Mania - do grego mania (loucura) - é,
para a Psiquiatria, o distúrbio mental caracterizado pela alteração de
pensamento, com alteração comportamental dirigido, em geral, para uma
determinada ideia fixa e com síndrome de quadro psicótico grave e agudo,
característico, embora não exclusivo (mania secundária), do Transtorno
ou Distúrbio Bipolar e se caracteriza por grande agitação, loquacidade,
euforia, insônia, perda do senso crítico, grandiosidade, prodigalidade,
exaltação da sexualidade e agressividade. (WIKIPEDIA)
Todas as subdivisões desta categoria se aplicam exclusivamente a um
episódio isolado. Um episódio hipomaníaco ou maníaco em indivíduo que
já tenha apresentado um ou mais episódios afetivos prévios
(depressivo, hipomaníaco, maníaco, ou misto) deve conduzir a um
diagnóstico de Transtorno Bipolar.
Hipomania
Transtorno caracterizado pela presença de uma elevação ligeira e
persistente do humor, da energia e da atividade associada em geral a um
sentimento intenso de bem-estar e de eficácia física e psíquica.
Existe frequentemente um aumento da sociabilidade, do desejo de
falar, da familiaridade e da energia sexual e uma redução da necessidade
de sono. Esses sintomas não são, entretanto tão graves de modo a
entravar o funcionamento profissional ou levar a uma rejeição social. A
euforia e a sociabilidade são por vezes substituídas por
irritabilidade, atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro.
As perturbações do humor e do comportamento não são acompanhadas de alucinações ou de ideias delirantes.
Mania sem sintomas psicóticos
Presença de uma elevação do humor fora de proporção, podendo variar
de uma jovialidade descuidada a uma agitação praticamente
incontrolável.
Esta elação se acompanha de um aumento da energia, levando à
hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de sono.
A atenção não pode ser mantida, e existe frequentemente uma grande
distração.
O sujeito apresenta frequentemente um aumento da autoestima com
ideias de grandeza e superestimativa de suas capacidades. A perda das
inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, inapropriadas ou
deslocadas.
Mania com sintomas psicóticos
Presença dos mesmos sintomas do quadro clínico descrito em Mania sem
sintomas psicóticos, porém com ideias delirantes (em geral de
grandeza), de alucinações (em geral do tipo de voz que fala
diretamente ao sujeito) ou de agitação; de atividade motora excessiva e
de fuga de ideias de uma gravidade tal que o sujeito se torna
incompreensível ou inacessível a toda comunicação normal.
No decorrer de uma depressão
podem surgir tendências suicidas e não são raros os doentes que cedem a
esse impulso. Por isso, qualquer sinal de ideias suicidas é como um
pedido de socorro, e que como tal precisa de ser entendido.
Os
estados de depressão grave são, muitas vezes acompanhados por alterações
do sono, perda de apetite, perda de peso, desinteresse pelas questões
sociais, apatia, sentimentos de desespero, de desamparo, de estar
exausto, quer física quer psiquicamente. Neste sentido, os sintomas ou
perturbações depressivas poderão ser indicadores significativos de
comportamento suicida.
Expressões como: “A minha vida já não tem
sentido. Seria preferível eu desaparecer”, pode ser indicador de
“ALERTA”. Nos estados de depressão grave, é frequente os doentes
chegarem a um ponto tal que acham que nunca mais conseguirão recuperar.
Vivem o presente sem um mínimo de esperança, e as perspetivas de futuro
encontram-se dominadas por sentimentos negativos.
As intenções de suicídio
devem ser sempre levadas a sério pelos amigos e familiares. Amigos e
familiares, muitas vezes ficam sem saber se hão-de falar abertamente
sobre o assunto, ou se é preferível não o abordarem. A sugestão é que
conversem sobre o problema! Para quem está deprimido pode ser um alívio
conseguir desabafar com alguém.
Quando as pessoas do círculo do
doente começam a sentir a impressão de que o contacto com este lhe
escapa cada vez mais, deverão levá-lo a um profissional de saúde mental
(psicólogo ou psiquiatra) tão cedo quanto possível. E nunca é demais
recordar que funcionam noite e dia serviços de urgência em hospitais a
que poderão recorrer, caso entrem em crises agudas de desespero.
Se
se sente deprimido, não tente enfrentar sozinho a situação.
Naturalmente que há depressões que se curam espontaneamente. Mas também é
provável que surjam de novo após um período de tempo muito
imprevisível. Por isso, a atitude mais prudente é a de procurar quanto
antes ajuda especializada.
A
Síndrome de Diógenes (SD) é uma alteração comportamental que geralmente
ocorre entre pessoas idosas, caracterizada pelo isolamento social, pela
autonegligência (descuido com o autocuidado, com a higiene pessoal e do
lar), pelo comportamento paranóico e pelo colecionismo.
Em 1975 esta Síndrome foi descrita e nomeada, uma certa injustiça ao filósofo grego Diógenes de Sínope, também chamado Diógenes "o Cínico" (kynikos, kynon = cachorro). Diógenes
acreditava que a virtude não deveria ser uma teoria mas uma ação
prática, resultado da própria vivência, assim optou por viver na
miséria, habitando um grande barril como lar e carregando à luz do dia
uma lanterna acesa em busca de um homem honesto; acreditava que faria
bem ao ser humano aprender com o cão:"afinal
o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público
sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará
estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem
ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se
ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo
e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns
pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade."
Paradoxalmente,
o Cinismo anárquico de Diógenes nada tem em comum com o emprego atual
da palavra, assim como a vida despojada de bens de Diógenes nada se
assemelha à Síndrome que leva seu nome.
Na
Síndrome de Diógenes o colecionismo é a tônica, em detrimento do
autocuidado. É possível observar desde casos de pessoas que colecionam
todo tipo de objetos: recolhendo lixo e todo tipo de objetos inúteis (syllogomania), até animais: já presenciamos um caso de uma senhora que chegou mesmo a recolher, para desespero dos vizinhos, um jumento!
EPIDEMIOLOGIA
Apesar de ser predominantemente descrita na terceira idade, pode ocorrer entre adultos jovens também.
A
incidência anual é de 5/10.000 entre aqueles acima de 60 anos que
residem sozinhos ou com familiares, e pelo menos a metade é portadora de
demência ou algum outro transtorno psiquiátrico.
A
síndrome acomete indivíduos pertencentes a todas as classes sociais e
parece ser igualmente prevalente entre homens e mulheres.
Os
pacientes com maior risco de apresentarem a síndrome são idosos
independentes e dominadores, que moram sozinhos, com pouca ou nenhuma
interação com a comuni- dade.
Geralmente são pessoas com inteligência normal ou acima da média.
Classicamente
as principais doenças encontradas nos portadores de SD foram demência
(44%), abuso de etílicos, transtornos afetivos e parafrenia. Entretanto,
descrições mais recentes relatam a ocorrência de SD em associação com
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de personalidade
(especialmente o transtorno de personalidade obsessivo- compulsiva),
esquizofrenia, demência, e até mesmo acidente vascular cerebral.
CAUSAS
Há algumas hipóteses:
A SD condição representaria o “estágio final” de um transtorno de personalidade.
Seria uma manifestação de demência do lobo frontal.
Seria o estágio final do subtipo hoarding do TOC
PSICOPATOLOGIA
Os
portadores da SD são pessoas solitárias e paranóides com pouca ou sem
nenhuma crítica sobre seu comportamento. Não basta ser solitário e estar
deprimido para ter SD, as pessoas com esta síndrome têm uma agravante: a
desconfiança do mundo à sua volta propiciaram seu isolamento ao longo
do tempo.
Geralmente
a doença, principalmente o sintoma de acumulação de objetos
(colecionismo) é agravado após uma situação de perda de contato com o
mundo: morte de algum ente, demissão, aposentadoria, situações
frustrantes para o indivíduo que o levam a sentir que devem devolver a
rejeição que o mundo lhe impõe.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A
Síndrome de Diógenes faz diagnóstico diferencial com várias outras
doenças: transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade
obsessivo-compulsiva, esquizofrenia, demência, anorexia nervosa,
autismo, síndrome de Prader-Willi e lesão do córtex orbitofrontal
esquerdo ou bilateral.
Cabe
ao psiquiatra discernir se a paciente apresenta alguma comorbidade
psiquiátrica juntamente com a SD ou se uma das doenças acima sozinha
justifica o colecionismo e a autonegligência.
EXAMES COMPLEMENTARES
São necessários além da avaliação psiquiátrica usual (exame psíquico) que o psiquiatra realize:
avaliação cognitiva;
exame neurológico;
exames
complementares de rotina (ECG/Teste ergométrico, hemograma, glicemia de
jejum, eletrólitos, TSH/T4 Livre, TGO/TGP, gama-GT, uréia/creatinina...
)
ressonância magnética do encéfalo
TRATAMENTO
O
tratamento é um desafio: se há familiares ou suporte social de amigos
torna-se mais promissor, vez que nestes casos pode-se mostrar com
exemplos ao portador da Síndrome que o mundo não o renega.
Mas
além de suporte há outros complicadores, como a personalidade
pré-morbida do paciente, principalmente no que se refere a idéias
paranóides.
Assim,
muitas vezes os casos para receberem uma intervenção médica necessitam
primeiramente de uma intervenção judicial: com o Poder Jurídico
obrigando a pessoa a tratar-se para que possa manter sua casa em
condições sanitárias de modo a não impossibilitar a habitação naquela
rua ou naquela região do bairro, ou para resguardar a saúde de animais
de estimação.
Há
casos em que além da saúde mental comprometida a autonegligência
propiciou o surgimento de Desnurição e de doenças infecto-parasitárias,
as quais devem ser urgentemente abordadas. Ainda durante o tratamento
destas doenças há o risco da pessoa sucumbir a pneumonias e outras
infecções comuns entre idosos acamados.
O
tratamento psiquiátrico deve contemplar intervenções psicoterápicas e
uso de psicofármacos, conforme os sintomas predominantes.
Não há uma estratégia psicoterápica única indicada.
BIBLIOGRAFIA
STUMPF, Bárbara Perdigão and ROCHA, Fábio Lopes. Síndrome de Diógenes. J. bras. psiquiatr. [online]. 2010, vol.59, n.2 [cited 2011-03-11], pp. 156-159 . Available from: . ISSN 0047-2085
Nesses 05 anos de egolegal comemorados em outubro, gostaria de agradecer imensamente à todos que contribuíram e continuam contribuindo com o sucesso do blog. Meu objetivo maior é lançar luz sobre esse assunto que ainda é carregado de dúvidas: a saúde mental.
Gostaria de pedir um favor para todos que seguem o blog, por favor, me deem um retorno, sobre suas dúvidas e/ou sugestões. Gostaria muito de saber a opinião de todos. Meu e-mail é marceloluiz_pereira@yahoo.com.br. Muito obrigado.
In these05 yearsofegolegalcelebratedin October, I would liketo thankimmenselytoallwho have contributed andcontinue to contributeto the successof the blog.My biggestgoalis to shed lighton this subjectwhich is stillfull ofdoubts:mental health. I would like toask a favortoallwho follow theblog, pleasegive mea returnonyour questions and/or suggestions.I would love tohear fromeveryone.Myemail ismarceloluiz_pereira@yahoo.com.br.Thank you very much.
Enestos05 añosdeegolegalcelebradoen octubre, me gustaríaagradecerenormemente atodos los que hancontribuidoy siguen contribuyendoal éxitodel blog.Mimayor objetivoes arrojarluz sobre este temaque todavíaestá llena dedudas:la salud mental. Megustaría pedirun favoratodos los que siguenel blog,por favor, dameun retorno desus preguntasy /o sugerencias.Me encantaríaescuchar a todos.Mi correo electrónico esmarceloluiz_pereira@yahoo.com.br.Muchas gracias.
In diesen05 Jahrevonegolegalim Oktobergefeiert wird,würdeIch magimmenszuallen danken, diedazu beigetragenhaben und weiterhinfür den Erfolgdes Blogsbeitragen.Mein größtesZiel ist esLichtzu diesem Themazu vergießen, die nochvoller Zweifelist:psychische Gesundheit. Ich möchteeinen Gefallenallefragen, die den Blogfolgen,mir bitteeine Rückkehr aufIhre Fragenund / oder Anregungengeben.Ich würde gerne vonjedermannzu hören.MeineE-Mailistmarceloluiz_pereira@yahoo.com.br.Danke.
O Instituto de Química (IQ) da Unicamp, em Campinas
(SP), desenvolveu um exame de sangue que pode detectar dois tipos de
doenças mentais: a esquizofrenia e o transtorno bipolar. Para isso, os
pesquisadores analisaram o soro do sangue de pessoas que possuem um dos
tipos de doença e o de pessoas que não apresentam os problemas.
(...) há muitos que passaram vários anos com diagnósticos falhos, portanto, com tratamento falho"
Geraldo José Balone, psiquiatra
O diagnóstico de doenças mentais é feito através da investigação do
médico. Segundo o psiquiatra Geraldo José Balone, o problema está em
identificá-las, já que os sintomas se assemelham. No entanto, os
tratamentos se diferem.
"O transtorno bipolar grave tem sintomas muito parecidos com a
esquizofrenia, mas o tratamento é completamente diferente. A gente se
baseia no que o paciente sente ou no que os outros percebem nele. O que a
gente observa é que há muitos que passaram vários anos com diagnósticos
falhos, portanto, com tratamento falho também (...) a confiabilidade é
muito maior, inclusive para fins até documentais", explica.
Procedimento
O trabalho foi realizado por meio de equipamentos de ressonância
magnética, que identificam alterações nas moléculas de pacientes com
essas doenças, em comparação aos pacientes saudáveis.
"Nós chamamos essas moléculas de biomarcadores. Eles são presentes em
um grupo investigado e ausentes no outro, ou estão presentes em
concentrações diferentes (...) Nós gostaríamos que isso fosse usado no
dia a dia para a prática clínica, na psiquiatria", afirma a pesquisadora
da Unicamp Ljubica Tasic.
Vários médicos e diagnósticos
Durante um ano e meio, o empresário Marcos Meloto conta que enfrentou
dificuldades para descobrir a doença de sua mãe. Foram vários médicos e
diagnósticos diferentes, como mal de Alzheimer, compulsividade,
depressão e transtorno bipolar.
"Você vai ao médico e ele te dá um monte de diagnósticos, vários
remédios diferentes, mas nada resolve, nada dá certo, a pessoa só piora.
Ela chegou até a ter intoxicação por excesso de remédios", relata.
Em pleno Setembro Amarelo, que tem como
objetivo chamar a atenção para as causas do suicídio, eu ouvi a seguinte
frase da Naira Évine, do projeto Não Estamos Bem, que trabalha com foco
em pessoas negras neuroatípicas: “depressão é coisa de branco”. Ela me
contou que é o tipo de coisa que muitas e muitas pessoas negras escutam
quando contam sobre seus problemas. É como se, além de toda opressão, os
privilegiados tivessem também exclusividade de certas doenças.
Depressão não é frescura. Não é não estar disposto
hoje. Não é estar triste. Não é querer ficar deitado mais umas horinhas.
Depressão é físico. O seu corpo para de produzir elementos necessários
para seu funcionamento e aí rola a apatia.
Rola não conseguir sair da
cama, estar triste, não ter disposição…mas rola tudo isso em um grau
altíssimo. Você passa semanas querendo viver no escuro porque é o máximo
com o que você consegue lidar.
Um estudo publicado pela revista médica International
Journal of Health Services descobriu que, nos Estados Unidos, jovens
negros e hispânicos têm menos chances de receber tratamento psiquiátrico
do que brancos.
A gente pode pensar que é uma realidade distante,
porém, no Brasil mulheres negras são menos medicadas para dor, por
exemplo, do que mulheres brancas. Existe uma lenda, disseminada também
entre os profissionais de saúde, de que mulheres negras aguentam mais a
dor.
Os dados americanos podem nos dar uma ideia do que
acontece com quem não faz parte da maioria detentora dos poderes em um
país desenvolvido. A OMS diz que 75% dos suicídios ocorrem em países de
média e baixa renda e que, pelo menos, 90% dos adolescentes que se matam
têm algum tipo de problema psiquiátrico.
20% dos americanos negros adultos são mais propensos a enfrentar problemas de saúde mental do que o resto da população
40% dos indígenas norte-americanos de 15 a 24 anos cometem suicídio – é o maior índice entre todas as etnias
A cada 100 mil homens que morreram por conta de suicídio em 2014, 10,3 são hispânicos – o número não tem queda desde 1999.
Desde 1999 a tava de suicídio entre indígenas aumentou em 38%
62% dos homens negros com depressão tiveram um episódio grave da doença em 2012
2,5% das pessoas negras buscam tratamento, enquanto 40% dos brancos o fazem.
Alguns
meses são simbólicos para a divulgação e o combate de certos problemas,
como o mês de outubro, que, para falar sobre o combate ao câncer de
mama, virou Outubro Rosa. Ou então o Novembro Azul, que serve para
discutir o câncer de próstata. Com o mês de setembro não é diferente,
ele pode ser conhecido por Setembro Amarelo e traz à luz um assunto muito importante: o suicídio.
Em
2014, o movimento ficou concentrado em Brasília, mas ano passado já
começou a crescer para outros estados brasileiros e ocupou todas as
regiões do Brasil. Os destaques de 2015 foram a iluminação em amarelo de
locais como Cristo Redentor no Rio de Janeiro, o Congresso Nacional e a
ponte Juscelino Kubitschek em Brasília, o estádio Beira Rio em Porto
Alegre, a Catedral e o Paço Municipal de Fortaleza, a Ponte Anita
Garibaldi em Laguna e o Palácio Campo das Princesas em Recife.
O
Setembro Amarelo é importante, pois o suicídio ainda é um assunto tabu
em nossa sociedade, mesmo levando mais de 800 mil vidas por ano. As
pessoas não falam sobre isso, mas não impede que seja uma prática comum.
Em
2014, um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou que o
Brasil é o 8º país com a maior taxa de suicídios do mundo. O estudo
ainda afirma que a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.
E mais, para cada suicídio bem sucedido, há pelo menos 20 tentativas
fracassadas. Porém, dos 194 países da OMS, apenas 60 coletam dados sobre
o assunto e apenas 28 têm estratégias nacionais para a prevenção.
No
ano passado, a OMS lançou outro dado preocupante: o suicídio já mata
mais jovens no mundo do que o HIV. É a segunda maior causa de mortes na
faixa etária de 15 aos 29 anos, perdendo apenas para acidentes de
trânsito.
Precisamos falar mais sobre o suicídio e o Setembro Amarelo
é um modo de ajudar a dar voz a esse assunto. De acordo com o site do
movimento, “ a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam
ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem
está à sua volta”.
O dia 04 de setembro é o
dia mundial da paralisia cerebral. Outro termo usado como sinônimo é encefalopatia
crônica não progressiva da infância, por se tratar de uma condição neurológica crônica,
que evolui com atraso de desenvolvimento, porém sem regressões.
O quadro é composto por alterações
motoras, como hipertonia (quando a criança tem sua musculatura mais rígida) ou
hipotonia (quando a criança é mais molinha), dificuldades para comer, deglutir,
andar, sentar e correr, além disto, pode-se ou não, observar um déficit
intelectual associado.
Esta situação pode ser
decorrente de diversos problemas distintos, desde condições congênitas, como
infecções congênitas, mal-formações, ou infecções pós-natais, como meningites;
mas o principal motivo é a hipóxia neonatal, ou seja, a falta de oxigenação na
hora do nascimento. Ainda assim, há casos em que mesmo com exames adequados não
é possível esclarecer a sua etiologia.
A partir do momento em que
é observado algum atraso no desenvolvimento neurológico da criança é importante
que este indivíduo seja prontamente encaminhado para ser estimulado com as
terapias multidisciplinares (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional,
entre outras), de acordo com a dificuldade do paciente. Além disso, deve ser
encaminhado à equipe médica que deverá ser composta por pediatra, neurologista
e demais especialidades de acordo com as intercorrências clínicas de cada paciente.
A evolução vai depender tanto da agressão ou lesão em si, como também das
estimulações que o paciente recebe e quão cedo estas reabilitações se iniciaram.
Mas e porque ter um dia para a paralisia
cerebral? A importância desse dia é de enfatizar a atenção que deve ser dada a
estes pacientes, isto abrange desde a acessibilidade de vias públicas, o
transporte em veículos para cadeirantes, as cadeiras de rodas apropriadas para
cada paciente, distribuição de medicações e a assistência de equipes formadas
por profissionais da área da saúde. Dessa forma, enxergando o paciente como um
todo é possível proporcionar melhores condições de vida para essas crianças e,
consequentemente, suas famílias.
Em português utilizamos o termo ato
falho para designar erros na linguagem (escrita, fala, leitura), erros
de memória (esquecimentos) e erros no comportamento (tropeçar, cair,
quebrar, etc) que são formações de compromisso entre o inconsciente e o
consciente. Em inglês, estes erros ficaram conhecidos como Freudian Slips.
Em alemão, a língua de certa forma traz uma unidade entre esses erros através do prefixo ver-
Erros na fala (versprechen), erros na escrita (verschreiben), erros de leitura (verlesen), erros de memória ou esquecimentos (vergessen), erros no comportamento ou ações desastradas (vergreifen).
Tais erros não são apenas erros, falhas
sem significado. Se investigarmos o porquê de acontecerem, veremos que –
por um outro ponto de vista – o erro é um acerto. A famosa frase do
pequeno Shakespeare (Chespirito), criador do personagem Chaves, expressa
muito bem:
“Foi sem querer, querendo”.
Um ato falho foi sem querer (conscientemente falando) mas também foi querendo (inconscientemente).
3 Tipos de Atos Falhos
No livro A Psicopatologia da Vida Cotidiana, estudamos 3 tipos de atos falhos, portanto:
1) Atos falhos na linguagem (fala, escrita, leitura);
2) Atos falhos de esquecimento (falha na memória);
3) Atos falhos no comportamento (cair, quebrar, derrubar, tropeçar, etc), enfim, perturbações do controle motor.
Para ficar claro, vamos exemplificar os 3 tipos abaixo.
Atos falhos na linguagem
São os atos falhos mais conhecidos.
Lembro que quando estava na faculdade de psicologia, um de meus
professor contou que estava indo de ônibus até a faculdade, e ouviu de
uma passageira que estava sentada atrás dele:
“Isso foi um ato fálico”…
Nesta frase, vemos que a pessoa trocou a
palavra falho por fálico (pênis). Um erro na fala que se, formos
investigar, encontraremos um significado inconsciente para ela.
Em uma apresentação na faculdade, no primeiro período, uma aluna estava falando sobre Freud (lê-se Fróide).
Ela disse: “Foi assim que o Fraude”…
Também teríamos que investigar porque a aluna considera o Freud uma fraude, mas é obviamente um exemplo de um ato falho.
Atos falhos de esquecimento
No Psicopatologia da Vida Cotidiana, Freud
dá diversos exemplos dos três tipos de atos falhos. Logo no início, ele
menciona e analisa um ato falho de esquecimento que aconteceu com ele
mesmo. Visitando a catedral de Orvieto, ele se esquece do nome de o
pintor dos afrescos. Ele procura buscar em sua memória, os nomes que
aparecem são Botticelli e Boltraffio, mas ele reconhece que ambos não
são o nome correto.
Uma outra pessoa lhe informa o nome: Signorelli e
ele imediatamente reconhece-o como o nome correto. Analisando o porquê
do esquecimento, ele vê que na conversa anterior falavam dos costumes na
Bósnia e Herzegovina. O tema relacionado era da morte e da sexualidade.
As palavras Herzegovina e Herr (senhor, Signor em italiano, Signorelli ), que estavam na conversa anterior interferiram na cadeia associativa e afetaram a sua memória.
Um exemplo mais simples consiste quando
esquecemos de ligar para alguém. O esquecimento é um erro, mas se formos
investigar a fundo a causa do esquecimento, veremos que seria como se
“uma parte” de nós não quisesse realmente ligar.
Por isso, o ato falho é um erro, mas também um acerto (do ponto de vista do desejo inconsciente).
Atos falhos no comportamento
O último tipo de ato falho (vergreifen)
é traduzido para o português como equívocos na ação. Como mencionamos
acima, são perturbações do controle motor que, se analisados, nos
conduzem também a uma formação de compromisso entre o inconsciente e o
consciente.
No capítulo VIII da Psicopatologia, Freud nos dá o seguinte exemplo:
“Em anos anteriores, quando eu visitava o
paciente a domicílio com maior frequência que hoje, ocorria-me muitas
vezes, ante a porta em que eu deveria bater ou tocar a campainha, tirar
do bolso as chaves da minha própria casa e, logo em seguida, tornar a
guardá-las, quase envergonhado. Quando considero os pacientes em cujas
casas isso acontecia, sou forçado a supor que esse ato falho – apanhar
minha chave em vez de tocar a campainha – tinha o sentido de uma
homenagem à casa onde eu cometia esse erro. Era equivalente ao
pensamento: ‘Aqui me sinto em casa’, pois só ocorria em lugares onde eu
me havia afeiçoado ao doente” (É óbvio que não toco a campainha da minha
própria casa).
O exemplo do Chaves do “sem querer,
querendo” quando ele bate no Senhor Barriga também pode ser considerado
um equívoco na ação que possui um significado. Por um lado, ele
realmente não deseja ser tão desastrado, por outro, talvez queira bater
de verdade no dono da vila.
Conclusão
É importante notar que, apesar das
diferenças entre os três tipos de atos falhos, ele possuem uma unidade
na linguagem, pois não só os atos falhos linguísticos (fala, escrita,
leitura) são erros deste tipo. Quando nos esquecemos de um nome ao ter
que apresentar uma pessoa ou não lembramos de enviar um email, estamos
vivenciando um conflito entre um traço mnêmico (um representante da
pulsão ou um significante) e, igualmente, os atos falhos comportamentais
são ocasionados por uma formação de compromisso entre dois
significantes, um do lado do desejo e o outro do lado da repressão.
Universidade de Cambridge, no Reino Unido, fez
um sofisticado estudo para entender esse fenômeno. Resposta passa por
mudanças estruturais no cérebro
Um dado em comum entre transtornos mentais como a esquizofrenia e o
transtorno bipolar é que os primeiros sinais dessas disfunções ocorrem
durante a juventude. “A adolescência pode ser um período de transição
difícil e é quando se costuma ver o surgimento de distúrbios mentais
como a depressão”, explica o professor Ed Bullmore, chefe da psiquiatria
na Universidade de Cambridge, em nota.
As respostas que poderiam explicar o fenômeno não são simples, mas
algumas pistas começam a surgir. Uma delas veio do time de cientistas da
Universidade de Cambridge e da Universidade College London, no Reino
Unido. Eles mapearam o cérebro de jovens para ver o que poderia explicar
o surgimento dos transtornos nesse período. O estudo foi publicado
nesta segunda-feira (25) no prestigiado PNAS (Proceedings of the National Academy of Science).
Transtornos
mentais começam a dar seus primeiros sinais na adolescência e a ciência
tenta entender o porquê. Foto ilustrativa/Ingimage
A explicação para o desenvolvimento nessa fase pode estar na maneira
como o cérebro “cruza dados”. O estudo mapeou o cérebro de 300
indivíduos entre 14-24 anos e pesquisadores notaram dois fatos:
a) Durante esse importante período de
desenvolvimento, as regiões exteriores do cérebro, conhecidas como
córtex, diminuíram de tamanho e tornaram-se mais finas.
b) A bainha de mielina, no entanto, estrutura que
envolve neurônios, aumentou sua concentração na adolescência. A mielina é
responsável pela propagação do impulso elétrico na célula nervosa, ou
seja, ela controla a velocidade com que a informação se propaga.
No estudo, o aumento de mielina ocorreu em
regiões do cérebro que agem como “roteadoras”. Essas estruturas
interligam as diferentes regiões do cérebro.
Depois, os cientistas cruzaram esses achados com um projeto que
associou o cérebro a expressões de diferentes genes. Ao cruzar os
achados da pesquisa que fizeram com os resultados desse projeto, eles
descobriram que as mudanças cerebrais ocorrem mais intensamente naqueles
que expressam genes associados à esquizofrenia.
O fato de a bainha de mielina ficar mais concentrada nesse
período e o fato de essa concentração se dar em regiões que interligam
uma parte do cérebro a outra pode abrir caminho para mais pesquisas com
foco nesse aspecto. “Como essas regiões são centros importantes que definem como o nosso
cérebro se comunica, não nos surpreende que, quando algo de errado
acontece nesse processo, isso vai afetar o modo como funcionamos”,
afirma Bullmore. Agora que o estudo conseguiu mostrar esse aspecto, a
expectativa é que novas pesquisas expliquem o que exatamente “dá errado”
nessa comunicação.
Fonte:PNAS. “Adolescence is associated with genomically patterned consolidation of the hubs of the human brain connectome”.
Um dia me disseram Que as nuvens não eram de algodão Um dia me disseram Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro Um intervalo na escuridão Uma estrela de brilho raro Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo Garotos inventam um novo inglês Vivendo num país sedento Um momento de embriaguez Nós Somos quem podemos ser Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram Quem eram os donos da situação Sem querer eles me deram As chaves que abrem essa prisão
E tudo ficou tão claro O que era raro ficou comum Como um dia depois do outro Como um dia, um dia comum
A vida imita o vídeo Garotos inventam um novo inglês Vivendo num país sedento Um momento de embriaguez
Nós Somos quem podemos ser Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram Que as nuvens não eram de algodão Um dia me disseram Que os ventos às vezes erram a direção
Quem ocupa o trono tem culpa Quem oculta o crime também Quem duvida da vida tem culpa Quem evita a dúvida também tem
A menopausa causa depressão?
O número de mulheres na menopausa vem crescendo com o aumento da
expectativa de vida e a depressão é uma das enfermidades psíquicas mais
comuns. Como o mito de que há depressão na menopausa é arraigado na
sociedade ocidental, até mais de 2/3 das mulheres temem apresentá-la,
embora este temor não esteja associado à forma como elas virão a
vivenciar o climatério ( período de vida da mulher logo após a ultima
menstruação). Os fatores psicossociais são os que têm sido mais
associados à depressão e seriam: mudanças nos papéis familiares, eventos
estressantes da vida, envelhecimento e perda do papel reprodutivo /
feminilidade. Ainda influenciam normas e valores culturais e quanto a
mulher investe na valorização das alterações fisiológicas desse período.
O "efeito dominó" (o aparecimento dos sintomas físicos na perimenopausa
levando as alterações do humor) de maneira isolada e de maneira
generalizada não explicaria a depressão na menopausa, mas poderia ser
significativa em mulheres vulneráveis.
É importante ressaltar que alterações do humor como tristeza, angústia,
crises de choro e irritabilidade são sintomas que fazem parte do inicio
do climatério. São sintomas que também ocorrem na depressão, mas
isoladamente não significam que a mulher está deprimida.
Como a depressão ocorre na menopausa?
O mecanismos fisiológico que se propõe para explicar a depressão no
climatério até o momento seria o déficit de estrógenos ( hormônios
femininos, por suas repercussões no sistema nervoso central (SNC).
Pesquisas tem associado o estrógeno como estimulador dos sistemas
serotoninérgicos e adrenérgicos (sistemas que estão deficientes na
pessoa deprimida), facilitador da resposta aos antidepressivos e
estimulante de um hormônio que esta relacionado com o crescimento de
neurônios. A depressão não ocorres somente devido a um fator, e sim uma
serie de fatores, lembre-se esse é só um mecanismo que pode explicar a
depressão na menopausa. Muitos estudos devem ser feitos ainda para que
se tenha uma resposta definitiva.
Existe um fator de risco para a depressão na menopausa?
Um período prolongado de perimenopausa (período de corresponde a
aproximadamente 1 ano antes e depois da última menstruação) aumentaria
moderadamente o risco para depressão, enquanto a perimenopausa por si
aumentaria discretamente. Um episódio depressivo prévio, depressão
puerperal, depressão induzida pelo uso de anticoncepcionais orais e
transtorno disfórico pré-menstrual (TPM) também aumentariam o risco.
E a menopausa cirúrgica, a que ocorre depois de uma cirurgia para retirada do útero e/ou ovários, pode levar a depressão ?
A menopausa cirúrgica não estaria associada a depressão. A depressão
nesses casos seria secundária a uma série de fatores, tais como:
episódio depressivo prévio, uso nocivo/ dependência de álcool, baixo
nível educacional, alto nível de estresse psicológico prévio e história
de doença psiquiátrica. Podem ocorrer sintomas depressivos, não sendo
necessariamente depressão, e sim sintomas relacionados a diminuição da
produção de estrógenos (semelhantes a uma menopausa natural).
Qual o papel da terapia de reposição hormonal na menopausa?
A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) utilizada no tratamento dos
sintomas da menopausa pode ser um coadjuvante no tratamento da depressão
na menopausa. Estudos comprovam a melhora dos sintomas vasomotores (
"fogachos" - ondas de frio e calor seguidas de suor intenso),
lubrficação vaginal, a qualidade do sono, a libido, diminuição da
osteoporose e a incidência de doenças cardiovasculares (infarte agudo do
miocárdio - IAM e acidentes vasculares cerebrais - AVC) e teria
provável efeito protetor contra a doença de Alzheimer.
A TRH não estaria isenta de riscos ( por exemplo: câncer de mama e
endométrio e litíase biliar). A associação com progesterona poderia
diminuir esses riscos, mas em contrapartida haveria um possível efeito
desestabilizador do humor contrapondo os efeitos positivos dos
estrógenos. O papel dos andrógenos (hormônios masculinos) ainda é pouco
estudado, havendo indícios com bem-estar e humor.
A melhora dos sintomas físicos melhoraria também a irritabilidade,
ansiedade e libido. Quanto aos aspectos cognitivos (atenção, memória e
habilidades de comunicação), a TRH com estrógenos também parece trazer
benefícios, embora mais estudos sejam necessários para que se comprovem
essas observações.
A TRH pode ajudar no tratamento da depressão na menopausa?
Apesar dos poucos trabalhos publicados na área, há evidências de que a
TRH teria propriedades antidepressivas ou aumentaria a eficácia dos
antidepressivos. O potencial benefício da TRH como coadjuvante no
tratamento da depressão necessita mais estudos para que seja
estabelecido, principalmente quanto ao papel dos hormônios andrógenos.
Deve-se lembrar que as reações à TRH variam de mulher para mulher,
portanto não podem ser padronizadas.
A avaliação de sintomas depressivos na mulher nessa fase da vida deve
ser criteriosa avaliando-se toda a vida reprodutiva e psiquiátrica para
que se estabeleça o tratamento mais adequado.
Mulheres sem história prévia de transtornos do humor, apresentando
sintomas depressivos ou depressões leves/moderadas e com sintomas
vasomotores poderiam ser tratadas somente com TRH. Se os sintomas
persistirem por mais de 1 mês deve ser feita a associação com
antidepressivos. Depressões graves devem ser sempre tratadas com
antidepressivos. A colaboração entre psiquiatras e ginecologistas é de
fundamental importância para o bem estar da mulher nesse período de sua
vida.
Transtorno que atinge milhões de pessoas no Brasil nem sempre se
manifesta da mesma maneira. Conheça os diferentes perfis de pessoas com
TDAH.
PorDenis Russo Burgierman
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma
condição tremendamente comum: alguns especialistas calculam que ele
afete algo entre 3% e 5% das crianças. Os sintomas são sempre iguais:
desatenção, hiperatividade, impulsividade. Mas isso não quer dizer que
seja fácil identificar alguém que tem TDAH, porque as pessoas que sofrem
com o transtorno lidam com ele de maneiras muito diferentes umas das
outras.
Segundo o blogueiro Neil Petersen,
que tem TDAH e escreve sobre o transtorno no tradicional site Psych
Central, isso acontece porque há quatro estratégias bem distintas para
lidar com o transtorno - e portanto quatro perfis de pessoas com TDAH,
cada um deles definido por uma das quatro estratégias. Você
provavelmente conhece alguém de cada um desses tipos. Veja:
O perfeccionista - algumas pessoas tentam compensar o
TDAH com uma obsessão por planejar tudo nos mais mínimos detalhes.
Chegam meia hora adiantados para não se atrasarem, fazem listas
detalhadas de tarefas, criam métodos minuciosos para tudo. Esses aí
sofrem com cada tarefa no trabalho, porque vivem com medo de perder o
controle.
O improvisador - esses usam uma estratégia praticamente
oposta à do perfeccionista: são as pessoas que simplesmente aceitam o
caos em suas vidas. Diante da enorme dificuldade de planejar as coisas,
eles simplesmente não planejam nada e "deixam rolar".
O minimalista - quem tem TDAH sabe que tentar organizar
as coisas é um pesadelo. Por isso, uma estratégia comum para lidar com o
problema é simplificar a vida ao máximo. Pessoas desse perfil fazem de
tudo para ter o mínimo possível de posses, para que não haja muito o que
organizar.
O viciado em adrenalina - pacientes de TDAH muitas
vezes percebem que o transtorno fica pior quando eles estão em ambientes
pouco desafiadores. Diante da falta de estímulo, a distração toma conta
e fica muito difícil fazer qualquer coisa. Por causa disso, alguns
começam a buscar estímulos fortes - afinal, a adrenalina ajuda a focar.
Esse perfil costuma procurar atividades profissionais e de lazer de alto
risco.
"Claro que nem todas as pessoas com TDAH se encaixam perfeitamente em
um desses perfis", escreveu Petersen. Uns usam um misto de duas, três
ou até de todas essas estratégias e são mais difíceis de encaixar. FONTE:http://super.abril.com.br/ciencia/os-4-tipos-de-pessoas-com-deficit-de-atencao-qual-e-o-seu
Saem as brincadeiras no quintal,
entram os apartamentos. Saem as praças e parques, entram os prédios.
Saem os jogos na rua, entram os tablets e videogames.
Basta um
olhar rápido para perceber que nas grandes e médias cidades o contato
das crianças com a natureza, em geral, vem diminuindo.
E para o americano Richard Louv, autor de A Última Criança na Natureza,
essa constatação em nada tem a ver com um saudosismo barato. Mas sim
com os impactos negativos causados pelo o que ele chama de Transtorno de
Deficit de Natureza.
Em visita a São Paulo para o lançamento de
seu livro, Louv contou à BBC Brasil que ele começou a se interessar pelo
tema no início dos anos 90, quando fazia pesquisas para seu livro Childhood's Future ("O Futuro da Infância", em tradução livre).
"Entrevistei
mais de 3 mil pais e professores. Queria saber deles sobre como o
cenário da infância estava mudando. E uma constante nos depoimentos
foram pais reclamando de que não conseguiam tirar seus filhos de casa.
Mesmo se morassem perto de áreas verdes ", disse.
"Na época, não
haviam estudos sobre a aflição desses pais. Somente há menos de 10 anos
surgiram as primeiras pesquisas sobre isso - e todas apontam para a
mesma direção: a falta de contato das crianças com a natureza causa
problemas físicos, como a obesidade, e mentais, como depressão,
hiperatividade e deficit de atenção."
Louv, no entanto, vai além
do cenário triste que pinta para as crianças dos dias atuais: ele também
aponta medidas simples que pais, educadores, médicos e o poder público
podem adotar para evitar o "deficit de natureza" até mesmo em grandes
metrópoles. Confira os principais trechos da conversa:
BBC Brasil: Ainda há esperança para as crianças que vivem em cidades como São Paulo ou outras do estilo "selva de pedra"?
Richard Louv: (Risos).
Sim, é claro que há esperança! Vi experiências muito interessantes em
cidades na China e também em Atlanta, Chicago e em outras metrópoles
americanas que podem ser comparadas com as brasileiras.
São
escolas e associações que estão usando hortinhas, caminhadas em bosques e
outras soluções simples para combater uma série de novos problemas que
atingem muitas das crianças de hoje, por estarem tão afastadas da
natureza.
BBC Brasil: Quais exatamente são esses novos problemas? São físicos ou mentais?
Richard: Os
dois. Na parte física temos, por exemplo, a obesidade infantil, que
hoje é epidemia em vários países mundo afora, inclusive, até onde eu sei
no Brasil. (47% das crianças brasileiras têm com excesso de peso ou são
obesas).
As crianças hoje passam menos horas ao ar livre e,
consequentemente, mais tempo confinado em casa, vendo TV ou jogando
videogame. Essa é uma das grandes causas da obesidade infantil. Meninos e
meninas que ficam na frente de telinhas são menos ativos do que os que
correm no parque, sobem em árvores...
BBC Brasil: E os transtornos psicológicos?
Richard: São
muitos e são novos. Porque até a poucos anos atrás, era raro os
pediatras atenderem crianças bem novas com sintomas de depressão. Também
posso citar transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
além de problemas cognitivos.
BBC Brasil: Como a natureza pode amenizar esses problemas?
Richard: Hoje,
há muitos estudos mostrando que contato com a natureza - ainda que
pequeno e por pouco tempo - podem reduzir os sintomas desses distúrbios.
Uma pesquisa de um grupo na Universidade de Chicago que estuda
distúrbios de atenção entre crianças comprovou que meninos e meninas de 5
anos tiveram uma melhora significativa com caminhadas curtas em
parques.
Pesquisadores da Universidade de Essex também mostraram
impactos psicológicos mensuráveis em adultos depois de apenas cinco
minutos andando entre árvores. Porque adultos, obviamente, também se
beneficiam do contato com a natureza.
BBC Brasil: Você acha que conviver com a natureza é mais eficiente do que receitar remédios?
Richard: Veja, não estou dizendo que
remédios como a Ritalina (usado para o tratamento de transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade, por exemplo) são ruins. Eles podem
ser muito úteis para alguns casos.
Mas quando se têm escolas nos
EUA em que 30% dos meninos tomam Ritalina, sabemos que algo não está
certo. E os pediatras sabem disso. [O Brasil é o segundo maior
consumidor do medicamento no mundo, com cerca de 2 milhões de caixas
vendidas em 2010 - um aumento de 775% na última década, segundo a
Anvisa.]
BBC Brasil: Sabem mesmo?
Richard: Acredito
que muitos estão passando a se dar conta disso. E vejo cada vez mais
profissionais começando a prescrever "brincar no parque". Prescrever
mesmo, por escrito.
Em algumas partes dos EUA, por exemplo,
associações de médicos começaram a usar dados com mapeamento das áreas
verdes de suas cidades. Assim, dizem para os pais "tem um boques a duas
quadras da sua casa, portanto não há desculpas para levar seu filho lá
duas vezes por semana."
BBC Brasil: E o que exatamente
acontece com essas crianças que são taxadas, corretamente ou não, de
hiperativas quando elas passam mais tempo em áreas verdes.
Richard: Essa
mudança costuma ser visível e rápida. Vou dar um bom exemplo. Recebo
muitos comentários de professores que passaram a incluir mais passeios
ao ar livre em suas turmas.
E, juro, perdi a conta de quantos
professores me falaram exatamente a mesma coisa, com praticamente as
mesmas palavras: "Richard, é impressionante. Meu aluno que é
encrenqueiro na classe se transforma no líder quando estamos no parque."
E o que estamos fazendo com essas crianças? Dando Ritalina.
BBC Brasil: Isso também mostra como o papel da escola é importante, não?
Richard: Com
certeza. Eu diria inclusive que em grandes cidades, as escolas devem
liderar o caminho de resgate do convívio das crianças com a natureza, já
que as áreas verdes são poucas e a vida dos pais é corrida.
E há
estudos mostrando que uma educação baseada no meio ambiente melhora o
aprendizado não somente em áreas ligadas à ciências da terra, por
exemplo, mas também em idiomas, matemática, história.
BBC Brasil: Mas como isso acontece?
Richard:
Há muitos exemplos. São alunos aprendendo a somar ou dividir na beira
de lagos. São escolas que exploram as áreas verdes não só em suas
dependências mas também no bairro.
Há dados impressionantes
mostrando como alunos de escolas baseadas no meio ambiente se saem
melhor em testes tradicionais e também desenvolvem melhor a capacidade
de ter um pensamento crítico, de solucionar problemas, de tomar
decisões, entre outras características cognitivas.
BBC Brasil: E esses impactos positivos se dão sempre que a criança tem mais contato com a natureza, seja na escola ou não?
Richard:
Exato. Pegue os exemplos dos parquinhos. Há dois tipos: os com
brinquedos estruturados (escorregador, balanço, etc) e os chamados
"playground de aventuras", em que em vez dos pisos de cimentos, temos
terra, areia, grama; e não tem brinquedos prontos, e sim tocos de
madeiras, morros e afins.
Pesquisas mostraram que crianças
brincando nesse playground natural tinha uma propensão muito maior de
inventar seus próprios jogos, de convidar outras crianças para a
brincadeira, inclusive crianças de outras idades e outros gêneros, e de
brincar de uma maneira mais cooperativa.
É isso que a natureza proporciona para as crianças.
BBC Brasil: Você cita muita crianças
pequenas. Para uma mais velha, com 10 ou 11 anos por exemplo, é tarde
demais para reconquistar esse convívio com o ambiente natural?
Richard: De
jeito nenhum. Nunca é tarde demais. É claro que o ideal seria começar
isso desde de bebê até os 3 anos. Mas o nosso cérebro tem o que se chama
de plasticidade. E graças a ela abrem-se janelas para mudar o caminhos
neurológicos que usamos para aprender ou perceber coisas novas em
qualquer idade.
BBC Brasil: A poucas quadras daqui, há
uma área (na Rua Augusta, centro de São Paulo) que virou alvo de disputa
e que pode tanto virar um grande empreendimento imobiliário como um
parque municipal. Certamente há disputas assim em todas as grandes
cidades do mundo. Como o sr. se posiciona diante dessas situações?
Richard: É
preciso ter uma visão pragmática. Por isso eu diria que o prefeito
precisa colocar na ponta do lápis. Quanto a cidade gasta com saúde
pública, com problemas como síndromes respiratórias, sedentarismo e
saúde mental? Uma área verde no meio da cidade pode ajudar nisso.
Outro
ponto: já está mais que provado que quando há um parque natural em uma
determinada área, todo o entorno é valorizado, elevando o valor de
mercado das propriedades ao redor. Isso também precisa entrar na conta.
Aliás, a gestão municipal pode fazer muita diferença.
BBC Brasil: Por quê?
Richard: Eu
queria lançar um desafio para o prefeito de São Paulo, como eu fiz na
China. A cidade tem metas de ser uma cidade rica em áreas verdes? Isso
pode entrar no marketing da cidade, para atrair grandes empresas, por
exemplo.
Quais as metas de São Paulo ou de outras cidades no
Brasil para ter mais parques, áreas de caminhadas, playground naturais,
trilhas?
BBC Brasil: O sr. acha que isso hoje não é encarado como prioridade?
Richard:
Bem longe disso. Um parque é encarado como uma coisa a mais para se
ter, algo extra, um mimo. Enquanto pensarmos assim, nada vai mudar.
Porque
a verdade é que uma área verde não é algo legal para se ter, é algo do
qual todos precisam. É parte da nossa humanidade ter contato com a
natureza, é parte dos direitos humanos básicos, como muitos órgãos
internacionais já reconheceram. Por isso não pode ser negado pelas
autoridades.
BBC Brasil: Além das autoridades e das escolas, qual o papel dos pais nessa retomada de contato das crianças com a natureza?
Richard:
Como em tudo, os pais precisam ser exemplos. Precisam também usufruir
da natureza - mesmo porque isso é benéfico para todas as idades.
Precisam proporcionar passeios ao ar livre para as crianças, mostrar a
importância desse contato...
BBC Brasil: Mas será que os pais que vivem dias corridos nas cidades dão conta disso também?
Richard: É
importante é deixar claro que não é preciso ir acampar toda a semana,
fazer trilhas na mata todo dia. O convívio com a natureza se dá também
em atos simples, compatíveis com o dia a dia corrido das famílias
atuais.
É ter uma hortinha em casa ou até na varanda do
apartamento, é aproveitar áreas ao ar livre como quadras esportivas,
quando não houver um super parque perto de casa. E até mesmo ler "Tom
Sawyer" ou outros livros que despertem o encantamento das crianças com a
natureza.