária, territorial, diversificado e consoantes
com o respeito aos direitos humanos. Dentre seus objetivos, estão a
ampliação do acesso à atenção psicossocial tanto da população em geral
quanto das pessoas com transtornos mentais e com necessidades
decorrentes do uso de álcool e outras drogas, com priorização aos grupos
mais vulneráveis, assim como articular e integrar os diferentes
serviços de saúde de forma a garantir o cuidado de qualidade.
Fazem parte da RAPS desde a Atenção Primária até serviços de urgência
e emergência, passando pelos já consolidados CAPS e demais serviços e
estratégias que permitam a desinstitucionalização das pessoas que
passaram pela experiência do manicômio / espaços asilares e pelo cuidado
centrado nas questões relacionadas ao uso de álcool e outras drogas.
Além disso, desde 2005, o Ministério da Saúde financia projetos de
Reabilitação Psicossocial e Fortalecimento do Protagonismo de usuários e
familiares, de forma a apoiar iniciativas de geração de renda e
trabalho, inserção social e outras ações intersetoriais que objetivam
efetivar o exercício da cidadania de pessoas que foram excluídas de vivências básicas do cotidiano devido ao estigma e discriminação.
Um médico judeu que escapou da Alemanha nazista está na origem das
Paralimpíadas,
Ludwig Guttmann ajudou a fundar e comandou a divisão de
tratamento de lesões de coluna no hospital de Stoke Mandeville, na
Grã-Bretanha. Lá, muitos dos pacientes eram ex-combatentes de guerra e
Ludwig usou o esporte para mudar suas vidas.
"Nós
começamos com ex-soldados, ainda durante a guerra, primeiro com jogos
simples, como dardo, sinuca e uma espécie de boliche. Aí vi como aqueles
homens reagiam, não apenas fisicamente, mas psicologicamente", disse o
alemão naturalizado britânico em imagens de arquivo da BBC. Ele morreu
em 1980.
Guttmann promoveu as primeiras competições públicas para deficientes na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres de 1948.
Nos anos 60, essas práticas foram incorporadas aos Jogos Olímpicos. Nasciam, assim, as Paralimpíadas.
'Severo' e carinhoso
O
tenista de mesa Philip Lewis, que participou das Paralimpíadas de 1962,
disse à BBC que Ludwig era "um tanto severo com sua equipe e com os
paraplégicos".
"Mas por trás de tudo havia aquele enorme carinho.
Ele fazia você perceber que ele queria o melhor e que você tinha que
encontrar um caminho."
Uma das maiores atletas paraolimpícas da
Grã-Bretanha, Grey Thompson afirmou, em entrevista à BBC, que os
deficientes têm uma dívida com o médico.
"Ele acreditava que nós deveríamos viver uma vida
normal. E foi persistente num tempo em que as pessoas provavelmente
imaginavam que ele fosse um tanto louco por acreditar que deficientes
poderiam ser ativos.
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, ou simplesmente Dia Mundial do Autismo, é comemorado dia 2 de Abril.
A
data serve para ajudar a conscientizar a população mundial sobre o
Autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
Origem do Dia Mundial do Autismo
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre esta doença, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos.
Dia do Autismo no Brasil
No
Brasil, o Dia Mundial do Autismo é celebrado com palestras e eventos
públicos que acontecem por várias cidades brasileiras. O objetivo é o
mesmo em todo o lugar, ajudar a conscientizar e informar as pessoas
sobre o que é o Autismo e como lidar com a doença.
Nesta data, vários pontos turísticos do país são iluminados de azul, cor que simboliza o Autismo.
O que é o Autismo?
O Autismo pertence a um grupo de doenças do desenvolvimento cerebral, conhecido por "Transtornos de Espectro Autista" - TEA.
Os
sintomas do autismo são: fobias, agressividade, dificuldades de
aprendizagem, dificuldades de relacionamento, por exemplo. No entanto,
vale ressaltar que o autismo é único para cada pessoa. Existem vários
níveis diferentes de autismo, até mesmo pessoas que apresentam o
transtorno, mas sem nenhum tipo de atraso mental.
A dependência de internet (DI) é um conceito relativamente
novo na psiquiatria, caracterizado principalmente pela incapacidade de
controlar o próprio uso da Internet, que ocasiona ao indivíduo um
sofrimento intenso e/ou prejuízo significativo em diversas áreas da
vida. Estar conectado é uma necessidade social, no entanto ela não deve
causar dependência e se tornar prioridade. Um estudo sobre o assunto
apontou que 170 milhões de pessoas apresentam sintomas de uso excessivo
do meio virtual.
A estimativa dos psicólogos é que 4% dos internautas desenvolvam
a patologia chamada Transtorno de Dependência de Internet (TDI). Gostar
de usar a internet não significa que você sofra desta patologia. O uso
excessivo aliado a outros fatores comportamentais caracterizam o
problema. Segundo a proposta da pesquisadora Kimberly Young, cinco ou
mais critérios positivos são necessários para o diagnóstico de
dependência de Internet: preocupação excessiva com a internet; necessidade de aumentar o
tempo conectado (online) para obter a mesma satisfação; exibir esforços
repetidos, sem sucesso, no controle, redução ou fim do uso da rede;
sentimentos de agitação, irritabilidade ou depressão quando tentar
reduzir o uso da Internet; ficar on-line mais tempo do que o pretendido
inicialmente; pôr em risco, ou arriscar perder, relações significativas -
trabalho, oportunidades educacionais ou de carreira - devido ao mundo
virtual; mentir para família, terapeuta ou outros com o intuito de
esconder a extensão do envolvimento com a Internet; usar a rede como
meio de escape para os problemas ou para aliviar um estado de espírito
disfórico (sentimentos de desesperança,culpa, ansiedade e depressão).
Tanto para o TDI quanto para tudo o que causa a dependência há
tratamentos, portanto, saber usar a internet é uma questão de saúde. O
vício faz com que a pessoa viva no mundo virtual, tendo dificuldades de
se relacionar com outras pessoas fora da web. Obesidade, ansiedade,
depressão, isolamento social, angustia, distúrbios no sono, sobrepeso,
também são sintomas da patologia. Esses problemas podem afetar o
indivíduo ainda no rendimento escolar e profissional. A base do
tratamento é o autoconhecimento.
Aceitar que precisa de ajuda profissional e apoio das pessoas
próximas é o primeiro passo a ser dado. A mudança na rotina que antes
era voltada à navegação agora será substituída por outras atividades. O
Transtorno de Dependência a Internet é uma herança da era virtual às
transformações das relações humanas e à forma como estamos nos
associando ao novo viver. A violência urbana, a falta de confiança, a
insegurança, a timidez e a comodidade nos tornam vulneráveis a este tipo
de patologia.
Vale lembrar que uma pessoa que gosta de estar conectado e de
navegar na internet não necessariamente é viciada. "É preciso observar o
comportamento caso a caso. Se uma pessoa não sente mais vontade de se
relacionar com seus amigos, se sente angustiada quando não está na
internet e só se acalma quando está conectada, talvez seja o caso de
procurar ajuda.
Somente um psicólogo ou psiquiatra podem dar o diagnóstico
correto. Lembrem-se: quando alguém reclamar da sua falta de atenção ou
interesse nas coisas simples, desligue o computador e vá contemplar as
belezas da vida.
Raiva, tristeza,
insegurança, medo ou revolta são algumas das emoções negativas que podem
tomar conta da nossa mente, que chegam muitas vezes sem aviso e sem
sabermos o que realmente causou este sentimento ruim. Nestas situações, é
importante manter a calma, tentando identificar o motivo que causou o
sentimento ruim e focando a energia em atividades agradáveis. Nem
sempre é fácil vencer as emoções negativas, pois elas muitas vezes
surgem de situações delicadas como discussões, excesso de preocupações,
mudança de emprego, desgosto amoroso ou desilusões, por exemplo. Assim,
para o bem estar do corpo e da saúde mental, quando surgem emoções
negativas deve ter em consideração as seguintes dicas:
1. Manter a calma
Para
conseguir controlar e ultrapassar as suas emoções, o primeiro passo é
manter sempre a calma e não desesperar e para isso deve:
Parar o que está a fazer e respirar fundo, inspirando o ar pelo nariz e soltando pela boca lentamente;
Tentar descontrair, mexendo o corpo, balançando os braços e as pernas e alongando o pescoço para a direita e para a esquerda.
Ir
apanhar um pouco de ar fresco e tentar relaxar, contando de 60 até 0,
de forma lenta e gradual, olhando para cima se possível.
Além
desta pequenas atitudes, também pode tentar acalmar e relaxar com a
ajuda de plantas medicinais, tomando um chá natural de valeriana ou de
maracujá por exemplo.
2. Identificar o Motivo
Identificar
a razão do sentimento negativo é a segunda coisa que deve tentar fazer
depois de se acalmar, sendo muito importante que dedique algum tempo a
pensar e refletir sobre a situação. As vezes, desabafar com alguém sobre
o que está sentindo e sobre a situação também pode ajudar, pois desta
forma pode também analisar pontos de vista que não tinha considerado.
Depois
de identificar o motivo que levou ao descontrole emocional, deve tentar
planejar o que vai fazer daqui para a frente para evitar este tipo de
descontrole, mesmo que isso implique afastar-se de alguém específico ou
de alguma situação em especial.
3. Fazer uma lista de sentimentos
Dedicar
tempo para construir uma lista de sentimentos é outra dica muito
importante, que pode ajudar a ultrapassar uma fase de sentimentos
negativos. Para isso, basta fazer uma lista e dividi-la em duas
partes, onde de um lado deve escrever uma lista dos sentimentos
positivos e agradáveis que se deseja sentir, como confiança, coragem ou
calma, e do outro lado deve escrever todos os sentimentos negativos que
sente como medo, raiva ou angustia.
Este
tipo de listas são muito uteis para ajudar a lidar e ultrapassar
sentimentos, e também podem ser realizadas quando existem dúvidas sobre
se uma pessoa ou situação está a ser prejudicial, funcionando neste caso
como uma lista dos sentimentos positivos e negativos que são
transmitidos.
4. Fazer o que gosta
Fazer atividades que
gosta e dão prazer como ver um filme, ir dar um passeio, escrever um
diário, pintar, ouvir musica ou ler um livro é outra dica que ajuda a
ultrapassar os sentimentos negativos. Este tipo de atividades ajudam a
gerir e ultrapassar os sentimentos negativos, uma vez que a atenção fica
focada no bem estar e prazer que a atividade lhe traz. Para
conseguir atingir os sentimentos positivos é necessário fazer algo que
possa dar prazer como ver um filme, escrever em um diário, ouvir uma
música ou saborear um alimento, por exemplo.
Controlar
as emoções nem sempre é fácil, pois é necessário gerir bem os
pensamentos negativos, sendo importante também a prender a ser mais
otimista e a pensar positivo.
Como pensar positivo
Para
controlar as emoções é importante focar diariamente em pensamentos
positivos, procurando ser otimista e centrando-se nas soluções e não nos
problemas. Assim, algumas das formas que podem ajudar a pensar positivo
incluem:
Registar diariamente os momentos positivos: ao final de cada dia deve registrar 3 momentos agradáveis que tenham acontecido, escrevendo ou fotografando, por exemplo;
Rir e sorrir: deve-se manter o humor positivo e estável durante o dia, rindo-se de si e com os outros;
Ser fiel aos seus valores: é importante registrar os valores fundamentais da vida num papel e viver seguindo-os sempre que possível;
Conviver com pessoas importantes: deve-se manter relacionar com pessoas que provocam sentimentos agradáveis, como família ou amigos próximos;
Planejar o dia-a-dia:
para ser positivista deve planear as rotinas do trabalho, domésticas ou
de lazer, usando uma agenda, pensando sempre que vai conseguir.
Ser cauteloso e ponderado: deve-se avaliar bem todas as situações, antecipando o que pode acontecer de positivo e de negativo;
Ser flexível: a pessoa deve procurar adaptar-se às situações, colocando-se sempre no lugar da outra pessoa.
Estas
são algumas regras que o podem ajudar a ser mais positivo, no entanto é
importante relembrar que ser positivo é acima de tudo uma escolha que
cada um deve fazer. Além disso, ter hábitos saudáveis, como manter uma
alimentação equilibrada, praticar exercício físico e dormir bem, é
essencial para se se sinta bem e em equilíbrio, contribuindo também para
a forma positiva e bem-estar. FONTE: https://www.tuasaude.com/4-passos-para-controlar-as-emocoes-negativas/
Nunca viram ninguém triste? Por que não me deixam em paz? As guerras são tão tristes E não tem nada demais
Me deixem, bicho acuado Por um inimigo imaginário Correndo atrás dos carros Como um cachorro otário
Me deixem, ataque equivocado Por um falso alarme Quebrando objetos inúteis Como quem leva uma topada
Me deixem amolar e esmurrar A faca cega, cega da paixão E dar tiros a esmo e ferir O mesmo cego coração
Não escondam suas crianças Nem chamem o síndico Nem chamem a polícia Nem chamem o hospício, não
Eu não posso causar mal nenhum A não ser a mim mesmo A não ser a mim mesmo A não ser a mim.
FONTE: https://www.letras.mus.br/cazuza/85065/
A maioria dos brasileiros precisaria
se endividar bastante para comprar um iPhone X, vendido no país por
quase R$ 8 mil. Nos Estados Unidos, no entanto, há quem pague mais de R$
300 mil (ou 40 iPhones novos) só para conseguir manter os filhos longe
do aparelho.
Nos últimos cinco anos, com o crescimento do acesso a
internet pelo celular, dezenas de clínicas de reabilitação surgiram nos
arredores de megaempresas como Facebook, Twitter, Apple e Google no
Vale do Silício, oferecendo tratamentos específicos para jovens que
passam até 20 horas diárias encarando telas de cristal líquido. É o
caso da Paradigm, uma mansão cercada por jardins e câmeras de segurança
no ponto mais alto de uma colina a cerca de 30 km do centro de San
Francisco. Como acontece nos bairros californianos mais exclusivos, onde
moram estrelas do cinema e altos executivos de empresas de tecnologia,
não há calçadas na estrada que leva até a clínica, que abriga crianças e
adolescentes entre 12 e 18 anos, internados pelos pais para abandonarem
o vício pela internet. Sem placas de identificação e acessível
só de carro, a Paradigm hospeda apenas oito jovens simultaneamente, em
internações compulsórias que duram em média 45 dias, podendo chegar a
60, dependendo do grau de dependência e de fatores associados, como
depressão, ansiedade e agressividade. O valor da diária
impressiona tanto quanto os salões luxuosos e a banheira de
hidromassagem com vista para o sol nascente na baía: US$ 1.633 dólares
(R$ 5,4 mil) por noite. Dentro do casarão, celulares, laptops e tablets são
proibidos e o acesso a computadores é limitado a aulas de reforço
escolar, nas quais o acesso a redes sociais, aplicativos de mensagens
instantâneas e pornografia é bloqueado - e qualquer tentativa é
acompanhada de perto por professores e psicólogos.Com hora certa
para acordar, estudar, fazer refeições e participar de uma bateria de
terapias coletivas e individuais, a promessa da clínica é "reprogramar"
os jovens para que eles possam reconstruir sua relação com a tecnologia e
se reaproximar de familiares, estudos, amigos e tarefas "offline". "Nós os desconectamos. Essa é a regra", resume Danielle Kovac, diretora da clínica, à BBC Brasil. Oficialmente, a clínica fica em uma cidade vizinha a San Francisco, chamada San Rafael. "Eu
diria que é um período de ajuste para as crianças. O mais bacana é
ouvir muitas dizendo no final do tratamento: 'Obrigado, obrigado por não
permitir que eu ficasse com meu telefone ou em redes sociais em um
computador, eu fui capaz de realmente me concentrar em mim'."
Sintomas e controvérsias
Citado
pela primeira vez por um psiquiatra de Nova York durante os primórdios
da rede, em 1995, o vício em internet não é uma doença oficialmente
reconhecida nos Estados Unidos. Psicólogos e psiquiatras
americanos se dividem: para alguns, o vício seria apenas um sintoma de
outras síndromes, como paranoia e depressão, e não a causa delas. Para
outros, ele seguiria características idênticas às de outras dependências
já reconhecidas, como álcool e drogas. Mas países como
Austrália, China, Itália e Japão reconhecem oficialmente o problema - na
Coreia do Sul, por exemplo, a dependência pela internet foi
classificada como "problema de saúde pública" e é tratada em hospitais
públicos. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece
tratamento integral e gratuito para transtornos como depressão e vícios
em álcool e outras drogas, mas não tem serviços específicos sobre
questões mentais ligadas à tecnologia. Para os diretores da Paradigm, em São Francisco, a
internet pode agravar transtornos de humor e saúde mental, e serve como
um "refúgio seguro e anônimo" que afasta os jovens de suas relações com o
mundo real em um ciclo vicioso. "Muitas vezes, vemos famílias
contando que não tiveram nem refeição sequer com os filhos porque eles
estão no Snapchat", diz a diretora da clínica, citando jovens que passam
até 20 horas diárias em redes sociais. Ela diz que o diagnóstico de dependência de internet repete o padrão de outros vícios. "(É)
quando começa a afetar outras áreas da vida, como sua vida social ou
escola. Muitas vezes, vemos notas caindo porque as crianças estão no
Facebook ou no Instagram durante a noite toda, então eles não conseguem
acordar para ir o colégio nem se focar nos trabalhos escolares", afirma. Ela conta que parte dos pacientes chega à clínica depois de abandonar a escola por causa do vício. Comportamentos
como irritação quando o sinal da internet é interrompido, mentir ou
esconder o uso de redes sociais e isolamento e distância da família,
segundo a Paradigm, também seriam sinais de alerta. "É muito importante que pais sejam capazes de
determinar parâmetros. Talvez cortar o acesso a telas, computadores,
iPads ou telefones antes da hora de dormir, ou das refeições, ou durante
a escola", diz Kovac, que defende a internação como melhor tratamento
se as tentativas dos pais falharem. "É certamente uma sensação
diferente do atendimento sem internação, em que os jovens são levados ou
dirigem até a terapia uma vez por semana, por uma hora. Aqui nós
conseguimos viver o dia deles com eles e perceber quais são seus
comportamentos-padrão. Isso nos traz informações úteis para os
tratamentos."
Luxo
Os
cômodos na clínica em San Rafael são amplos e extremamente luxuosos -
reproduzindo as características encontradas nas próprias casas da
maioria dos jovens internados. Em um dos quartos, no entorno de uma lareira, três camas de casal se espalham cercados por janelões virados para o mar. "A
sensação de 'estou sozinho nessa' é muito assustadora. Então, para eles
(pacientes), saber que 'meu colega de quarto também está aqui, talvez
por outra razão, mas podemos nos ajudar' é muito, muito positivo", diz
Kovac. "Se eles estiverem com dificuldades e não tiverem a melhor
estrutura de apoio em casa - não é sempre este o caso, mas acontece às
vezes -, aqui eles estão em uma espécie de família construída, que
poderão acessar quando saírem daqui como apoio contínuo." A clínica também oferece atividades para ex-pacientes e para familiares, "reforçando laços" e a continuidade do tratamento. Em relação ao processo terapêutico, a reportagem não conseguiu
conversar com nenhum dos pacientes. Durante a visita à clínica, no
entanto, uma jovem acabava de ser internada - o que foi percebido por
gritos e choro alto se espalhando pelo casarão. Ao mesmo tempo, um rapaz de 17 anos tocava piano e um pequeno grupo se reunia numa das varandas para tomar café da manhã. A reportagem pergunta sobre eventuais sinais de abstinência da internet durante o tratamento. "Há
um nível de desconforto no começo, como aconteceria com qualquer um em
uma situação nova, mas nós temos tanto apoio nesse lugar que usamos isso
como informação para sermos capazes de ajudá-los: 'Por que você não me
diz por que isso é desconfortável?'. Usamos essas respostas como
informação terapêutica", diz Kovac. A diretora diz que a internação funciona como um botão de "reset" (ou reinício, reconfiguração) nas mentes dos pacientes. "Depois
que eles se desconectarem, vão voltar a acessar Facebook, Instagram,
Twitter ou que seja de novo?", pergunta Kovac, quando questionada sobre
os objetivos do tratamento. Ela mesma responde: "Bem,
provavelmente. Mas, se eles estão aqui, um local que afeta as suas
vidas, nossa expectativa é que se desconectem por tempo suficiente para
que, quando voltarem para casa, estejam prontos para estabelecer limites
para si mesmos e para suas famílias também." Um dia na 'rehab'Ela conta que a reação dos jovens ao se verem sem os celulares pode surpreender. "Há
pais que dizem que os filhos vão gritar quando os telefones forem
tirados. Mas, em muitos casos, é uma surpresa agradável. Eles dizem
"Ok". Muitas vezes os pais querem mudanças, mas os filhos também querem.
Então vejo que nestes casos eles estão prontos para dizer 'Ok, é
estranho, esquisito para mim, mas vou deixar meu telefone com minha mãe e
talvez buscá-lo de novo quando eu sair'." Antes de deixar o local, entretanto, os jovens são levados a encarar uma rotina que combina conforto e muito trabalho. O
dia na clínica começa às 7h, quando todos acordam para tomar café da
manhã reunidos. "Isso já pode ser um pouco diferente do que esses jovens
estão acostumados em casa", diz a diretora. "Se houver
medicações (prescritas pelos médicos particulares dos pacientes), nós
damos as medicações neste horário", continua Kovac. "Começamos o dia de
maneira positiva, comendo um café da manhã bom e balanceado, e depois
fazemos um trabalho em grupo, de suporte mútuo, conduzido pela nossa
equipe. Na sequência, os jovens fazem aulas de reforço escolar
("as escolas podem mandar os conteúdos que querem que sejam trabalhados,
para que eles possam continuar estudando enquanto estão aqui"), depois
almoçam e se dividem em diferentes grupos de trabalho. "Eles
podem trabalhar habilidades de enfrentamento de problemas, colaboração,
comunicação, limites ou terapia artística e musical. Também há
atividades recreativas, que podem ser fazer ginastica, escalada, ir à
praia… fazer o sangue circular e talvez pegar um pouco de sol", diz a
diretora. O jantar é o momento para uma discussão em grupo sobre o dia, metas pessoais e expectativas para a manhã seguinte. "Depois
quebramos para atividades noturnas mais ligadas ao relaxamento, que
podem ser ioga, acupuntura, meditações. E passamos documentários, às
vezes."
Cerco ao Facebook
Para
a diretora, empresas como Facebook, Twitter e Snapchat "certamente
sabem o que estão fazendo para que, não apenas crianças, mas pessoas em
geral, fiquem presas a certas coisas, com certos algoritmos para certos
propósitos". Ela pede mais atenção aos CEOs. "Não tenho a resposta
de como eles podem fazer isso, mas é preciso ter atenção com o que está
acontecendo com a sociedade em geral. As pessoas estão conectadas
demais a seus telefones e a internet." Há menos de um mês, mais de
cem especialistas e organizações internacionais de saúde infantil
pediram ao Facebook que dê fim a seu recém-lançado aplicativo de
mensagens voltado a crianças com menos de 13 anos, o Messenger Kids. Em
carta aberta a Mark Zuckerberg, o grupo classificou o aplicativo como
iniciativa "irresponsável" que visa estimular crianças pequenas - que
não teriam maturidade para ter contas em redes sociais - a usar o
Facebook. FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43070574