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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Feliz 2018


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Por que celebridades do pop internacional têm decidido falar abertamente de sua saúde mental?



A lista de celebridades que revelaram sofrer de depressão e ansiedade aumentou consideravelmente nos últimos meses: atores, músicos e modelos decidiram falar publicamente sobre saúde mental, um assunto que poucos tocavam.
Um dos exemplos mais recentes foi o de Zayin Malik, 23 anos, ex-integrante do grupo One Direction, que cancelou uma série de shows alegando "ansiedade extrema".
A cantora Selena Gómez anunciou uma pausa na carreira também em setembro devido a crises de depressão e ansiedade e chegou até a se internar voluntariamente.
Bruce Springsteen escreveu em sua biografia lançada em setembro, Born to Run, sobre como luta há anos com a depressão. O músico americano chegou até a admitir que a doença o "subjugou" em algumas ocasiões.
A atriz Demi Lovato revelou que sofre de transtorno bipolar, e a cantora americana Jo-Jo lutou contra a depressão ao mesmo tempo que enfrentava sua própria gravadora devido a problemas ligados ao seu contrato.
Pelo menos para alguns famosos, parecem ter ficado para trás os dias em que agentes e assessores tinham que elaborar desculpas como "está com desidratação" ou "precisa de descanso pois está exausto (a)".


Efeito

A tendência entre os "ricos e famosos" surpreende e leva muitos a questionarem se todos eles se sentem confiantes o bastante para expor problemas relacionados a saúde mental desta forma.
No programa Ouch, da BBC, que trata de temas relacionados à saúde, especialistas deram várias explicações para esta nova tendência.
A primeira foi o celular e o fácil acesso a redes sociais.
"Uma das coisas que mudaram foram as expectativas que as pessoas têm em relação às celebridades. Agora os fãs (e até aqueles que não são fãs) estão mais acostumados a ver seu cotidiano pelas redes sociais", disse à BBC Mark Brown, pesquisador em temas de saúde mental. O ruído nas redes e o eco na mídia tradicional mudou radicalmente o vínculo entre fãs e celebridades.
Basta um exemplo para perceber a diferença. Quando Britney raspou a cabeça em 2007, o mundo acompanhou o caso através de fotos dos paparazzi, publicadas em jornais e revistas.
Hoje, este mesmo caso já causaria ruído em uma questão de horas, pois as pessoas iriam compartilhar a informação nas redes.
"Antes, essas coisas já aconteciam diante dos fotógrafos, mas não era de uma forma tão aberta. Agora há um diálogo com as celebridades, que tiraram os intermediários do caminho", explicou a blogueira Molloy-Vaughan.
Analistas afirmam também que a sensação de proximidade com as celebridades é uma ficção alimentada pelas próprias redes sociais e que esta familiaridade determina o tom do diálogo.
E também existe uma "permeabilidade entre famosos e não famosos" que, é claro, tem seus custos.
"As celebridades sacrificam sua privacidade em troca de mais seguidores e mais fama, e, como consequência, a saúde mental segue (esta tendência)", afirma Brown.

Mudança?

Para outros, o que está acontecendo é uma mudança na percepção da saúde mental.
"Estamos no fim de uma década onde estamos falando da saúde mental dos famosos de uma outra maneira", explica Brown.
Nos anos 1950 e 1960, por exemplo, seria difícil imaginar Marilyn Monroe ou Gregory Peck falando tão diretamente sobre suas vidas. Hoje os famosos conseguem dezenas de milhares de curtidas apenas minutos depois de publicar um post no Facebook ou um tuíte.
"Quando entendemos que são pessoas e não apenas um rosto famoso, começamos a perceber quando elas estão bem e quando não estão", acrescentou o pesquisador.
Seguindo esta premissa, fica difícil para os famosos esconderem seus problemas do olhar - virtual porém onipresente - de seus seguidores.
Com este novo comportamento, é como se as celebridades não estivessem mais no pedestal imaginário. Como se dissessem: "Quer saber? Eu ia aparecer na televisão, ia voar em um jatinho, mas, em vez disso, tenho que ficar em casa, de pijama, comendo cereal seco sem leite porque não posso sair para enfrentar o mundo."

Primeira pessoa

Quando Zayn Malik cancelou suas apresentações devido a problemas com ansiedade, sua namorada (a também famosa) modelo Gigi Hadid, elogiou sua "humanidade" e acrescentou que estava "orgulhosa" com a "honestidade" do namorado.
Mas nem sempre "se abrir" nas redes sociais é uma experiência boa. A blogueira Seaneen Molloy-Vaughan sofreu com isso ao relatar em primeira pessoa sua luta."Foi difícil. Foi bom por um lado e sempre dei valor às pessoas que queriam interagir. Mas envolveu exposição e colocar tudo para fora", confessou Molloy-Vaughan que, em seu blog, escreve sobre seus problemas mentais.
"Sugerimos à pessoa famosa que é uma boa ideia expor (o caso) e ser uma espécie de soldado contra o estigma das doenças mentais e isso permite dar uma diversidade de rostos e vozes para o problema, em vez de apresentar (o problema) como uma estatística abstrata", contou Brown, que faz parte da organização britânica de orientação e projetos sociais Social Spider.
"Mas o problema é que podemos controlar como alguém conta uma história mas não controlamos como as pessoas vão responder", acrescentou.
Ao mesmo tempo que as mensagens de apoio se multiplicam, também existe a possibilidade de bullying virtual.
Mesmo assim os psicólogos concordam que abrir o diálogo sobre saúde mental para milhões de pessoas - jovens, em sua maioria - é um benefício para a saúde pública e a sociedade.
Uma pesquisa feita em 2014 pela Mind, uma organização britânica que trabalha em temas de saúde mental, sugere que 28% dos 2 mil entrevistados conseguiu falar de um problema psiquiátrico com um ente querido como consequência direta de uma declaração pública feita por uma pessoa famosa.
Além disso, outros 25% que ouviram uma celebridade falando de suas dificuldades começaram a pensar em seus próprios problemas e acabaram pedindo ajuda.
FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/geral-37681240

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O perigo do Instagram!

 O Instagram foi considerada a pior rede social no que concerne seu impacto sobre a saúde mental dos jovens, segundo uma pesquisa do Reino Unido.

Na enquete, 1.479 pessoas com idades entre 14 e 24 anos avaliaram aplicativos populares em quesitos como ansiedade, depressão, solidão, bullying e imagem corporal.
Organizações de saúde mental pediram às empresas que mantém os aplicativos a aumentar a segurança dos usuários.
Em resposta, o Instagram disse que uma de suas maiores prioridades é manter a plataforma como um lugar "seguro e solidário" para os jovens.
O estudo, da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na sigla em inglês) na Grã-Bretanha, sugere que as plataformas avisem, através de um pop-up, toda vez que houver uso excessivamente intenso das redes sociais, e que identifiquem usuários com problemas de saúde mental.
O Instagram diz que oferece ferramentas e informações sobre como lidar com bullying e avisa os usuários sobre conteúdos específicos de algumas páginas.
A pesquisa afirmou que "as redes sociais podem estar alimentando uma crise de saúde mental" entre jovens.No entanto, ela também pode ser usada para o bem, segundo o estudo. O Instagram, por exemplo, teve um efeito positivo em termos de autoexpressão e autoidentidade, segundo a pesquisa.
Cerca de 90% dos jovens usam redes sociais - mais do que qualquer outra faixa etária -, o que os torna especialmente vulneráveis a seus efeitos, apesar de não estar exatamente claro quais seriam estes no momento.

'Depressão profunda'

Isla é uma jovem de 20 e poucos anos. Ela ficou "viciada" em redes sociais durante a adolescência quando estava passando por um momento difícil de sua vida.
"As comunidades online me fizeram sentir incluída, como se a minha existência valesse a pena", diz. "Mas eu comecei a negligenciar minhas amizades na 'vida real' e passava todo o meu tempo online conversando com meus amigos lá".
"Eu passei por uma depressão profunda quando tinha 16 anos, ela durou meses e foi terrível. Durante esse período, as redes sociais me fizeram sentir pior, eu constantemente me comparava com outras pessoas e isso fazia eu me sentir mal", conta a jovem.
"Quando eu tinha 19 anos, tive outro episódio de depressão profunda. Eu entrava nas redes sociais, via meus amigos fazendo várias coisas e me odiava por não conseguir fazê-las ou me sentia mal por não ser uma pessoa tão boa quanto eles".
As redes sociais também tiveram um efeito positivo na vida de Isla. "Eu bloguei muito sobre saúde mental, sou bem aberta em relação a isso e tive boas conversas com as pessoas sobre o assunto."
"Eu acho que me dá uma plataforma pra falar sobre isso. Conversar com as pessoas é algo imperativo para a minha saúde. Eu ainda sou amiga de pessoas que conheci na internet há cinco, seis anos e até encontrei algumas delas pessoalmente", diz.
A pesquisa online fez uma série de perguntas sobre o impacto das redes YouTube, Instagram, Snapchat, Facebook e Twitter em termos de saúde e bem-estar. Os participantes da pesquisa deveriam avaliar cada plataforma em 14 tópicos relacionados aos temas.
Com base nessas avaliações, o YouTube foi a rede com o impacto mais positivo em termos de saúde mental, seguido por Twitter e Facebook. Snapchat e Instagram tiveram as piores pontuações.

'Faroeste'

"É interessante ver Instagram e Snapchat nas piores posições para saúde mental e bem-estar - ambas as plataformas são bastante focadas em imagem e parecem causar sentimentos de inadequação e ansiedade nos jovens", diz Shirley Cramer, executiva-chefe da RSPH.

Com base nessas descobertas, especialistas em saúde pública estão pedindo para que as plataformas de redes sociais introduzam uma série de checagens e medidas para melhorar a saúde mental, incluindo:
  • Avisos de que as pessoas estão fazendo uso excessivo das redes sociais (apoiada por 70% dos jovens que participaram da pesquisa);
  • A identificação, por parte das plataformas, de usuários com problemas de saúde mental (pelo conteúdo de postagens) seguida de "indicações discretas sobre como eles podem conseguir apoio";
  • Sinalização de quando as fotos foram digitalmente manipuladas - por exemplo, marcas de roupa, celebridades e outras organizações publicitárias poderiam utilizar um pequeno ícone nas fotos alteradas digitalmente.
Tom Madders, da organização de saúde mental YoungMinds, disse que as recomendações podem ajudar muitos jovens. "Aumentar a segurança nas redes sociais é um passo importante que pedimos para Instagram e outras redes tomarem", disse.
"Mas também é importante reconhecer que simplesmente 'proteger' jovens de alguns conteúdos jamais será a solução total".
Ele disse que os jovens precisam entender os riscos de como eles se comportam na internet e devem aprender como reagir a "conteúdos nocivos que escapam dos filtros".
Michelle Napchan, chefe das políticas do Instagram, disse que "manter a solidariedade e segurança do Instagram como um local onde as pessoas se sintam à vontade para se expressar é a nossa maior prioridade - especialmente em relação aos jovens".
"Todos os dias, pessoas em todas as partes do mundo usam o Instagram para compartilhar sua própria jornada de saúde mental e conseguir apoio no Instagram quando e onde eles precisarem".
"É por isso que trabalhamos em parceria com especialistas para dar às pessoas as informações e ferramentas que elas precisam para usar o aplicativo, inclusive sobre como denunciar conteúdo, conseguir apoio para um amigo que lhes preocupa ou contatar diretamente um especialista para pedir conselhos sobre como lidar com um problema". 
FONTE: http://www.bbc.com/portuguese/geral-40092022