Ir mal na escola ou ter dificuldades de aprendizado não significa que
uma criança não goste de estudar. A falta de concentração nos estudos
pode ter origem dentro do cérebro, na comunicação entre os neurônios.
Essa dificuldade de concentração é um problema catalogado na medicina e
tem nome: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A
boa notícia é que esse transtorno tem tratamento, basta tomar o remédio
em dia.
O TDAH foi o tema do Bem Estar desta quinta-feira (2), que teve a participação do psiquiatra Daniel Barros e da pediatra Ana Escobar.
Outra convidada foi a fonoaudióloga Adriana Pizzo Gabanini,
especialista em dislexia, outro distúrbio neural que causa problemas na
hora de ler.
Os dois problemas têm em comum a origem neurológica, um mau
funcionamento dos circuitos cerebrais. Além disso, tanto um quanto o
outro, se não forem tratadas, podem levar à ansiedade e à depressão.
Porém, os distúrbios têm muitas diferenças. Enquanto o TDAH prejudica
de maneira ampla a vida dos portadores, que não conseguem ter foco nas
atividades rotineiras, a dislexia é somente um transtorno de
aprendizado, em que a pessoa não consegue ligar os sons às letras.
O TDAH pode ser diagnosticado a partir dos três anos e se manifesta de
várias maneiras ao longo da infância. A criança não consegue se
concentrar em nada, nem mesmo na hora de sentar para assistir a um
desenho animado – é diferente de um menino agitado que, quando quer,
fecha o foco em uma atividade específica.
Um estudo recente mostrou que o diagnóstico do TDAH ainda precisa ser
mais bem feito. De 500 pessoas que tinham recebido diagnóstico de TDAH,
apenas 23% preenchiam critérios rigorosos para serem consideradas
portadoras. Por outro lado, das crianças que deveriam ter sido
diagnosticadas, 58,4% nunca tinham sido identificadas como portadoras do
transtorno.
O remédio usado para controlar o TDAH é uma substância chamada
metilfenidato. É considerado seguro e eficaz, mesmo nas crianças, mas é
de tarja preta -- ou seja, sua venda é controlada. O medicamento deve
ser usado continuamente pelo resto da vida; ele controla o transtorno,
mas não cura.
Já a dislexia tem uma situação diferente. O diagnóstico costuma vir um
pouco mais tarde, quando a criança entra na fase de alfabetização. Ela
não tem remédio, mas pode ser eliminada com um treinamento específico.
Esse tratamento dura entre dois e cinco anos e consegue ensinar o
paciente a relacionar formas e sons da maneira correta, remediando o
problema. Contudo, os especialistas consideram que a dislexia não tem
uma cura, e que este tratamento ensina a conviver com o problema e
superar suas limitações.
Assim como o TDAH, a dislexia também tem um diagnóstico difícil. Nos
dois casos, é muito importante descartar problemas visuais, auditivos,
lesões cerebrais e doenças psiquiátricas, como a ansiedade, antes de
afirmar que a criança tem o transtorno e iniciar o tratamento.
FONTE: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/05/dificuldade-de-aprendizado-pode-ser-algum-transtorno-do-cerebro.html
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