É 
                        tão difícil, atualmente, encontrar alguém 
                        que nunca tenha ouvido falar em Síndrome do Pânico. 
                        O sintoma básico é um medo enorme sem explicação, 
                        indefinido, medo infundado; você acha ridículo 
                        sentir esse medo, mas não consegue controlar. Ela 
                        é caracterizada pela presença de ataques 
                        de pânico. São crises súbitas, repentinas, 
                        espontâneas, com forte sensação de 
                        medo (medo de tudo e sem motivo), de perigo, de desmaio, 
                        de derrame cerebral, loucura ou morte iminente (o que 
                        nunca ocorre); sensação de alerta ou de 
                        fuga, necessidade de socorro imediato ou até de 
                        se encolher num canto, agitação e múltiplos 
                        sintomas indefiníveis. 
Enfim, um terrível 
                        mal estar. Você se sente totalmente inseguro, como 
                        uma criança. Não houve nenhum fator que 
                        o precipitasse. 
De repente a pessoa 
                          sente um mal estar estranho na cabeça como se 
                          fosse perder a razão, a consciência. É 
                          comum uma sensação de estar fora da realidade; 
                          ou um mal estar generalizado, como um pressentimento 
                          algo muito grave fosse acontecer. E é nesse momento 
                          que um outro sintoma (bastante característico) 
                          aparece: a necessidade de estar ao lado de alguém 
                          que traga segurança. Geralmente, um parente próximo.
Podem surgir desde palpitações 
                          no coração, falta de ar ou dificuldade 
                          de respirar, sensação de sufocação 
                          ou bolo na garganta, mãos e pés molhados 
                          e frios, formigamentos nos braços, pernas ou 
                          nos rostos, zoeira, zumbido ou pressão nos ouvidos 
                          (como se fosse pressão baixa ou labirintite), 
                          suor ou tremedeira generalizado, distúrbio gastrintestinal 
                          como (náuseas, enjôos, diarréia, 
                          gases, vontade irresistível de urinar, falta 
                          ou excesso de apetite), desânimo acentuado, mal 
                          estar geral, insônia ou sono excessivo, ondas 
                          de calor ou frio, tonteiras.
Porém, pessoas predispostas à 
                          síndrome podem desencadeá-la depois de 
                          passar por situações traumáticas. 
                          Dias , semanas ou meses depois de determinados problemas 
                          como perda de entes queridos, desemprego, doenças 
                          no lar, pré ou pós-operatórios, 
                          assaltos, seqüestros, acidentes, etc.
É comum um paciente passar meses 
                          tentando resolver a diarréia, sem solução. 
                          Tive um paciente que só de falar em sair de casa 
                          , quatro horas antes tinha que tomar antidiarréico 
                          de meia em meia hora, sem contar o uso de fraldas para 
                          protegê-lo. O mesmo acontece com o indivíduo 
                          que nunca teve pressão alta: passou a ter depois 
                          da crise.
Como a síndrome do pânico 
                          varia muito na sua intensidade, nem todos sentem os 
                          mesmos sintomas. Na minha experiência, a crise 
                          do pânico pode ser classificada em leve, moderada, 
                          grave e muito grave. Alguns portadores do pânico, 
                          apesar de muito desconforto, conseguem trabalhar com 
                          dificuldades, devido à necessidade; porém 
                          outros não conseguem nem mesmo sair da porta 
                          de sua casa, ficando confinados, reclusos em seu lar. 
                          À medida que o pânico se agrava, diminui 
                          o seu raio de ação, ficando bloqueados 
                          à mercê de seu “inimigo oculto”. 
                          
A Síndrome 
                          do Pânico e a Depressão  
Com essa sensação de 
                          impotência, de inutilidade, a alegria de viver 
                          desaparece, diminui o brilho, o dinamismo e a espontaneidade; 
                          com isto, desenvolve-se um estado depressivo, que na 
                          maior parte das vezes é confundido com a depressão 
                          comum.
Existem crianças que só 
                          de ter que ir à escola apresentam mal-estar como 
                          náuseas, enjôos ou dores na barriga.
Como a maioria dos sintomas são 
                          físicos, as pessoas procuram outros profissionais, 
                          como cardiologistas, neurologistas, gastroenterologistas, 
                          clínicos e homeopatas, quando na realidade deveriam 
                          procurar o psiquiatra. A pessoa faz uma bateria de exames, 
                          desde eletrocardiograma, ecocardiograma, raios-X, exames 
                          de sangue e outros, e nada de anormal é detectado. 
                          Desesperado, parte até para centros espíritas. 
                          
O pânico não é detectável 
                          por nenhum tipo de exame laboratorial, apenas clinicamente. 
                          Os pronto-socorros cardiológicos ou cardiologistas 
                          são os primeiros a serem procurados devido à 
                          taquicardia, dor no peito e a dormência, depois 
                          os outros profissionais, deixando por último, 
                          até por preconceito, os psiquiatras. Dez por 
                          cento dos atendimentos cardiológicos são 
                          portadores da síndrome do pânico, que examinados 
                          pelos cardiologistas constatam que não há 
                          quaisquer anomalias. A síndrome do pânico 
                          não é uma doença psicológica, 
                          e sim física. 
É muito comum aos portadores da 
                          síndrome um medo constante de sentir-se mal na 
                          rua e em outras situações onde a saída 
                          e o socorro seriam difíceis. É a agorafobia, 
                          em que a pessoa apresenta uma esquiva fóbica 
                          em relação a diversas situações 
                          públicas. Com esse medo, a pessoa não 
                          consegue mais freqüentar ambientes cheios, tais 
                          como supermercados, shoppings, cinemas, teatros, bancos 
                          cheios, filas, multidões, etc. E, com 
                          freqüência devido à incompreensão, 
                          começam a surgir os problemas familiares. Devido 
                          o mal estar constante, o ambiente familiar fica comprometido, 
                          chegando até a separação.
                        
O portador do pânico sofre duplamente, 
                          pois além do sofrimento físico que a própria 
                          doença proporciona, sofre por não ser 
                          compreendido por alguns familiares.Ocorre, com muita freqüência, 
                          a associação da síndrome do pânico 
                          com o Transtorno Obsessivo Compulsivo. 
O antidepressivo (tarja vermelha), 
                          ao contrário do tranqüilizante (tarja preta), 
                          não causa nenhuma dependência mesmo quando 
                          combinado com este; ao contrário, afasta a dependência 
                          de qualquer tranqüilizante. Os portadores do pânico 
                          têm um medo cruel da dependência dos remédios, 
                          principalmente daqueles que possuem tarjas pretas. 
                          
                          Se um profissional médico prescrever somente 
                          o tranqüilizante (tarja preta) com o objetivo de 
                          cura e a pessoa tomar por mais de três meses, 
                          aí sim, poderá tornar-se dependente, pois 
                          os tranqüilizantes são depressores do sistema 
                          nervoso central. Os tranqüilizantes apenas aliviam, 
                          acalmam momentaneamente os sintomas. Passado o efeito 
                          do medicamento, os sintomas retornarão. A maioria 
                          das pessoas costuma generalizar os remédios psiquiátricos 
                          quanto a seus efeitos. Elas imaginam que todos são 
                          tranqüilizantes, dopantes ou causadores da impotência 
                          sexual. Ou então que são nocivos à 
                          saúde. Puro engano. E o mal maior que a doença 
                          traz? O indivíduo tem medo do remédio 
                          causar impotência e acaba ficando impotente por 
                          causa da doença. O importante é lembrar 
                          que cada caso é um caso, portanto, vai depender 
                          e muito do feeling do médico na hora de lidar 
                          com o paciente.
Existem antidepressivos tricíclicos, 
                          tetracíclicos, IMAOS (inibidor da monoaminooxidase) 
                          e o mais recente, que é o ISRS (inibidor seletivo 
                          de receptação de serotonina), que tem 
                          uma variedade enorme. Mas só os médicos 
                          entendem como eles devem ser usados.
Diagnosticar a síndrome do pânico 
                          não é nenhum mistério, a questão 
                          principal é acertar nos remédios. Se você 
                          não teve sucesso com alguns remédios, 
                          não desanime.Insista, procure o profissional 
                          da sua confiança. Ninguém morre do pânico 
                          e nem perde o autocontrole.
FONTE: http://www.sindromedopanico.med.br/sindrome.htm