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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TRANSTORNO DE ANSIEDADE


TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Sentir-se ansioso é uma experiência comum a qualquer ser humano. Quem já não se sentiu apreensivo, com dor de cabeça, palpitações, respiração rápida, aperto no peito, desconforto abdominal ou inquietação? A ansiedade é uma resposta normal para diversos acontecimentos na vida: para um bebê ameaçado com o afastamento dos pais, para as crianças no primeiro dia de escola, para os adolescentes no primeiro namoro, para os adultos que contemplam a velhice e a morte; e para qualquer um que enfrente uma doença.
A ansiedade é um acompanhante normal do crescimento, das mudanças, de experiências novas e inéditas, do encontro da própria identidade e do sentido da vida de uma pessoa.
A ansiedade atrapalha podendo tornar-se uma doença, quando uma pessoa que tem uma reação inadequada extrema, ou de longa duração a um determinado acontecimento. Neste caso, provavelmente pode estar sofrendo algum tipo de distúrbio de ansiedade. Os mais comuns são:
·        Fobia Específica;
·        Fobia social;
·        Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG);
·        Transtorno de Stress Pós-Traumático;
·        Transtorno Obsessivo-compulsivo;
·        Transtorno do Pânico

 FOBIA ESPECÍFICA: É um medo irracional e excessivo que provoca a evitação consciente de um objeto ou de uma determinada situação, tal como, medo de voar, de altura, de animais, de tomar uma injeção ou ver sangue. As manobras para evitar a situação temida, o medo antecipatório da situação ou a ansiedade extrema causada pela exposição interferem na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho ou em seus relacionamentos sociais, causando importantes limitações na vida da pessoa.
Sintomas: Medo acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou situação fóbica. A exposição ao estímulo fóbico (objeto ou situação) provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar e sensação de "frio" na barriga.
Diagnóstico: O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.
Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Utiliza-se no tratamento tanto a psicoterapia cognitivo-comportamental quanto a psicoterapia de orientação analítica.
FOBIA SOCIAL: É um medo excessivo de humilhação ou embaraço em vários contextos sociais, como falar, comer, escrever, praticar atividades físicas e esportivas em público, assim como urinar em toalete público ou falar ou aproximar-se de um parceiro em um encontro romântico. O resultado disso é uma importante limitação na vida da pessoa por evitar essas situações ou atividades sociais temidas. Também podem ocorrer prejuízos na vida profissional e afetiva do indivíduo.
Sintomas: A pessoa com fobia social sente medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho quando é exposta a pessoas estranhas. Pode haver temor por acabar agindo de forma humilhante e embaraçosa para si próprio.
A exposição à situação social temida causa ansiedade. Ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor das mãos, falta de ar, sensação de "frio" na barriga. O indivíduo reconhece que o medo é irracional ou excessivo. As situações sociais e de desempenho temidas são evitadas ou suportadas com intensa ansiedade e sofrimento.
Diagnóstico: O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado no relato dos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.
Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. O tratamento atual baseia-se no emprego de medicações antidepressivas combinadas com psicoterapia, de orientação analítica ou cognitivo-comportamental.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA: O transtorno de ansiedade generalizada é uma preocupação exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa. Pode vir acompanhado por uma variedade de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, perturbações no sono, entre outros. Costuma causar um comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa, podendo gerar um acentuado sofrimento.
Sintomas: A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo.
Diagnóstico: Como os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos podem estar comprometidos, o trabalho inicial do médico está em excluir outras doenças que possam ter sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade generalizada. Para tanto, alguns exames clínicos podem ser necessários, sendo que mais importante do que isso é o relato detalhado de informações do paciente.
Tratamento: O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de medicação por um determinado período. A maioria das pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: O transtorno de estresse pós-traumático acontece quando se vivencia um trauma emocional de grande magnitude. Esses traumas incluem guerras, catástrofes naturais, agressão física, estupro e sérios acidentes.
O transtorno de estresse pós-traumático engloba as seguintes características:
  • Reviver o trauma através de sonhos e de pensamentos;
  • Evitar persistentemente coisas que lembrem o trauma;
  • Enorme excitação persistente.
Sintomas: A pessoa tem recordações com muita aflição, incluindo imagens ou pensamentos do trauma vivenciado. Sonhos amedrontadores também podem ocorrer e o indivíduo pode agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. Um grande sofrimento psicológico se desenvolve quando surgem lembranças de algum aspecto do trauma. Há uma intensa necessidade de se evitar sentimentos, pensamentos, conversas, pessoas ou lugares que ativem recordações do trauma.
Também pode ocorrer uma incapacidade de se recordar algum aspecto importante do trauma, uma dificuldade em conciliar e manter o sono, irritabilidade ou surtos de raiva e baixa concentração.
Em crianças pequenas podem ocorrer jogos repetitivos com expressão de temas ou aspectos do trauma, sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável e encenação específica do trauma.
Diagnóstico: O transtorno de estresse pós-traumático pode se desenvolver algum tempo após o trauma. O intervalo pode ser breve como uma semana, ou longo como trinta anos. Os sintomas podem variar ao longo do tempo e se intensificar durante períodos de estresse. As crianças e os idosos têm mais possibilidade de desenvolver estresse pós-traumático do que as pessoas na meia idade. Por exemplo, cerca de 80% das crianças que sofrem uma queimadura extensa mostra sintomas de transtorno de estresse pós-traumático um a dois anos após o ferimento.
Em vista disso, cabe ao médico uma ampla investigação em relação aos sintomas do paciente para um correto diagnóstico.
Tratamento: A pessoa deve procurar um psiquiatra que irá abordar o evento com técnicas de apoio e encorajamento. A medicação muitas vezes se faz necessária para um alívio inicial e uma melhor abordagem do quadro. Um apoio adicional para a família do paciente geralmente é indicado. 
FONTE:
BERNARDO, Maria Helena. Loucura, Família e Instituição: olhares e práticas que se encontram no cotidiano de uma instituição psiquiátrica, Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado, Escola de Serviço Social, UFRJ, 1999.


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