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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sexonâmbulos

LONDRES – Pesquisadores estão enfrentando o grande desafio de compreender um raro distúrbio: pessoas que, sem se dar conta, procuram ou de fato fazem sexo enquanto dormem.
Segundo reportagem publicada pela revista New Scientist, na semana passada, pesquisas sobre a “sexônia” –procurar sexo com outra pessoa durante o sono– são dificultadas pois os pacientes que apresentam esse quadro sentem-se tão constrangidos em relação à doença que não admitem sofrer do problema. Ao mesmo tempo, os médicos não tocam no assunto.

Ainda não há cura para a doença, o que provoca complicações nos relacionamentos. "Fico muito chateada por não poder controlar isso", contou Lisa Mahoney à revista. "É assustador porque acho que não tem nada a ver com o parceiro. Não quero que esse estranho distúrbio prejudique a nossa relação em longo prazo".

A maioria dos pesquisadores vê a “sexônia” como uma variação do sonambulismo, em que os acometidos pela doença ficam num estado entre o sono e a vigília, embora os sexonâmbulos costumem permanecer na cama em vez de se levantarem e andarem pela casa.

Enquanto o sonambulismo afeta de 2% a 4% dos adultos, acredita-se que a “sexônia” não seja um problema tão comum, de acordo com Nik Trajanovic, pesquisador da clínica de distúrbios do sono do Hospital Toronto Western, no Canadá. No entanto, uma pesquisa feita pela internet com os sexonâmbulos realizada em 2005, que entrevistou 219 pessoas, concluiu que a doença é mais comum do que revelam os prontuários médicos.

"Na maioria das vezes, o sexo durante o sono ocorre entre pessoas que já são parceiras", observou Mark Pressman, especialista em doenças do sono no Hospital Lankenan, em Wynnewood, Pensilvânia, à revista New Scientist.

"Às vezes eles odeiam", acrescentou Pressman sobre as reações dos parceiros de quem sofre da doença. "Em outros casos, aprendem a conviver com o problema. Existem raros casos de pessoas que preferem esse tipo de sexo ao sexo quando os parceiros estão acordados".

Como a doença ainda não tem cura, o tratamento de fatores desencadeadores -estresse ou insônia– pode ajudar. Além disso, Michael Mangan, psicólogo da University of New Hampshire, nos Estados Unidos, lançou um site, o www.sleepsex.org, para ajudar pacientes dessa doença.

Enquanto isso, Trajanovic está desenvolvendo procedimentos para diagnosticar a sexônia em processos jurídicos em que os sexonâmbulos sofrem acusações de abuso sexual.

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