Quando uma pessoa começar a usar mais as redes, ficando mais
isolada, por exemplo, ou quando ela começa a "seguir páginas com
conteúdo que tenham mais relação com depressão ou questões ligadas à
morte" - esses são possíveis sintomas de depressão ou tendência de
suicídio.
"Muita gente vai fazer essa comunicação nas redes. O
difícil é conseguir entender até que ponto é um pedido de ajuda ou uma
comunicação de que vai fazer alguma coisa naquele momento."
As
pessoas se expressam de maneira diferente em redes diferentes - com
menos sinceridade em posts do Facebook, por exemplo, e mais abertura em
comentários de vídeos no YouTube, que não aparecem para as redes de
contato -, e plataformas também têm tomado medidas para monitorar o
conteúdo.
Usuários que identificarem conteúdo impróprio, como
vídeos ou mensagens incitando o suicídio ou mensagens de pessoas que
pareçam inclinadas a tentar isso, também podem agir, usando canais de
denúncias das plataformas (no Facebook, clicando nos três pontinhos no
canto superior direito da publicação; no YouTube, nos três pontinhos
localizados no canto inferior direito de cada vídeo; no Twitter, na
lateral direita superior do tuíte; no Instagram, nos três pontinhos do
lado
Identifiquei os sinais. E agora, o que faço?
Se você desconfiar que alguém próximo está pensando em suicídio, não fique parado, tome uma atitude.
A primeira atitude pode ser começar uma conversa com a pessoa. Aborde com uma "postura acolhedora", diz o psicólogo E. Scavacini.
É
preciso "segurar o julgamento" e começar uma conversa dizendo, por
exemplo: "Estou preocupado com você, percebi que você está assim [diga
como]. Está acontecendo alguma coisa? Estou aqui para te ajudar" ou
então: "Como você está se sentindo hoje?"
Escute. Depois que
perguntar como ela está, o importante é deixar a pessoa falar. "Muitas
vezes, a pessoa colocar em palavras o que ela está sentindo pode ser
relevante. Ela pode sentir que é importante para alguém, e isso pode lhe
dar um bom apoio", afirma a psicóloga.
Escolha um lugar calmo e
converse com tempo, dando total atenção à pessoa e ao que ela tem para
falar. Ela pode demorar um pouco para se abrir, então seja paciente.
Na conversa, é importante perguntar se a pessoa está pensando em fazer alguma coisa com ela mesma.
"Se
ela disser que sim, você deve tentar conectá-la a um serviço de saúde
mental. Pode se oferecer para ir junto, garantindo que ela receba algum
tipo de ajuda e checando depois se ela realmente chegou a ir e se
conseguiu a ajuda de que precisva. A pessoa com sofrimento emocional
intenso precisa ser guiada", afirma Scavacini.
Ela lembra que há vários caminhos: faculdades, clínicas, escolas, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Se
a pessoa disser que não está pensando em fazer algo, você deve se
colocar à disposição para conversar com ela. Dizer: "Estou preocupado,
estou aqui para o que você precisar", continuar oferecendo ajuda e, de
tempos em tempos, voltar a ter essa conversa. "Já se for um jovem e você
for pai ou mãe, você vai tentar conversar mais vezes, marcar uma
consulta para o jovem", diz Scavacini.
Se o adulto disser que está
pensando em se matar e disser concretamente que tem uma arma em casa ou
que já pensou a maneira como vai fazer isso, é recomendável procurar a
família e procurar a orientação de profissionais da saúde mental.
Cada caso é diferente de outro e caso os sinais sejam identificados, o importante é agir.
Este mês é o Setembro Amarelo, campanha voltada à prevenção
do suicídio e valorização da vida. No Distrito Federal, um projeto do
deputado Fábio Félix foi aprovado, determinando um direcionamento especial dessa campanha à população LGBT.
De
acordo com o projeto apresentado à Câmara Distrital do Distrito Federal
(CLDF), pesquisa realizada pela Universidade de Columbia constatou que a
população LGBT tem 5 vezes mais chances de cometer suicídio do que os
heterossexuais cisgêneros. Dependendo do ambiente onde o indivíduo
esteja, o número pode subir até 20 vezes. Pelo levantamento do Grupo Gay
da Bahia, no ano de 2017, das 445 mortes de LGBTIs no Brasil, 58 foram
suicídios.
Além da questão fisiológica que pode gerar depressão em alguém, para
LGBTs, além dela, ainda tem o meio hostil.
Por exemplo, a falta de
aceitação familiar, ofensas constantes, bullying, opressão no
ambiente de trabalho e/ou ameaças à sua integridade física. Essas são
circunstâncias, infelizmente, a quais estamos sempre sujeitos. Num
momento mais fragilizado, pode justamente direcionar alguém a querer
terminar com sua vida.
Como você pode me deixar esperando? Sozinho em um mundo que é tão frio Talvez eu seja exigente demais Talvez eu seja igual ao meu pai, ousado demais Talvez você seja como a minha mãe Ela nunca está satisfeita (ela nunca está satisfeita Por que nós gritamos um com o outro? Este é o som que faz quando as pombas choram Toque, se puder, o meu interior Sinta como estremeço por dentro Você tem todas as borboletas amarradas Não me faça ir atrás de você Até as pombas têm orgulho Como você pode me deixar esperando? Sozinho em um mundo tão frio (mundo tão frio) Talvez eu seja exigente demais Talvez eu seja igual ao meu pai, ousado demais Talvez você seja como a minha mãe Ela nunca está satisfeita (ela nunca está satisfeita) Por que nós gritamos um com o outro? Este é o som que faz quando as pombas choram Como você pode me deixar esperando? Sozinho em um mundo que é tão frio Talvez eu seja exigente demais Talvez eu seja igual ao meu pai, ousado demais Talvez você seja como a minha mãe Ela nunca está satisfeita (ela nunca está satisfeita Por que nós gritamos um com o outro? Este é o som que faz quando as pombas choram. FONTE:https://www.letras.mus.br/prince/31703/traducao.html