Coceiras aparentemente
sem causa, lesões de pele e insensibilidade cutânea. A causa
destes problemas pode estar muito alem das fronteiras de
cútis e ainda estar sinalizando sérios distúrbios
psíquicos.
Estudos na área de dermatologia dão conta que 40%
dos pacientes procuram médicos desta especialidade têm
algum problema emocional.
Quando uma pessoa se automanipula, causando
ferimentos na pele, costuma alegar que já havia uma
escoriação e que ela ardia e coçava. Este tipo de
comportamento pode ser sinal de uma depressão endógena,
que também traz outros sintomas, como insônia, intestino preso,
anorexia (redução ou perda de apetite), entre outros.
A queixa de prurido (coceira) generalizada pode
significar um estado de ansiedade – muitas vezes de
extrema gravidade – capaz de levar pessoas a ter idéias
suicidas. As coceiras intensas da região genital também
podem significar grave problema de ordem sexual.
Outro quadro delicado relacionado a doença mental é a
chamada dermatite factícia ou artefato, em que o paciente
provoca uma lesão na pele, geralmente ulcerada e de
aspecto bizarro, podendo ou não ter consciência desta ato.
Neste caso, o paciente pode mostrar o primeiro sintoma de
um psicose ou de uma depressão severa, ou ainda estar
submetido a um nível de ansiedade insuportável.
Arrancar o próprio cabelo, a sobrancelha ou os
cílios é um forte indício de doença obsessivo-compulsiva.
Neste grupo, também pode ser incluídos os roedores de unha
e aqueles que apresentam dermatite de mãos – porque as
lavam compulsivamente, dez a quinze vezes no dia.
Além da relação com doenças psíquicas mais graves,
os problemas emocionais também estão associados a
dermatoses mais comuns, como o vitiligo e psoríase.
Vitiligo
Essa dermatose é
caracterizada por manchas acrômicas (sem cor) de tamanhos e
formas variadas que se espalham por todo o corpo sem
apresentar nenhum outro sintoma.
O vitiligo não é contagioso e ocorre mais
freqüentemente em pessoas jovens e não atinge nenhum órgão
interno, porém e devastador no aspecto psicológico e
social. Sua causa não é totalmente esclarecida, mas
existem teorias variadas.
Independentemente da origem, os médicos que lidam
com essa doença tem a percepção nítida da sua relação com
aspectos emocionais. Vários doentes que apresentam
vitiligo relatam o aparecimento das primeiras manchas após
traumas emocionais significativos. Há ainda uma relação
importante, e por que não dizer direta, entre o estresse e
o aumento de número de manchas na pele, pois, em épocas tranqüilas
o vitiligo se apresenta controlado e sem manchas novas; após
períodos conturbados, as manchas começas a progredir
assustadoramente.
A ciências ainda não encontrou respostas exatas para
muitos problemas de saúde humana. No entanto, é
impossível desprezar a observação clínica quanto a
influencia do emocional em algumas doenças. Ela é muito
clara tanto para o doente quanto para o especialista que
trata do vitiligo. Provavelmente as alterações emocionas
desequilibram o organismo favorecendo alterações hormonais
e imunológica que podem desencadear e piorar o vitiligo.
Os melhores resultado terapêuticos são atingidos em
pacientes que tratam a doença medicamente e também abordam
e cuidam o lado emocional. Os processos psicológicos
causam sofrimento e às vezes é melhor esconder-se ou
chamar a atenção através de uma doença. Encarar os
problemas de frente é a melhor solução; em geral isso
piora as lesões do vitiligo, mas em seguida encaminha o individuo
para uma cura segura e duradoura.
Psoríase
Doença considerada de
difícil controle, a psoríase provoca o aparecimento de
placas vermelhas descamativas na pele.
É como se o corpo todo o parte deles resolvessem declarar guerra,
fazendo com que as células se multiplicassem fora do comum.
Para se ter uma idéia, uma célula da epiderme, em circunstâncias
normais, viver 28 dias - tempo que envolve nascimento,
multiplicação e morte. Dentro de um quadro de psoríase,
este ciclo de vida cai para 3 dias.
Estima-se que 3% da população brasileira seja vitima dessa doença
crônica, caracterizada como não-transmissível (portanto, não
causada por agentes externos como bactérias, vírus e
fungos) e isolada de qualquer comprometimento interno e no
organismo. Psoríase não causa dor, apenas confere ao seu
portador uma aparência desagradável, fato que muitas vezes
impões o indivíduo isoladamente social do indivíduo. Não
se sabe ainda ao certo o que leva uma pessoa a ter
psoríase. Alguns estudos indicam que a doença pode estar relacionada
a fatores psicológicos.
Foi observado que a tensão emocional e o estresse podem influenciar
no surgimento das crises, além de fatores como a
predisposição genética aliada a estímulos recebidos
durante a vida, entre eles, as infecções.
Assim como no vitiligo, o surgimento ou a piora das lesões da
psoríase parecem estar associados a traumas emocionais. Além
disso, geralmente o paciente com psoríase é exigente,
crítico, perfeccionista, apresentando maiores dificuldades
com os problemas do dia-a-dia. Novamente, o estresse deve
agir como índice provocador, pois altera parâmetros
químicos e imunológicos do organismo.
Várias outras doenças da pele, como alopecia areata (pelada), líquen
plano, urticária crônica, desidrose, etc., têm os aspectos
emocionais como relevantes para um resposta terapêutica;
reforçando melhor que os indivíduos não são fragmentados,
mas, sim, um conjunto único de corpo e mente.
A verdade é que o medico sempre tem mais sucesso quando, alem dos
medicamentos adequados, pode melhorar alterações emocionais do
paciente.
O percentual de pessoas afetadas por estresse é bem alto, de 50 a
70% das pessoas tem problemas emocionais. Existem doenças de
pele associadas a doenças psiquiátricas, como exemplo, a
dermatite artefata, onde provoca a lesão nela mesmo, ou
tricotilomania, onde arranca os cabelos por estresse
emocionais. Além disso, algumas doenças são diretamente
ligadas, a urticária (placas que coçam pelo corpo todo) ou
rosácea (onde aparecem espinhas e avermelhamento) e
outras doenças pioram com o emocional, como queda de cabelo
(alopecia areata), psoríase, vitiligo.
FONTE: http://www.denisesteiner.com.br/derma_geral/emocoes_pele.htm