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domingo, 15 de maio de 2016

Como distinguir a depressão da demência na terceira idade?

Sabia que a depressão afeta uma em cada dez pessoas com idades acima dos 65 anos? Que é a perturbação mais comum na saúde mental em idosos e é frequentemente desvalorizada por pacientes, técnicos de saúde e familiares, sendo considerada parte integrante do envelhecimento?
A desvalorização talvez aconteça porque na depressão na terceira idade, além da apatia e fraca motivação, também típicas do envelhecimento, existem normalmente poucas queixas de tristeza que, por sua vez, é muitas vezes substituída por hipocondria e preocupações somáticas. 
No entanto, a depressão tem vindo a aumentar, reduzindo a qualidade de vida, aumentando incapacidades físicas – sendo uma das principais causas da dependência funcional de cuidadores para atividades da vida diária como a higiene e a alimentação, e é um dos maiores prenúncios de suicídio na terceira idade.
Muitas das vezes, a depressão na terceira idade vem acompanhada de perdas cognitivas, sendo nestes casos denominada de pseudodemência depressiva, o que dificulta o diagnóstico diferencial entre depressão e demência. Muitos dos sintomas depressivos, como a desmotivação, apatia, embotamento afetivo, dificuldades de concentração, discurso e psicomotricidade mais lentos são também sintomas de quadros demenciais.
Sendo assim, como podemos diferenciar a depressão da demência na terceira idade?
  1. A ordem de ocorrência dos sintomas ajuda a distinguir depressão de demência, pois normalmente os doentes cujas alterações cognitivas precedem os sintomas depressivos parecem ter maior probabilidade de estarem a desenvolver uma “verdadeira” demência do que aqueles em que a sintomatologia depressiva precede as alterações cognitivas.
  2. Pessoas com depressão catastrofizam as suas dificuldades mnésicas e podem até ter resultados inferiores à média nos testes de memória, mas isto apenas acontece não por dificuldades mnésicas reais mas por pouca motivação para o desempenho de tarefas.
  3. Normalmente apresentam maiores dificuldades na memória a longo prazo, o que poderá ser confirmado através de uma avaliação de neuropsicologia, que escrutina as várias memórias. É também fundamental avaliar se as dificuldades mnésicas se instalaram súbita ou gradualmente e se o idoso tem historial familiar de depressão ou demência.
  4. No entanto, muito frequentemente, um quadro clínico de demência pode ser acompanhado de depressão, o que dificulta o diagnóstico diferencial.
Catarina Barra Vaz.
O diagnóstico diferencial deverá ser realizado preferencialmente por um médico especialista, nomeadamente de neurologia ou psiquiatria. De entre os vários exames complementares que poderão ser requisitados, tais como a T.A.C. (Tomografia Axial Computorizada) ou R.M. (Ressonância Magnética) crânio-encefálicas, é também aconselhável a realização de uma avaliação neuropsicológica.
A título ilustrativo deixamos uma tabela com o resumo das principais diferenças entre depressão e demência na terceira idade:
Depressão:
  • Início bem demarcado;
  • Historial familiar de depressão;
  • Queixas de perdas cognitivas;
  • História de dificuldades psicológicas
    ou de crise de vida recente;
  • Perdas cognitivas posteriores à sintomatologia depressiva;
  • Pouco esforço durante a aplicação do exame neuropsicológico;
  • Maiores défices na memória a longo prazo;
  • Melhoria de défices cognitivos com medicação antidepressiva;
  • Início indistinto;
  • Historial familiar de demência;
  • Poucas queixas (por parte do próprio) de perdas cognitivas;
  • História de dificuldades psicológicas ou de crise de vida pouco frequente;
  • Alterações cognitivas anteriores aos sintomas depressivos;
  • Luta frequente para executar as tarefas cognitivas;
  • Maiores défices na memória a curto prazo;
  • Melhoria pouco significativa dos défices cognitivos com antidepressivos;
Demência
  • Início indistinto;
  • Historial familiar de demência;
  • Poucas queixas (por parte do próprio) de perdas cognitivas;
  • História de dificuldades psicológicas ou de crise de vida pouco frequente;
  • Alterações cognitivas anteriores aos sintomas depressivos;
  • Luta frequente para executar as tarefas cognitivas;
  • Maiores défices na memória a curto prazo;
  • Melhoria pouco significativa dos défices cognitivos com antidepressivos;
  • FONTE: http://oficinadepsicologia.com/como-distinguir-depressao-de-demencia-na-3-a-idade

sábado, 14 de maio de 2016

Onde vivem os brasileiros que mais sofrem com depressão



  Estados do Sul têm mais adultos com depressão
São Paulo – No Brasil, 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão, o que equivale a 11 milhões de pessoas. Dentre esses brasileiros, mais da metade (52%) usa medicamentos. Os dados são do IBGE.
Os estados que mais concentram adultos deprimidos ficam no Sul do país. O Rio Grande do Sul é o primeiro da lista. Lá, 13,2% das pessoas com 18 anos ou mais já foram diagnosticadas por um profissional de saúde. Em seguida vêm Santa Catarina, com 12,9%, e Paraná, com 11,7%.
Publicidade. Na outra ponta do ranking estão os estados do Norte. No Pará, último da lista, apenas 1,6% dos adultos receberam diagnóstico da doença. O Amazonas vem em seguida, com 2,7%. 
A depressão causa sérios problemas para parte desses brasileiros. Segundo o IBGE, 11,8% dos que sofrem com a doença no país têm limitações graves em suas atividades por conta disso. E, apesar de 52% tomarem medicamentos, apenas 16,4% fazem psicoterapia.
Na tabela abaixo é possível ver os dados para todo o país. Estão disponíveis os números sobre pessoas com diagnóstico de depressão e, dentre elas, as que têm limitações por conta disso, as que receberam assistência médica no ano anterior à pesquisa, as que fazem psicoterapia e as que usam medicamentos.
Veja nas fotos os números para cada estado brasileiro. As informações são da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, feita pelo IBGE, e se referem a pessoas com 18 anos ou mais. 

Brasil
Pessoas com diagnóstico de depressão (%) 7,6
Pessoas com diagnóstico de depressão que possuem grau intenso de limitações por conta disso (%) 11,8
Pessoas com diagnóstico de depressão que receberam assistência médica no último ano(%) 46,4
Pessoas com diagnóstico de depressão que fazem psicoterapia (%) 16,4
Pessoas com diagnóstico de depressão que usam medicamentos (%) 52,0

FONTE: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/onde-vivem-os-brasileiros-que-mais-sofrem-com-depressao