Translate

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Hormônio do amor, oxitocina pode ajudar crianças com autismo leve

A oxitocina, também chamada de hormônio do amor por desempenhar importante papel nas funções sociais, emocionais e corporais, como o parto e a produção de leite em mulheres, e a ligação entre pais e filho, recebeu um importante indicador que pode de fato ajudar a melhorar o comportamento social de crianças com autismo leve.
O resultado do primeiro estudo de como a oxitocina afeta o cérebro de crianças com autismo e publicado segunda-feira, na Revista PNAS – Proceedings of the National Academy of Sciences revela que oxitocina induz uma maior atividade em regiões do cérebro relacionadas a conexões sociais. Além de uma boa notícia em si, isso também indicaria que essas áreas não estão totalmente inutilizadas e que ainda têm plasticidade suficiente para serem influenciadas.
Conduzido pela equipe do Dr. Ilanit Gordon, da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, EUA, o estudo foi feito com 17 crianças, com idades entre 8 e 16 anos, todas com autismo leve. Elas foram divididas em dois grupos, um recebeu um spray nasal com oxitocina e outro com placebo. Após inalarem a substância, as crianças foram colocadas em uma máquina funcional de ressonância magnética e submetidas a um teste para avaliar suas respostas a fotografias de olhos de pessoas e a de objetos, no caso, automóveis. Depois os inaladores foram trocados, quem recebeu placebo usou o de oxicitocina e vice-versa e o teste foi repetido.
O resultado mostrou que durante o teste dos olhos houve maior atividade nas áreas do cérebro envolvidas nas funções sociais, como empatia e recompensa, após o uso da oxitocina. Já o teste com fotos de automóveis apontou que o uso do hormônio provocou uma diminuição mais intensa da atividade nessas áreas do cérebro do que com o placebo, o que segundo os pesquisadores é um excelente sinal porque mostra a capacidade de diminuir o foco num objeto para voltar a atenção a um estímulo social.
Para o psiquiatra e neurologista Dr. Wanderley Domingues, fundador do Centro Pró-autista,   uma amostragem de 17 pacientes  é pequena. Ele destaca que   foram utilizadas dosagens empíricas de Oxitocina. “São estudos ainda muito preliminares, havendo pouca literatura médica sobre a utilidade de se tratar pacientes autistas com a Oxitocina. No entanto, novas drogas devem ser pesquisadas para o tratamento de tão graves e precoces distúrbios do espectro autista”afirma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário