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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

TRANSTORNOS ALIMENTARES



TRANSTORNOS ALIMENTARES
Anorexia Nervosa: é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras.
Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.
 Sintomas:
·        Perda de peso em um curto espaço de tempo.
·        Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões.
·        Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro.
·        Parada do ciclo menstrual (amenorréia).
·        Dizer que come em segredo, mentindo a respeito da comida.
·        Depressão, ansiedade e irritabilidade.
·        Exercícios físicos em excesso.
·        Progressivo isolamento da família e amigos.
 
Complicações médicas:
·        Desnutrição e desidratação;
·        Hipotensão (diminuição da pressão arterial);
·        Anemia;
·        Redução da massa muscular;
·        Intolerância ao frio;
·        Motilidade gástrica diminuída;
·        Amenorréia (parada do ciclo menstrual);
·        Osteoporose (rarefação e fraqueza óssea);
Causas: Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. Essa síndrome é considerada multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o preconceito com a gordura nas sociedades ocidentais estariam fortemente associados à ocorrência desses quadros.
Desenvolvimento da patologia: A preocupação com o peso e a forma corporal leva o adolescente a iniciar uma dieta progressivamente mais seletiva, evitando ao máximo alimentos de alto teor calórico. Aparecem outras estratégias para perda de peso como, por exemplo: exercícios físicos excessivos, vômitos, jejum absoluto.
Tipos
Os seguintes subtipos podem ser usados para a especificação da presença ou ausência de compulsões periódicas ou purgações regulares durante o episódio atual de Anorexia Nervosa.
Tipo Restritivo.
Neste tipo a perda de peso é conseguida principalmente através de dietas, jejuns ou exercícios excessivos. Durante o episódio atual, esses pacientes não se desenvolveram compulsões periódicas ou purgações.
Tipo Compulsão Periódica/Purgativo.
É quando o paciente se envolve regularmente em compulsões de comer seguidas de purgações durante o episódio atual de anorexia. A maioria dos pacientes com anorexia nervosa  que comem compulsivamente também fazem purgações mediante vômitos auto-induzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas. Alguns pacientes incluídos neste subtipo não comem de forma compulsiva, mas fazem purgações regularmente mesmo após o consumo de pequenas quantidades de alimentos.
Comparados os dois grupos, os pacientes com Anorexia Nervosa, Tipo Restritivo, são menos graves e têm melhor prognóstico que aqueles com o Tipo Compulsão Periódica/Purgativo. Esses últimos estão mais propensos a ter outros problemas de controle dos impulsos, a abusarem de álcool ou outras drogas, a exibirem maior instabilidade do humor e a serem sexualmente ativos..
A pessoa segue se sentindo gorda, apesar de estar extremamente magra, acabando por se tornar escrava das calorias e de rituais em relação à comida. Isola-se da família e dos amigos, ficando cada vez mais triste, irritada e ansiosa. Dificilmente, a pessoa admite ter problemas e não aceita ajuda de forma alguma. A família às vezes demora para perceber que algo está errado. Assim, as pessoas com anorexia nervosa podem não receber tratamento médico, até que tenham se tornado perigosamente magras e desnutridas.

Tratamento: Deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por psiquiatra, psicólogo, pediatra, clínico e nutricionista, em função da complexa interação de problemas emocionais e fisiológicos nos transtornos alimentares.
Quando for diagnosticada a anorexia nervosa, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de vida, requerendo, portanto, hospitalização.
O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma reeducação alimentar com apoio psicológico. Em geral, é necessário alguma forma de psicoterapia para ajudar o paciente a lidar com sua doença e com as questões emocionais subjacentes.
Para o quadro de anorexia nervosa não há medicação específica indicada. Porém, o uso de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal.
O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e difícil. O paciente deve permanecer em acompanhamento após melhora dos sintomas para prevenir recaídas.

Prevenção: Uma diminuição da pressão cultural e familiar com relação à valorização de aspectos físicos, forma corporal e beleza pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É fundamental fornecer informações a respeito dos riscos dos regimes rigorosos para obtenção de uma silhueta "ideal", pois eles têm um papel decisivo no desencadeamento dos transtornos alimentares.
Cuidados de Enfermagem:
         Acompanhar o cliente ao atendimento do psicólogo, psiquiatra, nutricionista...
         Verificação dos sinais vitais diariamente;
         Verificação do peso do cliente diariamente;
         Administração da medicação prescrita.

 BULIMIA NERVOSA


Conceito: Na bulimia nervosa, as pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar. Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia não há perda de peso, e assim médicos e familiares têm dificuldade de detectar o problema.
A doença ocorre mais freqüentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade.

 Sintomas:
  • Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos;
  • Vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso;
  • Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal;
  • Depressão;
  • Obsessão por exercícios físicos;
  • Comer em segredo ou escondido dos outros.

Complicações médicas:
·        Inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esôfago pelos efeitos do vômito);
·        Face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares);
·        Cáries dentárias;
·        Desidratação;
·        Vômitos com sangue;

Causas: Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa auto-estima e conflitos de identidade também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros.
Desenvolvimento da Doença: Muitas vezes, leva tempo para se perceber que alguém tem bulimia nervosa. A característica principal é o episódio de comer compulsivo, acompanhado por uma sensação de falta de controle sobre o ato de vomitar, às vezes, feito secretamente.
Os comportamentos direcionados a controle de peso incluem jejum, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, enemas, diuréticos, e exercícios físicos extenuantes.

Diagnóstico: O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma freqüência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses. A fobia de engordar é o sentimento motivador de todo o quadro. Esses episódios de comer compulsivo, seguidos de métodos compensatórios, podem permanecer escondidos da família por muito tempo.
A bulimia nervosa acomete adolescentes um pouco mais velhas, em torno dos 17 anos. Pessoas com bulimia têm vergonha de seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praias e piscinas onde precisam mostrar o corpo. À medida que a doença vai se desenvolvendo, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal.

Tratamento: A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial.
As medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos. A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.

Cuidados de Enfermagem:
         Acompanhar o cliente ao atendimento do psicólogo, psiquiatra, nutricionista;
         Participar das atividades propostas pelo T.O.
         Verificação dos sinais vitais diariamente;
         Verificação do peso do cliente diariamente;
         Administração da medicação prescrita.
 FONTE:
ROCHA, Ruth. Enfermagem em Saúde Mental. Senac Nacional, 2205. 187 p.  

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