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sexta-feira, 1 de março de 2013

Personalides famosas que tinham depressão

Famosos depressivos
Ludwig Van Beethoven
(1770–1827)

A causa da depressão que atomentava o compositor alemão, um dos maiores gênios musicais da história, eram os problemas de surdez e os três amores impossíveis que cultivou na vida.
Abraham Lincoln
(1809–1865)

O 16º presidente dos Estados Unidos se dizia "o homem mais infeliz existente". Entre as causas relacionadas à depressão de Lincoln, segundo seus biógrafos, estão a morte de sua mãe e o casamento conturbado com Mary Todd.
Santos-Dumont
(1873–1932)

Estudiosos apontam a esclerose múltipla, doença que atingiu o pai da aviação por volta dos 30 anos, e o desgosto por ver sua máquina de sonhos transformada em instrumento de guerra, como os responsáveis pela profunda depressão que o levou a se suicidar. Enforcou-se com uma gravata, em 1932.
Winston Churchill
(1874–1965)

O temperamento arrogante, impaciente e mal-humorado do primeiro-ministro britânico estava relacionado às suas freqüentes crises de depressão, apelidadas por ele de "cachorro negro", sempre em sua companhia. Alguns biógrafos relacionam sua depressão ao fato de não sentir-se amado pela família.
Kurt Cobain
(1967–1994)

Em uma de suas últimas composições, o vocalista da banda de rock Nirvana, deixa bem claro sua intenção: " Eu me odeio e quero morrer". Em 1994, o músico suicidou-se com um tiro na boca. A pressão causada pelo sucesso repentino era uma de suas maiores aflições.
A freqüência com que a palavra "depressão" costuma ser utilizada como sinônimo de tristeza é um exemplo claro de como a busca da felicidade provoca confusão e mal-entendido – até quando se refere a situações opostas. Ficar chateado devido à morte de um parente ou amigo, à perda do emprego, ou simplesmente por que algo saiu errado é um estado emocional transitório e perfeitamente normal. Diferente, portanto, da depressão, doença caracterizada quando esses sentimentos negativos se tornam tão fortes e constantes que incapacitam o indivíduo para atividades cotidianas, como trabalho e estudo, e impedem os relacionamentos sociais e afetivos. A depressão tem componentes hereditários, mas também pode ser desencadeada por fatores psicossociais, como disfunções hormonais, ataque cardíaco, câncer e por alguns remédios.

A depressão pode ser explicada por uma queda nos níveis de serotonina e dopamina no cérebro, neurotransmissores relacionados ao equilíbrio emocional. Dependendo da intensidade dessa diminuição, e dos tipos de neurotransmissores afetados, a doença se torna mais ou menos grave. O distúrbio pode se manifestar de diversas maneiras, mas são três os tipos mais comuns. A depressão maior combina sintomas como ansiedade, pessimismo, falta de energia para atividades cotidianas, diminuição do desejo sexual, fadiga, irritabilidade etc. Pode ocorrer somente uma vez ou repetir-se durante a vida. Uma variação mais leve é a distimia, também conhecida como doença do mau humor, já que os sintomas típicos são irritabilidade, desânimo e falta de sociabilidade. A forma menos freqüente de depressão é a desordem bipolar, também chamada de distúrbio maníaco-depressivo, que leva o indivíduo a flutuações de humor, rápidas ou graduais. A doença também pode desencadear distúrbios de sono e de apetite, perda da memória, dores de cabeça, problemas digestivos e, nos casos mais graves, até pensamentos suicidas.

Considerado o quinto maior problema de saúde pública do mundo, a depressão atinge 121 milhões de pessoas de todos os sexos e em todas as faixas etárias – inclusive crianças pequenas. Desse total, menos de 25% têm acesso a tratamentos efetivos, com antidepressivos. Pior ainda: de acordo com o psiquiatra Ricardo Moreno, coordenador do Grupo de Doenças Afetivas do Hospital das Clínicas de São Paulo, a depressão não tem cura. Moreno apresenta algumas estatísticas nada animadoras. De 15% a 20% da população devem apresentar pelo menos um episódio de depressão durante a vida. Quem sofre a primeira ocorrência tem 50% de chance de reincidência. Após o segundo episódio, a probabilidade sobe para 70% e a partir do terceiro pula para 90%. "O que os remédios fazem é ajudar a controlar a duração desses episódios depressivos, que podem se prolongar de seis a oito meses se não forem tratados", afirma.
O avanço dos remédios

Até a década de 70, quando surgiram os primeiros antidepressivos, o único tratamento disponível contra o distúrbio era a psicoterapia. De acordo com os médicos, ela ajuda a reconhecer o início da doença e auxilia o indivíduo a lidar com os conflitos psicológicos resultantes. Mas, isoladamente, não consegue controlar a depressão. "O ideal é combinar os dois tipos de tratamento para obter um resultado melhor", recomenda a psiquiatra Maria Teresa Lourenço, diretora do departamento de psiquiatria do Hospital do Câncer de São Paulo, acostumada a lidar com doentes nesse estado.

Os medicamentos existentes no mercado regulam os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. Os mais antigos – os tricíclicos (como o Triptanol e o Tofranil) e os inibidores da monoaminoxidase (Parnate) – aumentam a oferta de serotonina e noradrenalina no cérebro, mas agem de maneira diferente. Os tricíclicos são as drogas mais eficazes contra depressão, embora causem muitos efeitos colaterais, como taquicardia, intestino preso, diminuição da libido, aumento de peso, sonolência e náuseas. Os inibidores da monoaminoxidase podem desencadear os mesmos problemas, mas em menor escala. São recomendados em casos especiais, pois exigem dieta específica, que exclui, por exemplo, enlatados e embutidos, além de não poderem ser utilizados com remédios para a gripe e anestésicos.

Há também as drogas que agem somente sobre os níveis de serotonina – os inibidores seletivos da recaptação da serotonina –, cuja substância química mais conhecida é a fluoxetina, princípio ativo do campeão de vendas – o Prozac. Apesar de causar menos efeitos colaterais do que os remédios antigos – os principais são disfunção sexual, inchaço, náuseas, dor de cabeça e irritabilidade – esses antidepressivos estão sendo destronados por uma nova classe de remédios, chamados de "terceira geração". Eles também agem sobre os níveis de serotonina e noradrenalina, mas provocam menos efeitos colaterais.
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Para navegar
Arquivo Mundial da Felicidade

Laboratório do Riso

Revista eletrônica Cérebro e Mente

World Values Surveys

Para ler

Laughter – A Scientific Investigation, Robert R. Provine. Viking. EUA. 2001

O Sítio da Mente, Henrique Schüter Del Nero. Collegium Cognitio. São Paulo. 1997

Felicidade, David Lykken. Ed. Objetiva. Rio. 1999

The greatest gift that we possess, Alun Anderson. The World in 2002.The Economist (especial). dezembro de 2001.

La Felicità, Amelia Beltramini. Focus. dezembro 2001.

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